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Semiologia Sistema Digestório

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Sintomatologia do sistema digestório 
 
Sistema digestório I 
É formado por cavidade bucal e anexos, esôfago, estômago, 
fígado, vias biliares 
Cavidade bucal e anexos 
 
Sintomatologia 
Sialorreia/sialose: Excesso de saliva 
- Podem ser causadas pode questões inflamatórias 
(estomatites) e raiva 
Hipossalivação: Saliva diminuída 
- pode ser causada por desidratação 
Dor 
- pode ser causada por cáries dentárias, por alterações 
periodontais (abcessos e alveolite) e luxação da ATM. 
Halitose: mau hálito 
o Causas locais: má higiene, cáries, doenças gengivais e 
periodontais. 
o Causas respiratórias: sinusite e bronquite 
o Causas digestivas: gastrite e insuficiência hepática 
o Causas metabólicas: diabetes (hálito cetônico) e 
uremia (hálito urêmico) 
 
 
Faringe 
 
Sintomatologia 
Odinofagia: dor ao engolir 
- pode ter causas inflamatórias (faringites) e neoplásicas 
Halitose: mau hálito 
- massas caseosas nas amígdalas 
Tosse: 
- hiperplasia das amígdalas 
Dispneia 
- hiperplasia das amígdalas ou neoplasias 
Disfagia: dificuldade de deglutição 
o Bucofaríngea, alta ou de transferência (primeira fase 
da deglutição). 
- véu palatino e músculos constritores da faringe 
- alimento permanece total ou parcialmente na 
cavidade bucal 
- pode haver passagem do alimento para a 
nasofaringe (regurgitação) 
- pode haver passagem do alimento para a laringe e 
árvore traqueobrônquica 
o Disfagia alta/causas 
- mecânica: inflamatória, neoplásica e compressão 
extrínseca (bócio, adenomegalia). 
- miopatia: miastenia gravis 
- doenças do SNC: AVE e parkinson 
- distúrbio funcional: incoordenação faringoesofágica 
- psicogênica: transtornos de ansiedade 
Esôfago 
 
Sintomatologia 
Disfagia esofágica/baixa/transporte: dificuldade de deglutir, 
sensação de parada do alimento no esôfago, sem definir a exata 
localização. 
o Causas mecânicas: estenose, neoplasias, corpo 
estranho. 
o Causas motoras: esofagopatia chagásica, espasmo 
difuso do esôfago, doenças do tecido conjuntivo 
(esclerose sistêmica), doenças do sistema nervoso 
central (parkinsonismo) 
o Tipo de alimento: apenas sólidos – mecânica 
- sólidos e líquidos: motora 
Observação: duração 
Recente; perda de peso; > 40 anos: malignidade 
Observação: pseudodisfagia: alimentos mal triturados 
o Globus hystericus (psicogênico) 
- sensação de bolo na altura da fúrcula esternal 
- movimento para cima e para baixo 
- desaparece com a alimentação 
Odinofagia (dor ao deglutir) 
o Causas inflamatórias: esofagite, monilíase, herpes, 
péptica. 
o Distúrbios motores: contrações musculares 
Pirose: sensação de ardor/azia (queimação) 
o Principal sintoma da doença do refluxo 
gastroesofágico (DRGE). 
o Retroesternal (apêndice xifoide) 
o Irradiação: ascendente até o manúbrio do esterno, 
epigástrio, laterais do tórax. 
o Após refeições (frituras, café, chocolate, frutas 
cítricas) e com decúbito. 
 
