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GESTAO E LIDERANCA - F2-compactado

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As Crises como 
oportunidades: 
otimizando processos, 
custos e produtos
ANDrÉ LuiZ FrEirE DA siLVA
2
FAsCÍCuLo
GEsTÃo 
eLiDErANÇA
EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE
Curso
Apresentação
Crise x Empreendedorismo
1. Negócios de sucesso de 1960 a 2020 
2. Inovação e criatividade como diferencial nos negócios
3. Empreendedorismo no mundo 
4. Formação do empreendedor 
5. Empreendedorismo no Brasil 
6. Empreendedorismo no Ceará 
Referências
19
20
26
27
28
29
30
31
31
sumário
O momento é crítico e ninguém estava preparado para a reali-
dade imposta pela pandemia da Covid-19. Não é a primeira nem 
será a última adversidade enfrentada pela humanidade; por isso, 
é preciso aproveitar as oportunidades que a crise oferece. 
O segundo fascículo do curso “Empreender em tempos de 
crise: Gestão e liderança” é um convite para um novo olhar 
frente a esses momentos atribulados. Onde há adversidade 
também há oportunidade. É preciso estar atento, ser criativo, 
fl exível e estar disposto a repensar e mudar as estratégias. 
E não esqueça: a oportunidade não avisa quando vai chegar. 
Mantenha a cabeça nas nuvens com os pés no chão!
O momento é crítico e ninguém estava preparado para a reali-
dade imposta pela pandemia da Covid-19. Não é a primeira nem 
será a última adversidade enfrentada pela humanidade; por isso, 
é preciso aproveitar as oportunidades que a crise oferece. 
O segundo fascículo do curso “Empreender em tempos de 
crise: Gestão e liderança” é um convite para um novo olhar 
frente a esses momentos atribulados. Onde há adversidade 
também há oportunidade. É preciso estar atento, ser criativo, 
fl exível e estar disposto a repensar e mudar as estratégias. 
E não esqueça: a oportunidade não avisa quando vai chegar. 
19
APrEsENTAÇÃo
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE20
CrisE X 
EmPrEENDEDorismo
V ivemos atualmente uma mudança no estado de comportamento de tudo e de todos em quase todo o mundo devido à pandemia origi-
nada na China e que, em oito meses, mu-
dou drasticamente o cenário econômico 
mundial. Não é a primeira vez que vivemos 
crises no mundo. Crise em chinês é uma 
palavra composta de dois ideogramas: um 
deles chama-se “wei” (perigo) e o outro, “ji” 
(situação/oportunidade). A situação cru-
cial de uma ocorrência, embora perigosa, 
é, de fato, uma oportunidade, pois permite 
mudar de rumo para sair de uma circuns-
tância fatal. Sendo assim, na visão dos chi-
neses, a crise é uma situação em que o pe-
rigo e a oportunidade têm o mesmo peso, 
são bilaterais e reversíveis.
Os maiores empreendedores no mundo 
começaram seus negócios ou desenvolve-
ram seus produtos ou serviços a partir de 
um problema, de uma necessidade que 
surgiu devido a uma crise ou até mesmo 
na busca de uma solução de algo que não 
era percebido pela maioria das pessoas. 
Aqueles que observam crises como oportu-
nidades estão alinhados à visão empreen-
dedora. Temos muitas dúvidas quanto ao 
verdadeiro perfi l do empreendedor. Há um 
provérbio chinês atribuído a Lao-Tsé, o fun-
dador do taoísmo no século V. a.C., que diz:
Com base nessa citação, podemos afi r-
mar que a educação tem papel fundamen-
tal no empreendedorismo, no modo como 
as pessoas reagem as crises e na maneira 
como elas criam novas possibilidades em 
um mercado altamente competitivo e glo-
balizado. O desemprego entre os jovens é 
um fenômeno internacional, um proble-
“Se der um peixe a 
um homem, você o 
alimenta por um dia. 
Se ensiná-lo a pescar, 
você o alimenta por 
toda a vida”. 
EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 21
ma que conduziu da “Primavera Árabe” ao 
“Ocupe Wall Street” e outros movimentos, 
que pouco trouxeram soluções ou agrega-
ram valor em boas práticas inovadoras ou 
soluções produtivas. Porém reafi rmo as pa-
lavras do professor PhD Soumodip Sarkar, 
uma das maiores autoridades em empre-
endedorismo e inovação no mundo. Segun-
do ele: “A revolução que é preciso para a ge-
ração atual é de empreender, inovar e criar”.
