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Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 Autor: Ricardo Campanario Aula 02 3 de Janeiro de 2021 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 1 Sumário Órgãos de Documentação - Memória & Patrimônio ................................................................................. 3 1 - Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 3 2 - Órgãos de Documentação ................................................................................................................... 5 2.1 - Definições básicas .......................................................................................................................... 6 2.2 - Origens ........................................................................................................................................... 10 2.3 - Formas de Entrada ....................................................................................................................... 10 2.4 - Processamento Técnico ............................................................................................................... 12 2.5 - Públicos .......................................................................................................................................... 12 3 - Organismos Arquivísticos ................................................................................................................... 16 3.1 - CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos ........................................................................... 16 3.2 - SINAR - Sistema Nacional de Arquivos..................................................................................... 19 3.3 - Arquivo Nacional .......................................................................................................................... 21 3.4 - SIGA - Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo ........................................................ 22 4 - Arquivos Públicos, Privados e Pessoais ............................................................................................ 27 4.1 - Arquivos Públicos ......................................................................................................................... 27 4.2 - Arquivos Privados ......................................................................................................................... 28 4.3 - Arquivos Pessoais ......................................................................................................................... 31 5. Diagnóstico e realidade da situação arquivística brasileira ........................................................... 35 5.1 - Definição e tipos de diagnósticos de situação arquivística ................................................... 35 5.2 - Realidade arquivística brasileira ................................................................................................. 36 6 - Arquivos e sociedade, memória e patrimônio cultural ................................................................. 41 Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 2 7 - Terminologia Arquivística Aplicada .................................................................................................. 46 8 - Considerações Finais .......................................................................................................................... 54 Questões Comentadas ................................................................................................................................. 56 Gabarito .......................................................................................................................................................... 86 Resumo ........................................................................................................................................................... 87 Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 3 ÓRGÃOS DE DOCUMENTAÇÃO - MEMÓRIA & PATRIMÔNIO 1 - Considerações Iniciais Olá alunos e alunas! Vamos começar a terceira aula de nosso curso de Arquivologia. Apenas relembrando, já passamos por duas etapas de nossa jornada. Na primeira vimos os principais conceitos de Arquivologia e cada um dos seus princípios, além de estudar bastante os Arquivos e sua importância. Na última aula partimos para o estudo dos Documentos e suas principais classificações, além de estudar disciplinas que se dedicam ao cenário documental, como a Diplomática e a Paleografia. Nesta aula vamos continuar nos aprofundando nos temas de Arquivologia e vamos agora explorar os principais Órgãos de Documentação como os próprios Arquivos, Bibliotecas, Museus e Centros de Documentação, explorando suas semelhanças e diferenças. Ainda nesta aula trataremos dos principais órgãos arquivísticos existentes. Aqui no Brasil temos o Arquivo Nacional, que faz parte do Conarq, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Estudaremos também a realidade da estrutura arquivística nacional, seu cenário e exemplos, a título de ilustração. Tudo isso vai nos levar naturalmente a entender a importância de todos esses órgãos na preservação da memória e patrimônio do país. Passaremos certamente por essa discussão até o final da aula. Bem, é isso. O conteúdo de hoje, mais uma vez, é bastante cobrado em prova, especialmente as comparações entre diferentes órgãos arquivísticos, que veremos logo no início da aula. Como temos visto, muitas vezes os conceitos não são complexos, mas são detalhados e exigem estudo para o entendimento ou mesmo memorização. Como fazemos sempre, ao longo da aula usaremos conceitos teóricos de estudiosos do tema, seguidos de explicações e exemplos e, ao final das discussões, geralmente teremos questões específicas sobre o assunto tratado, ajudando no entendimento e fixação dos conceitos. Costumo sempre buscar as questões mais recentes disponíveis, mas, às vezes, por questões pedagógicas, uso questões um pouco mais antigas para ilustrar alguns pontos específicos ou chamar atenção de algum conteúdo ou formato de cobrança da banca, especialmente aqueles de maior incidência. Ao final teremos mais uma vez a seção de Terminologia Arquivística aplicada ao tema, seguida das questões comentadas. Abaixo seguem meus contatos para dúvidas e sugestões. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 4 Vamos em frente! Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 5 2 - Órgãos de Documentação Vamos falar nesta aula especialmente sobre os Órgãos de Documentação: arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação. Esse é um assunto bastante cobrado em prova, especialmente as principais definições de cada um deles, suas semelhanças e diferenças. Portanto, mãos à obra! Durante um bom tempo, as percepções destes diversos órgãos de documentação (arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação) se confundiam tanto pela finalidade e forma física dos documentos como pelo fato de que esses organismos tinham aparentemente um mesmo objetivo. Todos verdadeiramente funcionavam como depósitos de documentos, independentemente de suas espécies. Com a evolução da disciplina da Arquivologia, da tecnologia e de outros adventos como o surgimento da imprensa, estes órgãos de documentação passaram ater escopos e objetivos distintos, que é o que vamos estudar a partir de agora. Note que todos eles ainda possuem a função de guarda como atividade principal, o pode ser encarado como a maior semelhança entre eles. Além disso, podemos assumir que recolher documentos, trata-los, transferi-los e difundir informações é o objetivo convergente de todos esses órgãos. Por outro lado, há alguns outros objetivos específicos de cada um que atualmente são significativamente diferentes. E são justamente esses os mais cobrados pelas bancas. Dessa forma, segundo Heloísa Bellotto, "partindo de material diverso e através de mecanismos técnicos completamente distintos, essas instituições devem estar aptas a cobrir, da maneira mais completa possível, um campo de investigação. Tem em comum, portanto, as finalidades a que se destinam e o papel que ocupam no processo social, cultural e administrativo de uma sociedade". Trago essa afirmativa da arquivista Bellotto pois ela possui conceitos importantes. Note que a estudiosa chama a atenção para o uso de mecanismos técnicos completamente distintos por cada um dos órgãos. Essa é uma das maiores diferenças que vamos estudar entre os diferentes órgãos de documentação. Bellotto chama ainda atenção para o campo de investigação, exclusivo para cada um dos órgãos, assim como para o papel comum de todos eles, ou seja, a importância que representam para a sociedade em relação ao seu processo social, cultural e administrativo e seus objetivos convergentes de recolher documentos, trata-los, transferi-los e difundir informações. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 6 2.1 - Definições básicas Feita esta pequena introdução, vamos começar a definir cada um dos órgãos de documentação. Isso cai muito em prova e é simples. Basta ter alguma intimidade com os conceitos para faturar alguns pontinhos em prova. Vou aqui utilizar as definições propostas por Marilena Leite Paes que, em geral, são as mais utilizadas pelas bancas. Atenção! Arquivo - é a acumulação ordenada de documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados para a consecução de seus objetivos, visando a utilidade que poderão oferecer no futuro. Biblioteca - é o conjunto de material, em sua maioria impresso, disposto ordenadamente para estudo, pesquisa e consulta. Museu - é uma instituição de interesse público, criada com a finalidade de conservar, estudar e colocar à disposição do público conjuntos de peças e objetos de valor cultural. Centro de Documentação - é o órgão de documentação que colige (reúne), armazena, classifica, seleciona e dissemina toda a informação e documentos sob seu poder. Inclui atividades da biblioteconomia, da arquivística e da informática. Preste atenção à definição de arquivo e lembre-se do que já estudamos nas aulas anteriores. Arquivo possui diversas definições. Vamos lembrar das 4 principais, que constam no DBTA: Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 7 1. Conjuntos de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independente da natureza do suporte. 2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos. 3. Instalações onde funcionam arquivos. 4. Móvel destinado a guarda de documentos. Perceba que neste momento estamos falando da definição em negrito, a número 2. Já falamos sobre isso. Para responder questões sobre o termo "arquivo" na prova, sempre preste atenção ao contexto antes de assinalar qualquer alternativa. As bancas costumam cobrar as definições de arquivos como documentos (é a número 1 acima) ou como órgãos de documentação (é a número 2 acima). Perceba ainda que a definição 2 do DBTA é muito parecida com a trazida por Marilena Leite Paes. Ambas falam sobre a atividade de custódia/acumulação de documentos e a conservação/preservação destes documentos, para o atingimento de objetivos futuros. (VUNESP/CM-Piracicaba-SP/Arquivista/2019) Arquivos permanentes, bibliotecas, centros de documentação e museus, sem esquecer dos chamados centros de memória, são instituições diferentes que aplicam procedimentos técnicos diferentes a materiais que possuem origens distintas. Apesar de tantas diferenças, todos têm o mesmo objetivo, que é a) a elaboração do catálogo institucional para difusão dos serviços prestados ao público na internet. b) recolher, tratar, transferir e difundir informações sobre seus respectivos acervos. c) digitalizar todo o acervo para acesso online, reaproveitando a sala de consulta para instalação de terminais de trabalho. d) a elaboração e publicação online do guia do acervo, contendo a descrição detalhada de cada fundo ou coleção do acervo, chegando ao nível item da ISAD(G) ou NOBRADE. e) recolher e digitalizar documentos de valor intermediário e eliminá-los de acordo com o plano de classificação e a tabela de temporalidade da entidade. Comentário: Note que acabamos de estudar este tema. Embora cada um dos órgãos de documentação tenha suas características particulares (já vimos um pouco disso e vamos aprofundar ao longo da aula), todos eles mantêm uma função comum que é recolher documentos, trata-los, transferi-los e difundir informações sobre seus respectivos acervos. Essa é literalmente uma das alternativas. Dessa forma a alternativa B é a correta e gabarito da questão. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 8 As demais alternativas trazem funções ou atividades referentes a apenas um ou alguns dos órgãos de documentação e que, nem sempre, podem ser considerados os objetivos destes órgãos. Vejamos: As alternativas A, C e D falam da digitalização ou disponibilização online de catálogos do acervo. Isso aplica- se certamente a bibliotecas e centros de documentação, podendo também ser aplicado a museus e mesmo arquivos, porém, certamente não é o objetivo desses órgãos. Pode ser considerada uma atividade meio, ou seja, uma atividade que dá apoio à consecução das atividades- fim de uma instituição. Também chamada atividade mantenedora (mais uma definição do DBTA!). Por último, a alternativa E fala de atividades típicas de arquivo, que não se aplicam a museus, bibliotecas e centros de documentação que não seguem, nenhum deles, a rotina de eliminação documental. (ACEP/Pref. Aracati-CE/Técnico Arquivo/2019) Arquivos e bibliotecas, apesar de serem instituições ligadas à documentação e à informação, possuem diferenças fundamentais. Essa afirmação pode parecer estranha sob um olhar menos cuidadoso. Contudo, ao adentrar de forma mais profunda nas atividades dessas instituições percebe-se que as bibliotecas têm finalidades essencialmente culturais, enquanto os arquivos, embora tenham valores culturais, têm finalidades primordialmente funcionais. Marque a alternativa que contém característica dos arquivos. a) Os documentos são produzidos e conservados com objetivos culturais. b) Os documentos são colecionados de fontes diversas adquiridos por compra ou doação. c) Há uma significação orgânica entre os documentos. d) Os documentos existem em numerosos exemplares. Comentário: Se voltarmos a definição de arquivos de Marilena Leite Paes: " é a acumulação ordenada de documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados para a consecução de seus objetivos, visando a utilidade que poderão oferecer no futuro", e fácil notar que fala-se de "acumulaçãoordenada de documentos". Lembra-se do Princípio da Cumulatividade, que já estudamos? Pois é. Ele diz que o arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica, ou seja, ele é formado naturalmente, ao longo do tempo, por documentos que derivam do curso da atividade daquela organização, como também salienta Leite Paes. Sendo assim a alternativa C é a correta e gabarito da questão. A alternativa A sugere que os documentos nos arquivos são produzidos e conservados com objetivos culturais. Não é uma verdade completa. Há sim objetivo cultural nas atividades do arquivo (lembre-se do conceito de valor secundário), mas o objetivo principal de um arquivo é prover o acesso aos documentos em função de seu valor primário, ou seja, finalidades funcionais. Vamos relembrar as definições: Valor Primário - valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, e seu valor legal e fiscal. Valor Secundário - valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi originalmente produzido. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 9 A alternativa B fala de "coleção". Isso ficará ainda mais claro ao longo da aula, mas, desde já, é bom combinarmos que quem "coleciona" é a biblioteca e nunca o arquivo, que, sim, "acumula". Essas são as palavras corretas para um e outro e isso cai demais em prova! Por fim a alternativa D fala em "numerosos exemplares". Essa é uma outra forma de diferenciar os órgãos de documentação como veremos mais adiante. Uma biblioteca geralmente trabalha com múltiplos exemplares de seus documentos, já um arquivo não. Essa é a regra, portanto, não caia nessa pegadinha da banca. Veremos adiante que o que determina a condição de um documento como sendo de arquivo, biblioteca, museu ou centro de documentação é a razão de sua origem e de seu emprego e não o suporte sobre o qual está constituído. Dessa forma, a maneira pela qual se origina o acervo em questão e o tipo de documento a ser preservado são fundamentais para essa definição: - um impresso ou audiovisual resultante de atividade cultural e técnica ou científica, seja ela criação artístico-literária, pesquisa ou divulgação -> documento de biblioteca - material de gama variável desde que seja oriundo de atividade funcional ou intelectual de instituições ou pessoas e produzido de forma natural e relativa à suas funções -> documento de arquivo - objetos de origem artística ou funcional -> museu Já em relação aos fins, temos: Bibliotecas e museus - fins didáticos, culturais, técnicos ou científicos Arquivos - fins administrativos e jurídicos Em resumo, os documentos de biblioteca instruem e ensinam, enquanto os de arquivo provam. Por último, os centros de documentação, no que se refere tanto a origem como aos fins (emprego) de seus documentos, representam o agrupamento de tudo que foi acima discutido. Como podem ser definidos também como a "transposição das informações primárias para outros recursos", segundo Heloísa Bellotto, os centros de documentação acabam absorvendo todas as características das demais instituições. Sendo assim, têm como finalidade informar com objetivos cultural, científico, funcional ou jurídico, conforme a natureza do material reproduzido ou referenciado. Note que é uma mescla dos fins estudados (culturais e científicos - bibliotecas / administrativos e jurídicos - arquivos), assim como mistura também diferentes origens de materiais. Vamos estudar isso de forma mais detalhada. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior ==62cfa== 10 2.2 - Origens De acordo com a origem de seus documentos, veja abaixo como cada um dos órgãos de documentação pode ser caracterizado: Arquivo - produzidos por entidade público ou privada ou por família ou pessoa no desempenho de suas funções naturais, gerando relação orgânica entre esses documentos (lembre-se dos Princípios da Organicidade e da Cumulatividade, já estudados nesse curso). Surgem basicamente por motivos funcionais administrativos e legais. Devem provar ou testemunhar alguma coisa e podem ser manuscritos, impressos ou audiovisuais. Em geral são exemplares únicos produzidos sobre formas e suportes variados. Biblioteca - resultam de criação artística ou pesquisa. Material que informa para instruir ou ensinar nos campos científico, humanístico, filosófico, etc. Documentos são geralmente gráficos (impressos, manuscritos, mapas, plantas, etc.) ou audiovisuais. Forma usual é, além de impressa, múltipla (muitos exemplares, ao contrário dos arquivos). São mais acessíveis e mais conhecidos pelo grande público. Museu - surgem da criação artística ou da produção material de uma comunidade. Testemunham épocas ou atividades, informando visualmente a audiência de acordo com a proposta da instituição. Geralmente são objetos tridimensionais, dos mais variados tipos, formas, dimensões, etc. Centro de Documentação - são geralmente reproduções ou referências virtuais que podem prover de bibliotecas, museus ou arquivos. Material sonoro, gravado ou em suporte eletrônico também é característico deste órgão de documentação. 2.3 - Formas de Entrada Arquivo - é um órgão receptor (recolhe naturalmente o que produz a administração do órgão ao qual presta serviços). Documentos do acervo são reunidos de acordo com origem e função. Seus objetivos primários são jurídicos, funcionais e administrativos; secundários são culturais e de pesquisa histórica. Sua fonte geradora é única: a própria organização ou a pessoa ligada ao arquivo. A este processo dá-se a denominação de "recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito. O arquivista avalia todo este material. Biblioteca - é um órgão colecionador (reúne artificialmente o material que surge e interessa a sua especialidade). Unidades reunidas pelo conteúdo (assunto). Possui objetivos culturais, técnicos e científicos e múltiplos fornecedores (livrarias, editoras, gráficas, etc.). Já a este processo dá-se o nome de "aquisições", ou seja, compras, doações e permutas. O bibliotecário seleciona e classifica o material. Museu - também é um órgão colecionador. Coleção é artificial e classificada segundo a natureza do material e finalidade do próprio museu. Objetivos educacionais e culturais. Centro de Documentação - é um órgão colecionador e referenciador (quando referencia dados sem armazenar documentos). Objetivos exclusivamente científicos. Coleção formada de originais ou reproduções. Segundo Viviane Tessitore, no manual “Como implantar Centros de Documentação”, estas instituições são mesclas de arquivos, bibliotecas e museus, e podem reunir seu acervo a partir da compra, doação ou permuta de suas unidades documentais. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 11 (SUGEP/UFR-PE/Aux. Administração/2016) O arquivo possui as seguintes características: 1) essência funcional/administrativa, constituindo-se de um ilimitado número de cópias. 2) conteúdo exclusivamente formado por documentos produzidos e/ou recebidos. 3) origem no desempenho das atividades que o geraram. 4) natureza organizacional e operacional. 5) caráter orgânico. Estão corretas, apenas: a) 1, 2 e 3. b) 1, 2 e 4. c) 1, 4 e 5. d) 2, 3 e 5. e) 3, 4 e 5. Comentário: Antes de avaliar as alternativas, vamos avaliar cada uma das características propostas com base no que estudamos até agora sobre o arquivo comoórgão documental: 1) essência funcional/administrativa, constituindo-se de um ilimitado número de cópias: a essência está correta, porém, como acabamos de estudar, um arquivo geralmente tem exemplares únicos à disposição, ao contrário das bibliotecas, por exemplo. Portanto, errada. 2) conteúdo exclusivamente formado por documentos produzidos e/ou recebidos: está ok. Lembre-se que esta é mesmo a forma de recebimento de documentos de um arquivo, que é um órgão receptor (recolhe naturalmente o que produz a administração do órgão ao qual serve), ao contrário de bibliotecas, museus e centros de documentação que são órgãos colecionadores, como acabamos de estudar. Está correto. 3) origem no desempenho das atividades que o geraram - certo. Arquivos tem seus documentos natural e organicamente gerados pelas atividades relacionadas a função da organização da qual faz parte. Princípio da Organicidade, não se esqueça! Correta. 4) natureza organizacional e operacional: esta é um pouco mais complexa. A natureza é na verdade orgânica, como vimos acima e não organizacional. O conceito "operacional" também não é o melhor a esta altura. Deveria ser usado o conceito "funcional" para arquivo. Dessa forma arquivos tem documentos que são gerados de maneira orgânica e funcional e não organizacional e operacional. Errada. 5) caráter orgânico: perfeito. É exatamente o ponto que exploramos em algumas das afirmativas acima. Correta. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 12 Desta forma temos as afirmativas 2, 3 e 5 como corretas. A alternativa D é a correta e gabarito da questão. 2.4 - Processamento Técnico Em relação ao tratamento documental (ou técnico), veja abaixo as principais variações entre os métodos empregados pelos órgãos de documentação: Arquivo - tratamento técnico não é realizado por unidade, mas por séries documentais, que formam agrupamentos lógicos e orgânicos dentro dos diferentes fundos. Nos arquivos usam-se as técnicas de registro, arranjo (de acordo com a proveniência) e descrição (constituindo agregado de peças, diferente da biblioteca e sua abordagem descritivo individual), gerando guias, inventários, catálogos, etc. Biblioteca - tratamento documental é feito peça por peça, de forma isolada. Usa-se os métodos de tombamento, classificação e catalogação descritiva por meio de fichários e de sistemas lógicos pré- determinados, ao contrário dos arquivos que tem abordagem orgânica e funcional. Museu - tratamento documental também é feito peça por peça. Assim como nas bibliotecas, usa-se as técnicas de tombamento e de catalogação, com o uso de inventários e catálogos. Centro de Documentação - tratamento varia de acordo com a natureza do material. Dessa forma, usa-se, portanto, praticamente todas as técnicas listadas: tombamento, classificação e catalogação, com o uso de fichários ou computador. 2.5 - Públicos Em relação aos principais públicos usuários, cada um dos órgãos de documentação também tem as suas características: Arquivo - enquanto nos períodos da primeira e segunda idade (arquivos corrente e intermediário), tem seu público composto pelo administrador e demais produtores do documento dentro da organização, além de profissionais jurídicos, pesquisadores ou cidadãos. Já no período da terceira idade (arquivo permanente), o público passa a ser composto majoritariamente por historiadores ou profissionais cujas funções estejam relacionadas com o material disponível. Biblioteca - é o órgão que possui a audiência mais estendida. Atende a pesquisadores (acadêmicos e professores) e o grande público, que vai dos estudantes ao cidadão comum. Museu - possui o público ligado ao seu posicionamento e ao que suas dependências oferecem sob o ponto de vista de entretenimento e lazer. Centro de Documentação - público composto basicamente por pesquisadores que buscam os mais variados tipos de documentos em diferentes suportes, respeitando a especialização do centro. Visto tudo isso, conclui-se, de acordo com Heloisa Bellotto, que "arquivos, bibliotecas, centros de documentação e museus têm, portanto, fronteiras bem definidas. Não devem ser confundidos nem quanto à documentação que guardam, nem quanto ao trabalho técnico que desenvolvem a fim de organizar seus Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 13 acervos e de transferir e disseminar informação. Sendo instituições públicas ou particulares preocupadas com a transmissão cultural e com a custódia e a divulgação de informações técnicas e científicas, possuem, cada uma, per si, um espaço social próprio e independente no qual devem agir". Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 14 Trago o quadro abaixo para tentar esquematizar as principais diferenças entre cada um dos órgãos de documentação ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO TIPO DE SUPORTE Manuscritos, impressos, audiovisuais, exemplar único Impressos, manuscritos, audiovisuais, exemplares múltiplos Objetos bi/tridimensionais, exemplar único Audiovisuais (reproduções) ou virtual, exemplar único ou múltiplo TIPO DE CONJUNTO Fundos; documentos unidos pela proveniência (origem) Coleção; documentos unidos pelo conteúdo Coleção; documentos unidos pelo conteúdo ou pela função Coleção; documentos unidos pelo conteúdo PRODUTOR Máquina administrativa Atividade humana individual ou coletiva Atividade humana, a natureza Atividade humana FINS DE PRODUÇÃO Administrativos, jurídicos, funcionais e legais Culturais, científicos, técnicos, artísticos, educativos Culturais, artísticos, funcionais Científicos OBJETIVO Provar, testemunhar Instruir, informar Informar, entreter Informar ENTRADA DOS DOCUMENTOS Passagem natural de fonte geradora única Compra, doação, permuta de fontes múltiplas Compra, doação, permuta de fontes múltiplas Compra, doação, pesquisa PROCESSMENTO TÉCNICO Registro, arranjo, descrição: guias, inventários, catálogos, etc. Tombamento, classificação, catalogação: fichários Tombamento, catalogação: inventários, catálogos Tombamento, classificação, catalogação: fichários ou computador PÚBLICO Administrador e pesquisador Grande público e pesquisador Grande público e pesquisador Pesquisador Quadro adaptado de "Arquivos Permanentes - Tratamento Documental" - Bellotto, Heloísa. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 15 Vamos a mais uma questão para explorar os conceitos estudados até aqui. (FCC/ALE-SE/Arquivologia/2018) Ao contrário do que ocorre com os documentos de museus e bibliotecas, os de arquivo a) mantêm autonomia uns em relação aos outros. b) são dotados de unicidade. c) ingressam nas instituições de custódia por compra, doação ou permuta. d) têm caráter contingente. e) devem ser abordados a partir de seu conteúdo. Comentário: Essa é uma questão interessante pois tem alguma complexidade. A alternativa A fala que os documentos de arquivo mantêm autonomia entre eles. É exatamente o contrário do que estudamos, lembra? Veja o que falamos de documentos de arquivo ao longo da aula: para os arquivos o "tratamento técnico não é realizado por unidade, mas por séries documentais, que formam agrupamentos lógicos e orgânicos dentro dos diferentes fundos", ou seja, os documentos não são independentes como alega a banca. Ao contrário, são tratadosde maneira orgânica e em conjunto, ao contrário dos documentos das bibliotecas. Na letra B o Princípio da Unicidade é invocado. Lembra-se dele? Vamos lá: o princípio da Unicidade relata que, independentemente de sua forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função de seu contexto de produção. Está correto. Geralmente os documentos de arquivo, além de serem exemplares únicos, mantém o seu caráter de Unicidade por terem sido produzidos especificamente por uma razão e dentro de um contexto. Dessa forma a alternativa B é a correta e gabarito da questão. Na alternativa C o examinador alega que documentos de arquivo entram nas instituições por meio de compra, doação ou permuta. Errado! Essas são as características da biblioteca ou do museu. Os arquivos possuem fonte geradora única: a própria organização ou a pessoa ligada ao arquivo. A este processo dá-se a denominação de "recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito. A alternativa D fala em caráter contingente, o que está fora do escopo para todos os órgãos. Por fim, a alternativa E diz que os documentos de arquivo devem ser abordados a partir do seu conteúdo, o que também não procede já que vimos que esses documentos são abordados de acordo com a sua proveniência. Vejamos o que estudamos (na tabela acima) no item que tratava do Tipo de Conjunto dos órgãos: nos arquivos os documentos são tratados como fundos, ou seja, são unidos pela proveniência (origem), ao contrário dos demais órgãos nos quais os documentos são sim tratados pelo conteúdo. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 16 3 - Organismos Arquivísticos Após falarmos sobre cada um dos órgãos de documentação, vamos agora estudar os chamados organismos arquivísticos. Mas você pode estar perguntando nesse momento: "O que são esses organismos arquivísticos e quais as diferenças entre eles e os órgãos de documentação, já que os nomes são parecidos?!". Pois é, são nomes parecidos mesmo, mas são bastante diferentes em relação aos seus papéis. Enquanto os órgãos de documentação, como acabamos de ver, são os órgãos que recolhem (recebem ou colecionam) documentos, tratam, transferem e difundem informações e dividem-se em arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação, os organismos arquivísticos são instituições que regulam, monitoram e normatizam a atividade arquivística nos ambientes que estão sob sua jurisdição. Alguns exemplos que talvez você já tenha ouvido falar são o Arquivo Nacional, o CONARQ, o SINAR e o SIGA. Conhece algum deles? Se não conhece, não há problema. Estudaremos com calma cada um deles logo adiante, mas, antes disso, vamos conhecer um pouco do contexto arquivístico brasileiro e em seguida estudamos todos esses organismos. Vamos lá. Após cerca de três décadas tentando criar no Brasil uma legislação específica arquivística, em 08/01/1991 foi finalmente promulgada a Lei 8.159/91 que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados. Já falamos um pouco sobre a Lei 8.159/91 nas aulas anteriores e falaremos ainda mais quando chegarmos as aulas de legislação arquivística mas, por enquanto, é importante saber que a Lei atribuiu ao Conarq (Conselho Nacional de Arquivos), órgão vinculado ao Arquivo Nacional do Ministério da Justiça, definir a política nacional de arquivos como órgão central do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR). Vejamos o artigo 26 da Lei, constante em suas disposições finais: Artigo 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR). Segundo Marilena Leite Paes, a criação do Conarq foi "um grande passo para o estabelecimento de uma eficiente rede de arquivos públicos e privados, que possibilitará o aperfeiçoamento das instituições, a simplificação e a racionalização de procedimentos...", entre outros benefícios que exploraremos mais adiante. 3.1 - CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos Bem, acabamos de ver no tópico anterior que o Conarq é o principal responsável pela elaboração das políticas públicas relacionadas a arquivos no Brasil. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 17 Isso consta no artigo 1o do Decreto 4.073/2002, que é o Decreto que regulamenta a Lei 8.159/91. Vejamos: O Conselho Nacional de Arquivos - Conarq, órgão colegiado, instituído no âmbito do Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados. Desde sua criação, o Conarq (que deve funcionar no prédio do Arquivo Nacional) tem disponibilizado ao mercado e aos diversos órgãos de documentação do país um robusto conjunto de normas que regulam matérias arquivísticas sobre diversos temas relativos à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos públicos. O Conarq é o responsável pela edição de decretos regulamentadores da Lei n. 8.159, e de resoluções que tratam de temas diversos relativos à gestão de documentos convencionais e digitais, microfilmagem, digitalização, transferência e recolhimento de documentos de qualquer suporte, classificação, temporalidade e destinação de documentos, acesso aos documentos públicos, capacitação de recursos humanos, terceirização de serviços arquivísticos públicos, dentre outros. Agora vamos olhar as principais funções e papéis do Conarq. Em relação à legislação entraremos mais a fundo em aula específica, mais próxima do final do curso. Não se preocupe. Abordaremos isso na hora correta. Além dos papéis de definidor de políticas e normativas, como já vimos, o Conarq promove ações técnico-científicas, como seminários e cursos, por intermédio de suas Câmaras Técnicas e Setoriais, e Comissões Especiais, constituídas por especialistas da área arquivística e de outras áreas do conhecimento como ciência da informação, biblioteconomia, tecnologia da informação, administração e direito. Finalmente, o Conarq, como uma das principais fontes de informação sobre arquivos, padrões e melhores práticas arquivísticas, produz e divulga um amplo repertório de publicações técnicas, com o objetivo de disseminar conhecimento arquivístico. Após a sua criação em 1991, por meio da Lei 8.159, foi regulamentado em 2002 por meio do Decreto 4.073/02, vejamos as suas principais competências (trago apenas as principais e que costumam ser mais cobradas em provas), previstas neste mesmo Decreto em seu Artigo 2o (já atualizado com a nova redação trazida pelo Decreto 10.148/2019): - Estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos. - Promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das atividades arquivísticas. - Propor ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública atos normativos necessários ao aprimoramento e à implementação da política nacional de arquivos públicos e privados. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 18 - Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais que norteiam o funcionamento e o acesso aos arquivos públicos. - Estimular programas de gestão e de preservação de documentos públicos de âmbito federal, estadual, distrital e municipal, produzidos ou recebidos pelo Poder Público. - Subsidiar a elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo metas e prioridades da política nacional dearquivos públicos e privados. - Estimular a implantação de sistemas de arquivos nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dos Estados, do Distrito Federal e nos Poderes Executivo e Legislativo dos Municípios. - Identificar os arquivos privados de interesse público e social, nos termos do art. 12 da Lei nº 8.159, de 1991. - Estimular a integração e modernização dos arquivos públicos e privados. - Propor ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública a declaração de interesse público e social de arquivos privados. - Manter, por meio do Arquivo Nacional, intercâmbio com outros colegiados e instituições, cujas finalidades sejam relacionadas ou complementares às suas, para prover e receber elementos de informação e juízo, conjugar esforços e encadear ações. - Propor a celebração, por meio do Arquivo Nacional, de acordos, convênios, parcerias e termos de cooperação técnica com órgãos e entidades públicas e privadas em matéria de interesse mútuo (incluído pelo Decreto 10.148/2019). - Editar orientações técnicas para a implementação da política nacional de arquivos, por meio de resolução (incluído pelo Decreto 10.148/2019). A representatividade do Conarq é assegurada não só entre representantes da esfera governamental como entre representantes da sociedade civil. O Conselho é presidido pelo diretor geral do Arquivo Nacional e possui membros conselheiros, representantes dos 3 Poderes Federais, de instituições de ensino e pesquisa, dos Arquivos Públicos Estaduais, Distrital e Municipais, de associações de arquivistas, entre outras entidades representadas. A intenção desta pluralidade na representação é justamente equilibrar os interesses do Estado e da sociedade. Para agilizar a operacionalização do SINAR (veremos mais detalhes abaixo), foram criadas diversas comissões e câmaras técnicas para a elaboração de estudos e normatizações necessárias a áreas específicas do cenário de arquivologia brasileiro. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 19 Esta parte da aula é bastante teórica. Pare e dê um tempinho. Tome uma água ou refresque a cabeça por 5-10 minutos. Vamos agora falar do SINAR, o Sistema Nacional de Arquivos. 3.2 - SINAR - Sistema Nacional de Arquivos O art. 26 da Lei nº 8.159/91, como vimos acima, criou o Conselho Nacional de Arquivos - Conarq e também institui o Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, cuja competência, organização e funcionamento também estão regulamentados pelo Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002. Note que, de acordo com esse dispositivo legal, em seu artigo 10o., o SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preservação, e ao acesso aos documentos de arquivo. Isso é o que é mais cobrado em prova sobre o SINAR: implementar a política nacional de arquivos. Para que fique mais claro, lembre-se que o SINAR é um sistema composto por diversas organizações brasileiras (especialmente órgãos de documentação) relacionadas à Arquivística no país. Sua principal função é a implementação de uma política nacional de arquivos. Tem como órgão central o próprio Conarq. De acordo com o Artigo 12 do Decreto 4073/2002, integram o SINAR o Arquivo Nacional, os arquivos do Poder Executivo Federal, os arquivos do Poder Legislativo Federal, os arquivos do Poder Judiciário Federal, os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo. Além disso, as pessoas físicas e jurídicas de direito privado, detentoras de arquivos, podem integrar o SINAR mediante acordo ou ajuste com o órgão central. Veja abaixo ilustração retirada do site do Conarq. O Decreto estabelece ainda que todos os integrantes do SINAR ilustrados abaixo seguirão as diretrizes e normas emanadas do Conarq, sem prejuízo de sua subordinação e vinculação administrativa. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 20 Ilustração extraída de http://conarq.arquivonacional.gov.br/o-sinar.html Por fim, o artigo 13 do mesmo Decreto 4073/2002, lista as competências do Sistema Nacional de Arquivos - SINAR. Vejamos na sequência: I - Promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua esfera de competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão central; II - Disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas estabelecidas pelo órgão central, zelando pelo seu cumprimento; III - Implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de forma a garantir a integridade do ciclo documental; IV - Garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente; V - Apresentar sugestões ao Conarq para o aprimoramento do SINAR; VI - Prestar informações sobre suas atividades ao Conarq; VII - Apresentar subsídios ao Conarq para a elaboração de dispositivos legais necessários ao aperfeiçoamento e à implementação da política nacional de arquivos públicos e privados; VIII - Promover a integração e a modernização dos arquivos em sua esfera de atuação; IX - Propor ao Conarq os arquivos privados que possam ser considerados de interesse público e social; Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 21 X - Comunicar ao Conarq, para as devidas providências, atos lesivos ao patrimônio arquivístico nacional; XI - Colaborar na elaboração de cadastro nacional de arquivos públicos e privados, bem como no desenvolvimento de atividades censitárias referentes a arquivos; XII - Possibilitar a participação de especialistas de órgãos e entidades, públicos e privados, nas câmaras técnicas e na Comissão de Avaliação de Acervos Privados; XIII - Proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem aos técnicos da área de arquivo, garantindo constante atualização. 3.3 - Arquivo Nacional O Arquivo Nacional está subordinado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública desde 2011, por força do Decreto 7.430/2011. Antes disso o Arquivo Nacional ficou décadas subordinado ao Ministério da Justiça até que em 2000 sua subordinação foi transferida para a Casa Civil, onde ficou até 2011 quando retornou ao Ministério da Justiça. De acordo com o Decreto 10.148/2019 em seu artigo 2o A, tem as seguintes competências: Art. 2º-A Compete ao Arquivo Nacional, quanto à implementação da política nacional de arquivos públicos e privados, no âmbito da administração pública federal: I - celebrar acordos, convênios, parcerias e termos de cooperação com órgãos e entidades públicas e privadas em matéria de interesse mútuo; II - propor atos normativos ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública relativos ao aprimoramento e à implementação da política nacional de arquivos públicos e privados; III - fornecer subsídios para o arquivamento de documentos públicos em meio eletrônico, óptico ou equivalente, observado a legislação; e IV - estabelecer as diretrizes para a preservação e o acesso aos documentos públicos, independentemente de sua forma ou natureza. Voltando ao que discutimos em algumas aulas anteriores, os grandes arquivos nacionais surgiram provavelmente na civilização grega. Veja abaixo. Segundo o arquivista Schellenberg, "nos séculos V e IV a.C. os atenienses guardavam seus documentos de valor no templo da mãe dos deuses, isto é, no Metroon, junto à corte de justiça na praça Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas)2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 22 pública em Atenas. No templo conservavam-se os tratados, leis, minutas da assembleia popular e demais documentos oficiais". Note que, desde essa época, já havia o interesse das sociedades em guardar seus documentos mais importantes - que registravam sua história, sua evolução e direitos e deveres da sociedade e de cidadãos - em locais específicos, públicos e revestidos de simbolismo. Vale lembrar também que, ao longo de muito tempo, os documentos adquiriam autenticidade com base no local onde eram depositados. Isso é muito importante. Muitos documentos, independentemente de serem ou não autênticos, ganhavam credibilidade em função do local de depósito. Lembre-se que foi isso que despertou o pensamento crítico em relação a documentos que conferiam inúmeros benefícios e privilégios, sobretudo à igreja e a nobreza, o que incentivou o surgimento de disciplinas que objetivavam de fato determinar se o documento era autêntico ou não, como por exemplo a Diplomática e a Paleografia. Conto tudo isso pois essa foi a origem dos arquivos nacionais e dos grandes arquivos públicos em todo o mundo. Aqui no Brasil, o Arquivo Nacional, criado em 1838, está sediado no Rio de Janeiro e é o órgão central do Sistema de Gestão de Documentos de Arquivos-SIGA, da administração pública federal, integrante da estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública. De acordo com a Lei 8.159/1991 em seu artigo 18, compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de arquivos. Já de acordo com o artigo 4o. do Decreto 4073/02, caberá ao Arquivo Nacional dar o apoio técnico e administrativo ao CONARQ. Tudo isso visa garantir o pleno acesso à informação, apoiar as decisões governamentais de caráter político-administrativo, o cidadão na defesa de seus direitos e incentivar a produção de conhecimento científico e cultural. 