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UROLOGIA – DOENÇAS DA PRÓSTATA LARA DAYANE DE MEDEIROS LEITE – P 7 UROLOGIA – DOENÇAS DA PRÓSTATA INTRODUÇÃO - PRÓSTATA Tamanho normal: 30g; Anatomia Mc Neal: Zona de transição (mais interna): doenças benignas; Zona central; Zona periférica: 80 a 90% das doenças malignas, onde faz o toque; Zona de estroma fibroso. Função: Produz o líquido seminal PSA: glicoproteína, sua função é evitar que coalesça o líquido seminal; Fração total e livre (+ alterada em doenças benignas; fração menor = doenças malignas). Principais patologias: Hiperplasia prostática benigna (HPB) (+ comum em idosos); Câncer prostático (+ comum em idosos); Prostatites (+ comum em jovens). Semiologia: Dor; Característica da urina; Volume urinário; Característica do jato urinário: Sintomas obstrutivos; Sintomas irritativos. Sintomas (LUTS): Obstrutivos (esvaziamento) Irritativos (armazenamento) Sensação de esvaziamento incompleto Polaciúria (2 horas) Hesitação Urgência Jato de urina fraco Nictúria Esforço miccional Dor supra púbica Gotejamento terminal Incontinência paradoxal Dupla micção OBS.: Escore internacional de sintomas prostáticos (IPSS): quantifica a presença dos sintomas e a intensidade. Leve: 1 – 7 pontos; Moderado: 8 – 19 pontos; Severo: 20 – 35 pontos. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA Conceito: doença benigna da próstata, adenocarcinoma e adenoma, aumenta o tamanho da próstata. Acomete homens mais velhos, tem influência hereditária. QC: LUTS; Diagnóstico: IPSS; Toque retal (ver tamanho da próstata - + importante, consistência, sensibilidade e nódulos); Quadro clínico (fluxo urinário); Laboratorial: PSA total e livre: Ajuste para idade: 40 – 49 anos: 2,5ng/mL; 50 – 59 anos: 3,5ng/mL; 60 – 69 anos: 4,5ng/mL; > 70 anos: < 6,5ng/mL Velocidade de ↑ do PSA: ritmo anual maior que 0,75ng/mL é sugestivo de neoplasia; Densidade do PSA: níveis acima de 0,15ng/mL sugerem neoplasia; Relação PSA total/livre (+ usada): casos de neoplasia, a relação livre/total tende a cair (níveis abaixo de 15 a 20%). Imagem e estudo urodinâmico: USG da próstata transabdominal (+ usado) e transretal. Complicações: globo vesical palpável. TCNS Tratamento: Clínico: α-bloqueadores: atuam na musculatura lisa presente no estroma causando um Benigna: fração livre maior UROLOGIA – DOENÇAS DA PRÓSTATA LARA DAYANE DE MEDEIROS LEITE – P 7 UROLOGIA – DOENÇAS DA PRÓSTATA relaxamento e diminuindo a pressão intra-uretral. Receptores α1: seletivas (terazosina, doxazosina e alfuzosina); Receptores α1A: em cerca de 98% da próstata (tansulosina - + caro). Efeitos colaterais: hipotensão. Inibidores da 5- α-redutase (finasterida e dutasterida): atuam pela diminuição da DHT no tecido prostático através inibição da enzima que converte, no tecido periférico, testosterona em DHT. Atuam principalmente no tecido epitelial prostático e são mais efetivos em próstatas com maior volume 50g Efeitos colaterais: redução da libido e ginecomastia; Reduz o PSA em 30 a 50%; Associação: antimuscarínico. Cirúrgico: sintomas moderados a severos ou com falha no tto clínico: Retenção urinária aguda; Infecção urinária de repetição; Litíase e divertículos vesicais; Resíduo urinário significativo; Fluxo urinário reduzido. Tto cirúrgico endoscópico (+ importante): ressecção transuretral da próstata (antigo). Ressecção transuretral da próstata bipolar e plasmavaporização (novo). Stent; Termoterapia (TUNA); Laser; Aberto: técnicas de Millin (retropúbica) e Freyer (PTV- suprapúbica). CÂNCER DE PRÓSTATA Conceito: doença maligna mais comum em idosos. Histologia: 95% é