Buscar

Semiologia II - síndromes clínicas digestório (resumo)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
SÍNDROMES CLÍNICAS DO APARELHO DIGESTÓRIO 
ESÔFAGO 
DISFAGIA 
• Dificuldade para deglutir; 
• Pode ser de dois tipos: 
o Orofaríngea: dificuldade em iniciar a deglutição (disfagia de transferência); 
relatam alimento parado na região cervical ou garganta; principais sintomas 
associados são tosse, sufocamento e regurgitação nasal; normalmente 
associada a distúrbios do SNC; 
o Esofageana: sensação de alimento parado no esôfago – alguns instantes após a 
deglutição (disfagia de condução); pode ser dividida em: 
▪ Progressiva: início recente, inicia com alimentos sólidos e evolui para 
líquidos, principais causas são neoplasia de esôfago e doença péptica; 
▪ Intermitente: tanto para sólidos quanto para líquidos, principais causas 
são doenças motoras. 
ODINOFAGIA 
• Dor ao deglutir, associada normalmente à disfagia. 
DOR RETROESTERNAL ESOFAGEANA 
• Pode acontecer em pacientes com refluxo ou outras desordens motoras do esôfago, 
como o espasmo esofageano difuso; 
• Diagnóstico diferencial com angina pectoris; 
• Normalmente possui relação com alimentação e ocorre logo após esta; sem relação com 
esforço; melhora com antiácidos e vasodilatador (em caso de espasmo esofageano 
difuso); sem associação com dispneia e sudorese fria. 
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO 
• Sintomas típicos: pirose, regurgitação e dor retroesternal. Normalmente os sintomas 
são pós-prandiais e noturnos; 
• Sintomas atípicos: tosse crônica, sibilância e globus faríngeo (“bola na garganta”); 
• A disfagia pode estar presente em casos de maior complicação; 
• Sinais de alarme: > 40 anos; sangramento gastrointestinal; anemia ferropriva; anorexia; 
perda de peso; disfagia; vômitos persistentes; histórico familiar de 1° grau. 
NEOPLASIA 
• Disfagia progressiva; 
• Náusea e vômitos; 
• Regurgitação; 
• Halitose; 
• Emagrecimento; 
• Anemia. 
ACALÁSIA/MEGAESÔFAGO 
 
 
 2 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
• Disfagia intermitente; 
• Perda de peso mais lenta; 
• Odinofagia; 
• Pirose; 
• Regurgitação; 
• Náuseas. 
ESTÔMAGO E DUODENO 
SÍNDROME DISPÉPTICA (DISPEPSIA) 
• Quadro de dor/desconforto epigástrico, muitas vezes do tipo queimação; 
• Pode estar associada a náuseas e vômitos; 
• Paciente relata saciedade precoce e plenitude pós-prandial; 
• Sinais de alarme: > 45-50 anos; sangramento; anemia ferropriva; anorexia; perda de 
peso; disfagia/odinofagia; vômitos persistentes e histórico familiar de 1° grau; 
• Possui uma extensa lista de diagnósticos diferenciais; 
• Principais causas: úlcera péptica, DRGE, dispepsia após uso de AINE, neoplasia gástrica. 
DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA 
• Úlcera duodenal não complicada: dor epigástrica que melhora com a ingestão de 
alimentos, paciente pode apresentar despertar noturno e o quadro ocorre com 
periodicidade (os sintomas vem e vão); 
• Úlcera gástrica: dor epigástrica que piora com alimento. 
NEOPLASIA GÁSTRICA 
• Quadro clínico variável; 
• Sinais de alarme: sintomas dispépticos; saciedade precoce, náusea e vômitos 
persistentes. 
INTESTINO DELGADO E GROSSO 
DIARREIA 
• Aumento na frequência das evacuações e/ou diminuição da consistência das fezes (tipo 
6 ou 7 na escala de Bristol); 
• Fezes contém volume de água maior que o normal ou peso total > 200g (24h); 
• Pode ser classificada de acordo com a duração em: 
o Aguda: < 14 dias; 
o Persistente: 14 a 30 dias; 
o Crônica: > 30 dias. 
• Principais mecanismos da diarreia: 
o Diarreia osmótica: o conteúdo intraluminal não absorvível promove um 
aumento da pressão osmótica, estimulando o influxo de água para a luz do 
intestino. É comum nas síndromes absortivas como a intolerância à lactose e 
doença celíaca; 
LEMBRAR: ritmo intestinal normal - 3 evacuações por dia até 3 vezes por semana (1 
evacuação a cada 1 a 2 dias, ou seja, intervalos de 8 a 48 h). 
 
