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Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 1 MÓDULO E REMUNERAÇÃO E SALÁRIO UNIDADE 1 - DIFERENÇAS ENTE REMUNERAÇÃO E SALÁRIO Conteudista: Marcelo Barroso Kümmel Apresentação Esta unidade tem caráter instrumental, desenvolvendo conceitos básicos relativos ao salário, principal obrigação do empregador e razão pela qual o empregado trabalha, além de elemento caracterizador da relação de emprego, e à remuneração. O domínio seguro desses conceitos é absolutamente necessário para os responsáveis pela elaboração de minutas de julgamentos, sentenças ou acórdãos, pois os demais direitos do trabalhador normalmente são fixados em função do salário; de outro lado, alguns direitos e obrigações são expressos de acordo com a remuneração. Por tais razões, é indispensável diferenciar salário de remuneração e identificar as parcelas que compõem a remuneração e o tratamento jurídico recebido. Observa-se que a discussão relativa ao salário e à natureza das parcelas que compõem a remuneração está presente em quase todos os processos trabalhistas. Se tiver alguma dúvida sobre este texto, fale comigo no espaço “Fale com o tutor”. Bons estudos! mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 2 Estrutura A unidade está organizada em 4 tópicos: 1.1 Remuneração e Salário 1.2 Composição do Salário 1.3 Modalidades Especiais de Salário 1.4 Proteção Jurídica Objetivos de aprendizagem Ao final da unidade, espera-se que você seja capaz de: Diferenciar remuneração e salário. Identificar a natureza jurídica das parcelas que compõem o salário. Definir os principais tipos de salários. Identificar as principais regras de proteção ao salário. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 3 1.1 Remuneração e Salário Para compreender a distinção entre salário e remuneração, é necessário estudar seus conceitos e distinções, bem como identificar os critérios para identificar a natureza jurídica das parcelas do contrato de trabalho. Conceitos e distinções A palavra salário origina-se do latim Salarium: parte do soldo pago aos soldados romanos em sal (salarium argentum). Já a palavra Remuneração também de origem latina, Remunerationem: remete à ideia de recompensa ou gratificação. Para Délio Maranhão, salário é a retribuição pelo trabalho prestado, paga diretamente pelo empregador (MARANHÃO apud DELGADO, 2015). Já para Maurício Godinho Delgado, salário é a contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador ao empregado em função da relação empregatícia (DELGADO, 2015). Um conceito que engloba um maior número de elementos pode ser assim estabelecido: Salário é o valor básico, independente da forma como o trabalho é prestado, fixado contratualmente como contraprestação decorrente da vigência do contrato de trabalho, em função do tempo ou da produção, e pago pelo empregador ao empregado. Desse conceito se pode extrair que o salário é o núcleo central, o valor mínimo pelo qual o empregado é contratado, fixado no contrato de trabalho, Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 4 independentemente de como o trabalho prestado, ou seja, sem qualquer adicional (noturno, de horas extras, de insalubridade etc.). O salário é uma contraprestação do contrato de trabalho, não exatamente do trabalho prestado, pois mesmo em situações em que não há a prestação do trabalho haverá a obrigação de seu pagamento, como nas férias, no auxílio-doença (nos primeiros 15 dias de afastamento do trabalhador) e outras espécies de interrupção do contrato de trabalho. O salário é fixado em função do tempo à disposição do empregador ou em razão da produção do empregado, salário por unidade de tempo ou por unidade de obra, ou, de forma menos comum, por uma mistura dos dois critérios, denominado, salário-tarefa, onde há um parâmetro de tempo (hora, dia, semana ou mês) que se impõe a uma produção mínima a ser alcançada pelo trabalhador. Somente é salário aquele valor alcançado diretamente pelo empregador ao empregado. Já a distinção entre salário e remuneração não é universal e depende da solução legislativa de cada país. A legislação brasileira, por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 457, não faz uma distinção adequada. Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado --------- (1) Em razão da Reforma Trabalhista de 2017, sugere-se uma leitura da redação atual do texto do artigo 457 da CLT, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado (1) mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 5 § 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado. § 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos empregados. (BRASIL, 1943). Maurício Godinho Delgado, Ministro do Tribunal Superior do Trabalho aponta três concepções de remuneração: a) remuneração é igual a salário; b) remuneração é gênero, representando as parcelas contraprestativas alcançadas ao empregado, e salário a espécie mais importante de tais parcelas, a parcela principal; e c) salário é o conjunto das parcelas contraprestativas devidas e pagas diretamente pelo empregador, Delgado (2015, p. 760) Esta terceira concepção explicaria o conceito de remuneração do art. 457 da CLT, criado para dar enquadramento legal às gorjetas, do que se extrai o conceito mais simplório de remuneração (porém positivado na CLT): remuneração é igual a salário mais gorjetas. Mais tarde a doutrina tenta generalizar o conceito, afirmando que a remuneração é composta de salário mais as parcelas pagas por terceiros. A tese não vingou, pois muitas parcelas pagas por terceiros não têm natureza trabalhista (por exemplo, honorários de advogado, direitos