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FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 1 ANESTESIA CONDUTIVA • Iniciou em 1898, com um médico alemão que fez um bloqueio subaracnoideo com cocaína. ANESTÉSICOS LOCAIS • Os mais utilizados atualmente são a lidocaína, pupilocaína e ropivacaína. • São substâncias que bloqueiam a condução nervosa de forma reversível, sendo seu uso seguido de recuperação completa da função do nervo. • Produzem perda transitória da função sensitiva, autônoma e motora em uma determinada região do corpo. • Toda anestesia com anestésico local tem reversibilidade. • São caracterizados em dois grupos segundo sua origem química: o Derivados de ésteres: Benzocaína, Procaína e Tetracaína § São metabolizados no sangue pelas esterases plasmáticas (pseudolinesterase). o Derivados de amidas: Lidocaína, Prilocaína, Bupivacaína e Ropivacarína § São metabolizados no fígado pelo sistema microssomal hepático (metabolização hepática, citocromo 450). o Conforme a ligação proteica for maior, a dose tóxica será menor. Propriedades físico químicas o Peso molecular - Quanto menor peso molecular maior difusão, mais passa pelos poros celular, mais difunde. o pKa - Ínico de ação, o Lipossolupidade - determina a potência e solubilidade. o Ligação proteica - determina duração de ação. A toxicidade está relacionada a ligação proteica. o Esteroisomeria - levogira e dextrogira. o Taquifilaxia - conforme é utilizada (repetindo doses), a droga vai perdendo potência pois o paciente vai desenvolvendo tolerância a droga, vai diminuindo o seu tempo ou potência de ação. É mais evidente em pacientes que usam como tratamento para bloqueio de dor. • São “bases fracas” que, no organismo, se transformam em base não carregada ou como cátion. Por serem bases fracas, são misturadas à HCl transformadas assim em cloridratos. • Possuem parte lipofílica (passa a barreira gordurosa) e lipofóbica (bloqueia a condução, tem afinidade aos ânions e cátions), essencial para a ação. • A porção ionizável da molecular (hidrofílica) sofre influência do pH do meio, transformando-se. Pacientes com abcesso infeccioso não tem boa resposta a anestésicos locais pois o processo é ácido. • Cada anestésico tem um pH (lidocaína tem o menor), quanto mais próximo do pH humano, a concentração da parte hidrofílica é menor, e da parte hidrofóbica é maior, passando mais rapidamente pela bainha. Lidocaína bloquei ao nervo mais rápido mas em compensação tem duração menor. Mecanismo de ação: • Após injetada a droga fica em equilíbrio (50% hidrofílica e 50% lipofilica), conforme vai passando do meio extra pelo epineuro e depois pela membrana de fosfolipídeos vai se reequilibrando. • O anestésico aumenta o limiar de excitabilidade do nervo bloqueando os canais. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 2 Fibras nervosas: • Quando maior o diâmetro da fibra mais necessidade de anestésico. • O bloqueio tem um tempo de latência: o A primeira sensibilidade que o paciente perde é a temperatura. o Depois bloqueia dor epicrítica (dor aguda, dor de corte/queimação). o Bloqueio motor é um dos últimos, mais demorado. Classificação Diâmetro (µ) Mielina Condução (m/seg) Função A (Alfa e Beta) 6-22 + 30-120 Motor e Propicepção A (Gama) 3-6 + 15-35 Tônus Muscular A (Delta) 1-4 + 5-25 Dor, Toque e Temperatura B <3 + 3-15 Pré-ganglionar Simpática Vasomotora visceromotora C 0,3-1,3 - 0,7-1,3 Pós-ganglionar Simpática Função autonômica. Dor e temperatura B C A B C A FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 3 Farmacocinética: • Absorção: o Depende da dose o Se é vasoconstritor ou não. o Propriedades específicas da droga o Local da administração [IV > traqueal (mucosa) > intercostal > peridural, > plexo braquial > subaracnóide > subcutâneo (gordura)] • Distribuição: Depende