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CLÍNICA CIRÚRGICA Talita B. Valente ATM 2023A COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS Até 30 dias após cirurgia = Complicação ou óbitos cirúrgicos Até 1 ano para próteses COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA HEMATOMA • Uma das complicações mais comuns, principalmente em usuários de AAS, heparina e outros anticoagulantes, nos hipertensos e na presença de tosse persistente, • Aumenta o risco de infecção. • Tratamento: evacuação dos coágulos sob condições estéreis e ligadura dos vasos. SEROMA • Coleção de fluido na ferida que não seja pus nem sague (gordura, linfa). • Aumenta risco de infecção da ferida operatória. • Geralmente fica entre a aponeurose e a pele • Pode acontecer em cirurgias com grande descolamento de pele ou linfáticas. • Pode-se fazer profilaxia com uso de drenos em cirurgias que mais causam seroma como linfadenectomias, hérnias incisionais volumosas. • Curativos compressivos podem ser utilizados para facilitar a drenagem. • Tratamento: Punção evacuadora/drenagem cirúrgica. DISCÊNCIA DA FERIDA OPERATÓRIA • Fatores de risco: o Sistêmicos: idade maior que 60 anos, diabete, uremia, imunodepressão, sepse, câncer, obesidade, desnutrição. o Locais: deficiência de cicatrização, aumento da pressão intra-abdominal, fechamento inadequado, infecção local, seroma, hematoma. • É mais comum entre o 5-8 dia. O primeiro sinal é descarga de secreção serossanguinolenta da ferida ou mesmo a evisceração. • Tratamento: o Se houver evisceração o tratamento é feito via cirúrgica, com minuciosa inspeção da cavidade e desbridamento dos tecidos desvitalizados. o Depende do local da incisão. o Se não houver evisceração: apenas fechamento. o Outras medidas: enfaixamento abdominal, adiamento da retirada dos pontos, coleta de secreções para cultura e antibiograma. Somente depois do controle da infecção se avalia a possibilidade de reparo cirúrgico da hérnia incisional. INFECÇÃO DA FERIDA OPERATÓRIA • Fatores de risco: o Suprimento sanguíneo o Defesa do hospedeiro o Patogenicidade do agente o Idade o Obesidade o Presença de comorbidades o Ausência de antibioticoterapia profilática o Operação muito longa o Radioterapia prévia • Diagnóstico: Febre com calafrios, mal-estar geral, taquicardia, laucocitose. o Infecções entéricas: discreta hiperemia o Infecções estafilocócicas: hiperamia mais evidente, áreas de flutuação palpáveis, dor, rubor, calor local proeminentes. • Tratamento: drenagem ampla da ferida, assepsia e antissepsia exaustivas do local, antibioticoterapia sistêmicas se piora local e sinais clínicos sistêmicos, cultura e antibiograma da secreção. CLÍNICA CIRÚRGICA Talita B. Valente ATM 2023A DEISCÊNCIAS ANASTOMÓTICAS FÍSTULAS • Ocorre devido a isquemia da borda anstomótica, tensão nas bordas, erros de sutura, quando os lumens são de diferentes tamanhos, trauma pelo cirurgião. • Normalmente ocorre entre o 4-7 dia PO. • Complica com: abcessos locais pelo extravasamento de secreções digestivas e conteúdo entérico para a cavidade, sepse, fístula. • Cirurgias que mais complicam com deiscência anastomótica: pancreato jejunostomia, esofagoenterostomias. • Quadro clínico: febre, dor abdominal, mal estar geral, íleo adinâmico e vômito. • Diagnóstico: via TC ou USG - Coleções de líquido, níveis hidroaéreos em abcesso, pnuemoperitôneo. o Secreção em dreno • Tratamento: conservador ou cirúrgico. • Fístula baixo X alto débito. ABSCESSO COMPLICAÇÕES PERITONEAIS HEMOPERITÔNIO • O sangramento é a maior causa de choque hipovolêmico nas primeiras 24 horas pós-operatórias. Relacionados a coagulopatias, e grandes sangremntos intraoperatórios com várias hemotransfusões. • Não se espera queda do Ht antes das primeiras 4h. após início do sangramento. • A cada 4 unidades de bolsa de transfusão lembrar de fazer gluconato de cálcio para compensar o anticoagulante presente no sangue transfundido. • Diagnóstico é feito por alta suspeita clínica com exame clínico periódico do paciente em risco e exames de imagem seriados nesses pacientes. • Tratamento; é feito via reposição volêmica vigorosa, se o sangramento persiste, cirugia. PERITONITE • A causa normalmente controlada via cirurgica com tratamento da causa, drenagem da cavidade e debridameto dos tecidos necrosados além de minuciosa revisão da cavidade. • Peritoniostomia o Indicações: § Peritonite severa putulenta com choque séptico § Pancreatite necro hemorrágica extensa § Necrose de parede § Peritonite por deiscência de anastomose de cirurgia do TGI COMPLICAÇÕES DO TGI ÍLEO ADINÂMICO • Ocorre basicamente em toda cirugia abdominal • Ocorre devido a manipulação dos intestinos e depende de fatores como: o Grau/tipo de anestesia o Grau de invasividade da cavidade abdominal • O retorno do peristaltismo se manifesta por cólica abdominal e eliminação de gases e retorno do apetite em 