Regurgitação: retorno do alimento à cavidade bucal, sem 
náuseas. 
o Causas mecânicas: estenose, neoplasia. 
o Causas motoras: esofagopatia chagásica, espasmo 
difuso do esôfago. 
o Em geral após refeições 
Observação: pode ocorrer à noite: aspiração para a 
árvore respiratória: broncopneumonias 
Eructação: é o ato de expulsar o ar do estômago através da 
boca (arroto). Secundária à ingestão de ar durante as 
refeições. 
o Causas: ansiedade e esofagopatia chagásica. 
Hematêmese: Vômito com sangue 
o Causas: varizes de esôfago, neoplasia e úlceras. 
Estômago 
 
Sintomatologia 
Dor 
o Epigástrica, abaixo do apêndice xifoide. 
o Causas: gastrite, úlcera péptica, câncer de estômago. 
o Ritmo da dor (úlcera péptica) 
- período pós-prandial precoce: alivio 
- período pós-prandial tardio: maior intensidade 
Dispepsia: é a dor ou desconforto na parte alta do abdome 
(epigástrio e hipocôndrios) 
Fígado e vias biliares 
 
Dor 
o Quadrante superior direito 
o Fígado: distensão da cápsula de glisson 
o Causas: insuficiência cardíaca – hepatomegalia 
dolorosa 
- hepatite viral aguda 
- hepatite alcoólica 
 
 
 
Cólica biliar 
o Dor em cólica em hipocôndrio direito 
o Início súbito, inquietação. 
o Náuseas e vômitos (pioram com alimentos 
gordurosos) 
o Causas: 
- colelitíase (pedra na vesícula): causa mais comum 
- colecistite aguda (inflamação da vesícula) 
Observação: quando há icterícia após a dor: 
coledocolitíase (cálculo nos dutos biliares) 
Icterícia: impregnação por pigmentos biliares: coloração 
amarelada da esclerótica, pele e mucosas. 
o Bilirrubina conjugada/direta (hidrossolúvel) 
- mais intensa 
- prurido 
- colúria (urina escura) e acolia fecal (falta de 
coloração das fezes) 
- causas: coledocolitíase, tumor na cabeça do 
pâncreas (colestase) 
o Bilirrubina não conjugada ou indireta (lipossolúvel) 
- menos intensa 
- afinidade pelo tecido nervoso 
- causa: anemia hemolítica 
 
Sintomatologia digestório II 
Estômago e duodeno 
 
Dor abdominal 
Caracterização 
o Localização 
o Irradiação 
o Duração 
o Caracterização da dor 
 
o Intensidade 
o Fatores de melhora e piora 
o Sintomas associados (náuseas, vômitos, febre e 
diarreia): náuseas e vômitos. 
 
 
 
Dispepsia: dor ou desconforto abdominal com 
localização principal no epigástrio, acompanhada ou 
não de saciedade precoce, plenitude gástrica, 
distensão abdominal ou náuseas. 
o Pouco específica quanto à etiopatogenia 
o Dispepsia funcional: sintoma ocorre por pelo 
menos 12 semanas durante 12 meses, de 
modo persistente ou recorrente, sem 
evidência de doença orgânica. Sem melhora 
após evacuação e sem alteração da 
evacuação ou das fezes (diagnóstico de 
exclusão após investigação) 
Intestino delgado 
Os principais sintomas de acometimento do intestino 
delgado: diarreia, esteatorreia (gordura nas fezes), dor 
abdominal, distensão abdominal, flatulência, dispepsia e 
hemorragia digestiva, febre, perda de peso, anemia, edema, 
manifestações carenciais. 
Dor abdominal 
 
Distensão abdominal, flatulência e dispepsia 
o São sintomas associados ao acometimento do 
intestino delgado 
o Situações de má absorção ou aumento de conteúdo 
líquido ou excesso de gases produzido por bactérias 
ao fermentar açucares não absorvidos 
o Decorrente do aumento de conteúdo gasoso do tubo 
digestivo 
o Pode estar associado à diarreia ou esteaotorreia ou 
dor abdominal (má absorção) 
Hábito intestinal 
o Normal: 1 a 2 vezes ao dia, até 2 dias sem defecar 
o Obstipação: mais de 2 dias sem defecar 
o Diarreia: mais de 3 evacuações por dia 
Fezes (caracterização) 
o Normais 
o Endurecidas 
o Amolecidas 
o Em cíbalos 
o Líquidas 
o Com resíduos 
o Brancas (acolia fecal) 
o Escuras 
o Muco 
o Sangue 
Alteração do hábito intestinal 
Diarreia 
o Aumento do volume fecal, do teor de líquido e do 
número de evacuações. 
o Diarreia (intestino delgado): fezes volumosas, 
amolecidas, frequência menor do que I. grosso 
o Fezes claras, brilhantes e espumosas, restos 
alimentares. 
o Presença de gorduras: má absorção 
o Eliminação de gases (diarreia explosiva) 
 