de: o Perfusão tecidual o Lipossolubilidade o Grau de ligação proteica o Tipo amida tem maior distribuição porque • Gestação: o Aumento de sensibilidade pelas modificações gravídicas Intoxicação por anestésicos locais: • Medidas de suporte: o O2 o Ventilação o Sedativos o Drogas vasoativas o Antiarrítmicos o Cardioversão o Emulsão Lípidica - o uso tem evidenciado um resultado significativamente bem sucedido. No caso de PCR bolus de 100 mL e manutenção com infusão de 0,25 mL/Kg/min até 400 mL em 20 minutos. Repetir o bolus inicial duas vezes, com intervalo de cinco minutos se circulação adequada ainda não estiver sido restabelecida. Aumentar a infusão contínua para 0,5 mL/Kg/min e repetir mais dois bolus de 100 mL com intervalo de cinco minutos. Reação alérgica: • Mais comum com aminoésteres: Hidoxilação com formação de Ácido Paraaminobenzóico • Ou pelos Preservativos que são misturados com o anestésico: o Metilparabeno o Metabisulfito FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 4 BLOQUEIOS PERIDURAL E RAQUE ANESTESIA • Conceito: Interrupção da condução nervosa pela administração de AL próxima a este (temporária e reversível). • Vantagens: o Menor confusão e mais analgesia pós-operatória o Menor interferência com a função pulmonar e cardiovascular o Menor sangramento o Menor incidência de TEP o Menor reação endócrino-metabólica ao trauma • Se distinguem pelo local da punção e onde é administrado o anestésico. ANATOMIA: • (Fístula liquórica. Dor de cabeça.) FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 5 ANESTESIA PERIDURAL • Peridural é metamérica - injetamos anestésico antes da dura- máter, se difunde as raízes nervosas em imersão na dura. • Entre a dura-máter e os ligamentos e corpos vertebrais. PUNÇÃO: • Localizamos o espaço por técnica de perda de pressão ou com ultrassom. • Paciente em decúbito lateral ou sentado. • Introduz-se a agulha entre duas apófises espinhosas, ela vai passar o ligamento inter-espinhoso (no momento em que agulha entra nesses ligamentos a resistência aumenta). • A importância do ligamento amarelo é que no momento que rompemos ele com a ponta da agulha, caímos no espaço peridural, se continuarmos introduzindo a agulha perfuramos a dura-máter e o bloqueio deixa de ser peridural e passa a ser subdural. • O problema de perfuração da dura com uma agulha de peridural (agulha calibrosa e com ponta romba) é que causa um rombo maior que o usal, havendo dificuldade maior de fechamento da perfuração e favorecendo a formação de fístula entre o espaço subdural e o peridural com extravasamento de líquor que vai diminuir a pressão liquórica, o cérebro “desce” e pressiona as amídalas causando dor de cabeça no pós operatório (alivia em decúbito). • Referências anatômicas:o Borda inferior da escápula condiz com espaço entre t6-t7. o Meio da escápula t3-t4-t5. o Boda superior da crista ilíaca superior L4 • Não há local de punção na peridural o Peridural em prótese mamária: aplica-se no espaço mais próximo das mamas uma quantidade necessária somente para anesteriar aquela região (geralmente 6 mL). Não utilizamos para cirurgias que necessitam de bloqueio do peritônio. TÉCNICAS: • Sinal da gota pendente - Gutierrez (pressão negativa). • Técnica de Dogliotti (mais usado): Teste da resistência a seringa. ANESTESIA SUBDURAL (RAQUIANESTESIA) • Entra-se pelo ligamento interapofisário, transpassa o ligamento amarelo e se fura a dura-máter. • Raque anestesia a nível de medula. • Punção sempre em L3-L4, para evitar que se faça punção na medula, injetando anestésico intramedular. • É uma anestesia terminal (anestesia o local injetado para baixo). FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 6 Líquor • Possui densidade (1003-1009), então os anestésicos são formulados de maneira que sejam hiperbáricos (densidade