autorais, direitos de imagem, direito de arena, dentre outros, desde que devidamente caracterizados como tal), não se podendo admitir que se juntem ao salário para formar a remuneração. mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 6 A forma mais didática de compreender o conceito de remuneração pode ser a seguinte: Remuneração é igual ao salário mais as parcelas que têm natureza salarial. Entretanto,a dificuldade de caracterizar a remuneração se transfere para a identificação da natureza das parcelas que podem ou não compor a remuneração. IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO ENTRE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO As parcelas com natureza salarial – critérios de identificação Não há um critério único e definitivo para identificar se uma parcela paga no contrato de trabalho tem natureza salarial e, portanto, integra a remuneração. OFGTSé calculado sobre a remuneração (art. 15, caput, da Lei nº 8.036/ 1990) Oadicional de periculosidade é calculado sobre o salário (art. 193, § 1º, da CLT) Nas férias, o empregado tem direito à remuneração devida na data da sua concessão (art. 142, caput, da CLT) Ocálculo dashoras extrasé feito com base na remuneração (Súmula 264 do TST) Osalário é irredutível (art. 7º, VI, da CF/ 1988) Em caso de equiparação salarial, sendo idênticaa função é devido o mesmo salário (art. 461, caput, da CLT) mariabacci Texto digitado (2) Em razão da Reforma Trabalhista de 2017, sugere-se uma leitura da redação atual do texto do artigo 461 da CLT, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm mariabacci Texto digitado (2) mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 7 Sequer há uma enumeração legal, cabendo conhecer os critérios possíveis de ser utilizados para identificar a natureza salarial de uma parcela. O primeiro critério a ser observado é o legal, identificando quais parcelas a CLT prevê como de natureza salarial ou não. Essa previsão se encontra nos artigos 457 e 458 da CLT. Para consolidar seus conhecimentos, visite o site da Presidência da República e consulte a CLT http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/Del5452.htm, destacando quais as parcelas têm natureza salarial e quais não têm segundo os dispositivos legais mencionados (art. 457 e 458). Vale referir que outras leis esparsas podem definir a natureza da parcela. Como exemplo pode-se citar o art. 3º da Lei nº 10.101/2000, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras providências: “Art. 3º A participação de que trata o art. 2º não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade.” O segundo critério que pode ser utilizado para identificação da natureza das parcelas está no caput do art. 15 da Lei nº 8.036/1990, que regulamenta o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Isso porque o dispositivo da lei determina a incidência do recolhimento mensal do FGTS sobre a remuneração paga ou devida no mês anterior, definindo o que considera como remuneração. mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado (2) Em razão da Reforma Trabalhista de 2017, sugere-se uma leitura da redação atual do texto do artigo 458 da CLT, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado (2) mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 8 O dispositivo reforça o critério anterior e acresce que a gratificação de natal, conhecida modernamente como 13º salário (art. 7º, VIII, da Constituição de 1988), também integra a remuneração, não sendo salário propriamente dito, mas possuindo esta natureza. O § 6º do art. 15 da Lei nº 8.036/1990 traz outra importante definição que colabora para identificar as parcelas que compõem ou não a remuneração. Isso porque prevê que não se incluem na remuneração (para fins do caput) – não detendo natureza salarial, portanto - as parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a lei que “Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências.”. Assim, o dispositivo da lei previdenciária elenca parcelas que não integram a remuneração para efeitos de cálculo do FGTS e da contribuição previdenciária, podendo-se afirmar sua natureza não salarial. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 9 Consulte o art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212/1991 para verificar parcelas que não têm natureza salarial, não integrando a remuneração, portanto, como as ajudas de custo, a bolsa recebida pelo estagiário e a participação nos lucros, dentre outras. O terceiro critério é mais especulativo, porquanto não traduz uma previsão legal, mas pode ser útil para definir a natureza de uma parcela não prevista em lei. Trata-se da diferença entre salário e indenização. A indenização (indene = sem dano) tem por objetivo a mera recomposição patrimonial, portanto não pode ter natureza salarial, pois o salário visa ao acréscimo patrimonial. A diferença entre as duas figuras também pode ser enfrentada pelo viés da sua causa. O salário tem como causa a vigência do contrato de trabalho (lembre- se que por vezes há pagamento de salário mesmo sem trabalho, decorrente da simples existência do contrato de trabalho); enquanto a causa da indenização é a existência de um dano. Adaptando tal ideia ao cotidiano trabalhista, pode-se afirmar que o ressarcimento (indenização) tem por causa uma despesa (dano) levada a efeito para a prestação dos serviços, não podendo ser considerada salário. O quarto critério para identificar a natureza salarial ou não de uma parcela decorre de um jogo de palavras/semântico que, ainda que não seja um critério científico, pode ser útil para definir a natureza da parcela em discussão. O valor