Esteatorreia 
o Aumento da quantidade de gordura nas fezes 
o Diarreia com fezes de volume aumentado, brilhantes e 
claras. Flutuam 
o Manifestação específica em indicar distúrbio de 
digestão e absorção 
o Má-absorção de conteúdo lipídico ou de todos 
macronutrientes 
o Associação com cólicas periumbilicais, distensão 
abdominal e flatulência. Fraqueza, fadiga e perda de 
peso. Deficiência de vitaminas (K, A, D, E) 
o Doença biliar, pancreática e intestinal. 
Hemorragia digestiva 
o Manifestação clínica depende de: 
- localização do sangramento 
- volume do sangramento 
- velocidade e duração do sangramento 
 
Hematêmese 
o Próximo ao ângulo de Treitz 
o Afecção estômago/duodeno 
o Raro na afecção de ID 
o Sangramento volume aumentado 
Enterorragia 
o Sangue vivo pelo ânus/melena associado 
o Sangramentopróximo à válvula ileocecal 
o Perda sanguínea rápida e volumosa 
Melena 
o Fezes pretas 
o Odor pútrido 
o Fezes amolecidas 
o Diarreia 
Cólon, reto e ânus 
Principais sintomas: dor, diarreia, obstipação, sangramento 
anal, prurido anal, distensão abdominal, vômitos e náuseas, 
anemia, emagrecimento; 
Dor 
o Dor abdominal ou perineal 
o Aguda ou crônica 
o Tenesmo: dor intensa em reto e períneo associado ao 
desejo de evacuar, com eliminação de pequena 
quantidade de fezes ou muco. Causas: doenças 
inflamatórias ou disenteria. 
o Dor abdominal (difusa-peritoneal/colite/obstipação 
ou localizada) 
Diarreia e disenteria 
Disenteria: diarreia com fezes mucossanguinolentas 
associado ao tenesmo no final da evacuação 
- diarreia alta (delgado) x diarreia baixa (cólon) 
Obstipação intestinal 
o Ausência de evacuação por mais de 48 horas 
o Avaliar características das fezes (ressecadas, em 
cíbalos, duras) 
Sangramento anal 
o Hematoquezia (sangue vivo) 
o Causa comum hemorróidas. Doença diverticular 
 
Sintomas associados 
Vômitos: podem ser fecalóides na presença de obstrução 
intestinal, presentes em associação com quadro de dor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Roteiro exame físico do abdome 
MÉDSSSSSSSSSSSSSSSICSEMIOLOE 
ECTOSCOPIA 
Fáceis: de sofrimento, pele e escleróticas amarelada. 
 Atitude: Posição antálgica (posição tomada espontaneamente 
pelo corpo ou uma das suas partes, de forma a atenuar a dor) 
no leito no andar encurvado. 
Gânglio de Virchow também chamado nódulo de Troisier. 
Atenção para o espaço (fossa) supra clavicular esquerdo. O 
linfonodo desta região recebe drenagem dos vasos linfáticos da 
cavidade abdominal. É um forte indicativo de câncer do 
abdômen, especificamente do câncer gástrico. 
 