maior) (associa-se glicose ao anestésico) ou isobáricos. Anestésico hiperbáricos, pela gravidade, vão descer, se mudar a posição do paciente o anestésico irá para o local “mais baixo”. Isobárico usa-se para bloqueio no local de punção, o bloqueio não sofre tanto pela ação da gravidade. Formulação dos anestésicos: • Hipobárico não tem apresentação comercial pelo risco, pode bloquear o bulbo. • Hipobárico sobe, isobárico fica no lugar, hiperbárico desce. EFEITOS FISIOLÓGICOS • Ação dos AL: provavelmente raízes neuronais o Potencial evocado preservados em vias neuronais profundas. • Toxicidade sistêmica: Levobupivacaína e Ropivacaína são opções seguras, menos toxicas do ponto de vista cardíaco. • Bloqueio neuronal diferenciado: o 1º Simpático depois, 2º Dor e 3º Motor o Dispersão é diferenciada na peridural é em dermátomos: § Simpático > 2 a 6 dermártomos / Dor > 2 a 3 dermátomos / Motor • Cardiovascular - Bloqueio simpático promove vasodilatação arterial e venular • Redução do Débito Cardíaco - redução do retorno venoso. • Respiratório – Capacidade Inspiratória: redução com bloqueio acima de T5. Bradicardia: • Causa: Bloqueio simpatico cardíaco, Reflexo de Bezhold-Jarish • Fatores preditivos: Sexo masculino, Jovem, ASA I, Nível de bloqueio sensitivo > T7. • Tratamento: Atropina, Adrenalina, Noradernalina, Volume. Hipotensão arterial: • Causa: Bloqueio simpatico extenso, Hipovolemia. • Fatores preditivos: Sexo feminino, Idade superior a 45 anos, Nível de bloqueio sensitivo > T7. • Tratamento: Efedrina, Fenilefrina, Noradrenalina, Volume. IsobáricoHipobárico Hiperbárico Densidade 1003-1010 Reflexo de Bezold-Jarisch Receptores sensoriais cardíacos com vias aferentes vagais não mielinizadas. O ventrículo esquerdo, particularmente a parede ínfero posterior, é a principal localização desses receptores sensoriais. A estimulação destes receptores cardíacos inibitórios por substâncias químicas ou drogas aumenta a atividade parassimpática e inibe a atividade simpática. Esses efeitos promovem bradicardia reflexa, vasodilatação e hipotensão. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 7 COMPLICAÇÕES DOS BLOQUEIOS DO NEUROEIXO Abscesso Peridural • É raro e tem sido associado à anestesia peridural; • Os fatores predisponentes incluem a imunossupressão, a administração de esteróides no espaço peridural, o diabetes, as infecções, a sepse, a cateterização do espaço peridural por períodos prolongados. Hematoma Espinhal • É uma complicação relativamente rara, geralmente acompanhada de alguma coagulopatia não diagnosticada ou da desatenção do anestesista na avaliação pré-operatória, que não observou o uso de anticoagulantes. Síndrome da artéria espinhal anterior da medula • A artéria de Adamkiewicz origina-se à esquerda e penetra no forame intervertebral entre T8 e L3. Lesões neste vaso podem ocasionar isquemia da região lombar devido à perda desta importante circulação colateral. A lesão direta ou indireta da arteria espinhal anterior. A hipotensão arterial, presença de insuficiência vascular sistêmica ou localizada são causas desta síndrome. O paciente apresenta paralisia flácida dos membros inferiores de início súbito principalmente em pacientes idosos. Injeção Intravascular Inadvertida de Anestésico Local • A injeção de AL intravascular é uma complicação possível enquanto a realização e um bloqueio epidural. Como a quantidade de AL é elevada, as alterações hemodinâmicas e ventilatórias requerem uma rápida resposta. A base da terapêutica do anestesiologista neste momento se baseia no suporte hemodinâmico e ventilatório. Injeção Inadvertida de Anestésico Local no espaço subaracnóide • O tratamento inicial é efetivo para manutenção da hemodinâmica enquanto se avalia a necessidade de uma catecolamina mais potente. Suporte ventilatório com intubação traqueal e ventilação