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Pneumonias atípicas Aspectos gerais • Diferente da pneumonia bactéria clássica = pneumocócica; • Quadro insidioso > normalmente a doença já dura uma semana ou 10 dias, geralmente; • Manifestações extrapulmonares > na pneumocócica não é tão comum (são mais comuns as pulmonares); • Não melhora com penicilina; • Formas clínicas: o Pneumonia atípica: Mycoplasma (maiores de 5 anos) > algumas literaturas mostram que acima de 5 anos a pneumonia por Mycoplasma pode ser até maior que a pneumonia por pneumococo; o Pneumonia afebril do lactente: exclusivo da pediatria e a mais importante dentre as pneumonias atípicas. Pneumonia afebril do lactente • Agente mais importante: Chlamydia trachomatis; • Nascimento por parto vaginal > contaminada quando entra com esse agente na vagina da mãe > pode ocorrer na cesárea, principalmente em bolsa rota prévia, mas, não é o mais comum; • Colonização conjuntiva e nasofaringe > nos RN femininos, pode ter colonização da genitália; • Conjuntivite neonatal: resultado da colonização da conjuntiva; • Pneumonia: período de incubação longa = entre 1 e 3 meses de vida; o Quadro arrastado, afebril (vários dias apresentando os sintomas respiratórios); o Quadro de tosse e taquipneia; o Podem ser encontrados estertores e sibilos; o Tosse e taquipneia podem estar presentes; o Eosinofilia e infiltrado intersticial (não tem o padrão de condensação alveolar) o Tratamento: macrolídeos (como a eritromicina); IMPORTANTE: a utilização da eritromicina, principalmente no período neonatal, está associada ao desenvolvimento de uma criança com uma condição cirúrgica: estenose hipertrófica de piloro. Bronquiolite viral aguda Informações iniciais Pneumonia bacteriana: bactéria na nasofaringe > aspirada e chega aos alvéolos > multiplicação bacteriana > transmissão para alvéolos adjacentes > processo inflamatório do tipo alveolite; Bronquiolite: vírus na nasofaringe não é diretamente aspirado para o alvéolo, mas, sim de célula a célula (adjacentes) > então, antes de ter uma alveolite viral (pneumonia), a criança já teve uma bronquiolite (infecção e inflamação dos bronquíolos) > acontece com qualquer indivíduo com pneumonia viral. Os adultos toleram bem, mas, a criança menor de 2 anos não tolera > calibre é muito diminuído > qualquer processo inflamatório que reduza o diâmetro alveolar, tem uma gravidade maior do que em adultos > recebe o nome de bronquiolite porque o componente bronquiolar predomina no quadro clínico da criança. A partir dos 2 anos chama-se apenas de pneumonia viral. Etiologia • Vírus Sincicial Respiratório (VSR) (adultos: resfriado comum; crianças: bronquiolite); Clínica • Menor de 2 anos de idade (infecção leva à sibilância); • Pródromos catarrais; • Febre e tosse (intensificam aos poucos); • Taquipneia (acometimento do trato respiratório inferior); • Sibilos (o que não é comum na pneumonia bacteriana); o Ruído expiratório que ausculta-se e indica-se uma obstrução da via aérea). LEMBRAR: estridor é predominantemente inspiratório e de grandes vias de condução. • A criança pode ter vários episódios de bronquiolite na vida, mas, suspeita-se de outra patologia, como a asma, caso a criança tenha muitos episódios recorrentes. • DIAGNÓSTICO É CLÍNICO! Não há necessidade de exame complementar, mas, alguns podem ser utilizados: o Radiografia de tórax: ▪ Sinais de hiperinsuflação: ar entra, mas, não sai totalmente (arcos costais e diafragma retificados) ▪ Atelectasia: quando pode ocorrer obstrução completa de um alvéolo, impedindo a entrada ou saída de ar. Tratamento • Avaliar se a criança precisa de internação: o Crianças menores de 12 semanas (3 meses). Alguns indicam para crianças menores de 32 semanas; • Ao internar: o Oferecer oxigenoterapia: se SpO2 menor que 90% (alguns indicam menor que 92%) > CNAF: cateter nasal de alto fluxo (reduz a taxa de intubação de crianças com bronquiolite viral aguda); o Hidratação venosa: se tiver muito desconforto respiratório e não tolerar via oral. Prescrever solução isotônica (lembrar que os cálculos de Holliday Segar, se formula soluções hipotônicas, com baixo sódio, então, não se usa esses cálculos > podem levar a criança à hiponatremia); o Avaliar a nebulização com solução hipertônica (NaCl 3%); o NÃO INDICAR: ▪ Beta-2 agonistas (broncodilatadores) > não é broncoespasmo que está ocorrendo, mas sim restos celulares e muco; ▪ Corticoides: não tem evidências de benefícios; ▪ Fisioterapia respiratória: não há evidências de benefícios de forma rotineira, mas, é necessário avaliar cada caso. IMPORTANTE: se a criança está sibilando pela primeira vez, lembrar de não indicar broncodilatador, já que o risco de asma ainda não é grande e não há evidências de broncoespasmo. Observar se é um quadro recorrente > se for, então pode ser asma e a terapia deve ser alterada. Prevenção • Lavar as mãos e evitar contato direto; • Palivizumabe: profilaxia passiva > anticorpos específicos para o VSR (monoclonal) > é caro e não são todas as crianças que tem acesso > indica-se para os casos mais graves > 1 dose mensal, durante 5 meses (depende da região geográfica para definir esses 5 meses: criança que mora no sul recebe 5 meses; criança que mora no sudeste recebe em outro período); • Pelo ministério da saúde, quem recebe: o Crianças que nasceram com menos de 29 semanas (28 semanas e 6 dias), durante o primeiro ano de vida (nos 5 meses sazonais estabelecidos de acordo com a região onde a crianças se encontra). Quando for definido o período, é necessário começar a medicação 1 mês antes (exemplo: se a sazonalidade do vírus começa em março, então em fevereiro deve ser dada a primeira dose); o Crianças menores de 2 anos de idade que tenham cardiopatia congênita* ou doença pulmonar da prematuridade**; *com repercussão hemodinâmica (mais grave). **que tenha displasia broncopulmonar e tenha recebido tratamento farmacológico nos últimos meses (se não recebeu, não precisa do palivizumabe); • Pela SBP, quem recebe: o Recomenda as indicações do MS; o Orienta que também seja feito para as crianças menores de 6 meses e que tenham nascido entre 29 e 32 semanas (maior risco de evolução para forma grave); Coqueluche • Não é uma doença que acomete as vias aéreas inferiores; • Agente etiológico: Bordetella pertussis; • Libera toxinas > provocam uma afecção traqueobrônquica; • Não há taquipneia > se manifesta principalmente por tosse > arrastada; Clínica • Fase catarral: como um resfriado comum; • Fase paroxística: caracterizada por paroxismos (acessos de tosse intensos + emissão de um guincho); • Fase de convalescência. • Ciclos respiratórios normais intercalados com ciclos de tosses descontrolados, em que faz uma inspiração profunda, emitindo um guincho; • A criança pode vomitar após o acesso de tosse > acessos emetizantes; • Pode ocorrer petéquias conjuntivais; • Nos menores de 3 meses de idade: apneia e cianose > pode convulsionar. APNEIA é o principal sinal e na presença dela deve-se considerar principalmente a coqueluche; • Leucocitose com linfocitose; • Pode-se tentar isolar a Bordetella; Tratamento • Azitromicina: primeira opção! • Espera-se encontrar poucas crianças com coqueluche, já que atualmente existe vacina (para a criança e para a gestante);
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