INSPEÇÃO DO ABDÔMEN 
Registro de normalidade: 
 Inspeção: Abdômen plano, ausência de 
cicatrizes, abaulamentos, lesões da pele, 
cicatriz umbilical normo implatada, ausência 
de massas, pulsação visíveis, herniações na 
inspeção dinâmica. 
 Ausculta: Ruídos hidro aéreos positivos em 
todos os quadrantes, ausência de sopros. 
 Percussão: Macicez hepática/hepatimetria < 
12cm; espaço de traube livre, piparote 
negativo 
 Palpação: Superficial/profunda indolor, 
ausência de massas palpáveis, ausência do 
VCM e ausência de irritação peritoneal 
Tipos de abdome (avaliados na inspeção) 
 Plano – com tumorações visíveis (informar o local) 
 Simétrico - assimétrico 
 Escavado 
 Globoso 
 Em batráquio 
 Em avental 
 Gravídico – Globalmente proeminente 
 Distribuição dos pelos 
 Presença de cicatrizes (informar local) 
 Aranhas vasculares 
 Circulação colateral. 
 Equimoses: Mancha escura ou azulada devida a uma 
infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo 
 Sinal Cullen – Equimose peri-umbilicais (pancreatite 
aguda) 
 Sinal Grey–Tunner – Equimose nos flancos. 
 
 
HÉRNIAS: Fazer esforço ou ficar na posição ortostática 
(posição em pé) para melhor demonstração. 
MOVIMENTOS PERISTÁLTICOS – Observados no: 
 Epigástricos – Síndrome da estenose pilórica. Mais 
associado a vômitos. 
 Peri-umbilicais – Síndrome da obstrução intestinal. 
Mais associado à cólica abdominal. 
 
AUSCULTA ABDOMINAL 
 Ruídos hidroaéreos: 
- Ausentes. 
- Presentes: deprimidos; de timbre normal; 
exacerbados; metálico. 
 Atrito na loja hepática. 
 Sopro das estenoses arteriais. 
 
PERCUSSÃO 
 
- Delimitação de macicez hepática 
- exame do baço 
- pesquisa de ascite: 
o macicez móvel: o examinador vai percutir 
na linha média e identificar um som 
timpânico, vai percutindo da linha média para 
os flancos, se o paciente tiver ascite o som 
vai passar de timpânico para sub-maciço à 
maciço, como o examinador vai examinar 
isso: pede para o paciente ficar em decúbito 
lateral com a mão apoiada na cabeça e o 
liquido que tinha no flanco vai descer para o 
flanco contra lateral (então o som que era 
maciço vai passar a ser timpânico). 
o piparote: quando é positivo percebe ondas 
líquidas no abdome após percussão, pode 
pedir para o paciente colocar a mão na linha 
média do epigástrio e depois percutir, o 
examinador vai perceber ondas no flanco 
contra lateral 
o semicírculos de skoda: o examinador 
percute a linha média e vai descendo a 
percussão para as laterais, no local que ele 
percebe a mudança do som timpânico para 
som submaciço/maciço são normalmente 
em forma de círculo (identifica o 
tamanho/volume da ascite) 
o sinais do rechaço (não pesquisa 
necessariamente ascite): idêntica órgãos 
sólidos e massas abdominais. Palpa 
profundamente e solta (sem tirar a mão da 
parede abdominal), se sentir o órgão 
voltando, deu positivo. 
 Timpanismo: espaço de traube (fundo 
gástrico); obstrução intestinais 
 Macicez: hipocôndrio direito (nas 
dependências dos arcos costais); massas 
tumorais; bexiga repleta 
 Em pacientes com ascite: 
- piparote: onda líquida 
 
 Pesquisa de macicez móvel: sempre que 
houver macicez nos flancos 
 Pequenos volumes: sinal da poça: LAWSON E 
WEISSBEIN (+/- 120ml na cavidade) 
 
PALPAÇÃO GERAL 
 Superficial: 
- Indolor 
 - Doloroso em: Citar local 
 - Doloroso em todo o abdome. 
- Tumoração ou víscera palpável: informar contornos 
(regulares ou irregulares). 
 
