Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
As Crises como oportunidades: otimizando processos, custos e produtos ANDrÉ LuiZ FrEirE DA siLVA 2 FAsCÍCuLo GEsTÃo eLiDErANÇA EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE Curso Apresentação Crise x Empreendedorismo 1. Negócios de sucesso de 1960 a 2020 2. Inovação e criatividade como diferencial nos negócios 3. Empreendedorismo no mundo 4. Formação do empreendedor 5. Empreendedorismo no Brasil 6. Empreendedorismo no Ceará Referências 19 20 26 27 28 29 30 31 31 sumário O momento é crítico e ninguém estava preparado para a reali- dade imposta pela pandemia da Covid-19. Não é a primeira nem será a última adversidade enfrentada pela humanidade; por isso, é preciso aproveitar as oportunidades que a crise oferece. O segundo fascículo do curso “Empreender em tempos de crise: Gestão e liderança” é um convite para um novo olhar frente a esses momentos atribulados. Onde há adversidade também há oportunidade. É preciso estar atento, ser criativo, fl exível e estar disposto a repensar e mudar as estratégias. E não esqueça: a oportunidade não avisa quando vai chegar. Mantenha a cabeça nas nuvens com os pés no chão! O momento é crítico e ninguém estava preparado para a reali- dade imposta pela pandemia da Covid-19. Não é a primeira nem será a última adversidade enfrentada pela humanidade; por isso, é preciso aproveitar as oportunidades que a crise oferece. O segundo fascículo do curso “Empreender em tempos de crise: Gestão e liderança” é um convite para um novo olhar frente a esses momentos atribulados. Onde há adversidade também há oportunidade. É preciso estar atento, ser criativo, fl exível e estar disposto a repensar e mudar as estratégias. E não esqueça: a oportunidade não avisa quando vai chegar. 19 APrEsENTAÇÃo FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE20 CrisE X EmPrEENDEDorismo V ivemos atualmente uma mudança no estado de comportamento de tudo e de todos em quase todo o mundo devido à pandemia origi- nada na China e que, em oito meses, mu- dou drasticamente o cenário econômico mundial. Não é a primeira vez que vivemos crises no mundo. Crise em chinês é uma palavra composta de dois ideogramas: um deles chama-se “wei” (perigo) e o outro, “ji” (situação/oportunidade). A situação cru- cial de uma ocorrência, embora perigosa, é, de fato, uma oportunidade, pois permite mudar de rumo para sair de uma circuns- tância fatal. Sendo assim, na visão dos chi- neses, a crise é uma situação em que o pe- rigo e a oportunidade têm o mesmo peso, são bilaterais e reversíveis. Os maiores empreendedores no mundo começaram seus negócios ou desenvolve- ram seus produtos ou serviços a partir de um problema, de uma necessidade que surgiu devido a uma crise ou até mesmo na busca de uma solução de algo que não era percebido pela maioria das pessoas. Aqueles que observam crises como oportu- nidades estão alinhados à visão empreen- dedora. Temos muitas dúvidas quanto ao verdadeiro perfi l do empreendedor. Há um provérbio chinês atribuído a Lao-Tsé, o fun- dador do taoísmo no século V. a.C., que diz: Com base nessa citação, podemos afi r- mar que a educação tem papel fundamen- tal no empreendedorismo, no modo como as pessoas reagem as crises e na maneira como elas criam novas possibilidades em um mercado altamente competitivo e glo- balizado. O desemprego entre os jovens é um fenômeno internacional, um proble- “Se der um peixe a um homem, você o alimenta por um dia. Se ensiná-lo a pescar, você o alimenta por toda a vida”. EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 21 ma que conduziu da “Primavera Árabe” ao “Ocupe Wall Street” e outros movimentos, que pouco trouxeram soluções ou agrega- ram valor em boas práticas inovadoras ou soluções produtivas. Porém reafi rmo as pa- lavras do professor PhD Soumodip Sarkar, uma das maiores autoridades em empre- endedorismo e inovação no mundo. Segun- do ele: “A revolução que é preciso para a ge- ração atual é de empreender, inovar e criar”. A educação que hoje vivenciamos em nosso país infelizmente ainda não leva o cidadão comum ou estudante a um estágio no qual ele possa ter um pensamento ana- lítico e crítico ou que seja incentivado a de- senvolver a criatividade empreendedora. O Brasil vem realizado testes do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) desde o ano 2000, que tem como objetivo gerar indicadores que possam contribuir para a discussão da qualidade educacio- nal nos países participantes. O Pisa é uma referência mundial e na edição de 2018 analisou 79 países. A última divulgação no quarto trimestre de 2019 apresentou os se- guintes resultados do Brasil: entre 58º e 60º lugar em leitura, entre 66º e 68º em ciências e entre 72º e 74º em matemática. Esse tes- te mostra o panorama caótico na educação do País, consequência de décadas de falta de esforço e foco, público e privado. É um retrato de como estamos longe de termos pessoas capacitadas com competências e habilidades básicas para o desenvolvimen- to e até mesmo nos tornarmos uma nação empreendedora mais efi ciente. Muitos empreendedores não concluíram a graduação, como é o caso de Bill Gates (Microsoft ), Steve Jobs (Apple), Enzo Ferrari (Ferrari) e Henry Ford (Ford). No entanto, há empreendedores