 
 
 3 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
o Diarreia secretora: bactérias que secretam enterotoxinas promovem a secreção 
ativa de água e eletrólitos, gerando um quadro de diarreia; 
o Diarreia exsudativa: ocorre uma inflamação importante da mucosa com grande 
exsudato inflamatório. Comum em doença inflamatória intestinal ou linfomas 
difusos de intestino delgado; 
o Diarreia motora: presente em pacientes com quadros funcionais (diarreia 
funcional) ou hipertireoidismo. 
• Anamnese diarreia: início e duração; frequência de evacuações/dia; episódios noturnos 
(presente em quadros orgânicos, como doença inflamatória intestinal); volume (diarreia 
muito volumosa e com menor número de episódios ao dia é dita como alta e diarreia 
em menor quantidade mas com muitos episódios durante o dia é dita baixa - ocorre em 
cólon, principalmente sigmoide, e reto - e é mais irritativa, associada à evacuação 
incompleta e tenesmo); características das fezes (consistência - líquida ou pastosa; odor; 
aspecto; presença de pus, muco ou sangue (diarreia invasiva, doença inflamatória 
intestinal); presença de gorduras e restos alimentares; 
• Sintomas associados: dor abdominal, náusea, vômitos, emagrecimento, sensação de 
evacuação incompleta, incontinência fecal, febre, artralgia e tenesmo (sensação de dor 
em reto ou períneo acompanhada de desejo imperioso de evacuar); 
• Outros dados importantes: história alimentar, viagens recentes (diarreia do viajante) e 
uso de antimicrobianos (colite pseudomembranosa); 
- DIARREIA AGUDA: a presença de produtos patológicos (muco, pus e sangue) nas fezes é 
indicativo de disenteria ou diarreia invasiva. Apresentam um quadro de maior repercussão 
sistêmica: febre, taquicardia, desidratação, dor abdominal e tenesmo; 
- DIARREIA CRÔNICA: apresenta uma lista de diagnósticos diferenciais, sendo os mais 
prevalentes a síndrome do intestino irritável e doença inflamatória intestinal. A diarreia crônica 
também pode apresentar uma origem disabsortiva, como em casos de intolerância à lactose, 
doença celíaca, pancreatite crônica e supercrescimento bacteriano. As outras causas de diarreia 
crônica incluem: DM, hipertireoidismo, medicamentos, laxativos, parasitoses intestinais, 
neoplasias e pós-colecistectomia. 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL 
• Frequência reduzida e consistência aumentada nas evacuações (tipo 1 ou 2 na escala de 
Bristol); 
• Sinais de alarme: sangramento, mudança no formato, dor abdominal ou anal e mudança 
no ritmo intestinal; 
• Causas mecânicas: obstrução por neoplasias, dieta pobre em fibras e baixa ingesta 
hídrica; 
 