48-72 h. • Retorna-se dieta enteral apenas após melhora clínica importante do peristaltismo • Corrigir distúrbios hidroeletolíticos • Ficar atento para obstrução intestinal em casos em que não há melhora: mecânica ou por íleo adinâmico persistente. Principalmente em paciente com cavidade inflamada há tempo. COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS • São as complicações mais comuns no pós-operatório e a segunda causa de óbito pós-operatória em maiores de 60 anos. • Fatores predisponentes: comorbidades... SARA ATELECTASIA BRONCOASPIRAÇÃO PNEUMONIA CLÍNICA CIRÚRGICA Talita B. Valente ATM 2023A TEP EDEMA AGUDO DE PULMÃO COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES HIPERTENSÃO • Ocorrem em 25 pacientes • Causas: dor, hipotermia, hipóxia, excesso de volume, suspensão de medicação de uso contínuo, renovascular ou tumores vasoativos (raros). CORONARIOPATIA / IAM • Avaliação pré-operatória e tratamento se necessário • Monitorização pré, trans e pós-operatório. • Idetificação e tratamento precoce. • Alta suspeição - dor pós-operatório pode ser fator confusional (pode ter dor não típica). • ICC / choque cardiogênico. ARRITMIAS • Doença cardíaca prévia. • Taquiarritmias (principalmente), bradiarritmias (beta bloqueador ou anestésico), bloqueios de ramo. • Sintomático ou assintomático. • Fatores de risco: hipóxia, alterações hidroeletrolíticas, hipercapnia e hipotermia. ICC / CONGESTÃO PULMONAR • Fatores de risco: doença coronariana, HAS, idade avançada • Controle volêmico • Iatrogênico COMPLICAÇÕES URINÁRIAS • As infecciosas estão quase sempre ligadas a sondagem. INABILIDADE DE MICÇÃO ESPONTÂNEA • Em cirurgias abdomino pélvicas e/ou com emprego de anestesia espinhal. • Sondagem vesical de alívio CISTITE PIELONEFRITE RETENÇÃO URINÁRIA IRA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA • Dor na panturrilha e coxa, algumas vezes acompanhada por edema não simétrico. • Metade dos pacientes são assintomáticos. • Sinal de Homans positivo em 50% dos casos. • Diagnóstico: por Ecosoppler de MMII. • Fatores de risco: cirugia recente, trauma, câncer, imobilização, anticoncepcional oral. • Profilaxia (em pacientes com fatores de risco): hepatira/heparina de baixo peso, meias elásticas, bomba de retorno venoso. • Tratamento: anticoagulação plena de 3-6 meses, quando recidivado de 6-12 meses, filtro de veia cava. • Complicação: TEP COMPLICAÇÕES E CUIDADOS COM AS SONDAS NASOGÁSTRICAS / NASOENTÉRICAS RESPIRAÇÃO ORAL ULCERAÇÃO E NECROSE DE NARINAS PERDA DE LÍQUIDOS REFLUXO GASTRO ESOFÁGICO OTITE E SINUSITES SANGRAMENTOS CLÍNICA CIRÚRGICATalita B. Valente ATM 2023A CONTROLE DO PH E EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO • Depende de: presença de comorbidades (ICC, IRC, sepse/choque, DPOC, cirrose), hemorragia intra operatória, grau de invasividade da cirugia. • Como monitorizar? Diurese, PA, FC, oximetria e nível de consciência. • Fatores dos desequilíbrios hidroeletrolíticos no pós-operatório: o Íleo paralítico e jejum pré e pós-operatório. o Perda de água e eletrólitos pela via intestinal o Não absorção de água e eletrólitos pelo intestino o Perda por drenos o Perda por fístulas o Aumento das perdas insensíveis pelo trauma cirúrgico o Aumento da perda hídrica pela VM HIPOVOLEMIA • Ocorre por hemorragias e peritonites. • Clínica: hemoconcentração, hipotensão, taquicardia, sudorese fria, rebaixamento do nível de consciência. HIPOCALEMI • Ocorre por uso prolongado de diuréticos, alcalose metabólica persistente, perdas extra renais, uso de suporte nutricional. • Clínica: paralisias, câimbras, arritmias. HIPERCALEMIA • Quase sempre ligada a IRC ou IRA. • Clínica: PCR, alterações do ECG. COMPLICAÇÕES PÓS-ANESTÉSICAS AGITAÇÃO E DELIRIUM • Hipoxemia, ansiedade, acidose, hipotensão, hipoglicemia, reações adversas à drogas. RESPIRATÓRIAS • Obstrução de via aérea, manifestados por sinais de esforço respiratório. NAÚSEAS E VÔMITOS HIPORTERMIA • Risco de hemorragia, cardiotoxicidade e lesão cerebral. • Tem causa pré, trans e pós-operatórias. o Trauma. o Rápida ressuscitação volêmica com fluídos pouco aquecidos/cirúrgica. o Sala de atendimento/cirurgia o Tempo cirúrgico prolongado o Cirurgia com aberturas de cavidade. • Prevenção: controle da temperatura o Ambiente adequado o Aquecimento de fluidos o Colchão térmico ou similares o Lavagem peritoneal aquecida DOR AGUDA HIPERTERMIA MALIGNA • Aumento súbito da temperatura corporal, hipermetabolismo, rigidez muscular generalizada. • Crise hipermetabólica causada normalmente por anestésicos em indivíduos susceptíveis. • Tratamento: dantrolene. o Mortalidade menor que 10%. CAUSAS DE FEBRE NO PÓS-OPERATÓRIO Até 24h. = Atelectasia. 2-4º dia PO = Infecção urinária, pulmonar e flebites. 4-7º dia PO = Fístulas, abscessos e peritonites. 4-10º dia PO = Infecção da ferida operatória.
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