fantásticos, como Tho- mas Edison (inventor com 2.332 patentes) e Walt Disney (idealizador da Disneylândia e criador de inúmeros personagens anima- dos), que nem terminaram o ensino médio. Entretanto, o nível de criatividade, imagi- nação e conhecimento que eles tinham (ou têm) é algo surpreendente. Por isso, o futuro da educação, seja acadêmica, seja profi ssional, deve ter como base um prisma multidisciplinar, incluindo disciplinas como ciência, tecnologia, matemática e princi- palmente a educação fi nanceira desde a infância. Para o empreendedorismo, ter um diploma é diferente de ter competência e habilidades criativas e de gestão. O conheci- mento teórico sempre será de fundamental importância e tudo se inicia com um hábito muito simples – o hábito da leitura, que é a mãe de qualquer estudo. O fundador da McDonald’s, Raymond Alexander Kroc, conhecido como Ray Kroc, é um self-made man (alguém que conseguiu o sucesso sozinho). Começou seu negócio de franquias da McDonald’s com 52 anos após ter fracassado em diversos negócios, incluindo restaurantes. SAIBA MAIS FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE22 John Davison Rockefeller é considera- do um dos maiores empreendedores do mundo. Se hoje fôssemos avaliar sua for- tuna, verifi caríamos que ele seria quatro vezes mais rico do que o homem mais rico dos dias atuais, o dono da Amazon, Jeff Bezos. Rockefeller revolucionou o setor do petróleo e tinha duas frases que todo em- preendedor deve ter em mente. A primeira: “Sempre procure transformar os desastres em oportunidade”. A segunda: “Não tenha medo de desistir do bom para perseguir o ótimo”. As crises e suas oportunidades estão diretamente relacionadas com as habilidades empresariais que as pessoas detêm, e seu poder criativo de inovação é essencial na caminhada ao sucesso. O em- preendedor deve, acima de tudo, ser uma pessoa com fome de saber, o dito “como se faz (know-how)”. No Brasil, o perfi l do empreendedor é, em grande parte, formado por pessoas que estão fora do mercado de trabalho formal ou que, devido a alguma circunstância, pretende trabalhar por conta própria. O empreendedorismo por necessidade tem uma característica mais independente, além de correr riscos. Segundo o pensador Joseph Schum- peter (1950), principal teórico clássico do empreendedorismo, empreendedor é a pessoa capaz de converter uma nova ideia ou invenção em uma inovação de sucesso. Ao analisar o estado atual que vivemos, é possível dizer que estamos numa fase cria- tiva e de grandes oportunidades para o em- preendedorismo. Mesmo assim, é necessário ter um alto padrão de exigência pessoal para alcançar o que se deseja. Ser empreendedorexige muito esforço e dedicação. Mostramos a seguir 10 passos que o empreendedor deve ter como guia. Cada um deve ser traba- lhado diariamente, sete dias por semana, to- dos os meses do ano com um único objetivo: perseverar até o sucesso. 1. Busque oportunidades ao seu redor, observe as crises e crie soluções. O fato de criar durante a caminhada de se tornar um empreendedor exige um comporta- mento muito diferente daquele que busca ser empregado. É necessário termos uma visão clara e ampla ao nosso redor, obser- vando cada detalhe, como se comportam as pessoas e as empresas, possíveis concor- rentes. Estamos vendo que aqueles, neste momento de pandemia, que conseguiram inovar, seja na forma de pagamento, seja com delivery, seja com lojas on-line, irão se estabilizar e gerar soluções que fortale- cerão no período pós-pandemia ou mesmo pós-vacina. 2. Seja perseverante, foque no que acre- dita, pesquise, estude e faça. O empreen- dedor tem uma característica de ser aque- le que consegue, mesmo com inúmeros fracassos, reavaliar seus erros e continuar na busca do acerto. Isso exige maturidade e inteligência para não se apegar a erros emocionais. Ao pesquisar, o empreende- dor consegue de fato ver o que está aconte- Fica a Dica Quer saber mais sobre a história da rede McDonald’s? Veja o fi lme biográfi co lançado em 2016 com o título “The Founder” ou, em português, “Fome de Poder”. Fica a Dica EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 23 cendo ao seu redor e como o mercado está reagindo. Dessa maneira, terá dados reais e poderá estudar e fazer um plano de ação com maior probabilidade de acertos, dimi- nuindo os riscos. 3. Saiba os riscos que irá correr e tenha um plano “B” pronto. Quando temos as informações corretas e sabemos os riscos que podemos correr, há mais chances de sucesso no negócio. Mas, mesmo aconte- cendo imprevistos, como no caso de crises, instabilidade econômica ou mudanças no comportamento do consumidor, o empre- endedor poderá renegociar com fornece- dores, fazer parcerias, diminuir seu custo fi xo e já colocar em prática rapidamente um novo plano de ação, que foi previamen- te estudado no caso de insucesso. O re- curso mais caro que o empreendedor tem chama-se “tempo”. Não é possível perdê-lo, pois ele não é recuperável. 