adenocarcinoma, tecido epitelial glandular. Classificação de Gleason: grau 1 a grau 5, vai somando os 2 mais comuns. OBS.: quanto mais indiferenciado, pior, + agressivo. FR: multifatorial, hereditário (pai ou irmão), racial (negros 2:1 brancos), dieta rica em gordura, idade (+ importante). QC: Local: Assintomático e exame físico pode apresentar nódulo ao toque retal; Rastreamento (screening); Protocolos diagnósticos precoce com Toque e PSA a partir de 50 anos; Invasão localmente avançado: Sintomas obstrutivos e irritativos, hematúria, hemospermia, múltiplos nódulos e alteração da anatomia prostática; Tumor avançado; Sintomas decorrentes das metástases (dor óssea e compressão vertebral). Diagnóstico: Quadro clínico; Toque retal: presença de áreas endurecidas (zona periférica); PSA; Biópsia prostática guiada pela ultrassom transrretal; TC/RM: estadiamento; Cintilografia óssea: estadiamento. Tratamento: Idade; Expectativa de vida; Gleason; Estadiamento (T1, T2, T3 ou T4); Valor PSA; Vontade do paciente. UROLOGIA – DOENÇAS DA PRÓSTATA LARA DAYANE DE MEDEIROS LEITE – P 7 UROLOGIA – DOENÇAS DA PRÓSTATA Vigilância ativa; Braquiterapia; Radioterapia externa; Prostatectomia radical (tira tudo – próstata, glande...); Privação androgênica: orquiectomia física ou química. Complicações: Disfunção erétil; Osteopenia; Incontinência urinária; Queda da qualidade de vida. PROSTATITE Conceito: doença benigna mais comum em jovens. Inflamação da próstata, que pode ser inicialmente infeccioso, podendo melhorar. Combinação de doenças infecciosas: Prostatite bacteriana aguda e crônica; Síndrome de dor pélvica crônica; Inflamação assintomática. OBS.: E. coli, Proteus, Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonas, Serratia... Etiologia: classificação NIH Categoria I (+ agressiva): prostatite bacteriana aguda; Categoria II: prostatite bacteriana crônica; Categoria III (+ comum): síndrome da dor pélvica crônica: IIIa: síndrome dolorosa pélvica inflamatória; IIIb: síndrome dolorosa pélvica não inflamatória; Classificação IV (- agressiva): prostatite inflamatória assintomática. QC: LUTS Teste de Stamey: 1. Urina-uretra (VB); 2. Urina jato médio (VB2); 3. Secreção pós massagem (EPS); 4. Urina pós-massagem (VB3) pesquisa bactérias e culturas. Prostatite aguda: o paciente apresenta-se com estado séptico. O exame físico revela um paciente com mau estado geral. O toque retal revela uma próstata quente (“hot prostate”), edematosa e extremamente dolorosa à palpação. Laboratório: hemograma, EAS, cultura com antibiograma, glicemia, função renal e PSA; Imagem: USG para descartar abcesso prostático; TTO: Internação, ATB, sondagem vesical. Prostatite crônica: infecção recorrente com sintomas superior a 3 meses. Toque retal: próstata amolecida, dolorida; Cultura: após o toque; TTO (3 a 12 semanas): ATB oral pelas culturas ou empírico (sulfa + trim ou fluorquinolona por até 90 dias); Deve ser reavaliado na 4ª semana de tto. Prostatite III: sintomas de STUB, divide com e sem inflamação IIIa: observa-se leucócitos e macrófagos, Test Stamey: não é observado crescimento bacteriano (bactérias infecciosas); IIIb: não apresenta leucócitos na secreção prostática ou na urina pós- massagem. TTO: fluoroquinolona ou Sulfa + trim por até 30 dias, associada a α-bloqueador e AINES, banho de assento morno. Prostatite IV: assintomáticos, presença de leucócitos na secreção prostática ou anatomoatológico sugestivo de prostatite obtido em biópsias. Não precisa de tto, só trata em casos de PSA elevado e com a necessidade de excluir neoplasia de próstata.
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