Buscar

Anestesiologia - Prova 2 (Anestesia condutiva/Bloqueio Peridural e Raqueanestesia/Bloqueios de plexos/Sala de recuperação)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 1 
ANESTESIA CONDUTIVA 
 
• Iniciou em 1898, com um médico alemão que fez um bloqueio subaracnoideo com cocaína. 
 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
 
• Os mais utilizados atualmente são a lidocaína, pupilocaína e ropivacaína. 
• São substâncias que bloqueiam a condução nervosa de forma reversível, sendo seu uso seguido de 
recuperação completa da função do nervo. 
• Produzem perda transitória da função sensitiva, autônoma e motora em uma determinada região 
do corpo. 
• Toda anestesia com anestésico local tem reversibilidade. 
• São caracterizados em dois grupos segundo sua origem química: 
o Derivados de ésteres: Benzocaína, Procaína e Tetracaína 
§ São metabolizados no sangue pelas esterases 
plasmáticas (pseudolinesterase). 
o Derivados de amidas: Lidocaína, Prilocaína, Bupivacaína e 
Ropivacarína 
§ São metabolizados no fígado pelo sistema microssomal 
hepático (metabolização hepática, citocromo 450). 
o Conforme a ligação proteica for maior, a dose tóxica será 
menor. 
 
Propriedades físico químicas 
o Peso molecular - Quanto menor peso molecular maior difusão, mais passa pelos poros 
celular, mais difunde. 
o pKa - Ínico de ação, 
o Lipossolupidade - determina a potência e solubilidade. 
o Ligação proteica - determina duração de ação. A toxicidade está relacionada a ligação 
proteica. 
o Esteroisomeria - levogira e dextrogira. 
o Taquifilaxia - conforme é utilizada (repetindo doses), a droga vai perdendo potência pois o 
paciente vai desenvolvendo tolerância a droga, vai diminuindo o seu tempo ou potência de 
ação. É mais evidente em pacientes que usam como tratamento para bloqueio de dor. 
• São “bases fracas” que, no organismo, se transformam em base não carregada ou como cátion. Por 
serem bases fracas, são misturadas à HCl transformadas assim em cloridratos. 
• Possuem parte lipofílica (passa a barreira gordurosa) e lipofóbica (bloqueia a condução, tem 
afinidade aos ânions e cátions), essencial para a ação. 
• A porção ionizável da molecular (hidrofílica) sofre influência do pH do meio, transformando-se. 
Pacientes com abcesso infeccioso não tem boa resposta a anestésicos locais pois o processo é 
ácido. 
• Cada anestésico tem um pH (lidocaína tem o menor), quanto mais próximo do pH humano, a 
concentração da parte hidrofílica é menor, e da parte hidrofóbica é maior, passando mais 
rapidamente pela bainha. Lidocaína bloquei ao nervo mais rápido mas em compensação tem 
duração menor. 
 
Mecanismo de ação: 
• Após injetada a droga fica em equilíbrio (50% hidrofílica e 50% lipofilica), conforme vai passando 
do meio extra pelo epineuro e depois pela membrana de fosfolipídeos vai se reequilibrando. 
• O anestésico aumenta o limiar de excitabilidade do nervo bloqueando os canais. 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fibras nervosas: 
• Quando maior o diâmetro da fibra mais necessidade de anestésico. 
• O bloqueio tem um tempo de latência: 
o A primeira sensibilidade que o paciente perde é a temperatura. 
o Depois bloqueia dor epicrítica (dor aguda, dor de corte/queimação). 
o Bloqueio motor é um dos últimos, mais demorado. 
Classificação Diâmetro (µ) Mielina Condução 
(m/seg) 
Função 
A (Alfa e Beta) 6-22 + 30-120 Motor e Propicepção 
A (Gama) 3-6 + 15-35 Tônus Muscular 
A (Delta) 1-4 + 5-25 Dor, Toque e Temperatura 
B <3 + 3-15 Pré-ganglionar Simpática 
Vasomotora visceromotora 
C 0,3-1,3 - 0,7-1,3 Pós-ganglionar Simpática 
Função autonômica. Dor e 
temperatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B 
C 
A 
B 
C 
A 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 3 
Farmacocinética: 
• Absorção: 
o Depende da dose 
o Se é vasoconstritor ou não. 
o Propriedades específicas da droga 
o Local da administração [IV > traqueal (mucosa) > intercostal > peridural, > plexo braquial 
> subaracnóide > subcutâneo (gordura)] 
• Distribuição: Depende de: 
o Perfusão tecidual 
o Lipossolubilidade 
o Grau de ligação proteica 
o Tipo amida tem maior distribuição porque 
• Gestação: 
o Aumento de sensibilidade pelas modificações gravídicas 
 