4. Aprenda todo dia: conheça custos e fi nanças. O empreendedor brasileiro tem um perfi l que é fruto da nossa cultura fami- liar e das nossas escolas. Desde cedo não fomos educados a trabalhar com dinheiro, em nossas vidas ou nas empresas. Atual- mente uma das habilidades que fazem di- ferença entre ter sucesso e insucesso é a capacidade de o empreendedor conhecer seus custos, saber entender uma planilha e saber gerenciar dinheiro, em outras pala- vras, suas fi nanças. Para isso, há inúmeras formas de aprender; por isso é uma exi- gência. Aprenda todo dia algo novo em seu negócio para poder ter uma visão global de todo o negócio. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE24 5. Sempre estude o concorrente e me- lhore seu negócio. Estar focado em seu negócio e estar fazendo tudo o que foi pla- nejado de forma correta não é o bastante; é necessário que seus clientes, as pessoas em geral percebam o que você está fazendo de bom. Os produtos devem estar sempre sendo avaliados. Os concorrentes são ex- tremamente importantes para a melhoria do seu negócio, produto ou serviço. Não basta fazer pesquisas; é preciso utilizar os dados que foram coletados na pesquisa a seu favor, nas tomadas de decisão. 6. Foque no negócio e no cliente. Para o empreendedor estar com sua atenção 100% comprometida para o seu negócio, esta é uma regra para a qual não há exce- ções. Cada vez mais ao analisar um fator de sucesso, entendemos que a atenção ao ne- gócio é determinante. Por isso, aquele que é empreendedor entende que estar numa zona de conforto não faz parte da menta- lidade de empreender. É necessário muito esforço para não perder o foco principal que é o negócio e seu cliente (mercado). É preciso aprender a dizer “não” às opções que possam mudar este foco. 7. Seja diferente, inove e tenha metas desafi adoras. O empreendedor norte- -americano John D. Rockefeller nos ensina em suas sábias palavras: “E se quiser ter su- cesso, busque novos caminhos em vez de recorrer aos caminhos tradicionais já trilha- dos com êxito que todos conhecem”. Essa é uma lição muito importante para novos e experientes empreendedores, ou seja, inovar, fazer diferente, buscar a criativida- de e a melhoria contínua no seu negócio. Lembre-se de que nada terá êxito no em- preendedorismo sem haver metas bem de- fi nidas. Um método criado pelo professor e consultor em administração Peter Drucker propõe que sejam defi nidas suas metas de forma mais efi caz e realista. Essa técnica é conhecida como metas SMART, um acrôni- EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 25 mo de palavras com iniciais em inglês para se referir a cinco características (Specifi c, Mensurable, Achievable, Realistc e Time- -based). Em português, são: Específi cas (claras, fáceis de entender); Mensuráveis (podem ser medidas); Atingíveis (realistas, possíveis de alcançar); Relevantes (sejam importantes no negócio, como desempe- nho, vendas, fi nanceiro etc.) e Temporais (que tenham um prazo para iniciar e termi- nar; que haja um cronograma). 8. Gerencie, faça acompanhamento de tudo. Não há empreendedor que caminhe para o sucesso sem controle da sua rotina. Gerenciar é a arte de pensar, de decidir e de agir; é a arte de fazer acontecer, de obter resultados, mas, acima de tudo, para o em- preendedor é a ferramenta que permite ter a certeza de medição, da comparação de resultados. Estar documentando todos os processos é de fundamental importância. Esta atividade merece um olhar todo es- pecial por parte do empreendedor ou para quem ele possa delegar. O importante é ter continuidade e frequência na visualização e análise destes dados (registros fi nancei- ros ou de desempenho). São eles que guia- rão a tomada de decisões. 9. Tenha equipe com pessoas compro- metidas. O sucesso de um negócio, produ- to ou serviço está diretamente ligado às pes- soas que você recrutou, selecionou e treinou e que, de fato, estão e são comprometidas com o propósito principal do seu negócio. Elas compraram a sua ideia. A equipe certa, com pessoas motivadas e com metas bem defi nidas, faz a diferença no mercado. Esta- mos no mundo dividido em dois formatos empresariais: um é o on-line (lojas virtuais, atendimento por call center, plataformas, aplicativos etc.) e o outro é off -line (o presen- cial, cliente e empresa num mesmo espaço físico). Seja ele qual for, a equipe e o aten- dimento podem levar ao sucesso ou ao fra- Fica a Dica 1) Os Segredos da Mente Milionária, de T. Haver Eker 2) O Homem Mais Rico da Babilônia, de George S Clason 3) Pai Rico, Pai Pobre, de Robert T. Kiyosaki 4) Como Organizar Sua Vida Financeira, de Gustavo Cerbasi 5) Investindo em Ações no Longo Prazo, de Jeremy J. Siegel 6) O Investidor Inteligente, de Benjamin Graham Fica a Dica O empreendedor deve saber exatamente a diferença entre custos e gastos, pois são muito parecidos e, por essa razão, são muitas vezes confundidos entre si. Sendo assim, podemos considerar que uma compra não recorrente, que seja indispensável, é um custo. Se essa compra pudesse ter sido cancelada ou adiada, ela é classifi cada como um gasto. Um exemplo seria a alimentação. Ela é necessária os dias. No entanto, é possível comer diariamente comida caseira de R$ 15. Isso seria um custo, mas al- moçar em um shopping e pagar R$ 45 seria um gasto desnecessário. SAIBA MAIS casso. O empreendedor deve tratar primeiro dos seus clientes internos, ou seja, da sua equipe, dos seus colaboradores, dos funcio- nários, para depois focar no cliente externo (mercado consumidor), em um trabalho de melhoria contínua. Às vezes, pequenos con- fl itos gerados porum atendimento inade- quado podem causar danos na empresa ou na marca como um todo, provocando muito custo para correção. 