pago pelo trabalho, ou seja, em troca do trabalho, serve como contraprestação, revelando a natureza salarial da parcela. Já o valor pago para o trabalho, ou seja, necessário para que o trabalho seja prestado, caracterizando uma despesa a ser suportada pelo empregador (art. 2º da CLT), não tem natureza salarial, jamais integrando a remuneração. Não há fórmula pronta e acabada para identificar a natureza, salarial ou não, de uma parcela e sua potencialidade de juntar-se ao salário para compor a Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 10 remuneração. O conhecimento dos critérios acima pode ser útil para identificar a natureza da parcela e fundamentar sua escolha. E na prática, como fica? Se você consultar o § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, você vai identificar as parcelas que não são base de cálculo do INSS e do FGTS, e se comparar essas parcelas com os dispositivos 457 e 458 da CLT, será que consegue identificar quais não têm natureza salarial? 1.2 Composição do Salário Para compreender a composição do salário é necessário estudar os elementos que compõem seu conceito, características, formas de estipulação e meios de pagamento. Elementos do salário Retribuição: decorre do caráter sinalagmático do contrato de emprego: obrigações contrárias e juridicamente equivalentes dos contratantes. Ao empregado compete colocar-se à disposição para o trabalho e a principal obrigação do empregador é pagar o salário. O empregado recebe PELO trabalho (ou pela simples existência do contrato de trabalho). Paga (ou fornecida): decorre da onerosidade do contrato. Caracteriza-se a estipulação de salário como a expectativa de receber um bem ou uma intenção do tomador dos serviços de transferir o bem Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 11 para o patrimônio do empregado (ainda que apenas para sua subsistência). Pelo trabalho prestado: o bem transferido aoempregado deve representar vantagem auferida em função do serviço prestado e não um meio PARA a prestação dos serviços, necessário à sua execução. Diretamente pelo empregador: só se considera salário aquilo pago diretamente pelo empregador. Há uma tendência jurisprudencial de que parcelas pagas por terceiros integrem a remuneração (como é o caso das gorjetas, conforme Súmula 354 do TST, e por analogia as gueltas; e das comissões pagas por empresas integrantes do mesmo grupo econômico de Banco, conforme Súmula 93 do TST). E a habitualidade, ela seria um elemento do salário? A resposta é negativa. Em primeiro lugar porque a habitualidade somente pode vir depois do pagamento do salário; e em segundo lugar porque o pagamento esporádico de uma parcela, como horas extras, não lhe retira a natureza salarial. Da mesma forma, o FGTS, por exemplo, incide sobre horas extras mesmo “eventuais”. Pode ser um elemento a indicar a natureza salarial de uma parcela habitualmente paga, especialmente se ela contrapresta trabalho, não tendo outra causa. Características do salário Alimentar: atende às necessidades pessoais e essenciais do indivíduo e de sua família. Não há definição formal de valor considerado como alimentar. A Constituição de 1988 reconhece o caráter alimentar dos salários (arts. 100, §§ 1º e 2º): Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 12 exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (BRASIL, 1988). O CPC de 2015 relativiza parcialmente essa característica (caráter alimentar), quando trata da impenhorabilidade, em seu artigo 833: Art. 833. São impenhoráveis: [...] IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; [...] § 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 13 independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. (BRASIL, 2015). O tema é recente, pois o CPC de 2015 entrou em vigor em março de 2016, e a jurisprudência recém começa a tratar do tema. Mas é possível perceber que a impenhorabilidade dos salários não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independente da sua origem, ou seja, o crédito oriundo de uma ação trabalhista pode levar à penhora dos salários. Se por um lado reforça-se a garantia do crédito trabalhista; por outro relativiza o caráter alimentar do salário do executado. Consulte o julgamento do Agravo de Petição nº 0078200- 52.1996.5.04.0122, levado a efeito pela Seção Especializada em Execução do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região em 03-05- 2016 e relatado pela Desª. Cleusa Regina Halfen (disponível no site do TRT: www.trt4.jus.br). A Seção, por maioria, entendeu que somente é penhorável a quantia salarial superior a 50 (cinquenta) salários- mínimos. Observe o voto vencido do Des. João Batista de Matos Danda e a interpretação que faz do dispositivo do novo diploma processual, inclusive quanto ao direito intertemporal. Forfetário: obrigação absoluta do empregador independente do sucesso do empreendimento. Baseado no art. 2º, caput, da CLT: riscos do empreendimento por conta do empregador. “A forfait”. Indisponibilidade: não pode ser objeto de renúncia ou transação. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 14 Irredutibilidade: não pode ser reduzido por ato unilateral ou bilateral. Persistência ou continuidade: prestação de trato sucessivo que se repõe reiteradamente. É marca da relação de emprego. Associada ao caráter forfetário, faz com que o salário seja devido mesmo que a empresa não tenha bom desempenho, não se aplicando a teoria da imprevisão ou a força maior. Natureza composta: pode ser composto de outras parcelas como comissões, utilidades, etc. Tendência à determinação heterônoma: políticas salariais previstas em lei, como o salário-mínimo e o piso salarial estadual. Política salarial atual: livre negociação coletiva (art. 10 da Lei nº 10.192/2001). Lembrando, são características do salário: Alimentar – Irredutibilidade – Persistência ou continuidade – Natureza composta – Tendência à determinação heteronômia Formas de estipulação do salário Unidade de tempo: por hora, dia, semana ou mês. Independe da produção do trabalhador, mas leva em conta o tempo á disposição do empregador. Unidade de obra: a contagem do salário se dá por tarefas ou produção. Comissões são uma espécie. Garantias são o salário-mínimo (art. 78 Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 15 da CLT) ou o piso salarial, devidos mesmo que não sejam auferidos rendimentos suficientes para integrá-los (pois a Constituição garante, no art. 7º, VII, o salário- mínimo para quem recebe remuneração variável); e considera-se uma falta do empregador, que permite a despedida indireta, quando reduz o trabalho de forma a afetar ou diminuir demasiadamente os salários devidos ao trabalhador (art. 483, g, da CLT). Critério misto (TAREFA): agrega os dois critérios anteriores. O pagamento é por produção, mas se limita a jornada. Se o trabalho termina antes, deve-se pagar a produção extra (plus) ou conceder folga. Se ultrapassa o limite de jornada, deve ser pago como hora extra. Meios de pagamento do salário O pagamento deve ser em pecúnia: CLT, art. 463 “A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País. Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como não feito.” (BRASIL, 1943). Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 16 Admite-se o pagamento em utilidades (produtos in natura), porém a legislação e a jurisprudência impõem diversas limitações a essa modalidade salarial. O art. 458 da CLT e o item II da Súmula 367 do TST não admitem bebidas alcoólicas ou drogas nocivas como salário, tampouco cigarros. Já as utilidades fornecidas PARA o trabalho não têm natureza salarial, conforme se vê do item I daO art. 45 8 da CLT limita os valores a serem atribuídos às seguintes utilidades Habitação: até 25% do salário Alimentação: até 20% salário Em relação ao trabalhador rural, a Lei nº 5.889/73, em seu art. 9º, prevê limitações diversas 20% do salário-mínimo para moradia 25% do salário-mínimo para alimentação Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 17 Súmula 367 do TST: “A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares”. Algumas utilidades tiveram modificada sua natureza salarial por lei, como se vê da enumeração do § 2º do art. 458 da CLT; a alimentação fornecida no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), conforme Lei nº 6.321/76; e o vale- transporte fornecido nos termos da Lei nº 7.418/85. A legislação trabalhista, entretanto, veda o truck system, notadamente nos §§ 2º e 3º do art. 462 da CLT: Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. [...] § 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar- lhes prestações "in natura" exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. § 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados. Observe que o truck system caracteriza-se pelo pagamento dos salários por meio de papéis ou tickets que somente podem ser utilizados nos estabelecimentos Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 18 do próprio empregador, que acaba cobrando mais pelos produtos. Tal expediente viola o § 4º do art. 462 da CLT, pois limita a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. O pagamento dos salários será feito em dia útil, no local de trabalho, dentro do horário de trabalho ou logo após o encerramento, salvo depósito em conta bancária (art. 465, da CLT). Para este efeito, sábado é considerado dia útil, conforme a Instrução Normativa nº 1, de 07 de novembro de 1989, da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho. O pagamento dos salários poderá ser em cheque (a Portaria nº 3.281 do Ministério do Trabalho o admite, datada de 07-12-1984). Porém é necessário que a empresa se localize em área urbana e o empregador proporcione ao empregado: a) horário para desconto imediato do cheque; b) pagamento de despesas para recebimento do salário, inclusive transporte; c) tempo suficiente para desconto do cheque; d) evitar o atraso. 1.3 Modalidades Especiais De Salário Importante destacar e diferenciar certas modalidades especiais de salário e quando são utilizados no direito do trabalho brasileiro. O rigor conceitual é importante para evitar que se confunda um conceito com outro no momento de abordar tais temas em uma sentença ou um acórdão. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 19 Salário-mínimo Os salários são determinados pelo comportamento da mão de obra no mercado de trabalho. Quando existem mais pessoas dispostas a trabalhar, menor será o salário. Menos pessoas dispostas a trabalhar, maior será o salário. De forma a intervir nessa determinação do salário, para evitar o aviltamento dos valores pagos como contraprestação, o legislador criou o salário-mínimo, de modo que nenhum trabalhador venha a ganhar menos que esse valor estipulado por lei. O salário-mínimo foi criado no final da década de 30, através da Lei nº 185/1936 e do Decreto-Lei nº 399/1938, ainda no século passado, tendo seus primeiros valores fixados pelo Decreto-lei nº 2.162, de 1º de maio de 1940. Seu valor era em média de 240 mil réis, porém, o país foi dividido em regiões e sub-regiões, fixando- se quatorze valores diferentes de salário-mínimo no país (o “salário mínimo da região”). Em maio de 1984, através do Decreto nº 89.589, o salário-mínimo passou a ser nacionalmente unificado, procurando-se evitar distorções