Intoxicação por anestésicos locais: 
• Medidas de suporte: 
o O2 
o Ventilação 
o Sedativos 
o Drogas vasoativas 
o Antiarrítmicos 
o Cardioversão 
o Emulsão Lípidica - o uso tem evidenciado um 
resultado significativamente bem sucedido. No caso 
de PCR bolus de 100 mL e manutenção com infusão 
de 0,25 mL/Kg/min até 400 mL em 20 minutos. 
Repetir o bolus inicial duas vezes, com intervalo de 
cinco minutos se circulação adequada ainda não 
estiver sido restabelecida. Aumentar a infusão 
contínua para 0,5 mL/Kg/min e repetir mais dois 
bolus de 100 mL com intervalo de cinco minutos. 
 
Reação alérgica: 
• Mais comum com aminoésteres: Hidoxilação com formação 
de Ácido Paraaminobenzóico 
• Ou pelos Preservativos que são misturados com o anestésico: 
o Metilparabeno 
o Metabisulfito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 4 
BLOQUEIOS PERIDURAL E RAQUE ANESTESIA 
 
• Conceito: Interrupção da condução nervosa pela administração de AL próxima a este (temporária e 
reversível). 
• Vantagens: 
o Menor confusão e mais analgesia pós-operatória 
o Menor interferência com a função pulmonar e cardiovascular 
o Menor sangramento 
o Menor incidência de TEP 
o Menor reação endócrino-metabólica ao trauma 
• Se distinguem pelo local da punção e onde é administrado o anestésico. 
 
ANATOMIA: 
 
 
 
• (Fístula liquórica. Dor de 
cabeça.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 5 
ANESTESIA PERIDURAL 
 
• Peridural é metamérica - injetamos anestésico antes da dura-
máter, se difunde as raízes nervosas em imersão na dura. 
• Entre a dura-máter e os ligamentos e corpos vertebrais. 
 
PUNÇÃO: 
• Localizamos o espaço por técnica de perda de pressão ou com 
ultrassom. 
• Paciente em decúbito lateral ou sentado. 
• Introduz-se a agulha entre duas apófises espinhosas, ela vai passar o ligamento inter-espinhoso (no 
momento em que agulha entra nesses ligamentos a resistência aumenta). 
• A importância do ligamento amarelo é que no momento que rompemos ele com a ponta da agulha, 
caímos no espaço peridural, se continuarmos introduzindo a agulha perfuramos a dura-máter e o 
bloqueio deixa de ser peridural e passa a ser subdural. 
• O problema de perfuração da dura com uma agulha de peridural (agulha calibrosa e com ponta 
romba) é que causa um rombo maior que o usal, havendo dificuldade maior de fechamento da 
perfuração e favorecendo a formação de fístula entre o espaço subdural e o peridural com 
extravasamento de líquor que vai diminuir a pressão liquórica, o cérebro “desce” e pressiona as 
amídalas causando dor de cabeça no pós operatório (alivia em decúbito). 
• Referências anatômicas:o Borda inferior da escápula condiz com espaço entre t6-t7. 
o Meio da escápula t3-t4-t5. 
o Boda superior da crista ilíaca superior L4 
• Não há local de punção na peridural 
o Peridural em prótese mamária: aplica-se no espaço mais próximo das mamas uma 
quantidade necessária somente para anesteriar aquela região (geralmente 6 mL). Não 
utilizamos para cirurgias que necessitam de bloqueio do peritônio. 
 