10. Seja independente e autoconfi ante. O empreendedor deve-se manter confi ante em relação ao seu negócio, seja produto, seja serviço, ao atravessar uma crise, pois dela com certeza surgirão novas oportuni- dades. Esteja blindado e independente em relação aos fatores externos que possam lhe tirar do caminho. Seja disciplinado e faça que suas ideias e seu otimismo possam con- tagiar a todos – seu círculo de amizades, sua rede de contatos, colaboradores e parceiros. Não esqueça: seja perseverante. Quando estamos analisando crises e oportunidades, como já mostramos, na vi- são de um empreendedor tudo pode mu- dar e isso está diretamente ligado também à forma como pensamos e percebemos a realidade ao nosso redor. Esse processo também está ligado ao processo educativo do qual somos fruto desde a nossa infân- cia. O autor do livro best seller Pai Rico, Pai Pobre, Robert T. Kiyosaki, nos mostra a im- portância do processo transformador que é a educação, baseado na frase do fi lósofo ir- landês Edmund Burke: “Os que não conhe- cem os erros da história estão condenados a repeti-los”. Expõe que as crises podem ser e são cíclicas, mas podemos, por meio do conhecimento e do poder transformador da educação, mudar essas crises cíclicas, processo que começa em casa com os pais, até podermos ter uma nova geração em que o desemprego não seja a maior preo- cupação da população jovem mundial. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE26 NEGÓCios DE suCEsso DE 1960 A 2020 crises e incertezas, como foi esta fase nos EUA. No caso do sr. Harvey S. Firestone, ele rapidamente se adaptou e percebeu a grande oportunidade que seria o mundo automobilístico após o fim das charretes e carruagens no mundo. No mundo já houve inúmeras crises de várias origens, geradas por guerras, siste- mas fi nanceiros, religiões, política e outras. No entanto, tivemos a criação e a melho- ria da qualidade de vida das pessoas na sociedade, pela criação e ou pelo desen- volvimento de milhares de produtos ou serviços que mudaram nossas vidas. Cada empreendedor tem a criatividade como fonte geradora de ideias alternativas ou possibilidades na resolução de problemas, sendo percebidos por uma forma de pen- sar diferenciada. A invenção é a aplicação prática do pensamento criativo. Quando bem sincronizadas, a criatividade e a inven- ção são extremamente motivadoras, até porque a motivação é um processo interno de cada ser humano e parte de dentro para fora. Elas também produzem um senso de realização, elemento-chave que o psicó- logo Abraham Maslow descreveu em 1943 como as “necessidades (de motivação) de ordem mais elevada”, fator determinante no empreendedorismo, que nos remete a sentir valor e autorrealização. Para o mundo atual, o desafi o do em- preendedorismo é equilibrar a criatividade com a prudência fi nanceira. A criatividade sem limites, sem metas pré-determinadas, normalmente pode não levar ao sucesso comercial, pois uma palavra sagrada para a sobrevivência de qualquer produto, serviço ou negócio é o lucro. Ao observarmos a linha do tempo da história, veremos centenas de oportunida- des geradas em consequência de proble- mas ocasionados por crises, nem sempre de abrangência ou impacto mundial, mas as vezes, são simples consequências de soluções na busca de pequenos problemas do dia a dia, seja nas empresas, seja na vida das pessoas. Na atual crise da pandemia, o isolamento social levou milhares de pesso- as a descobrirem um lado criativo e inven- tivo dentro de suas residências, buscando na internet tutoriais de “faça você mesmo”. Nos EUA, a chamada “cultura maker” já era bastante difundida e apresenta a ideia de que as pessoas são capazes de fabricar, construir, reparar e alterar objetos dos mais variados tipos e funções com as próprias mãos, baseando-se num ambiente de co- laboração e transmissão de informações entre grupos e pessoas. Ao rever a história do empreende-dorismo nos Estados Unidos, en-contramos o pioneiro industrial, Henry Ford. Quando ele modifi cou o processo artesanal de produção de carros, com a implantação do sistema de fabricação em linha de montagem, ou seja, raciona- mento do trabalho, permitiu uma produção em larga escala de produtos homogêneos (padronizados). Na época, muitos critica- ram e falava-se em desemprego em massa, porém houve diversas oportunidades gera- das pela fabricação dos automóveis e sua popularização, além da geração de diversos novos empregos, que necessitavam de ou- tras habilidades e competências. Antes de Ford, pessoas como Harvey Samuel Firesto- ne, empreendedor e fundador da empresa que leva seu sobrenome, a Firestone Tire & Rubber Company, vendia charretes, carrua- gens e acessórios para estes meios de loco- moção, que era o mais popular veículo de transporte nos Estados Unidos e no mundo. Após a chegada dos automóveis em larga escala, a crise das charretes e de toda cadeia produtiva foi inevitável. Por isso, o processo de uma educação que possa ampliar o horizonte do empreen- dedor, baseado em fatos e possibilidades, servirá como fator que impulsiona a ver as oportunidades