 Profunda: 
- Indolor 
- Doloroso: Citar local 
- Tumoração ou víscera palpável. Informar contornos 
(regulares ou irregulares). 
ESPECÍFICA 
FÍGADO 
 Não palpável 
 Palpável 
- Distância do rebordo costal 
- Doloroso ou indolor. 
- Bordas rombas ou finas, superfície regular ou 
irregular, endurecida ou amolecida. 
Métodos de palpação 
 LEMOS-TORRES: Deve-se posicionar a mão direita à 
direita do abdome do paciente, lateralmente ao 
músculo reto, com as pontas dos dedos bem abaixo da 
borda inferior hepática. Nessa parte, deve-se fazer 
uma compressão suave para dentro e para fora, 
solicitar ao paciente que respire fundo, e na expiração 
deve sentir a borda do fígado, quando ela descer ao 
encontro dos dedos do médico (aprofundar a palpação 
da fase inspiratória). 
 MATHIEU (Em Garra): Nessa manobra, deve-se 
posicionar as duas mãos, lado a lado, do lado direito 
do abdome, logo abaixo da borda do fígado (Figura). 
Em seguida, faz-se uma pressão com os dedos, para 
dentro e para cima, em direção ao rebordo costal, e 
nesse momento solicita-se ao paciente que respire 
fundo. 
 BAÇO 
 Decúbito dorsal – bianual 
 Posição de SHUSTER. Decúbito lateral direito, Perna 
direita estirada, perna esquerda fletida e mão 
esquerda na nuca 
 
 Examinador do Lado direito: Mão esquerda no dorso e 
mão direita realizando a apalpação no abdômen. 
 Examinador do Lado esquerdo: Mão direita e esquerda 
em garra, realizando a apalpação no abdômen. 
 PÂNCREAS 
 Só palpável na presença de tumores e pseudocistos. 
Palpação de vísceras ocas e massas abdominais. Eventualmente 
se consegue palpar o ceco e o sigmoide, dependendo do 
abdome. Deve-se procurar massas palpáveis na topografia do 
tubo digestivo. 
 
Pontos dolorosos do abdômen 
 Ponto McBurney: É um ponto situado entre o umbigo e 
a espinha ilíaca ântero-superior. Quando o apêndice 
está inflamado, pode ser percebida uma sensibilidade 
no quadrante inferior direito, no ponto de McBurney. 
 
 Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pelo 
rebordo costal direito com a borda externa do 
músculo reto abdominal, na interseção da linha hemi 
clavicular com o rebordo costal direito. Deve ser 
palpado em busca do Sinal de Murphy que pode estar 
presente na colecistite aguda. 
 
 Ponto epigástrico: 
 Paraumbilical: 
 Supraespinoso: 
 
 
 Sinal de BLUMBERG – irritação peritoneal-parietal 
na fossa ilíaca direita: ponto de McBurney. Se tiver 
descompressão brusca dolorosa: apendicite aguda. 
Descompressão dolorosa – peritôneo-parietal, na 
fossailíaca esquerda: peridiverticulite (região do 
sigmoide). 
Irritação peritoneal em qualquer ponto do abdômen. 
 Sinal de MURPHY – irritação periotôneo-visceral da 
vesícula biliar – reflexo - contratura diafragma - para 
a respiração (ponto cístico). 
 Sinal de COURVOISIER – vesícula palpável e indolor, 
em pacientes com icterícia. 
 Sinal obturador: Para realizá-lo, com o paciente em 
decúbito dorsal, faz-se a flexão passiva da perna 
sobre a coxa e da coxa sobre a pelve, então procede-
se com uma rotação interna da coxa. É um 
dos sinais da apendicite 
 Sinal de psoas: decúbito dorsal, pede para o paciente 
elevar os MMII e oferece resistência. 
 