TÉCNICAS: 
• Sinal da gota pendente - Gutierrez (pressão negativa). 
• Técnica de Dogliotti (mais usado): Teste da resistência a 
seringa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANESTESIA SUBDURAL (RAQUIANESTESIA) 
 
• Entra-se pelo ligamento interapofisário, transpassa o ligamento 
amarelo e se fura a dura-máter. 
• Raque anestesia a nível de medula. 
• Punção sempre em L3-L4, para evitar que se faça punção na medula, 
injetando anestésico intramedular. 
• É uma anestesia terminal (anestesia o local injetado para baixo). 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 6 
Líquor 
• Possui densidade (1003-1009), então os anestésicos são formulados de maneira que sejam 
hiperbáricos (densidade maior) (associa-se glicose ao anestésico) ou isobáricos. Anestésico 
hiperbáricos, pela gravidade, vão descer, se mudar a posição do paciente o anestésico irá para o 
local “mais baixo”. Isobárico usa-se para bloqueio no local de punção, o bloqueio não sofre tanto 
pela ação da gravidade. 
 
Formulação dos anestésicos: 
 
• Hipobárico não tem apresentação comercial pelo risco, pode bloquear o bulbo. 
• Hipobárico sobe, isobárico fica no lugar, hiperbárico desce. 
 
EFEITOS FISIOLÓGICOS 
 
• Ação dos AL: provavelmente raízes neuronais 
o Potencial evocado preservados em vias neuronais profundas. 
• Toxicidade sistêmica: Levobupivacaína e Ropivacaína são opções seguras, menos toxicas do ponto 
de vista cardíaco. 
• Bloqueio neuronal diferenciado: 
o 1º Simpático depois, 2º Dor e 3º Motor 
o Dispersão é diferenciada na peridural é em dermátomos: 
§ Simpático > 2 a 6 dermártomos / Dor > 2 a 3 dermátomos / Motor 
• Cardiovascular - Bloqueio simpático promove vasodilatação arterial e venular 
• Redução do Débito Cardíaco - redução do retorno venoso. 
• Respiratório – Capacidade Inspiratória: redução com bloqueio acima de T5. 
 
Bradicardia: 
• Causa: Bloqueio simpatico cardíaco, 
Reflexo de Bezhold-Jarish 
• Fatores preditivos: Sexo masculino, Jovem, 
ASA I, Nível de bloqueio sensitivo > T7. 
• Tratamento: Atropina, Adrenalina, 
Noradernalina, Volume. 
 
Hipotensão arterial: 
• Causa: Bloqueio simpatico extenso, 
Hipovolemia. 
• Fatores preditivos: Sexo feminino, Idade 
superior a 45 anos, Nível de bloqueio 
sensitivo > T7. 
• Tratamento: Efedrina, Fenilefrina, Noradrenalina, Volume. 
 
 
 
 
 
IsobáricoHipobárico Hiperbárico
Densidade 1003-1010 
Reflexo de Bezold-Jarisch 
 Receptores sensoriais cardíacos com vias 
aferentes vagais não mielinizadas. O ventrículo 
esquerdo, particularmente a parede ínfero 
posterior, é a principal localização desses 
receptores sensoriais. A estimulação destes 
receptores cardíacos inibitórios por substâncias 
químicas ou drogas aumenta a atividade 
parassimpática e inibe a atividade simpática. Esses 
efeitos promovem bradicardia reflexa, 
vasodilatação e hipotensão. 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 7 
COMPLICAÇÕES DOS BLOQUEIOS DO NEUROEIXO 
 
Abscesso Peridural 
• É raro e tem sido associado à anestesia peridural; 
• Os fatores predisponentes incluem a imunossupressão, a administração de esteróides no espaço 
peridural, o diabetes, as infecções, a sepse, a cateterização do espaço peridural por períodos 
prolongados. 
 