dentro de um ambiente de 1 EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 27 O lado empreendedor tem um fator primordial nesta análise, pois há diversas gerações (Baby boomers, X, Y, Z) e elas têm comportamentos distintos. Entretanto, de acordo com os investidores Morris e Jones (1999, p.74), os empreendedores devem es- tar aptos a realizar cinco tarefas: 1) Identifi car e avaliar uma oportunidade; 2) Defi nir um conceito de negócio; 3) Identifi car os recursos necessários; 4) Buscar e adquirir os recursos necessários; 5) Implementar o negócio, fazer com que ele exista. é bom lembrarmos as palavras do econo- mista Schumpeter (1947): “É de particular importância distinguir empreendedores e inventores. Não há necessariamente uma ligação entre estas duas funções”. Como ele diz, o inventor produz ideias, o empreen- dedor as fará, irá executar”, que poderá ser algo não inovador ou científi co. O empre- endedor em si faz as coisas acontecerem e seus resultados são medidos pela aceita- ção, comercialização e reconhecimento no mercado. O empreendedor deve saber que inovar e executar são palavras pertencentes ao seu universo criador. 2 iNoVAÇÃo E CriATiViDADE Como DiFErENCiAL Nos NEGÓCios Para realizar essas tarefas, o empreende- dor com mais efi ciência deverá empregar seu conhecimento do negócio em áreas como as de vendas, gestão de pessoas, fi nanças, contabilidade, marketing e pensamento es- tratégico. Quando falamos em pensamento estratégico, nada mais é do que alinhar a vi- são e as metas e pensar tudo isso no longo prazo, dependendo tanto do ambiente inter- no quanto do seu ambiente externo. Hoje usamos a palavra “empreendedo- rismo” (entrepreneur), que vem do francês e quer dizer “aquela pessoa que assume risco e começa algo novo”. Apesar disso, O Brasil apresentou crescimento no recente rela- tório de Indicadores de Propriedade Intelectual Mundial, divulgado em outubro de 2019 pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI). Nesse relatório, o Brasil fi cou situado em um grupo de nações com “grande aumento”, que inclui Portugal, China, Rússia e Reino Unido, e fi cou atrás apenas da Índia, com aumento de 20,8%, e da França, com alta de 10,5%. SAIBA MAIS FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE28 EmPrEENDEDorismo No muNDo A recente pesquisa realizada sobre “As nações mais empreendedoras do mundo”, feita pela US News e World Report, nos EUA em janeiro de 2020, apresentou um ranking de 73 países, em que tivemos Alemanha, Japão, Estados Unidos, Reino Unido e Suíça entre os cinco primeiros, o “top 5” da lista. O Brasil apare- ce em 34º no recorte empreendedor e 28º na lista geral dos melhores países paraempre- ender. É importante termos a noção de que fatores como acesso ao capital, força de tra- balho, conhecimento tecnológico e suporte jurídico são critérios-chaves na pesquisa. O Brasil passa por grandes mudanças internas, na política, na infraestrutura, em novos parceiros comerciais internacionais e em uma economia que mostra um cenário de recuperação. Isso são fatores positivos e importantíssimos para o empreendedor brasileiro começar a acreditar no empreen- dedorismo nacional. Há um aspecto muito importante na parte empreendedora quan- do o assunto é a abertura de empresas no Brasil: ainda somos muito lentos e burocrá- ticos, ainda temos um prazo muito longo para abrir uma empresa. Demora-se, em média, 20,5 dias para a abertura, enquanto na Nova Zelândia este prazo é de 0,5 dia. A fonte é o relatório “Doing Bussiness 2019”, do Banco Mundial. Isso é um fator que limi- ta a formalização dos empreendedores. Empreender no Brasil exige, sobretudo, fazer planejamento, assumir riscos e ter conhecimento do mercado em que atuará, seja como microempreendedor individual (MEI), empreendedor cooperado, empre- endedor de franquia, empreendedor au- tônomo (aquele que exerce atividade com a expertise da sua área, como consultoria) ou o conhecido negócio próprio. Também, como vimos no início, algumas habilidades devem e podem ser aprendidas no decor- rer do caminho. O empreendedor deve se capacitar para poder buscar as oportunida- des nas crises – isso é básico. A propriedade intelectual é algo que o empreendedor deve conhecer e levar a sé- rio, pois uma patente é considerada uma vantagem competitiva no mercado mun- dial. A patente é um documento formal, expedido por uma repartição pública, por meio do qual se conferem e se reconhecem direitos de propriedade e uso exclusivo para uma invenção descrita amplamente. Dessa forma, o empreendedor poderá ter êxito caso sua ideia seja original e assim pode lucrar (recebendo royalties) de forma mais ampla no seu país, no seu continen- te ou mundialmente. Tudo dependerá de qual tipo de patente foi criada. 