 Projeção dos órgãos intra-abdominais na parede 
 
 
Síndromes digestórias 
Síndrome dispéptica 
Definição: Desordem e alteração da sensibilidade da mucosa 
gástrica 
Dispepsia orgânica: 
 Anamnese: dor epigástrica em queimação, 
desconforto, indigestão, empachamento pós-prandial, 
saciedade precoce, náuseas, vômitos. 
 Exame físico: dor a palpação da região epigástrica, 
distensão (moderada) e timpanísmo 
 Dispepsia funcional: 
- Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) 
- úlcera 
- colecistopatias 
- parasitose intestinal 
Síndrome ulcerosa péptica 
Definição: úlcera péptica é uma lesão no revestimento do 
estômago, do duodeno, e parte final do estômago. 
Etiologia: infecção por Helicobacter pylori (HP), uso de 
antiiflamatórios, síndrome de Zollinger-Elisson, doença de Crohn 
e fatores de estresse. 
 Anamnese: dor em queimação na região epigástrica, 
ritimicidade e periodicidade, despertar noturno 
(clocking), eructação, náuseas e vômitos, perda de 
peso ou perda de apetite. 
 Hábitos: uso de AINEs, tabagismo. 
 Exame físico: pouco específico, dor à palpação no 
epigástrio, hipotensão e taquicardia, exame de sangue 
nas fezes positivo, melena (pode ter sido referido na 
anamnese). 
Síndromes hepatobiliar 
Hipertensão porta 
Definição: a hipertensão portal é definida como um aumento 
anormal da pressão sanguínea na veia porta (a veia de grande 
calibre que transporta o sangue do intestino ao fígado) e 
ramificações da mesma. 
Etiologia: Hepatopatias crônicas; história de infecção umbilical, 
perinatal ou sepses abdominal ou estados de 
hipercoagulabilidade; esquistossomose e cirrose hepática 
(causas mais comuns). 
 Anamnese: sinais e sintomas: varizes esofágicas, 
esplenomegalia, ascite, circulação colateral 
superficial. 
- hábitos de vida: uso de álcool 
- antecedentes pessoais: uso excessivo de álcool, de 
contato com portadores de vírus hepatite, 
antecedentes de hepatite e transfusão de sangue e/ou 
derivados. 
- procedência de locais considerados endêmicos para 
hepatite viral e de zona endêmica de esquistossomose 
- uso de drogas injetáveis endovenosas, uso de drogas 
hepatológicas. 
 Exame físico: nível de consciência: analisar se há 
encefalopatia hepática 
- hemorragia digestiva alta (colateral profunda) 
- circulação colateral abdominal (nem sempre 
presente) 
 Inspeção: 
- sinais de insuficiência hepática 
- hemorragia digestiva alta (colateral profunda) 
- aumento do volume abdominal (massas, 
visceromegalias, ascite) 
- aumento do volume abdominal (massas, 
visceromegalias, ascite) 
- presença de esplenomegalia 
 Palpação: 
- hepatomegalia 
- esplenomegalia 
 Percussão 
- macicez (ascite) 
 Ausculta 
- murmúrios nas regiões dilatadas 
 
Insuficiência hepática 
Definição: síndrome clínica decorrente do comprometimento 
das funções hepáticas. Pode ser aguda e crônica 
 Aguda 
Etiologia: hepatite por vírus, uso de medicamentos, doenças 
metabólicas e exposição a tóxicos e isquemia. 
Anamnese: 
- sinais e sintomas: inespecíficos como fadiga, náusea e astenia. 
- dor em quadrante abdominal superior direito 
- hipoglicemia, perda de peso e anorexia. 
- alterações comportamentais, sonolência e irritabilidade. 
- encefalopatia hepática 
- coagulopatias 
Exame físico: icterícia, hálito hepático, bradicardia, hipotensão, 
aumento da PIC, edema cerebral, flapping/asterixis, 
telangectasias/aranhas vasculares, edema, ascite. 
 Crônica 
Etiologia: alcoolismo, hepatite crônica, doenças autoimunes do 
fígado, distúrbios metabólicos, hipertensão portal, cirrose. 
Anamnese: 
- obesidade, genética, uso abusivo de álcool. 
- dispepsia 
- diminuição da libido 
- mudanças no ciclo menstrual 
Exame físico: icterícia, telangectasias, aranha vascular, eritema 
palmas, púrpura, prurido, leuconiquia e baqueteamento digital, 
ginecomastia, atrofia mamária, hepatomegalia, esplenomegalia. 
 