Hematoma Espinhal 
• É uma complicação relativamente rara, geralmente acompanhada de alguma coagulopatia não 
diagnosticada ou da desatenção do anestesista na avaliação pré-operatória, que não observou o uso 
de anticoagulantes. 
 
Síndrome da artéria espinhal anterior da medula 
• A artéria de Adamkiewicz origina-se à esquerda e penetra no forame intervertebral entre T8 e L3. 
Lesões neste vaso podem ocasionar isquemia da região lombar devido à perda desta importante 
circulação colateral. A lesão direta ou indireta da arteria espinhal anterior. A hipotensão arterial, 
presença de insuficiência vascular sistêmica ou localizada são causas desta síndrome. O paciente 
apresenta paralisia flácida dos membros inferiores de início súbito principalmente em pacientes 
idosos. 
 
Injeção Intravascular Inadvertida de Anestésico Local 
• A injeção de AL intravascular é uma complicação possível enquanto a realização e um bloqueio 
epidural. Como a quantidade de AL é elevada, as alterações hemodinâmicas e ventilatórias 
requerem uma rápida resposta. A base da terapêutica do anestesiologista neste momento se baseia 
no suporte hemodinâmico e ventilatório. 
 
Injeção Inadvertida de Anestésico Local no espaço subaracnóide 
• O tratamento inicial é efetivo para manutenção da hemodinâmica enquanto se avalia a necessidade 
de uma catecolamina mais potente. Suporte ventilatório com intubação traqueal e ventilação 
mecânica é necessário. A sedação para a intubação e ventilação é mínima e os pacientes raramente 
tem lembranças de tal evento. 
 
Lesão neurológica direta por agulha ou cateter 
• Raramente se observa uma lesão neurológica permantente causada pelo contato direto entre 
cateter ou agulha e tecido nervoso. É, entretanto, comum o relato de parestesia ou dor em um 
determinado dermátomo durante o procedimento. 
 
Sintomas neurológicos transitórios 
• Muito mais frequente quando uso de lidocaína como anestésico local, os sintomas neurológicos 
transitórios são caracterizados por dor ou disestesias no períneo e membros inferiores após a 
reversão do bloqueio subaracnóide. Anteriormente chamado de irritação radicular transitória, tem 
como uma das possíveis causas os efeitos neurotóxicos dos anestésicos locais e o contato direto 
com a fibra nervosa. 
 
Cefaléia pós punção aracnoide 
• Houve uma redução grande nos últimos anos devido aos calibres das agulhas utilizadas no bloqueio 
subaracnóide. Entretanto a taxa desta complicação não é desprezível. Mais frequente em: Mulheres 
- Jovens - Gestantes - Calibre maior de agulha - Múltiplas punções. 
 
Aracnoidite Adesiva 
• É uma doença inflamatória cuja etiologia exata não é clara. A maioria dos casos de aracnoidite é 
induzida por substâncias químicas, quando estas são introduzidas no espaço subaracnóideo ou 
próximo a ele, por trauma mecânico e por infecção. 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 8 
CONTRAINDICAÇÕES 
 
Absolutas: 
• Recusa. 
• Infecção local. 
• Hipovolemia. 
• Distúrbio de Coagulação. 
• Sangramento previsível alto. 
• Anormalidades anatômicas. 
 