3 Fica a Dica Royalty (singular) é o termo em inglês que, em tradução livre, signifi ca privilégio ou regalia. Mas, quando falamos de patente ou propriedade intelectual, royalty é o valor que uma pessoa A paga para uma pessoa B usufruir de algo que pertence a A. Fica a Dica Harvey Firestone foi o fundador da empresa Firestone Tire & Rubber Company. Aos 22 anos, começou a trabalhar na Columbus Buggy Com- pany e depois a vender charretes. Aos 35 anos, já percebendo a crise das charretes e a oportunidade dos veículos da Ford, começou a fabricar pneus. Em 1906, recebeu de Henry Ford encomenda para o seu sucesso de vendas, o carro Ford T. Apostan- do em pesquisa (e inovação) em novos produtos, a Firestone lançou o pneumático, a roda desmon- tável em 1907 e os pneumáticos de baixa pressão em 1922. Em 1951 surgiriam os pneus “tubeless”, sem câmaras de ar. Crise e oportunidade sempre andaram juntos na jornada deste empreendedor. SAIBA MAIS 29 As gerações são determinadas a partir de análises comportamentais das pessoas que nasceram naquele período. Há quatro gerações que devem ser analisa- das pelos empreendedores. Quando o assunto é o público-alvo do seu negócio, produto ou serviço (cada uma tem características diferentes), há: 1) Baby Boomers: são os nascidos entre 1945 e 1964; 2) Geração X: compreende o período de 1965 a 1984; 3) Geração Y (Millennials): composta por indivíduos que nasceram entre 1985 e 1999; 4) Geração Z: compostas pelos nascidos a partir de 2000. SAIBA MAIS Ao estudarmos crises e oportunidades, vamos detectar um fator primordial nos países que mais cresceram nos últimos 50 anos, como foi o caso da China em relação ao mundo com seu crescimento exponen- cial na economia. Ao analisarmos, é possí- vel notar uma variável determinante na sua infraestrutura, que é a sua educação e foco em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenha- ria e Matemática). STEM é base para uma nação ter uma estrutura de inovação e cria- tividade ligados à ciência, buscando novas soluções, que são patenteadas para gerar riquezas ao país de origem. Os avanços tecnológicos ajudaram na expansão do empreendedorismo no mun- do, principalmente nas start up, modelo de negócio que é escalável, repetível e funciona em condições de extrema incerteza. A China e os Estados Unidos estão entre os países mais inovadores e com empreendedorismo em evolução constante, mas já podemos notar, desde 2017, que o foco em graduados em STEM na China teve um crescimento fora dos padrões quando analisados em relação ao mundo. A China, que tem uma população cerca de 4,3 vezes maior que a população dos EUA (cerca de 333 milhões de pessoas), tem o número de graduados em STEM por volta de 8,27 vezes maior, apresentando im- pacto direto no número de patentes e nas empresas que estão nascendo. Sendo assim, poderíamos nos pergun- tar: para termos um Brasil com mais pes- soas empreendedoras, criando produtos e serviços a patentear e gerar divisas com outros mercados e países, devemos investir em estudantes nas áreas de STEM? Como os investimentos nas escolas técnicas po- dem acelerar e incrementar essa formação? O que sabemos é que o empreendedor ca- pacitado ganha em vantagem competitiva dentro da economia digital e diante dos no- vos desafi os, leia-se oportunidades. No Brasil, em 2018, segundo o relatório “Education at Glance”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econô- mico (OCDE), as áreas com maior interesse pela população são Direito e Administra- ção, o equivalente a 36% do total. Esse ín- dice é quase o dobro em relação aos outros países. Está na hora na mudança de foco, e a mudança deve começar por você. Em 2001, os fundadores da Google, Lar- ry Page e Sergey Brin, juntamente com o seu CEO, Eric E. Schmidt, perceberam que ideias empreendedoras, criativas e inovadoras nas- ciam nas pessoas de baixo escalão da empre- sa, e não do alto escalão. Então eles decidiram que todos os colaboradores poderiam utilizar 20% do seu tempo na empresa em projetos inovadores. Isso foi determinante na criação de produtos como Gmail, Google News, Goo- gle Sky, Google Art Project, Adsense e o extinto Orkut, criado em 2004 e que em 2008 tinha na sua base de usuários mais de 120 milhões de pessoas. O Orkut foi extinto em 2014. Apren- demos com essas práticas da Google que en- volver, incentivar, motivar e premiar são medi- das que potencializam o empreendedorismo, com a possibilidade de gerar novos produtos e serviços dentro da empresa (intraempreen- dedorismo é o ato de empreender dentro da empresa na qual trabalha). Heráclito de Éfeso cunhou uma frase bem conhecida atualmente: “Nenhum ho- mem pode banhar-se duas vezes no mes- mo rio, pois, na segunda vez, o rio já não é o mesmo nem tampouco o homem”. Herácli- to (500 a.C.-450a.C.), que foi um dos princi- pais fi lósofos pré-sócraticos, se vivesse nos dias de hoje, entenderia que todas as cri- ses ou problemas devem ser confrontados com ideias evolutivas, pois as mudanças são sempre necessárias. Os impactos causados pela pandemia mundial do novo coronavírus deverão gerar, conforme estudo do IAT-Google, FormAÇÃo Do EmPrEENDEDor 4 EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE30 Desde o início da nossa colonização, o empreendedorismo era pratica-do no Brasil, passando por inúme-ras crises. Por meio da mentalida- de empreendedora, muitos desconhecidos construíram nossa nação desde os primeiros empreendedores, que buscavam recursos naturais como pau-brasil, ouro e animais para levar à Europa e, assim, criavam-se mercados e negócios (demanda e oferta). Mas, a partir do século XVII, o Brasil começou a mostrar grandes projetos empreendedores, como foi o caso de Irineu Evangelista de Sousa, o fa- moso Barão de Mauá, criando engenhos de