Ascite 
Definição: é o acumulo patológico de liquido livre na cavidade 
peritoneal 
Etiologia: hepática, cardiocirculatória, renal, inflamatória e 
neoplásica. 
Abdome agudo (tratamento imediato) 
o Dor abdominal 
o Alteração da peristalse 
o Sensibilidade á palpação 
o Rigidez muscular 
 
Manifestações clínicas 
o Dor abdominal aguda 
o Diminuição do peristaltismo 
o Parada da eliminação de fezes e gazes 
o Distensão abdominal 
o Hipersensibilidade da parede abdominal 
o Rigidez da musculatura da parede abdominal 
o Anorexia, náuseas e vômitos. 
o Taquicardia e hipotensão: sinais de gravidade 
Uma das etiologias: Apendicite aguda – pode ser acompanhada 
de febre não muito alta 
Tratamento 
o Estabilização clínica: acesso venoso, administração de 
soluções cristaloides por via intravenosa, uso de 
antibióticos (se necessário) e analgésicos. 
o Tratamento cirúrgico (laparotomia) na maioria dos 
casos 
o Tratamento clínico: em algumas situações 
(diverticulite ou pancreatite aguda não complicada) 
Diarreia 
o Aumento da frequência de evacuações por dia (mais 
de três por dia) e do teor de líquido das fezes 
(amolecidas ou aquosas) 
Classificação 
o Agudas: 
- infecciosas 
 
- não infecciosas: pode ter como causas: uso de 
laxativos, medicamentos, nutrição enteral, 
radioterapia e quimioterapia, exercícios vigorosos e 
piscogênica. Manifestações clínicas: início súbito 
com três ou mais evacuações por dia, fezes moles e 
líquidas (podendo conter muco ou sangue), restos 
alimentares nas fezes, cólicas intestinais (dor mais 
presente no lado esquerdo), distensão abdominal, 
anorexia, mal-estar, desidratação. 
o Crônicas: mais de quatro semanas 
- causas: 
- parasitoses intestinais 
- cólon irritável 
- colite pseudomembranosa 
- câncer do cólon 
- doença de crohn 
- síndrome de má absorção 
- aids 
- diabetes 
- alergia alimentar 
- intolerância a lactose 
- uso abusivo de laxativos 
- síndrome de xollinger-ellison 
- cirurgia gástrica 
- ressecção ileal 
- medicamentos 
Manifestações clínicas: início gradativo, 3 a 5 
evacuações por dia, fezes pastosas; urgência para 
defecar; cólicas abdominais em abdome inferior, antes 
e no decorrer da defecação, perda de peso e depleção 
de líquidos e eletrólitos. 
Tratamento da diarreia 
o Diante de um paciente com diarreia, responder três 
perguntas: trata-se de diarreia aguda ou crônica? É 
infecciosa ou não infecciosa? Há manifestações 
clínicas indicativas de uma condição específica? 
o Na diarreia aguda, infecciosa ou não infecciosa, a 
reposição de líquidos e eletrólitos pode ser mais 
importante que o tratamento específico, 
principalmente na desidratação grave (risco de vida 
em crianças e adultos). 
o Diarreia crônica pode exigir detalhada investigação 
diagnóstica para definir a causa a partir da qual se 
institui terapêutica específica (síndrome de má 
absorção, intolerância a lactose, colite 
pseudomembranosa e medicamentosa). 
 
Hemorragia digestiva 
 
o Alta: hematêmese: lesões entre esôfago e a transição 
duodenojujenal (ângulo de treitz) 
- manifestações clínicas: hematêmese (vômito com 
sangue vermelho-vivo ou em “borra de café”); melena 
(fezes pretas, líquidas ou pastosa e de odor 
desagradável) e enterorragia (sangue vermelho-vivo 
nas fezes presentesem hemorragias volumosas). 
 
o Baixa: parte inferior do intestino (hematoquezia); 
lesões entre a transição duodenojujenal (ângulo de 
Treitz) e o canal anal. 
 
- manifestações clínicas: enterorragia (sangue 
vermelho-vivo nas fezes presentes em hemorragias 
volumosas), hematoquezia (sangue vermelho-vivo nas 
fezes em pequena quantidade). 
Observação: hemoptise – sangue proveniente do pulmão 
 
Tratamento 
o Depende da causa, da intensidade e da localização do 
sangramento. 
o Tratamento conservador 
- condutas endoscópicas 
- condutas por arteriografia 
o Tratamento cirúrgico 
 
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