no que se refere à migração da mão de obra e ao estabelecimento das empresas. Em 1988, o salário-mínimo foi previsto na Constituição (art. 7º, IV), com as seguintes características: - devido a todo trabalhador; - fixado em lei; - nacionalmente unificado; - reajustes periódicos; - vedada sua vinculação para qualquer fim. O salário-mínimo é fixado anualmente em lei de iniciativa do poder executivo e tem impacto direto nas contas públicas, especialmente em relação à Previdência Social, às despesas com o seguro-desemprego (instituído pela Lei nº 7.998/1990) e gastos com a Assistência Social, refletindo-se também nas folhas de pagamento das Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 20 três esferas de governo. O salário-mínimo é, também, o menor valor a ser pago aos benefícios previdenciários, conforme determina a Constituição: “Art. 201. [...] § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-mínimo. [...]”. Assim, qualquer aumento do salário-mínimo tem impacto direto nas contas da Previdência Social. A partir de 2011 foi adotada a Lei nº 12.382, de 25 de fevereiro de 2011, que estabeleceu uma política de valorização e fixação do salário-mínimo, de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A lei delegou ao Poder Executivo o estabelecimento dos reajustes, observados o INPC mais a variação do PIB, por meio de decretos; fixando o valor do salário-mínimo para 2011 e estabelecendo as diretrizes para o período de 2012 a 2015. Já a Lei nº 13.152, de 29 de julho de 2015, dispôs sobre a política de valorização do salário-mínimo e dos benefícios pagos pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) para o período de 2016 a 2019, adotando critérios semelhantes. Você pode consultar os valores do salário-mínimo e a legislação correspondente no site do Ministério do Trabalho: Evolução do Salário Mínimo http://trabalho.gov.br/salario-minimo/evolucao-salario-minimo. Com o objetivo de desindexar a economia, foi vedada a vinculação do salário- mínimo para qualquer fim, ou seja, não se pode utilizar o salário-mínimo como um índice de correção dos contratos. Sequer o contrato de trabalho, ou a CTPS, pode conter um salário fixado em número de salários-mínimos. Contratado um trabalhador, o valor deve ser fixado em reais. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 21 A disposição mais conhecida que veda essa vinculação é a Súmula Vinculante nº 04 do Supremo Tribunal Federal: “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial”. O STF julgou incompatível com a CF/1988 a previsão do art. 192 da CLT de ser o salário mínimo a base de cálculo do adicional de insalubridade. Entretanto, por falta de disposição legal que estabeleça outra base de cálculo, até que nova regulamentação venha a existir o adicional continua sendo calculado sobre o salário-mínimo. Sendo o salário-mínimo nacionalmente unificado, não é necessário denominá- lo de salário-mínimo nacionale é completamente equivocada a denominação salário-mínimo da região. A CLT mantém esta denominação, mas ela não subsiste ante o inciso IV do art. 7º da Constituição. Assim, na CLT, onde se lê “salário-mínimo da região”, o correto é “salário-mínimo”! Salário-mínimo é um só, aquele previsto na Constituição, vigente de forma unificada em todo o país. Piso salarial Diferente do salário-mínimo, o piso salarial, conceito previsto no inciso V da Constituição, não é nacionalmente unificado, mas proporcional à extensão e à complexidade do serviço. Este conceito abrigaria aqueles valores mínimos (por isso piso) a serem pagos aos trabalhadores de uma categoria profissional, fixados em negociação coletiva. Por tal razão, também era chamado piso da categoria ou piso convencional. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 22 Este conceito foi tomado pela Lei Complementar nº 103/2000, que autorizou os estados a instituírem o piso salarial de que trata o art. 7º, V, da Constituição. Por tal razão, reserva-se a expressão piso convencional para aqueles valores negociados em acordo coletivo ou convenção coletiva. Piso salarial estadual A partir da regulamentação do inciso V do art. 7º da Constituição, a Lei Complementar nº 103/2000 autoriza os estados a instituírem o piso salarial mencionado no dispositivo. Daí vem a denominação piso salarial estadual, não se podendo denominá-lo salário-mínimo, porque este é nacionalmente unificado; nem regional, porque instituído por lei de iniciativa do poder executivo estadual, e não “regional”. Este piso tem aplicação residual ou subsidiária, pois somente terá incidência para os trabalhadores que não tenham outro piso definido em lei federal, acordo coletivo ou convenção coletiva. No Rio Grande do Sul, no ano corrente (2016), vige a Lei Estadual nº 14.481, de 21 de março de 2016, e vigência a partir de 1º de fevereiro deste ano, prevendo cinco faixas de pisos salariais para diferentes grupos de trabalhadores, dentre eles o empregado doméstico, integrante da primeira faixa com um piso salarial de R$ 1.103,66. Assim, não havendo convenção ou acordo coletivos que prevejam piso salarial para os domésticos, o piso a ser observado é o da lei estadual. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 23 Para aprofundar as relações entre o piso salarial estadual, o salário- mínimo e os pisos salariais fixados por negociação coletiva, e os diversos aspectos técnicos que envolvem este tema, inclusive quanto à sua constitucionalidade e obrigatoriedade, leia o texto “PISO SALARIAL ESTADUAL 2016”. Piso convencional Considerando que a expressão piso salarial foi adotada pela Lei Complementar nº 103/2000 para designar um valor devido a determinadas categorias de trabalhadores que não tivessem piso fixado em acordo coletivo, convenção coletiva ou lei federal, fixado por lei de iniciativa dos governadores dos estados, piso convencional (ou piso da categoria) é o valor fixado em negociação coletiva, sendo o valor mínimo a ser pago aos integrantes da categoria profissional. Destaque-se que não é necessário que o empregado seja filiado ao sindicato da categoria para fazer jus ao piso convencional; basta integrar a respectiva categoria, o que ocorre de acordo com a atividade preponderante do seu empregador. Por força da previsão constitucional, o piso convencional não pode ser inferior ao salário-mínimo. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 24 Piso normativo Piso normativo é aquele fixado em uma sentença normativa por um tribunal regional ou pelo TST. Quando a negociação coletiva não chega a bom termo e se instaura um dissídio coletivo, se o Tribunal fixar um piso salarial este será o piso normativo. Às vezes, a expressão é utilizada como sinônimo de piso convencional. A boa técnica reserva esta expressão apenas para os pisos fixados em sentença normativa. Cada vez mais os tribunais vêm se afastando de impor pisos normativos, uma vez que a matéria é afeta à negociação coletiva. A própria Constituição estabelece que nos dissídios coletivos de natureza econômica, que envolve a criação de condições de trabalho, dentre elas o valor mínimo a ser pago aos integrantes da categoria, é necessário o comum acordo entre as partes (art. 114, § 2º, da Constituição de 1988), funcionando o tribunal como verdadeiro árbitro. Salário-mínimo profissional Segundo a doutrina tradicional em direito do trabalho, salário-mínimo profissional é aquele valor mínimo fixado nas leis que regulamentam determinada profissão e que servem para manter a dignidade dos profissionais que a exercem. Normalmente fixados em lei, sua criação depende muito mais da capacidade de Em tese o piso convencional pode ser inferior ao valor previsto nas leis estaduaispara o piso salarial estadual, não sendo caso de aplicação da norma mais favorável. Isso porque a existência de um piso convencional afastaa aplicação da lei estadual, que é de aplicação subsidiária, por assim dizer. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 25 articulação política da categoria do que de um critério objetivo a determinar quais profissões merecem a regulamentação. As leis mais conhecidas que fixam salário-mínimo profissional são as leis 3.999/1961, que “Altera o salário-mínimo dos médicos e cirurgiões dentistas”; e 4.950-A/1966, que “Dispõe sobre a remuneração de profissionais diplomados em Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária”. Curiosamente, ambas as leis fixam os “salários-mínimos” da profissão em unidades de salário-mínimo, aquele nacionalmente unificado do art. 7º, inciso IV, da Constituição, cuja vinculação é vedada para qualquer fim. A Súmula 370 do TST entende aplicáveis tais salários (MÉDICO E ENGENHEIRO. JORNADA DE TRABALHO. LEIS NºS 3.999/1961 E 4.950-A/1966. Tendo em vista que as Leis nº 3.999/1961 e 4.950-A/1966 não estipulam a jornada reduzida, mas apenas estabelecem o salário mínimo da categoria para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para os engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à oitava, desde que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias.). A Orientação Jurisprudencial nº 71 da SDI-2 do TST esclarece que é possível fixar o salário inicial do profissional de acordo com as leis citadas, em múltiplos de salários-mínimos, sendo vedada a fixação de correção automática dos salários pelo reajuste do salário-mínimo: 71. AÇÃO RESCISÓRIA. SALÁRIO PROFISSIONAL. FIXAÇÃO. MÚLTIPLO DE SALÁRIO MÍNIMO. ART. 7º, IV, DA CF/88 (nova redação) - DJ 22.11.2004. A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição federal de 1988, só incorrendo em Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 26 vulneração do referido preceito constitucional a fixação de correção automática do salário pelo reajuste do salário mínimo. Consulte a Nota Técnica: Salário profissional e piso salarial, elaborada por Cláudia Virgínia Brito de Melo, Consultora Legislativa da Câmara dos Deputados disponível em: http://www2.camara.leg.br/documentos- e-pesquisa/publicacoes/estnottec/areas-da- conle/tema7/2016_211_piso-salarial_claudia-melo Nesta nota, você verá a diferença entre piso salarial negociado pelos sindicatos (que acima denominamos piso convencional); salário profissional (definido em lei federal), e os limites à fixação deste; e o salário profissional fixado em lei estadual (que acima denominamos piso salarial estadual). Piso salarial do magistério (RS) A Lei nº 11.738, de 16 de julho 2008, criou um piso salarial profissional nacional paraos profissionais do magistério público da educação básica. Apesar de a lei determinar a adequação dos planos de carreira pela União, estados e municípios, bem como a implementação gradual do mencionado piso, até hoje as discussões jurídicas se multiplicam acerca do tema, inclusive com ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4167) sobre o tema. Atualmente o valor é de R$ 2.135,64 e é o mínimo a ser pago como vencimento inicial da carreira para uma jornada máxima de 40 (quarenta) horas semanais. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 27 Escolha dois dos julgados citados no texto “Piso salarial estadual: constitucionalidade e obrigatoriedade” (Kümmel, prelo), disponível na Biblioteca do Curso, e verifique se a denominação deste tipo de salário foi corretamente utilizada. Verifique infográfico, clique AQUI. 1.4 Proteção Jurídica Em razão da importância do salário no âmbito do contrato de trabalho, e para protegê-lo dos efeitos nefastos das crises econômicas ou mesmo da má-fé de alguns empregadores, o sistema jurídico, brasileiro e internacional, criou uma série de regras tendentes a preservar o salário, visando a que o salário chegue ao trabalhador no prazo, em sua integralidade. Direito Internacional – efeitos no direito interno. O Brasil ratificou a Convenção nº 95 da Organização Internacional do Trabalho - OIT (promulgada no território nacional pelo Decreto nº 41.721, de 25 de junho de 1957), que trata da proteção do salário. Várias das regras de proteção do salário, algumas incluídas na CLT expressamente, outras não, decorrem da sua adoção, dentre elas: Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 28 Para saber mais sobre esse tema, consulte o texto da Convenção 95: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D41721.htm#conve ncao95. Proteção jurídica do salário em face do empregador O empregador deve pagar o salário diretamente ao empregado (art. 5º, Convenção 95 da OIT), sob pena de ser considerado não pago (salvo se provar que o salário reverteu ao trabalhador ou foi recebido por procurador habilitado). O pagamento do salário não pode ser estipulado por período superior a um mês, salvo comissões, percentagens, ou gratificações (art. 459, CLT). Pagamento, se outra regra mais favorável não for estabelecida entre as partes, deverá ser feito - o salário será pago em moeda de curso legal, proibido o pagamento por ordem de pagamento, bônus, cupons; - pagamento poderáser em cheque mediante observação de certas condições; - o pagamento do salário sob forma de bebidasalcoólicasou de drogas nocivasnão será admitido; - o salário será pago diretamente ao trabalhador interessado, a menos que este aceite outro processo; - o empregador é proibido de restringir a liberdade do trabalhador de dispor de seu salário da maneiraque lhe convier; - o salário não pode ser objeto de penhora; - o salário é crédito privilegiado na falência. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 29 até o 5º dia útil do mês subsequente ao trabalhado (art. 459, parágrafo único, CLT). Sábado é dia útil, domingo não (IN nº 1/1989, art. 1º). Ônus da empresa em débito salarial: Decreto-lei nº 368/1968, artigos 1º e 2º: Art. 1º. A empresa em débito salarial com seus empregados não poderá: I - Pagar honorário, gratificação, pró-labore ou qualquer outro tipo de retribuição ou retirada a seus diretores, sócios, gerentes ou titulares, de firma individual; II - Distribuir quaisquer lucros, bonificações, dividendos ou interesses a seus sócios, titulares, acionistas, ou membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos; III - Ser dissolvida. Parágrafo único. Considera-se em débito salarial a empresa que não paga, no prazo e nas condições da lei ou do contrato, o salário devido a seus empregados. Art. 2º. A empresa em mora contumaz relativamente a salários não poderá, além do disposto no art. 1º, ser favorecida com qualquer beneficio de natureza fiscal, tributária, ou financeira, por parte de órgãos da União, dos Estados ou dos Municípios, ou de que estes participem. § 1º Considera-se mora contumaz o atraso ou sonegação de salários devidos aos empregados, por período igual ou superior a três meses, sem motivo grave e relevante, excluídas as causas pertinentes ao risco do empreendimento. § 2º Não se incluem na proibição do artigo as operações de crédito destinada à liquidação dos débitos salariais existentes, o que deverá ser expressamente referido em documento firmado pelo responsável legal da empresa, como justificação do crédito. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 30 A mora contumaz tem sido reconhecida como motivo de rescisão indireta do contrato de trabalho, conforme art. 483, d, da CLT. O pagamento do salário será feito em moeda corrente do país (art. 463, CLT). Se não for assim, é tido por não feito. O recibo é a prova do pagamento do salário (art. 464, CLT). Não se admite testemunhas. O menor de 18 anos pode firmar recibo de pagamento, mas necessita assistência (pais) na rescisão do contrato de trabalho (art. 439, CLT). Recibo de depósito bancário tem força de recibo (abertura da conta deve ser consentida pelo empregado, deve ser em local próximo ao trabalho – se não foi o empregado que escolheu). Artigo 464, parágrafo único, CLT. O salário é irredutível, conforme art. 7º, VI, da Constituição. O art. 503 da CLT, que permitia a redução unilateral, foi tacitamente revogado pela Lei nº 4.923/1962. Os requisitos desta lei para a redução não foram recepcionados pela Constituição de 1988, salvo a necessidade de negociação sindical e o respeito ao salário-mínimo, ambos previstos na Constituição (incisos IV, VI e VII do art. 7º). Jurisprudência: segundo a OJ 358 da SDI-1 do TST, em caso de jornada reduzida é possível pagar salário proporcional ao recebido por quem trabalha em jornada integral (mesmo em relação ao salário-mínimo e piso salarial). Não se aplica aosservidorespúblicos. Legislação: o art. 58-A, § 1º, da CLT permite o pagamento de salário, inclusive o salário-mínimo, proporcional à jornada em caso de trabalho a tempo parcial. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 31 É proibida a alteração prejudicial da forma de pagamento dos salários, sob pena de nulidade da modificação, conforme arts. 468 e 9º da CLT. Intangibilidade: são vedados os descontos nos salários não autorizados pelos trabalhadores. São permitidos os descontos legais (INSS, IRRF, contribuição sindical obrigatória); aqueles previstos em acordo coletivo ou convenção coletiva (contribuição confederativa ou contribuição assistencial); autorizados pelo empregado (convênios, empréstimos); e os decorrentes de atos ilícitos, causadores de dano, quando a conduta do empregado for dolosa. Se a conduta for culposa, exige-se a autorização do empregado para o desconto ou previsão contratual. Dívidas civis ou comerciais não podem ser descontadas do salário (salvo se autorizado pelo empregado). Consulte a Súmula 342 do TST e as OJs 160 e 251 da SDI-1 do TST. Exceção: empregador pode reter/descontar falta de aviso-prévio pelo empregado (art. 487, § 2º, CLT); e adiantamento de 13º salário, na despedida por justa causa (Lei nº 4.749/1965, art. 3º). O desconto não pode ser superior a um mês de remuneração (art. 477, § 5º, CLT). Proteção jurídica do salário em face dos credores do empregador Inicialmente é preciso referir que os direitos oriundos do contrato de trabalho subsistem em caso de falência, ação que os credores do empregador visam a satisfazer os seus créditos. mariabacci Texto digitado (3) Em razão da Reforma Trabalhista de 2017, sugere-se uma leitura da redaçãoatual do texto do artigo 468 e 477 da CLT, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm mariabacci Texto digitado (3) mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado mariabacci Texto digitado (3) mariabacci Texto digitado (3) mariabacci Texto digitado Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 32 Segundo o art. 449, §1º, da CLT, o crédito trabalhista é privilegiado na falência. A regra provém do art. 11 da Convenção 95 da OIT e atualmente sofre limitações pela atual lei de falências em vigor no Brasil, Lei nº 11.101/2005. O art. 186 do Código Tributário Nacional (CTN) ressalva que os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente do trabalho têm prevalência até mesmo sobre os créditos tributários. Entretanto, o mesmo dispositivo (art. 186, II, do CTN), alterado pela Lei Complementar nº 118/2005, previu que a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho, o que ocorreu com a Lei nº 11.101/2005. Assim, os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salários-mínimos por credor (art. 83, I, da Lei nº 11.101/2005) são privilegiados. Não há limite, entretanto, para os créditos decorrentes de acidente do trabalho. A parte excedente de 150 salários-mínimos será classificada como crédito de natureza quirografária (art. 83, VI, da mesma lei), sem preferência. A disposição derroga o § 1ª do art. 449 da CLT. O limite de 150 salários-mínimos foi considerado constitucional pelo STF (ADIn 3934-2, publicado em 5-11-2009. Rel. Ministro Lewandowiski). Já a recuperação extrajudicial, também prevista na lei de falências, não tem efeitos sobre créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho (art. 161, § 1º, da Lei nº 11.101/2005). Proteção jurídica do salário em face dos credores do empregado Os salários são impenhoráveis, conforme art. 833, IV, do CPC de 2015. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 33 Como já se viu, a impenhorabilidade dos salários não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independente da sua origem, ou seja, o crédito oriundo de uma ação trabalhista pode levar à penhora dos salários. Se por um lado reforça-se a garantia do crédito trabalhista; por outro relativiza o caráter alimentar do salário do executado. A matéria precisa de amadurecimento jurisprudencial. A posição do TST era a seguinte, conforme a Orientação Jurisprudencial nº 153 da sua SDI-2: 153. MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORA SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. art. 649, IV, do CPC. ILEGALIDADE. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008). Ofende direito líquido e certo decisão que determina o bloqueio de numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV, do CPC contém norma imperativa que não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênero de crédito de natureza alimentícia, não englobando o crédito trabalhista. A nova redação do dispositivo da lei processual, notadamente o § 2º do art. 833, provavelmente vai impor a revisão do posicionamento do TST: Art. 833. São impenhoráveis: [...] IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 34 sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; [...] § 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. (BRASIL, 2015). Consulte os julgados abaixo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. São todos julgados que abordam a penhora de salários. Você identifica os critérios utilizados para penhora em cada caso? Julgado 0020108-58.2016.5.04.0000 (MS), da 1ª Seção de Dissídios Individuais, Relator Des. Fernando Luiz de Moura Cassal. Julgado 0020362-31.2016.5.04.0000 (MS), da 1ª Seção de Dissídios Individuais, Relator Des. André Reverbel Fernandes. Julgado 0078200-52.1996.5.04.0122 (AP), da Seção Especializada em Execução, Relatora Desª. Cleusa Regina Halfen. Julgado 0029300-17.2009.5.04.0402 (AP), da Seção Especializada em Execução, Relator Des. João Batista de Matos Danda. Módulo Remuneração e Salário – Unidade 1 – Marcelo Barroso Kümmel Página 35 Referências Bibliográficas BRASIL. Decreto nº 41.721, de 25 de junho de 1957. Promulga asConvençõesInternacionaisdo Trabalho de nº11,12,13,14,19,26,29,81,88,89,95,99,100 e 101, firmadaspelo Brasil e outrospaíses em sessõesda Conferência Geral daOrganização Internacional do Trabalho. Disponível em: <http:/ /www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D41721.htm>. Acesso em: 13 set. 2016. BRASIL. Decreto-Lei nº 368, de 19 de dezembro de 1968. 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