 
Relativas: 
• Bacteremia. 
• Desordens psicológicas e neurológicas. 
• Infecção generalizada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 9 
BLOQUEIOS DE PLEXOS 
 
• Com o advento do ultrassom a localização 
dos plexos se tornou facilitada, não é só nervo 
motor quepode ser bloqueado. Também é 
possível localizar o plexo por estímulo, mas 
só nervos motores. 
• Usamos ultrassom com amplitude alta 
(transdutor linear) para bloqueios superficiais 
e amplitude menor para bloqueios mais 
profundos (transdutor convexo). 
• Quanto mais próximo da raiz do nervo mais 
escuro esse aparece no ultrassom, quanto 
mais distal mais esbranquiçado. 
• Nervo em favo de mel (redução das células 
nervosas e mais tecido conectivo) conforme 
distância da raiz. 
BLOQUEIO DO MEMBRO SUPERIOR 
 
Dedos: 
• É o tipo mais comum de bloqueio feito na prática clínica. 
• Existem várias técnicas. A mais tradicional é bloqueio dos nervos digitais dorsais e palmares, como 
há a NAVE não devemos usar anestésico com adrenalina (aumenta o tempo de duração e toxicidade 
do anestésico) que provoca vasoconstrição e pode provocar perda da irrigação terminal (em 
nenhum local de vascularização terminal ex.: mão e pé). 
 
Mão: 
1. N. Mediano 
2. Flexor palmar longo 
3. Flexor radial do carpo 
4. Artéria ulnar 
5. N. ulnar 
6. Artéria radial 
7. Flexor ulnar do carpo 
 
 
 
 
 
 
Plexo braquial: 
• O plexo braquial é formado de C4 a T1. 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 10 
Plexo cervical: 
 
 
• O bloqueio de Winnie (entre os interescalênicos) na altura do tronco (plexo cervical), quando é feito 
sem ultrassom, é utilizado um volume grande de anestésico, como o volume é grande a 
concentração não pode ser muito alta e pode não atingir o limiar anestésico que precisamos. 
• Com o ultrassom conseguimos chegar muito próximo ao nervo (na bainha) e banhamos ele com uma 
quantidade menor de anestésico. 
• Bloqueio em cirurgia de ombro. 
• Problemas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Dificilmente não é feito bloqueio do nervo frênico (bloqueio diafragmático parcial) pela quantidade 
de anestésico que usamos (10-15 mL). 
• Com a redução de volume de anestésico com o uso de ultrassom para guiar, as complicações 
reduzem bastante. 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 11 
Bloqueio suplaclavicular: 
• É o bloqueio mais fácil de fazer e com menos técnica (em termos pois tem proximidade com a 
pleura). 
• Bloqueio de cirurgia de braço/úmero. 
• Corner pocket - referência 
ultrassonográfica para injeção de 
anestésico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plexo axilar: 
• Bloqueio antebraço (mais distal, punho) / total de mão. 
• Normalemnte faz-se bloqueio alto (axilar) para 
mão pois os cirurgiões usam garrote e se o 
bloqueio for mais baixo o paciente sente dor 
por isquemia. 
• É um bloqueio fácil de fazer pois é de fácil 
localização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 12 
BLOQUEIO DO MEMBRO INFERIOR 
 
• Antes do ultrassom o bloqueio de membro inferior não existia, pois, a maioria dos nervos bloqueados 
são puramente sensitivos. 
 
N. femural 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
N. isquiático na altura da fossa poplítea: 
• Bloqueio perna/pé/joelho. 
• Custo benefício não é tão interessante pois tenho que 
bloquear safeno e isquiático enquanto com uma raque 
podemos bloquear a perna toda, é mais fácil, mais rápida 
e tem menos chances de erro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
N. ciático 
Espinha ilíaca póstero superior (EIPS) 
Tuberosidade isquiática (TI) 
Grande trocânter 
• Usa-se para analgesia de pós-operatório. 
 