 
 4 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
• Causas farmacológicas: uso de antidepressivos, anti-ácidos, analgésicos, 
anticonvulsivantes e opioides; 
• Causas endócrinas/metabólicas: hipotireoidismo, diabetes e gravidez; 
• Outras causas (neurogênicas): Doença de Chagas, esclerodermia e traumatismo 
raquimedular. 
HEMORRAGIA DIGESTIVA 
• De acordo com a localização anatômica pode ser: 
o Alta: acima do ângulo de Treitz (junção duodenojejunal); 
o Média: ângulo de Treitz até válvula ileocecal; 
o Baixa: válvula ileocecal até borda anal. 
- Hemorragia digestiva alta: 
• Incidência 65/100000 – mais comum que a baixa; 
• Mais frequente em homens; 
• Internação mais comum quando comparada à baixa (6x mais); 
• Principais sintomas: hematêmese e melena; 
• Anamnese: característica do vômito e quantidade; episódios prévios de hemorragia 
digestiva alta; estigmas periféricos de hepatopatia; uso de AINE/ doença péptica; 
cirurgias prévias; perda de peso; disfagia e dor abdominal; 
• Repercussão hemodinâmica no exame físico: a perda de sangue desencadeia 
taquicardia, hipotensão, hipotensão postural e síncope; 
• Principais etiologias: úlcera gastroduodenal, gastrite/duodenite erosiva intensa, 
esofagite erosiva intensa, varizes esofágicas, gastropatia hipertensiva portal, 
angiectasia, síndrome de Mallory-Weiss, lesões neoplásicas e não identificada (10-15%). 
- Hemorragia digestiva baixa: 
• É marcada pela enterorragia/hematoquezia: eliminação de sangue vermelho vivo peloânus (fezes misturadas com sangue vivo); 
• 30-40% dos casos de sangramento gastrointestinal; 
• Anamnese: sintomas gastrointestinais altos; hemorragia digestiva pregressa; cirurgia 
abdominal ou vascular; doença ulcerosa péptica; doença inflamatória intestinal; 
radioterapia abdominal / pélvica anterior; medicações: AINE, anticoagulantes, 
antiplaquetários; 
• Exame físico: sinais vitais (alterações posturais); ausculta cardiopulmonar; exame 
abdominal; inspeção anal e toque retal; palidez cutâneo-mucosa; taquicardia; 
hipotensão / hipotensão postural; taquipneia; lipotimia / síncope; 
• Em casos de pacientes com alteração do hábito intestinal, anemia ferropriva e perda de 
peso, o diagnóstico provável é de neoplasia colorretal; 
• Já casos de dor abdominal acompanhada de diarreia indicam colite infecciosa, isquêmica 
ou inflamatória. 
FÍGADO 
ICTERÍCIA 
• Coloração amarelada de pele, conjuntivas e mucosas - deposição tecidual disseminada 
por pigmentos biliares; 
 