mecânica é necessário. A sedação para a intubação e ventilação é mínima e os pacientes raramente tem lembranças de tal evento. Lesão neurológica direta por agulha ou cateter • Raramente se observa uma lesão neurológica permantente causada pelo contato direto entre cateter ou agulha e tecido nervoso. É, entretanto, comum o relato de parestesia ou dor em um determinado dermátomo durante o procedimento. Sintomas neurológicos transitórios • Muito mais frequente quando uso de lidocaína como anestésico local, os sintomas neurológicos transitórios são caracterizados por dor ou disestesias no períneo e membros inferiores após a reversão do bloqueio subaracnóide. Anteriormente chamado de irritação radicular transitória, tem como uma das possíveis causas os efeitos neurotóxicos dos anestésicos locais e o contato direto com a fibra nervosa. Cefaléia pós punção aracnoide • Houve uma redução grande nos últimos anos devido aos calibres das agulhas utilizadas no bloqueio subaracnóide. Entretanto a taxa desta complicação não é desprezível. Mais frequente em: Mulheres - Jovens - Gestantes - Calibre maior de agulha - Múltiplas punções. Aracnoidite Adesiva • É uma doença inflamatória cuja etiologia exata não é clara. A maioria dos casos de aracnoidite é induzida por substâncias químicas, quando estas são introduzidas no espaço subaracnóideo ou próximo a ele, por trauma mecânico e por infecção. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 8 CONTRAINDICAÇÕES Absolutas: • Recusa. • Infecção local. • Hipovolemia. • Distúrbio de Coagulação. • Sangramento previsível alto. • Anormalidades anatômicas. Relativas: • Bacteremia. • Desordens psicológicas e neurológicas. • Infecção generalizada FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 9 BLOQUEIOS DE PLEXOS • Com o advento do ultrassom a localização dos plexos se tornou facilitada, não é só nervo motor quepode ser bloqueado. Também é possível localizar o plexo por estímulo, mas só nervos motores. • Usamos ultrassom com amplitude alta (transdutor linear) para bloqueios superficiais e amplitude menor para bloqueios mais profundos (transdutor convexo). • Quanto mais próximo da raiz do nervo mais escuro esse aparece no ultrassom, quanto mais distal mais esbranquiçado. • Nervo em favo de mel (redução das células nervosas e mais tecido conectivo) conforme distância da raiz. BLOQUEIO DO MEMBRO SUPERIOR Dedos: • É o tipo mais comum de bloqueio feito na prática clínica. • Existem várias técnicas. A mais tradicional é bloqueio dos nervos digitais dorsais e palmares, como há a NAVE não devemos usar anestésico com adrenalina (aumenta o tempo de duração e toxicidade do anestésico) que provoca vasoconstrição e pode provocar perda da irrigação terminal (em nenhum local de vascularização terminal ex.: mão e pé). Mão: 1. N. Mediano 2. Flexor palmar longo 3. Flexor radial do carpo 4. Artéria ulnar 5. N. ulnar 6. Artéria radial 7. Flexor ulnar do carpo Plexo braquial: • O plexo braquial é formado de C4 a T1. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 10 Plexo cervical: • O bloqueio de Winnie (entre os interescalênicos) na altura do tronco (plexo cervical), quando é feito sem ultrassom, é utilizado um volume grande de anestésico, como o volume é grande a concentração não pode ser muito alta e pode não atingir o limiar anestésico que precisamos. • Com o ultrassom conseguimos chegar muito próximo ao nervo (na bainha) e banhamos ele com uma quantidade menor de anestésico. • Bloqueio em cirurgia de ombro. • Problemas: • Dificilmente não é feito bloqueio do nervo frênico (bloqueio diafragmático parcial) pela quantidade de anestésico que usamos (10-15 mL). • Com a redução de volume de anestésico com o uso de ultrassom para guiar, as complicações reduzem bastante. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 11 Bloqueio suplaclavicular: • É o bloqueio mais fácil de fazer e com menos técnica (em termos pois tem proximidade com a pleura). • Bloqueio de cirurgia de braço/úmero. • Corner pocket - referência ultrassonográfica para injeção de anestésico. Plexo axilar: • Bloqueio antebraço (mais distal, punho) / total de mão. • Normalemnte faz-se bloqueio alto (axilar) para mão pois os cirurgiões usam garrote e se o bloqueio for mais baixo o paciente sente dor por isquemia. • É um bloqueio fácil de fazer pois é de fácil localização. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 12 BLOQUEIO DO MEMBRO INFERIOR • Antes do ultrassom o bloqueio de membro inferior não existia, pois, a maioria dos nervos bloqueados são puramente sensitivos. N. femural N. isquiático na altura da fossa poplítea: • Bloqueio perna/pé/joelho. • Custo benefício não é tão interessante pois tenho que bloquear safeno e isquiático enquanto com uma raque podemos bloquear a perna toda, é mais fácil, mais rápida e tem menos chances de erro. N. ciático Espinha ilíaca póstero superior (EIPS) Tuberosidade isquiática (TI) Grande trocânter • Usa-se para analgesia de pós-operatório. N. safeno • Parte inferior sensitiva da perna (joelho, perna, pé) + bloqueio do poplíteo para cirurgias nessas regiões. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 13 Pé: • N Tibial Posterior • N Fibular Profundo • N Safeno • N Sural • N Fibular Superficial • Utiliza-se esse tipo de bloqueio para cirurgia de hálux e retirada de cravo do pé. • É um bloqueio doloroso, precisa sedar o paciente antes. BLOQUEIO PERIBULBAR • A técnica anestesiológica do bloqueio peribulbar inferior foi introduzida, em 1986, por Davis e Mandel. Este tipo de bloqueio é frequentemente empregado em procedimentos oftalmológicos • Esta técnica de bloqueio peribulbar inferior diminui os riscos de complicações descritos na literatura, tais como hematoma retrobulbar, perfuração ocular1, depressão respiratória, e lesão do nervo óptico. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 14 SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA (SRPA) • Permanência: 1 a 6h. • Responsabilidade: equipes de enfermagem e médica, especialmente o anestesista. • Finalidade: o Oferecer suporte ao paciente na fase de recuperação da anestesia, até que os sinais vitais voltem à normalidade, o Seja recuperada a consciência e os reflexos protetores estejam presentes; o Prevenir ou tratar possíveis complicações resultantes do ato anestésico ou cirúrgico; o Iniciar medidas para aliviar a dor pós operatória; • Localização: Dentro ou nas proximidades do centro cirúrgico. o Favorecendo o transporte do paciente anestesiado, ou seu retorno rápido à sala de operação. o Possibilita o livre acesso dos componentes da equipe cirúrgica. • Equipamentos e materiais básicos de uma SRPA: o Equipamentos básicos: geralmente fixos à parede, acima da cabeceira de cada leito. o Equipamentos e materiais de suporte respiratório o Equipamentos e materiais de suporte cardiovascular e outros. o Camas: providas de grades laterais, manivelas para dar posição ao paciente, encaixes para suportes de soros e cabeceira removível para facilitar o atendimento em situações de emergência. • É a área que se destina à permanência do paciente logo após o término do ato anestésico cirúrgico. • Eltringham (1986), a SRPA – é um setor do centro cirúrgico onde são dispensados cuidados intensivos após anestesia e cirurgia. • Ministério da Saúde, 1987, a SRPA – é um elemento onde se concentram os pacientes egressos das salas de operação para receberem os cuidados pós anestésicos e ou pós-operatórios imediatos. ESTÁGIOS DA RECURPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA • A responsabilidade pela internação e alta da SRPA é do médico anestesiologista, mas isso é inviável na prática, o