A educação que hoje vivenciamos em 
nosso país infelizmente ainda não leva o 
cidadão comum ou estudante a um estágio 
no qual ele possa ter um pensamento ana-
lítico e crítico ou que seja incentivado a de-
senvolver a criatividade empreendedora. 
O Brasil vem realizado testes do Programa 
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 
desde o ano 2000, que tem como objetivo 
gerar indicadores que possam contribuir 
para a discussão da qualidade educacio-
nal nos países participantes. O Pisa é uma 
referência mundial e na edição de 2018 
analisou 79 países. A última divulgação no 
quarto trimestre de 2019 apresentou os se-
guintes resultados do Brasil: entre 58º e 60º 
lugar em leitura, entre 66º e 68º em ciências 
e entre 72º e 74º em matemática. Esse tes-
te mostra o panorama caótico na educação 
do País, consequência de décadas de falta 
de esforço e foco, público e privado. É um 
retrato de como estamos longe de termos 
pessoas capacitadas com competências e 
habilidades básicas para o desenvolvimen-
to e até mesmo nos tornarmos uma nação 
empreendedora mais efi ciente.
Muitos empreendedores não concluíram 
a graduação, como é o caso de Bill Gates 
(Microsoft ), Steve Jobs (Apple), Enzo Ferrari 
(Ferrari) e Henry Ford (Ford). No entanto, há 
empreendedores fantásticos, como Tho-
mas Edison (inventor com 2.332 patentes) 
e Walt Disney (idealizador da Disneylândia 
e criador de inúmeros personagens anima-
dos), que nem terminaram o ensino médio. 
Entretanto, o nível de criatividade, imagi-
nação e conhecimento que eles tinham 
(ou têm) é algo surpreendente. Por isso, o 
futuro da educação, seja acadêmica, seja 
profi ssional, deve ter como base um prisma 
multidisciplinar, incluindo disciplinas como 
ciência, tecnologia, matemática e princi-
palmente a educação fi nanceira desde a 
infância. Para o empreendedorismo, ter um 
diploma é diferente de ter competência e 
habilidades criativas e de gestão. O conheci-
mento teórico sempre será de fundamental 
importância e tudo se inicia com um hábito 
muito simples – o hábito da leitura, que é a 
mãe de qualquer estudo.
O fundador da McDonald’s, Raymond 
Alexander Kroc, conhecido como Ray Kroc, 
é um self-made man (alguém que conseguiu 
o sucesso sozinho). Começou seu negócio 
de franquias da McDonald’s com 52 anos 
após ter fracassado em diversos negócios, 
incluindo restaurantes. 
SAIBA 
MAIS
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE22
John Davison Rockefeller é considera-
do um dos maiores empreendedores do 
mundo. Se hoje fôssemos avaliar sua for-
tuna, verifi caríamos que ele seria quatro 
vezes mais rico do que o homem mais rico 
dos dias atuais, o dono da Amazon, Jeff 
Bezos. Rockefeller revolucionou o setor do 
petróleo e tinha duas frases que todo em-
preendedor deve ter em mente. A primeira: 
“Sempre procure transformar os desastres 
em oportunidade”. A segunda: “Não tenha 
medo de desistir do bom para perseguir 
o ótimo”. As crises e suas oportunidades 
estão diretamente relacionadas com as 
habilidades empresariais que as pessoas 
detêm, e seu poder criativo de inovação é 
essencial na caminhada ao sucesso. O em-
preendedor deve, acima de tudo, ser uma 
pessoa com fome de saber, o dito “como se 
faz (know-how)”.
No Brasil, o perfi l do empreendedor é, 
em grande parte, formado por pessoas que 
estão fora do mercado de trabalho formal 
ou que, devido a alguma circunstância, 
pretende trabalhar por conta própria. O 
empreendedorismo por necessidade tem 
uma característica mais independente, 
além de correr riscos.
Segundo o pensador Joseph Schum-
peter (1950), principal teórico clássico do 
empreendedorismo, empreendedor é a 
pessoa capaz de converter uma nova ideia 
ou invenção em uma inovação de sucesso. 
Ao analisar o estado atual que vivemos, 
é possível dizer que estamos numa fase cria-
tiva e de grandes oportunidades para o em-
preendedorismo. Mesmo assim, é necessário 
ter um alto padrão de exigência pessoal para 
alcançar o que se deseja. Ser empreendedorexige muito esforço e dedicação. Mostramos 
a seguir 10 passos que o empreendedor 
deve ter como guia. Cada um deve ser traba-
lhado diariamente, sete dias por semana, to-
dos os meses do ano com um único objetivo: 
perseverar até o sucesso.