 
 5 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
• Diagnóstico diferencial: 
o Negros: conjuntivas normalmente mais amareladas (frênulo lingual não); 
o Carotenemia: apenas pele/palmas, poupa conjuntivas. 
• Exame físico: luz natural, graduação de + a 4+. 
o +: somente conjuntivas; 
o ++: conjuntiva e frênulo; 
o +++: conjuntiva, frênulo e pele; 
o ++++: intensa. 
• A bilirrubina origina-se da degradação do heme. Esta bilirrubina inicialmente formada é 
hidrofóbica, e para circular no plasma ela precisa se ligar à albumina, formando a 
bilirrubina indireta. Essa bilirrubina indireta que circula no plasma junto com a albumina 
chega nos hepatócitos, onde sofre ação da enzima glicuronil transferase, sendo 
conjugada para sua forma hidrofílica para poder ser excretada, agora como bilirrubina 
conjugada ou direta; 
• A bilirrubina conjugada excretada nos hepatócitos desce pelos ductos biliares e ductos 
hepáticos, chegando ao ducto cístico e sendo armazenada na vesícula. Quando há a 
alimentação, especialmente mais gordurosa, ocorre um estímulo para produção de 
colecistoquinina, que estimula a contração da vesícula e saída da bilirrubina pelo 
colédoco, passando pela papila duodenal e chegando ao intestino; 
• Quando a bilirrubina chega no intestino, 85% é excretada junto com as fezes, conferindo 
o tom acastanhado característico. Os outros 15% são reabsorvidos pela circulação 
entero-hepática, voltando para o fígado para ser novamente excretado pela bile ou 
passa pelo rim para ser eliminado pela urina; 
• Assim, a icterícia pode ser dividida em dois grandes grupos de acordo com a sua causa: 
o Aumento da produção de bilirrubina: ocorre em casos de doenças 
hematológicas, como anemias hemolíticas. Além da icterícia, o paciente 
apresenta sinais e sintomas de anemia (hipocorado, taquicardia, palpitação, 
dispneia aos esforços, astenia). Nesses casos, o aumento da produção é de 
bilirrubina indireta, que é hidrofóbica. Com isso, essa bilirrubina não será 
eliminada pela urina, ou seja, será um caso de icterícia sem colúria; 
o Redução na eliminação hepatobiliar da bilirrubina: pode ocorrer por doença 
hepática, como a hepatite ou a cirrose. Pacientes que possuem como causa uma 
doença hepática, como uma hepatite viral, também costumam apresentar 
sintomas gerais (febre, náuseas, vômitos, diarreia). Pacientes que tem icterícia 
causada por cirrose também relatam sinais e sintomas de síndrome da 
insuficiência hepática e da hipertensão portal. Também pode ocorrer por 
obstrução na via de saída, na região das vias biliares e do colédoco. Essa 
obstrução pode ser benigna (por um cálculo) ou maligna (por um tumor de 
cabeça de pâncreas, por exemplo). Comumente está associada a hipocolia fecal, 
já que a obstrução impede a bilirrubina de corar as fezes. Há prurido por 
impregnação de sais biliares na pele. Também há relato de dor abdominal 
importante em função da dilatação causada pela obstrução e pelas contrações 
para eliminação da bile. Em casos de neoplasias malignas, os pacientes também 
cursam com emagrecimento. 
• Características semiológicas: tempo de duração e evolução; sinais e sintomas associados 
(cor da urina e das fezes: colúria e hipocolia fecal; prurido; dor abdominal; vômitos; 
 
 
 6 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
emagrecimento; febre; anemia; sinais de insuficiência hepática / hipertensão portal; 
contato com portadores de hepatites virais; uso de medicamentos. 
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA 
• Na inspeção, veremos estigmas de hepatopatia crônica: 
o Características relacionadas ao hiperestrogenismo, mais visíveis em homens 
(uma das funções do fígado é a metabolização de hormônios, como sua ação 
está insuficiente, haverá um aumento do estrogênio): ginecomastia, rarefação 
de pelos e atrofia testicular; 
o Aranhas vasculares (spiders) e telangiectasias; 
o Eritema palmar; 
o Icterícia; 
o Sinais de encefalopatia hepática: o fígado metaboliza substâncias tóxicas, com 
a sua função insuficiente a amônia que chega do intestino passa a não ser 
metabolizada, levando ao excesso de amônia no SNC e, consequentemente, à 
encefalopatia hepática - quadro marcado por sonolência e confusão mental 
relacionados com hepatopatia crônica. Além disso, pode apresentar flapping 
(asterix), lentificação, disartria, ataxia, tremor, hipomimia, rigidez e hipertonia, 
hiperreflexia e apraxia de construção. 
HIPERTENSÃO PORTAL 
• Um fígado doente, com obstrução do fluxo sanguíneo que vem da veia porta, aumenta 
a pressão nesta e de todas as estruturas que a originam (veias mesentéricas, veia 
esplênica e veia coronária - gástrica esquerda); 
• Manifestações: 
o O aumento da pressão na veia esplênica ocasiona uma esplenomegalia 
congestiva, tornando o baço palpável ao exame físico - percussão do espaço de 
Traube ocupado e baço palpável; 
o O sangue que tem seu trajeto normal obstruído é recanalizado, dando origem a 
circulação colateral do tipo portal (cabeça de medusa) - percebida na inspeção; 
o O aumento de pressão nas veias coronárias forma varizes esofagogástricas, 
detectadas pela endoscopia, que podem romper e sangrar, causando melena 
ou hematêmese (são assintomáticas até o sangramento); 
o No exame físico observa-se ascite também. Na inspeção: abdome globoso ou 
em ventre de batráquio. Na percussão: sinal de piparote ou manobra de rechaço 
em ascite de grande volume / macicez móvel e semicírculos de Skoda em ascite 
de médio volume / sinal da poça em ascite de pequeno volume. 
CIRROSE HEPÁTICA 
• Substituição progressiva do parênquima hepático por fibrose, com formação de nódulos 
e desarranjo da arquitetura habitual, consequente de agressão crônica aos hepatócitos 
por alguma inflamação; 
• Processo irreversível; 
• Para o diagnóstico de cirrose, existe um conjunto de sinais e sintomas de insuficiência 
hepática (causado pela doença no parênquima, que gera hepatócitos não-funcionantes) 
e hipertensão portal (o aumento da resistência do fluxo intra-hepático, devido à fibrose, 
leva ao aumento da pressão na veia porta); 
 