N. safeno 
• Parte inferior sensitiva da perna 
(joelho, perna, pé) + bloqueio do 
poplíteo para cirurgias nessas 
regiões. 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 13 
Pé: 
 
• N Tibial Posterior 
• N Fibular Profundo 
• N Safeno 
• N Sural 
• N Fibular Superficial 
 
• Utiliza-se esse tipo de bloqueio para cirurgia de 
hálux e retirada de cravo do pé. 
• É um bloqueio doloroso, precisa sedar o 
paciente antes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLOQUEIO PERIBULBAR 
 
• A técnica anestesiológica do bloqueio peribulbar inferior foi introduzida, em 1986, por Davis e 
Mandel. Este tipo de bloqueio é frequentemente empregado em procedimentos oftalmológicos 
• Esta técnica de bloqueio peribulbar inferior diminui os riscos de complicações descritos na literatura, 
tais como hematoma retrobulbar, perfuração ocular1, depressão respiratória, e lesão do nervo 
óptico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 14 
SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA (SRPA) 
 
• Permanência: 1 a 6h. 
• Responsabilidade: equipes de enfermagem e médica, especialmente o anestesista. 
• Finalidade: 
o Oferecer suporte ao paciente na fase de recuperação da anestesia, até que os sinais vitais 
voltem à normalidade, 
o Seja recuperada a consciência e os reflexos protetores estejam presentes; 
o Prevenir ou tratar possíveis complicações resultantes do ato anestésico ou cirúrgico; 
o Iniciar medidas para aliviar a dor pós operatória; 
• Localização: Dentro ou nas proximidades do centro cirúrgico. 
o Favorecendo o transporte do paciente anestesiado, ou seu retorno rápido à sala de 
operação. 
o Possibilita o livre acesso dos componentes da equipe cirúrgica. 
• Equipamentos e materiais básicos de uma SRPA: 
o Equipamentos básicos: geralmente fixos à parede, acima da cabeceira de cada leito. 
o Equipamentos e materiais de suporte respiratório 
o Equipamentos e materiais de suporte cardiovascular e outros. 
o Camas: providas de grades laterais, manivelas para dar posição ao paciente, encaixes para 
suportes de soros e cabeceira removível para facilitar o atendimento em situações de 
emergência. 
• É a área que se destina à permanência do paciente logo após o término do ato anestésico cirúrgico. 
• Eltringham (1986), a SRPA – é um setor do centro cirúrgico onde são dispensados cuidados 
intensivos após anestesia e cirurgia. 
• Ministério da Saúde, 1987, a SRPA – é um elemento onde se concentram os pacientes egressos das 
salas de operação para receberem os cuidados pós anestésicos e ou pós-operatórios imediatos. 
 
ESTÁGIOS DA RECURPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A responsabilidade pela internação e alta da SRPA é do médico anestesiologista, mas isso é 
inviável na prática, o responsável pelo paciente na sala é o enfermeiro na prática. 
 
INTERNAÇÃO NA RPA 
1. Identificação do paciente 
2. Problemas clínicos pré-operatórios 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 15 
3. Medicação pré-anestésica 
4. Relatório da anestesia: tipo da cirurgia e anestesia 
5. Reposição hídrica e sanguínea 
6. Complicações intra-anestésicas e cirúrgicas 
 
MONITORIZAÇÃO 
• Pressão arterial 
• Cardioscopia 
•Oximetria de pulso 
• Temperatura 
• Outras: EAV dor, PA invasiva, PVC, Monitor da junção neuromuscular 
• Controles: 15/15 min (mínimo) 
 