1. Busque oportunidades ao seu redor, 
observe as crises e crie soluções. O fato 
de criar durante a caminhada de se tornar 
um empreendedor exige um comporta-
mento muito diferente daquele que busca 
ser empregado. É necessário termos uma 
visão clara e ampla ao nosso redor, obser-
vando cada detalhe, como se comportam 
as pessoas e as empresas, possíveis concor-
rentes. Estamos vendo que aqueles, neste 
momento de pandemia, que conseguiram 
inovar, seja na forma de pagamento, seja 
com delivery, seja com lojas on-line, irão 
se estabilizar e gerar soluções que fortale-
cerão no período pós-pandemia ou mesmo 
pós-vacina.
2. Seja perseverante, foque no que acre-
dita, pesquise, estude e faça. O empreen-
dedor tem uma característica de ser aque-
le que consegue, mesmo com inúmeros 
fracassos, reavaliar seus erros e continuar 
na busca do acerto. Isso exige maturidade 
e inteligência para não se apegar a erros 
emocionais. Ao pesquisar, o empreende-
dor consegue de fato ver o que está aconte-
Fica a Dica
Quer saber mais 
sobre a história da 
rede McDonald’s? 
Veja o fi lme biográfi co 
lançado em 2016 com 
o título “The Founder” 
ou, em português, 
“Fome de Poder”.
Fica a Dica
EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 23
cendo ao seu redor e como o mercado está 
reagindo. Dessa maneira, terá dados reais 
e poderá estudar e fazer um plano de ação 
com maior probabilidade de acertos, dimi-
nuindo os riscos.
3. Saiba os riscos que irá correr e tenha 
um plano “B” pronto. Quando temos as 
informações corretas e sabemos os riscos 
que podemos correr, há mais chances de 
sucesso no negócio. Mas, mesmo aconte-
cendo imprevistos, como no caso de crises, 
instabilidade econômica ou mudanças no 
comportamento do consumidor, o empre-
endedor poderá renegociar com fornece-
dores, fazer parcerias, diminuir seu custo 
fi xo e já colocar em prática rapidamente 
um novo plano de ação, que foi previamen-
te estudado no caso de insucesso. O re-
curso mais caro que o empreendedor tem 
chama-se “tempo”. Não é possível perdê-lo, 
pois ele não é recuperável.
4. Aprenda todo dia: conheça custos e 
fi nanças. O empreendedor brasileiro tem 
um perfi l que é fruto da nossa cultura fami-
liar e das nossas escolas. Desde cedo não 
fomos educados a trabalhar com dinheiro, 
em nossas vidas ou nas empresas. Atual-
mente uma das habilidades que fazem di-
ferença entre ter sucesso e insucesso é a 
capacidade de o empreendedor conhecer 
seus custos, saber entender uma planilha 
e saber gerenciar dinheiro, em outras pala-
vras, suas fi nanças. Para isso, há inúmeras 
formas de aprender; por isso é uma exi-
gência. Aprenda todo dia algo novo em seu 
negócio para poder ter uma visão global de 
todo o negócio.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE24
5. Sempre estude o concorrente e me-
lhore seu negócio. Estar focado em seu 
negócio e estar fazendo tudo o que foi pla-
nejado de forma correta não é o bastante; 
é necessário que seus clientes, as pessoas 
em geral percebam o que você está fazendo 
de bom. Os produtos devem estar sempre 
sendo avaliados. Os concorrentes são ex-
tremamente importantes para a melhoria 
do seu negócio, produto ou serviço. Não 
basta fazer pesquisas; é preciso utilizar os 
dados que foram coletados na pesquisa a 
seu favor, nas tomadas de decisão.
6. Foque no negócio e no cliente. Para 
o empreendedor estar com sua atenção 
100% comprometida para o seu negócio, 
esta é uma regra para a qual não há exce-
ções. Cada vez mais ao analisar um fator de 
sucesso, entendemos que a atenção ao ne-
gócio é determinante. Por isso, aquele que 
é empreendedor entende que estar numa 
zona de conforto não faz parte da menta-
lidade de empreender. É necessário muito 
esforço para não perder o foco principal 
que é o negócio e seu cliente (mercado). É 
preciso aprender a dizer “não” às opções 
que possam mudar este foco.