 
 7 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
• Na anamnese: descompensações hepáticas atuais ou prévias (ascite, hemorragia 
digestiva alta, icterícia, encefalopatia); comorbidades; cirurgias; transfusão sanguínea 
(ano); medicamentos e suplementos; álcool (tempo e quantidade - 5-10 anos; ≥ 40g/dia 
em homens; ≥ 20g/dia em mulheres.); uso de drogas endovenosas; promiscuidade 
sexual; contato com hepatopatias; tatuagens, piercings; história familiar de 
hepatopatias; 
• Palpação do fígado: 
o Dimensões: aumentado ou diminuído; 
o Espessura da borda: romba; 
o Superfície: irregular, difusamente; 
o Consistência: aumentada; 
o Sensibilidade: indolor. 
• IMPORTANTE: são sinais de cirrose por etiologia alcoólica a contratura palmar de 
Dupuytren e hipertrofia de parótidas. 
 
DOR ABDOMINAL 
• Tipos de dor: 
o Somática parietal: relacionada ao peritônio parietal (peritonite) – mais aguda, 
intensae bem localizada; 
o Visceral: causada por contração ou distensão de víscera – vaga, em cólica e mal 
localizada; pode associar-se: palidez, sudorese, náuseas e vômitos; 
o Reflexa ou referida: sentida em áreas distantes ao órgão doente – neurônios 
aferentes viscerais e somáticos de diferentes regiões convergem no mesmo 
segmento da medula. 
• Características semiológicas: LIQFREMID (localização; irradiação; qualidade; fator de 
melhora e piora; relação com as funções orgânicas; evolução; manifestações 
concomitantes; intensidade; duração). 
VESÍCULA E VIAS BILIARES 
LITÍASE BILIAR 
• É o cálculo da vesícula biliar, que pode ser assintomático em 80% dos casos e 
sintomático nos outros 20%; 
• Principais manifestações: cólica biliar; colecistite aguda; coledocolitíase; colangite; 
pancreatite aguda biliar; outras: síndrome de Mirizzi e íleo biliar; 
• Fatores de risco: sexo feminino (3:1) - mulheres entre 20-55 anos: 5-20%; > 50 anos: 25-
30%; idade (pico aos 50 anos); fatores genéticos (parentes de 1O grau = 4,5x mais 
 