açúcar, estradas, fábricas,a primeira fundição de ferro, o primeiro estaleiro, a primeira ferro- via, a instalação da iluminação pública a gás na cidade do Rio de Janeiro, além da criação do terceiro Banco do Brasil. Ele foi, de fato, um empreendedor exemplar, tirando do mundo das ideias projetos que se tornaram viáveis e excelentes oportunidades para o desenvolvi- mento de outros. O processo empreendedor em qual- quer local depende, ao menos em parte, de pessoas como o Barão de Mauá, que sejam capazes de detectar oportunidades no ambiente em que vivem e da capacida- de de transformar tais oportunidades em negócios reais ou novos mercados. A qua- lidade e a quantidade das oportunidades observadas durante problemas e crises de- pendem da capacitação do indivíduo, que pode ser infl uenciada por diversas condi- ções – tais como o nível de desenvolvimen- to econômico do seu ambiente, cultura, educação, crenças etc. Sendo assim, é im- portante considerar que empreendedores demografi camente diferenciados podem ter diferentes percepções sobre oportu- nidades e crises, dadas as peculiaridades Seguem alguns números para ver nossa dis- tância quando o assunto é criação de novos produtos, invenções etc. Enquanto a China entre 2008-2018 solicitou o total de pedidos de patentes de1.542.002, os EUA fi caram em segundo lugar com 597.141 pedidos de paten- tes. O Brasil em 11º lugar, com 24.857 pedidos de patente. Isso representa apenas 0,74% do total de pedidos de patentes no mundo, refl exo de nossa inefi ciência na educação, inovação e criatividade empreendedora. SAIBA MAIS culturais, históricas e socioeconômicas es- pecífi cas de cada indivíduo. Há duas instituições que tiveram fator crucial para impulsionar o empreendedo- rismo no Brasil. A primeira foi o Serviço Na- cional de Aprendizagem Industrial (Senai), que é uma instituição privada brasileira de interesse público, criada em 1942 sem fi ns lucrativos, e uma das principais instituições educacionais que capacitaram profi ssionais e aceleraram no processo de empreender, por meio da capacitação e do domínio de uma habilidade profi ssional. A outra é o Ser- viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), criada em 1972, que ob- jetiva a capacitação e a promoção do desen- volvimento econômico e a competitividade de micro e pequenas empresas, estimulan- do o empreendedorismo no estados do Bra- sil. Atualmente, a quantidade de empreen- dedores no Brasil e no mundo não para de crescer, seja por oportunidade (crise), seja por necessidade (desemprego). O programa MEI – Microempreendedor Individual completará 11 anos de criação no País. A quantidade de pessoas inscritas neste modelo quase que dobrou nos últi- mos anos. Em 2014, eram 4,6 milhões no Brasil; em março de 2020, esse número foi de 9,9 milhões de MEI. Segundo o Portal do Empreendedor, essa é uma categoria que deverá ganhar força devido à demanda re- primida e oportunidades, consequência da crise no primeiro semestre de 2020. Novos negócios deverão ser criados para suprir uma nova demanda. Isso faz com que a concorrência seja alta no empreendedorismo. Daí vem a necessi- dade de estudar, propósito deste projeto, pois nenhum empreendedor terá êxito caso esteja despreparado, seja no Brasil, seja em qualquer país. EmPrEENDEDorismo No BrAsiL 5 mudanças em diversos setores, como saúde, sistemas logísticos, economia, co- mércio, educação e infraestrutura. A aná- lise com visão empreendedora nos guia- rá a muitas oportunidades de negócios, com a criação de um senso de contágio e propagação de doenças, possibilitando uma maior aversão a aglomerações em lugares públicos, sendo possível empre- ender para levar soluções com produtos e serviços para shoppings, shows, tea- tros, cinemas, estádios etc. Plataformas de streaming foram criadas, desenvolvi- das e consolidadas e deverão seguir na evolução pós-pandemia como uma fer- ramenta consequência da crise. O empreendedor de sucesso não pode- rá esquecer que produtos e serviço estão ligados diretamente a sua qualidade per- cebida no mercado e que existe uma inte- ração entre todas as funções, disciplinas e níveis gerenciais. Não importa o número de pessoas envolvidas no seu projeto em- preendedor, mas, sim, como estas pessoas estão unidas e focadas em criar e desenvol- ver soluções que refl itam uma imagem de qualidade e satisfação por parte do cliente. O empreendedor é, em sua essência, um eterno aprendiz. Não há idade para empreender e não existe fórmula pronta de sucesso. Todos devem trilhar seu pró- prio caminho de forma única e pessoal. Nem toda prática que serviu em uma de- terminada época levará aos mesmos resul- tados positivos. EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 31 No Ceará há muito potencial cria-tivo, recursos naturais, hub ae-roportuário, polo turístico do-méstico e internacional, grandes construtoras etc. Estamos no limiar de supe- rarmos a maior pandemia com isolamento social nunca visto no mundo. No entanto, muitas oportunidades começarão a surgir. Haverá em nosso Estado diversos setores que devem ter uma atenção especial por parte daqueles que desejam empreender. Há uma demanda reprimida, causada pelas consequ- ências do isolamento em muitos setores, mas também há uma nova política econômica no