COMPLICAÇÕES 
• Sistema Respiratório 
o Anestesia geral -> ¯ Resposta à Hipóxia; ¯ Resposta à Hipercarbia; ¯ Capac. Residual 
Funcional -> Hipoventilação, Hipoxemia 
§ Hipoventilação = ­CO2 
§ Efeito residual dos anestésicos (Opióides -> Naloxona (antagonista), 
Benzodiazepínicos -> Flumazenil (antagonista)) 
§ Efeito residual dos BNM -> Atropina + neostigmina 
§ Causas pulmonares: doenças pré-existentes, pneumotórax, broncoespasmo, 
obstrução de VAS 
§ Outras: analgesia inadequada, interação medicamentosa 
§ Hipoxemia: SpO2 < 90%, PaO2 < 60 mmHg - Hipoventilação, Obstrução de VAS, 
atelectasia, broncoespasmo e broncoaspiração. 
o Anestesia geral -> ¯ Reflexo protetores Vias aéreas -> Broncoaspiração do conteúdo 
gástrica 
§ Etiologia: estômago cheio, gravidez, obesidade, hérnia hiatal, aumento da pressão 
intra-abdominal, refluxo gastroesofágico, cirurgia de emergência. 
§ Prevenção: tempo de jejum, momento da retirada do tubo traqueal. 
o Atelectasia - Posicionamento na mesa cirúrgica, intubação seletiva, volume corrente 
pequeno (opióide, BNM), dor intensa no PO, compressão, absorção, disfunção do sistema 
surfactante. 
• Sistema Cardiovascular 
o Hipovolemia - Reposição volêmica, sequestro 
o Vasodilatação - Bloqueio simpático, vasodilatadores, reaquecio, reação transfusional 
o Diminuição do inotropismo - Isquemia, infarto, ICC, bloqueadores beta e de canal Ca. 
o Débito cardíaco: 
§ Pré-carga: Volemia, ventilação, perda terceiro espaço 
§ Pós-carga: RVS 
§ Contratilidade: SNA, anestésicos, hipóxia, isquemia, acidose metabólica, alteração 
eletrolítica (diminuição Ca) 
§ Frequência cardíaca: SNA 
o Hipertensão: dor, hipoxemia, hipotermia, hipercarbia, excesso de fluidos, distensão vesical, 
reação sonda traqueal. 
• Alterações Neurológicas 
• Alterações da Temperatura 
o Controle da temperatura: temperatura ambiente, ventilação, reposição volêmica e tipo de 
cirurgia 
o Hipotermia: Tcentral < 36ºC 
o Efeitos colaterais: ­ Atividade Simpática, ­ RVS: hipertensão, ¯ Perfusão periférica, Desvio E 
curva oxiHb: ¯O2 tec, Tremor: ­ consumo O2, Disrritmias , Coagulopatia moderada, ¯ 
Metabolismo de drogas. 
FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente 
Prof. Fernando ATM 2023/A 
 
 16 
• Náuseas e Vômitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Dor 
 
CONSEQUÊNCIAS 
• Insatisfação do paciente 
• Retardo na alta hospitalar 
• Hipertensão venosa 
• ­Sangramento 
• Tensão na linha de sutura 
• ­Pressão IntraOcular 
• ­Pressão IntraCraniana 
• Desidratação 
• Distúrbios hidroeletrolíticos 
• Pneumonia aspirativa 
 
ANTIEMÉTICOS: 
 
Efeitos colaterais: 
Antihistmínicos - Sedação, boca seca. 
Metoclopramida - Sedação, diminuição PA e FC, 
liberação extrapiramidal (ataxia, tremores, 
espasticidade) 
Inibidores 5HT3 - Tontura, redução da PA. 
 
 
 
 
 
CRITÉRIOS DE ALTA DA SRPA 
• Escala de Aldrete e Kroulik: 
o >= 8 em Anestesia geral 
o = 10 em Raqui e Peridural 
 
 
Causa Exemplo 
 Paciente • Mulheres 
• Obesidade 
• Estômago cheio 
• História de Náusea e Vômito PO 
 Anestesia • Hipotensão, hipoxemia 
• Anestésicos inalatórios 
• Duração prolongada da anestesia 
 Procedimento • Laparoscopia 
• Correção de estrabismo 
• Cirurgia na ouvido médio 
Receptor Antiemético 
Histamina H1 Prometazina 
(fenergan) 
Dopamina D2 Metoclopramida 
(plasil) 
Serotonina 5HT3 Ondansetron 
(zofran) 
AcetilcolinaMuscarínico Atropina

Continue navegando