 
 8 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
chance); etnia (caucasianos e hispânicos); obesidade / DM / síndrome metabólica / 
dislipidemia; atividade física reduzida; rápida perda de peso; nutrição parenteral total, 
dieta, cirrose, doença de Crohn; drogas (ceftriaxona, octreotide, diuréticos tiazídicos). 
Cólica biliar 
• Causada pela obstrução transitória do ducto cístico por cálculo, que estimula a vesícula 
a se contrair para tentar eliminá-lo, causando a dor; 
• Dor no QSD ou epigástrio; início súbito; forte intensidade; autolimitada, com duração > 
4 h (geralmente dura 1 h); 
• O quadro clássico ocorre pós-prandial (gordurosa); 
• Sintomas associados: náuseas e vômitos; 
• Tende a ter recorrências; 
• Exame físico: normal ou doloroso à palpação. 
Colecistite aguda 
• Obstrução persistente do ducto cístico por cálculo, que leva à inflamação da vesícula; 
• Dor da cólica biliar; contínua - sintomas duram > 4 horas; pode irradiar para dorso e 
ombro D (n. frênico); com febre; 
• Sinal de Murphy: parada da inspiração devido à dor durante a compressão do ponto 
cístico (situa-se no ângulo formado pelo rebordo costal direito e a borda externa do 
músculo reto abdominal). 
Coledocolitíase 
• Migração do cálculo para o colédoco → cólica biliar + icterícia obstrutiva. 
Colangite 
• Pode ser uma complicação da coledocolitíase: infecção bacteriana da via biliar principal 
secundária à estase obstrutiva; 
• Tríade de Charcot: icterícia; dor em hipocôndrio direito; febre com calafrios; 
• Pêntade de Reynolds: icterícia; dor em HD; febre com calafrios; rebaixamento do nível 
de consciência e choque. 
NEOPLASIAS PERIAMPULARES 
• Neoplasia da cabeça do pâncreas (mais comum); 
• Colangiocarcinoma distal; 
• Carcinoma da ampola de Vater; 
• Carcinoma periampular do duodeno; 
• Mais comum em > 50 anos; 
• Emagrecimento, icterícia obstrutiva, prurido e dor abdominal (costuma ser mais 
crônica); 
• Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável e indolor; 
• Sinal de Sister Mary-Joseph: linfonodo umbilical metastático (neo intra-abdominal). 
PÂNCREAS 
PANCREATITE AGUDA 
 
 
 9 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
• Dor em faixa no andar superior do abdome; irradiação para o dorso; forte intensidade; 
lancinante; contínua; piora com a alimentação; associada a náuseas, vômitos e febre; 
alivia com a inclinação do tronco para frente (posição antálgica: genupeitoral ou cócoras 
em decúbito lateral); 
• Etiologias: hipertrigliceridemia, medicamentos, biliar e álcool; 
• Exame físico: sinais de resposta inflamatória sistêmica (taquicardia, taquipneia, febre, 
redução dos ruídos hidroaéreos, sensibilidade epigástrica); 
• Pode levar a uma necrose hemorrágica do pâncreas - hemorragia retroperitoneal. 
o Sinal de Grey-Turner: equimoses dos flancos; 
o Sinal de Cullen: equimose periumbilical. 
PANCREATITE CRÔNICA 
• Tríade clínica: 
o Dor em abdome superior: crônica e intermitente (sintoma mais precoce); 
o Esteatorreia: fezes volumosas, amareladas ou acinzentadas, fétidas (menos 
lipase → menos absorção de gordura); 
o Emagrecimento: síndrome da má-absorção. 
• Pode originar uma DM, devido à insuficiência endócrina do pâncreas; 
• Maior prevalência em homens; 
• Etiologia: alcóolica (maioria), auto-imune, hipercalcemia. 
VIAS URINÁRIAS 
CÓLICA NEFRÉTICA 
• Obstrução do trato urinário alto → súbita dilatação da pelve renal e/ou ureter; 
• Dor em cólica; forte intensidade; início em lombar ou flanco e irradia para quadrante 
inferior do abdome do mesmo lado; irradiação inguinal (testículos ou grandes lábios); 
duração horas a dias, pode desaparecer subitamente (desobstrução); fatores 
atenuantes: analgésicos e antiespasmódicos; 
• Sinais e sintomas associados: hematúria, inquietude, sudorese, náuseas e vômitos; 
• Sinal de Giordano positivo - caso o paciente tenha uma distensão da cápsula renal por 
obstrução ou infecção (inflamação - pielonefrite aguda), ele irá se deslocar para frente 
relatando muita dor. 
PIELONEFRITE 
• Inflamação nos rins, mais comum no sexo feminino; 
• Dor lombar uni/bilateral com irradiação +/- para abdome inferior; 
• Associada a sinais de infecção (febre alta e calafrios); sinais de toxemia; náuseas e 
vômitos; hematúria, piúria; sinais de infecção urinária baixa (disúria, polaciúria e 
urgência); 
• Sinal de Giordano positivo. 
ABDOME AGUDO 
 