País que benefi cia todos aqueles que acre- ditam em empreender, gerar negócios, gerar mercados e inovar modelos já existentes. Em cada setor há algo a ser descoberto. Lembre-se: a visão do empreendedor de- pende de como ele enxerga os riscos. Siga as orientações deste e dos demais fascículos. O processo de aprendizagem é contínuo e exige dedicação e perseverança. Os obstáculos dos EmPrEENDEDorismo No CEArá 6 empreendedores são inúmeros, mas hoje a burocracia, os impostos e a falta de pessoas qualifi cadas (recursos humanos) tornam a tarefa de ser empreendedor ainda mais difícil. As reformas administrativas e tributárias estão sendo aguardadas por todo o País, mas a qua- lifi cação levará mais tempo e é a mais com- plexa, pois estamos falando de indivíduos, ou seja, educar, capacitar não ocorre a curto pra- zo. Sendo assim, empreender com sucesso está ligado à capacitação da sua equipe. Você é responsável pelo seu negócio. Se há crise, então crie o seu caminho. Sendo assim, não importa o estágio no qual você se encontra na vida, seja inician- do sua carreira, seja aposentado. O fato é que, para alcançarmos a realização do projeto empreendedor, a palavra-chave é perseverar. Na história há muitos exemplos. Insucessos e sucessos são palavras na mes- ma moeda. Seja um empreendedor e esteja atento às oportunidades. Estude, leia e se capacite. A mudança começa em você! rEFErÊNCiAs ANDRADE, D. M.; LIMA, J. B e BORGES, A. F. Ações Empreen- dedoras em Empresas Familiares: Um Estudo Sob a Ótica de Oportunidades, Inovação e Aprendizagem. In: VIII Encon- tro de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Peque- nas Empresa, Brasil, 24 a 16 de março de 2014. BENVENUTTI, Maurício. Incansáveis: Como empreendedores de garagem engolem tradicionais corporações e criam opor- tunidades transformadoras. Editora Gente Liv e Edit Ltd, 2016. BUENO, A. M., LEITE, M. L. G., PILATTI, L. A. Empreendedoris- mo e comportamento empreendedor: como transformar gestores em profi ssionais empreendedores. IN: XXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 03 a 05 de nov. de 2004. CURRIE, G.; HUMPHREYS, M.; UCBASARAN, D.; MCMANUS, S. Entrepreneurial leadership in the English public sec- tor: Paradox or possibility? Public Administration, v. 86, n4, p. 987-1008, 2008. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo Corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar em organi- zações estabelecidas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. DRUCKER, P. F. Innovation and Entrepreneurship: Practice and Principles. Londres: Butterworth-Heinemann, 1985. F ERNANDES, D. V.; DER HEYDE &SANTOS; C. P. Orientação empreendedora: um estudo sobreas conseqüências do empreendedorismo nas organizações. Revista RAE-eletrôni- ca, São Paulo, v.7, n.1, Art. 6, jan./jun. 2008. Patrocínio Realização Correalização Apoio ANDrÉ LuiZ FrEirE DA siLVA (autor) Administrador, consultor de empresas, Mestre em Administração de Empresas pela Uece. Professor universitário e de pós-graduação em disciplinas como Empreendedorismo; Desenvolvimento pessoal e empregabilidade; Branding e desenvolvimento de produtos; Gestão e estratégia de vendas; e Administra- ção mercadológica. Atuou como executivo em diversas empresas desde 1991, trabalhando em todos os estados do Brasil, em empresas como Embraer, Varig, Citibank, Ambev, Rede Transamérica e Grupo Inplast. Viajou a trabalho para China (Pequim, Shangai e Yuwu), Emirados Árabes, Estados Unidos, França, Reino Unido e Argentina. rAFAEL LimAVErDE (ilustrador) Nascido em Belém/PA, naturalizado cearense, formado em Artes Visuais pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), é xilogravurista e ilustrador. Possui mais de 40 livros ilustrados em diversas editoras do país. É um dos organizadores do “Festival de Ilustração de Fortaleza”, evento que já está em sua quarta edição e é realizado dentro da Bienal do Livro do Ceará. Um ano de atividades e conteúdos para você criar ou impulsionar o seu negócio. webcontentsLives webinar podcasts programas de TV programas de rádio CONHEÇA MAIS EM SEMINARIOEMPREENDER.COM.BR 2020 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidente: João Dummar Neto Diretor Administrativo-Financeiro: André Avelino de Azevedo Gerente Geral: Marcos Tardin Gerente Editorial e de Projetos: Raymundo Netto Analistas de Projetos: Aurelino Freitas, Emanuela Fernandes e Fabrícia Góis | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerente Pedagógica: Viviane Pereira Coordenadora de Cursos: Marisa Ferreira Designer Educacional: Joel Bruno | CURSO GESTÃO E LIDERANÇA: EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE Coordenador Técnico: Nazareno Albuquerque Coordenadora Executiva: Valéria Xavier Coordenadora de Conteúdo: Flávia Chagas Coordenadora Editorial e Revisão: Daniela Nogueira Projeto Gráfico: Andrea Araújo Editores de Arte: Andrea Araújo e Welton Travassos Designer Gráfico: Welton Travassos Ilustrador: Rafael Limaverde Coordenadora de Marketing: Natercia Melo Designer (campanha): Jansen Lucas Webdesigner (campanha): Clemilson Souza Editora Criativa de Marketing: Renata Viana Analista de Marketing: Fernando Diego Sioli Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 fdr.org.br fundacao@fdr.org.br
Compartilhar