3.4 - SIGA - Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo Falamos no tópico anterior sobre o SIGA, relatando que o Arquivo Nacional é seu órgão central (enquanto entre Conarq e Arquivo Nacional temos a relação de vínculo, que já vimos. Cuidado para não se confundir). Vamos estudar então o histórico do SIGA, seus objetivos, competências e composição. No ano de 1980 têm início o Programa de Modernização do Arquivo Nacional, bem como a retomada das relações técnicas com os órgãos e entidades da administração pública federal. Essas ações permitiram delinear uma política arquivística para o governo federal. Na década de 1990 é concebido o Sistema Federal de Arquivos do Poder Executivo – SIFAR, como a primeira tentativa de articulação sistêmica das atividades de gestão de documentos, que entre os anos Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 23 de 2000 e 2001 foi aperfeiçoado, passando a ser denominado Sistema de Gestão de Documentos e Informações – SGDI, do Poder Executivo Federal. Após esse momento, estudos e proposições são elaboradas visando à concretização do Sistema de Gestão de Documentos, o que resulta na edição do Decreto 4.915/03, que cria o Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo - SIGA, da administração pública federal, organizando, sob a forma de sistema, as atividades de gestão de documentos de arquivo no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal. De acordo com o artigo 2º do Decreto 4.915/03, tome nota das principais competências do SIGA: I - Garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades da administração pública federal, de forma ágil e segura, o acesso aos documentos de arquivo e às informações neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo e as restrições administrativas ou legais; II - Integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos de arquivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais que o integram; III - Disseminar normas relativas à gestão de documentos de arquivo; IV - Racionalizar a produção da documentação arquivística pública; V - Racionalizar e reduzir os custos operacionais e de armazenagem da documentação arquivística pública; VI - Preservar o patrimônio documental arquivístico da administração pública federal; VII - Articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou indiretamente na gestão da informação pública federal. Por fim, e de acordo com o artigo 3º do mesmo Decreto, o Arquivo Nacional exerce a função de Órgão Central do SIGA (com seu Diretor-Geral compondo a Comissão de Coordenação do SIGA como presidente) e os serviços arquivísticos encarregados da gestão no âmbito dos Ministérios e órgãos equivalentes exercem a função de Órgãos Setoriais. (IADES/ALE-GO/Arquivista/2019) O formulador de políticas públicas de arquivo no Brasil é o a) Ministério da Justiça. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 24 b) Arquivo Nacional. c) Ministério da Cultura. d) Conselho Nacional de Arquivos. e) Sistema Nacional de Arquivos. Comentário: Essa é uma ótima questão para exercitarmos os conceitos estudados. Vimos com profundidade que o responsável pela formulação de políticas públicas de arquivo no Brasil é o Conarq. Isto é o que está estabelecido no artigo 1o do Decreto 4.073/2002. Vejamos: "O Conarq...tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo". Desta forma, a alternativa D é a correta e gabarito da questão. Na alternativa A o examinador traz o Ministério da Justiça. Preste atenção! Desde 2011 o Arquivo Nacional e, portanto, o Conarq e o SINAR, estão submetidos ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública, porém, a geração de políticas públicas de arquivo é de competência do Conarq e não do Ministério. Não confunda! Na alternativa B a mesma armadilha é colocada. Embora o Arquivo Nacional seja o órgão central do Conarq, cabe ao CONARQ e não ao Arquivo Nacional a elaboração de políticas públicas sobre arquivos no Brasil. A alternativa C sugere a vinculação do Arquivo Nacional ao Ministério da Cultura. Não procede. Durante décadas o Arquivo Nacional foi vinculado ao Ministério da Justiça. Em 2000 passou a Casa Civil e voltou ao Ministério da Justiça em 2011, aonde está até hoje. Finalmente, a alternativa E traz o SINAR. Lembre-se que a principal competência do SINAR é colocar em prática ou implementar as políticas públicas elaboradas pelo Conarq. Relembre duas de suas principais competências: I - promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua esfera de competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão central e II - disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas estabelecidas pelo órgão central, zelando pelo seu cumprimento. (AOCP/UFPB/Arquivista/2019) Em relação ao Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo (SIGA), assinale a alternativa INCORRETA: a) O SIGA tem por finalidade integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos de arquivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais que o integram. b) O Diretor-Geral do Arquivo Nacional deve compor a Comissão de Coordenação do SIGA como presidente. c) Integram o SIGA: I - como órgão central, o Conselho Nacional de Arquivos; II - como órgãos setoriais, as unidades responsáveis pela coordenação das atividades de gestão de documentos de arquivo nos Ministérios e órgãos equivalentes; III - como órgãos seccionais, as unidades vinculadas aos Ministérios e órgãos equivalentes.d) Compete ao Órgão Central do SIGA orientar a implementação, a coordenação e o controle das atividades e rotinas de trabalho relacionadas à gestão de documentos nos órgãos setoriais. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 25 e) Compete aos Órgãos Setoriais do SIGA implantar, coordenar e controlar as atividades de gestão de documentos de arquivo, em seu âmbito de atuação e de seus seccionais. Comentário: Como a questão pede a alternativa incorreta, ela é ótima para treinar os conceitos estudados. Vamos lá. A alternativa A traz exatamente uma das principais competências do SIGA, ou seja, "integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos de arquivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais que o integram". Na letra B o examinador alega que o Diretor Geral do Arquivo Nacional é o presidente da comissão de coordenação do SIGA, o que também está correto e é o mesmo padrão seguido pelo Conarq. A alternativa C possui uma pegadinha clássica. Logo no início diz que o órgão central do SIGA é o Conarq. Atenção! Está errado. O órgão central, assim como no próprio Conarq é o Arquivo Nacional! Não se confunda. O restante da alternativa está correto. A afirmativa C portanto é incorreta. Desta forma, a alternativa C é a correta e gabarito da questão. Na letra D o examinador traz competências do Arquivo Nacional, no papel de órgão central do SIGA. Está correto. Finalmente, na letra E fala-se das competências dos órgãos setoriais do SIGA, que também estão corretas como vimos em aula. (AOCP/UFPB/Arquivista/2019) A respeito do Arquivo Nacional e do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), assinale a alternativa correta: a) O Arquivo Nacional tem por finalidade definir a política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR). b) Compete ao Conarq a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal. c) Compete ao Arquivo Nacional estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR), visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos. d) Cabe ao Conarq dar o apoio técnico e administrativo ao Arquivo Nacional. e) O Conarq tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo. Comentário: Conforme estudamos especialmente no item do Conarq, a alternativa E é a correta e gabarito da questão. O Conarq tem mesmo como principal função a elaboração das políticas públicas relacionadas a arquivos públicos e privados no Brasil, assim como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo. Correta e gabarito. Na alternativa A o examinador traz justamente a competência do Conarq (definir a política nacional de arquivos) e a atribui ao Arquivo Nacional. Errada. Na letra B a banca atribui ao Conarq a competência sobre a gestão e o recolhimento dos arquivos públicos do Poder Executivo Federal. Quem recolhe esses documentos é o arquivo do órgão e não o Conarq. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 26 A alternativa C traz uma competência do CONARQ que é atribuída ao Arquivo Nacional. Cabe ao Conarq estabelecer diretrizes para o funcionamento do SINAR e não ao Arquivo Nacional. Por último, na alternativa D o examinador afirma que cabe ao Conarq dar apoio técnico e administrativo ao Arquivo Nacional quando a realidade é exatamente inversa. Reveja o art. 4º do Decreto 4.073/02 - "Caberá ao Arquivo Nacional dar o apoio técnico e administrativo ao Conarq". Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 27 4 - Arquivos Públicos, Privados e Pessoais 4.1 - Arquivos Públicos Vimos há pouco a importância da existência de arquivos públicos, relembrando até mesmo os seus surgimentos na Grécia antiga e acompanhando a sua evolução até os dias de hoje com a implementação dos Arquivos Nacionais no Brasil e em outros países. Tudo isso levava em conta especialmente os valores primários dos documentos, ou seja, a necessidade de tê-los disponíveis quando necessário para que pudessem informar ou provar fatos, benefícios, direitos, etc., tudo ligado a gestão e a atividade sistêmica das entidades interessadas. A partir desse momento, passamos a falar dos arquivos públicos sobre outro ponto de vista. Falamos sobre a necessidade de tê-los (e breve falaremos dos privados também) em função da fonte de apoio e consulta única e insubstituível no processo de preservação da memória e do patrimônio cultural de uma sociedade. Note que deixamos de falar dos valores primários dos arquivos e partimos para os seus valores secundários, que se relacionam ao papel histórico e cultural dos arquivos, assim como à preservação da memória coletiva. Lembre-se que esses arquivos servirão de consulta para milhares de cidadãos que tinham pouca ou nenhuma relação com os documentos quando eles foram criados! No campo conceitual e legal, Arquivos Públicos são definidos pela Lei 8.159/11 em seu artigo 7o. como “conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgão público de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias". Além de definir o que são arquivos públicos, a mesma Lei 8.159/11 também equipara aos arquivos públicos os arquivos de instituições privadas encarregadas da gestão de serviços públicos assim como define que quando da cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público, deve ser procedido o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora. Note que há grande preocupação com a preservação da documentação (seja ela pública ou privada) desde que tenha interesse público, esteja ela onde estiver. Em função disso a própria Lei 8.159/91 garante a inalienabilidade e a imprescritibilidade dos arquivos públicos, veja o artigo 10o abaixo: Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 28 Tudo isso decorre do papel fundamental desempenhado por esses arquivos na preservação da memória e dos seus papéis patrimonial e testemunhal. Para Heloísa Bellotto, "por um lado é preciso preservar como patrimônio esses conjuntos orgânicos de informações e respectivos suportes , por motivos de transmissão cultural e visando a constituição/reconstituição incessantes das formas de identidade de um grupo social como tal; por outro, é imprescindível assegurar aos historiadores os testemunhos de cada geração, o modo de pensar e de atuar de seus elementos quando em sua contemporaneidade". Bem, com base nisso tudo se criaram os arquivos públicos como já vimos no início do curso, com base em 4 grandes razões principais. Embora todas sejam relevantes, já adianto que nesse momento do curso, as que mais nos interessam são as razões de ordem Cultural, ou seja, as relacionadas aos valores secundários dos documentos. Para relembrar o que já estudamos anteriormente: 4.2 - Arquivos Privados A mesma Lei 8.159/91, define o que são arquivos privados. Vejamos a literalidade de em artigo 11: Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidosou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. Apenas para enfatizar, ao mencionar que os documentos são produtos das atividades pessoais ou institucionais no âmbito privado, esta definição toca novamente no ponto essencial da especificidade dos documentos de arquivo: sua organicidade. Ainda, com as mesmas preocupações já salientadas em relação aos arquivos públicos, quanto a guarda e preservação de documentos de interesse público, veja o que dizem os artigos 12 a 15 da mesma lei, agora sobre os arquivos privados: RAZÕES PARA CRIAÇÃO DOS ARQUIVOS PÚBLICOS CULTURAIS - fonte de cultura, refletem o desenvolvimento da sociedade PRÁTICAS - eficiência na gestão PESSOAIS - interesses individuais ou coletivos OFICIAIS - necessários as atividades do governo Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 29 Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional. Aqui a Lei diz claramente que caso o governo identifique interesse público e social nos arquivos, mesmo que privados, eles deverão ser declarados como de interesse público e deverão seguir as mesmas regras aplicadas aos arquivos públicos. Lembre-se que é ao Conarq que compete essa definição e que o SINAR pode orientá-lo, indicando arquivos que preencham esses requisitos. Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior. Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição. Desta feita, após o arquivo ser declarado de interesse público, mesmo que seja privado, ele não mais poderá ser vendido, doado, trocado, etc., de forma parcial, ou seja, não poderá mais ser fragmentado. Ainda, caso a propriedade seja transferida para outro dono, só poderá ser feita mantendo-se a integralidade do acervo e somente se o poder público não quiser comprá-lo, visto que pode exercer o direito de preferência, antes da alienação. Vamos adiante. Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor. Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas. Esses dois últimos artigos completam o quadro e listam outras condições que devem ser cumpridas por proprietários ou interessados em arquivos privados que tenham sido declarados de interesse público. Estude bem isso pois cai demais! Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 30 Indo mais a fundo na questão dos arquivos privados, vale distinguir os arquivos gerados por instituições não governamentais e aqueles gerados por famílias ou indivíduos. Isso nos leva a mais 3 grupos de arquivos, dentro dos considerados privados: os arquivos econômicos, sociais e pessoais. ARQUIVOS ECONÔMICOS - Compreende a documentação gerada por empresas comerciais, industriais, financeiras ou de serviços de pequeno, médio ou grande portes. Possuem muita semelhança quanto aos setores de gestão (direção, gerência, administrativo, pessoal, legislação, etc.) o que resulta em tipologias documentais semelhantes. ARQUIVOS SOCIAIS - Abrangem um grande número de arquivos relevantes, destacando-se os religiosos, os notariais, os de movimento ou entidades políticas, instituições educacionais, de classe, esportiva, beneficentes, culturais e outras sem fins lucrativos. Cada um possui tipificações distintas, ao contrário dos arquivos econômicos, mais uniformes. Os arquivos notariais, no Brasil e em muitos outros países integram a área de atividade pública, dado seu caráter de concessão de validade jurídica aos atos, fatos e documentos registrados nas entidades do setor: registros, cartórios, tabelionatos, etc. Já os arquivos religiosos, devido ao valor jurídico de seus registros demográficos (especialmente os produzidos anteriormente à Proclamação da República), merecem artigo específico na Lei 8.159/91 que os declara de interesse público, veja abaixo: Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de interesse público e social. ARQUIVOS PESSOAIS - já os arquivos pessoais, segundo Bellotto são: "Papéis ligados à vida, à obra e as atividades de uma pessoa. Não são documentos funcionais e administrativos no sentido que possuem os de gestão de uma casa comercial ou de um sindicato laboral. São papéis ligados a vida familiar, civil, profissional e à produção política e/ou intelectual, científica, artística de estadistas, políticos, artistas, literatos, cientistas, etc. Enfim, são os papéis de qualquer cidadão que apresente interesse para a pesquisa histórica, trazendo dados sobre a vida cotidiana, social, religiosa, econômica, cultural, do tempo em que viveu ou sobre sua própria personalidade e comportamento". Veremos mais sobre os arquivos pessoais no item seguinte. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 31 4.3 - Arquivos Pessoais Acabamos de ver que entre os arquivos privados temos ainda 3 categorias de arquivos: os econômicos, os sociais e os pessoais. Os arquivos pessoais constituem-se em um caso à parte pois, embora ricos e altamente relevantes do ponto de vista documental, têm uma visibilidade muito prejudicada justamente pelo fato de serem produzidos por pessoas físicas, geralmente dentro de suas casas ou em outras condições de suas vidas particulares. Dessa forma, esses arquivos não são facilmente encontráveis por pesquisadores, historiadores e mesmo por arquivistas, até que seus respectivos donos, convencidos da importância e da função social do material que têm em mãos, concordam em cedê-los ou vendê-los para entidades que os irão abrigar, processar e divulgar, considerando seu interesse público. Para possibilitar a pesquisa e o acesso ao público e para que estes sejam satisfatoriamente realizados, é necessário o preenchimento de duas condições: - Sensibilização das famílias e consequente recolhimento a entidade apta à identificação, ordenação, guarda e disseminação do material - Capacidade técnico-científico-intelectual do pessoal especializado, para que o recolhimento não resulte em simples custódia e preservação dos documentos. Objetivo é oferecer de fato a sociedade a possibilidade de consultar documento relevante para pesquisa, estudo ou mesmo entretenimento. O arquivo pessoal como fonte de pesquisa pode ser usado de quatro formas distintas, dependendo do tema e da abordagem da pesquisa: - Documentação básica - única fonte para o desenvolvimento de um tema. Vem caindo em desuso. - Documentação alternativa - serve de testemunho para afirmações com fundamentos não encontrados em outras fontes. - Documentação subsidiária - ilustra argumentos já desenvolvidos na pesquisa. - Documentação paralela - confirma informações obtidas em outras fontes. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 32 Por fim, importante saber que em todo esse processo de gestão dos documentos pessoais, assumindo sua migração do controle doméstico para uma entidade,sua identificação, ordenação e disseminação para historiadores, pesquisadores, acadêmicos e demais interessados temos em resumo 3 polos de interesse: - Famílias ou titulares - proprietários do acervo que precisam ser convencidos a iniciar o processo de disponibilização do conteúdo. - Arquivistas - proporcionar de forma correta a matéria prima aos interessados, ou seja, disponibilizar o documento ou a informação correta a quem a estiver procurando. - Historiadores - capturar a síntese da documentação abastecendo o processo de pesquisa e alimentando ou refutando as hipóteses aventadas. ARQUIVO PESSOAL COMO FONTE DE PESQUISA Documentação Básica (exclusiva) Documentação Alternativa (testemunho) Documentação Subsidiária (ilustração) Documentação Paralela (confirmação) ARQUIVOS PESSOAIS Famílias ou Titulares HistoriadoresArquivistas Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 33 (CESPE/ANATEL/Técnico Administrativo/2004) No que se refere à arquivologia, julgue o item seguinte. Os arquivos notariais devem ser incluídos na categoria de arquivos econômicos. a) Certo b) Errado Comentário: A afirmativa está ERRADA. Como vimos em aula, os arquivos econômicos são compostos por documentos gerados por empresas, o que não é o caso dos arquivos notariais que, em muitos países, inclusive no Brasil, integram a área de atividade pública, dado seu caráter de concessão de validade jurídica aos atos, fatos e documentos registrados nas entidades do setor: registros, cartórios, tabelionatos, etc. Dessa forma, os arquivos notariais são considerados Arquivos Sociais ao lado dos religiosos, os de movimentos ou entidades políticas, instituições de classe, de ensino ou esportivas, etc. (CS UFG/UFG/Arquivista/2017) De acordo com a Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991, em seu Art. 12, os arquivos privados podem ser identificados pelo poder público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como: a) fundo de arquivo com tratamento relevante para o desenvolvimento da arquivologia nacional. b) produto das atividades de pessoa física ou jurídica com relevância histórico-familiar ou institucional. c) conjunto de fontes relevantes para a história e o desenvolvimento científico nacional. d) coleção de documentos tridimensionais acumulados por fonte relevante para a história nacional. Comentário: Antes de analisar as alternativas vamos voltar a lei seca para identificar o que está correto. Vejamos o artigo 12 da Lei 8.159/91: "Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional". Bem, fica claro que a alternativa C é a correta e gabarito da questão. A alternativa A limita o interesse público e social à Arquivologia que, embora muito relevante, não esgota as possibilidades de o material apresentar interesse público e social. Na alternativa B, a importância acaba também restrita pelo examinador ao cenário histórico-familiar ou institucional. Note que na resposta gabarito estamos falando em interesse para a história ou para o desenvolvimento nacional. Por último, na alternativa D o examinador traz o conceito de documentos/objetos de museu que, embora possam ter relevância para a história nacional, também restringiriam o escopo dos documentos que Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 34 poderiam ser declarados de interesse público e o social. E os documentos de bibliotecas e de arquivos que em sua maioria não são tridimensionais, como ficariam? (CONSULPLAN/CM Nova Friburgo-RJ/Almoxarife/2017) Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados, qual situação leva ao recolhimento da documentação de instituições públicas e de caráter público à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora? a) A cessação de suas atividades. b) As condições inapropriadas de armazenamento. c) O mau uso dos documentos para atividades ilícitas. d) A intervenção direta de algum órgão do poder Executivo. Comentário: Esta é outra questão que segue a literalidade da lei. Vamos voltar a Lei 8.159/91 em seu artigo 7o, parágrafo 2o: "A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição", portanto a alternativa A é a correta e gabarito da questão. A alternativa B traz comportamento claramente prejudicial ao material sob custódia, porém não suficiente para obrigar à transferência ou recolhimento a outra entidade. Na letra C, o mesmo caso. Obviamente descreve-se uma prática não aceitável no processo de gestão dos arquivos, porém não há previsão legal que obrigue à transferência ou recolhimento a outra entidade. Por fim alternativa D fala sobre a intervenção direta de órgão do poder Executivo. Também não há qualquer previsão legal em que tal ação leve ao recolhimento da documentação de instituições públicas e de caráter público à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora. Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 35 5. Diagnóstico e realidade da situação arquivística brasileira 5.1 - Definição e tipos de diagnósticos de situação arquivística Um tema que cai com alguma frequência em provas é o "Diagnóstico e realidade da situação arquivística brasileira". Esse tema surge em questões nas mais variadas formas. Veremos alguns exemplos mais adiante. Antes é importante entendermos o que é um diagnóstico de situação arquivística. O Diagnóstico Arquivístico é um instrumento de controle da eficiência organizacional. Este tem por objetivo avaliar e planejar normas e procedimentos, tomar medidas corretivas, controlar periodicamente a padronização da gestão de documentos e verificar os fatores que limitam o funcionamento das áreas de Arquivo e Protocolo. Veja que esta é uma definição aplicada ao diagnóstico de uma instituição especifica que prevê inclusive a análise das áreas de Arquivo e Protocolo. Como aqui estamos falando de um diagnóstico da situação arquivística brasileira, podemos assumir que os principais objetivos desta ação - que devem ser mais genéricos e de escopo mais abrangente por se tratar de um cenário maior - seriam: - Avaliar e planejar políticas públicas efetivas para a Gestão de Documentos; - Identificar as fragilidades nas ações de Gestão de Documentos; - Conhecer a situação de armazenamento e acondicionamento dos acervos; - Identificar a quantidade e o perfil dos servidores que trabalham na área; - Conhecer a necessidade de capacitação desses servidores; - Planejar a capacitação técnica necessária. Tudo isso permitirá ao realizador do diagnóstico partir para um plano de ação, contendo: - Definição de problemas e objetivos, de acordo com as necessidades decorrentes da observação da realidade e dos documentos; - Formulação de hipóteses que expliquem a origem dos problemas levantados e suas possíveis soluções; - Levantamento de dados, de acordo com métodos previamente delineados, com eficácia comprovada; Ricardo Campanario Aula 02 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 36 - Conclusões e recomendações, a partir do exame dos dados levantados em confronto com as hipóteses e o conhecimento já estabelecido.
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