 
 10 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
 
ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO 
• Dor abdominal contínua, subaguda (horas a dias); 
• Febre / calafrios; sinais de sepse; náuseas e vômitos; 
• Posição antálgica com fácies de dor; 
• Queda do estado geral; 
• Exame físico: 
o Ruídos hidroaéreos diminuídos → Íleo paralítico (silêncio abdominal); 
o Descompressão brusca dolorosa → Blumberg +; 
o Defesa abdominal: “abdome em tábua”. 
• Apendicite: 
o Causa mais comum; 
o Sintomas prodrômicos: anorexia, náuseas e dor vaga periumbilical (dor 
referida); 
o Em poucas horas migra para o quadrante inferior direito e evolui com 
peritonite; 
o Febre, taquicardia e taquipneia; 
o Blumberg + no Ponto Apendicular (Ponto de McBurney – situa-se na 
extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca anterossuperior 
ao umbigo); 
o Sinal de Lenander: temperatura retal > temperatura axilar em 1°C; 
o Sinal do psoas: dor em quadrante inferior direito com extensão passiva da coxa 
direita, com paciente em decúbito lateral esquerdo, ou flexão ativa da coxa 
direita contra resistência; 
o Sinal de Rovsing: palpação do quadrante inferior esquerdo em direção ao 
quadrante inferior direito → deslocamento dos gases → dor no quadrante 
inferior direito; 
o Sinal do obturador: rotação interna passiva da coxa direita fletida, decúbito 
dorsal → dor no hipogástrio. 
• Diverticulite: 
o Mais comum em > 50 anos; 
o Dor em quadrante inferior esquerdo, contínua ou intermitente; 
o Hiporexia, náuseas, vômitos, alterações do hábito intestinal; 
o Febre, taquicardia e taquipneia. 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 
• Dor abdominal progressiva, em cólica e difusa; 
• Caso a obstrução seja completa, há interrupção na eliminação de fezes e gases; 
 
 
 11 
 
Semiologia II LARISSA STORK 
• Náuseas e vômitos (vômitos biliosos: obstrução alta / vômitos fétidos: obstrução mais 
distal); 
• Exame físico: 
o Febre, taquicardia; 
o Distensão abdominal; 
o Peristalse de luta; 
o Ruídos hidroaéreos aumentados; 
o Palpação dolorosa. 
ABDOME AGUDO PERFURATIVO 
• Dor abdominal súbita, de forte intensidade; 
• Náuseas e vômitos; 
• Pneumoperitônio; 
• Exame físico: 
o Abdome em tábua; 
o Sinal de Jobert: na percussão do hipocôndrio direito há macicez hepática, que 
evolui para timpanismo (presença de ar); 
• Causas: úlcera ou neoplasias perfuradas, complicação de procedimentos ou cirurgias, 
ingestão de corpo estranho, traumas, evolução de outros tipos de abdome agudo 
(inflamatório, obstrutivo, entre outros). 
ABDOMEAGUDO VASCULAR 
• Isquemia mesentérica aguda; 
• Fatores de risco: > 50 anos; doença cardíaca, trombofilias, vasculites, choque; drogas 
vasoativas; 
• Dor abdominal aguda, súbita e de forte intensidade; 
• Distensão abdominal; 
• Náuseas e vômitos; 
• Hemorragia digestiva; 
• Exame abdominal normal ou pouco alterado. 
ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO 
• Dor abdominal de início súbito; 
• Sinais de anemia: palidez, astenia; 
• Sinais de choque hemorrágico: rebaixamento de nível de consciência; taquicardia, 
taquipneia; hipotensão arterial, pulsos finos; má perfusão tecidual; oligoanúria; 
• Causas: gravidez tubária rôta, traumas.

Outros materiais