responsável pelo paciente na sala é o enfermeiro na prática. INTERNAÇÃO NA RPA 1. Identificação do paciente 2. Problemas clínicos pré-operatórios FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 15 3. Medicação pré-anestésica 4. Relatório da anestesia: tipo da cirurgia e anestesia 5. Reposição hídrica e sanguínea 6. Complicações intra-anestésicas e cirúrgicas MONITORIZAÇÃO • Pressão arterial • Cardioscopia •Oximetria de pulso • Temperatura • Outras: EAV dor, PA invasiva, PVC, Monitor da junção neuromuscular • Controles: 15/15 min (mínimo) COMPLICAÇÕES • Sistema Respiratório o Anestesia geral -> ¯ Resposta à Hipóxia; ¯ Resposta à Hipercarbia; ¯ Capac. Residual Funcional -> Hipoventilação, Hipoxemia § Hipoventilação = CO2 § Efeito residual dos anestésicos (Opióides -> Naloxona (antagonista), Benzodiazepínicos -> Flumazenil (antagonista)) § Efeito residual dos BNM -> Atropina + neostigmina § Causas pulmonares: doenças pré-existentes, pneumotórax, broncoespasmo, obstrução de VAS § Outras: analgesia inadequada, interação medicamentosa § Hipoxemia: SpO2 < 90%, PaO2 < 60 mmHg - Hipoventilação, Obstrução de VAS, atelectasia, broncoespasmo e broncoaspiração. o Anestesia geral -> ¯ Reflexo protetores Vias aéreas -> Broncoaspiração do conteúdo gástrica § Etiologia: estômago cheio, gravidez, obesidade, hérnia hiatal, aumento da pressão intra-abdominal, refluxo gastroesofágico, cirurgia de emergência. § Prevenção: tempo de jejum, momento da retirada do tubo traqueal. o Atelectasia - Posicionamento na mesa cirúrgica, intubação seletiva, volume corrente pequeno (opióide, BNM), dor intensa no PO, compressão, absorção, disfunção do sistema surfactante. • Sistema Cardiovascular o Hipovolemia - Reposição volêmica, sequestro o Vasodilatação - Bloqueio simpático, vasodilatadores, reaquecio, reação transfusional o Diminuição do inotropismo - Isquemia, infarto, ICC, bloqueadores beta e de canal Ca. o Débito cardíaco: § Pré-carga: Volemia, ventilação, perda terceiro espaço § Pós-carga: RVS § Contratilidade: SNA, anestésicos, hipóxia, isquemia, acidose metabólica, alteração eletrolítica (diminuição Ca) § Frequência cardíaca: SNA o Hipertensão: dor, hipoxemia, hipotermia, hipercarbia, excesso de fluidos, distensão vesical, reação sonda traqueal. • Alterações Neurológicas • Alterações da Temperatura o Controle da temperatura: temperatura ambiente, ventilação, reposição volêmica e tipo de cirurgia o Hipotermia: Tcentral < 36ºC o Efeitos colaterais: Atividade Simpática, RVS: hipertensão, ¯ Perfusão periférica, Desvio E curva oxiHb: ¯O2 tec, Tremor: consumo O2, Disrritmias , Coagulopatia moderada, ¯ Metabolismo de drogas. FUNDAMENTOS DE ANESTESIOLOGIA Talita Valente Prof. Fernando ATM 2023/A 16 • Náuseas e Vômitos • Dor CONSEQUÊNCIAS • Insatisfação do paciente • Retardo na alta hospitalar • Hipertensão venosa • Sangramento • Tensão na linha de sutura • Pressão IntraOcular • Pressão IntraCraniana • Desidratação • Distúrbios hidroeletrolíticos • Pneumonia aspirativa ANTIEMÉTICOS: Efeitos colaterais: Antihistmínicos - Sedação, boca seca. Metoclopramida - Sedação, diminuição PA e FC, liberação extrapiramidal (ataxia, tremores, espasticidade) Inibidores 5HT3 - Tontura, redução da PA. CRITÉRIOS DE ALTA DA SRPA • Escala de Aldrete e Kroulik: o >= 8 em Anestesia geral o = 10 em Raqui e Peridural Causa Exemplo Paciente • Mulheres • Obesidade • Estômago cheio • História de Náusea e Vômito PO Anestesia • Hipotensão, hipoxemia • Anestésicos inalatórios • Duração prolongada da anestesia Procedimento • Laparoscopia • Correção de estrabismo • Cirurgia na ouvido médio Receptor Antiemético Histamina H1 Prometazina (fenergan) Dopamina D2 Metoclopramida (plasil) Serotonina 5HT3 Ondansetron (zofran) AcetilcolinaMuscarínico Atropina
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