7. Seja diferente, inove e tenha metas 
desafi adoras. O empreendedor norte-
-americano John D. Rockefeller nos ensina 
em suas sábias palavras: “E se quiser ter su-
cesso, busque novos caminhos em vez de 
recorrer aos caminhos tradicionais já trilha-
dos com êxito que todos conhecem”. Essa 
é uma lição muito importante para novos 
e experientes empreendedores, ou seja, 
inovar, fazer diferente, buscar a criativida-
de e a melhoria contínua no seu negócio. 
Lembre-se de que nada terá êxito no em-
preendedorismo sem haver metas bem de-
fi nidas. Um método criado pelo professor e 
consultor em administração Peter Drucker 
propõe que sejam defi nidas suas metas de 
forma mais efi caz e realista. Essa técnica é 
conhecida como metas SMART, um acrôni-
EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 25
mo de palavras com iniciais em inglês para 
se referir a cinco características (Specifi c, 
Mensurable, Achievable, Realistc e Time-
-based). Em português, são: Específi cas 
(claras, fáceis de entender); Mensuráveis 
(podem ser medidas); Atingíveis (realistas, 
possíveis de alcançar); Relevantes (sejam 
importantes no negócio, como desempe-
nho, vendas, fi nanceiro etc.) e Temporais 
(que tenham um prazo para iniciar e termi-
nar; que haja um cronograma).
8. Gerencie, faça acompanhamento de 
tudo. Não há empreendedor que caminhe 
para o sucesso sem controle da sua rotina. 
Gerenciar é a arte de pensar, de decidir e de 
agir; é a arte de fazer acontecer, de obter 
resultados, mas, acima de tudo, para o em-
preendedor é a ferramenta que permite ter 
a certeza de medição, da comparação de 
resultados. Estar documentando todos os 
processos é de fundamental importância. 
Esta atividade merece um olhar todo es-
pecial por parte do empreendedor ou para 
quem ele possa delegar. O importante é ter 
continuidade e frequência na visualização 
e análise destes dados (registros fi nancei-
ros ou de desempenho). São eles que guia-
rão a tomada de decisões.
9. Tenha equipe com pessoas compro-
metidas. O sucesso de um negócio, produ-
to ou serviço está diretamente ligado às pes-
soas que você recrutou, selecionou e treinou 
e que, de fato, estão e são comprometidas 
com o propósito principal do seu negócio. 
Elas compraram a sua ideia. A equipe certa, 
com pessoas motivadas e com metas bem 
defi nidas, faz a diferença no mercado. Esta-
mos no mundo dividido em dois formatos 
empresariais: um é o on-line (lojas virtuais, 
atendimento por call center, plataformas, 
aplicativos etc.) e o outro é off -line (o presen-
cial, cliente e empresa num mesmo espaço 
físico). Seja ele qual for, a equipe e o aten-
dimento podem levar ao sucesso ou ao fra-
Fica a Dica
1) Os Segredos da 
Mente Milionária, de T. 
Haver Eker
2) O Homem Mais 
Rico da Babilônia, de 
George S Clason 
3) Pai Rico, Pai Pobre, 
de Robert T. Kiyosaki
4) Como Organizar Sua 
Vida Financeira, de 
Gustavo Cerbasi
5) Investindo em Ações 
no Longo Prazo, de 
Jeremy J. Siegel 
6) O Investidor 
Inteligente, de 
Benjamin Graham
Fica a Dica
O empreendedor deve saber exatamente a 
diferença entre custos e gastos, pois são muito 
parecidos e, por essa razão, são muitas vezes 
confundidos entre si. Sendo assim, podemos 
considerar que uma compra não recorrente, 
que seja indispensável, é um custo. Se essa 
compra pudesse ter sido cancelada ou adiada, 
ela é classifi cada como um gasto. Um exemplo 
seria a alimentação. Ela é necessária os dias. No 
entanto, é possível comer diariamente comida 
caseira de R$ 15. Isso seria um custo, mas al-
moçar em um shopping e pagar R$ 45 seria um 
gasto desnecessário.
SAIBA MAIS
casso. O empreendedor deve tratar primeiro 
dos seus clientes internos, ou seja, da sua 
equipe, dos seus colaboradores, dos funcio-
nários, para depois focar no cliente externo 
(mercado consumidor), em um trabalho de 
melhoria contínua. Às vezes, pequenos con-
fl itos gerados porum atendimento inade-
quado podem causar danos na empresa ou 
na marca como um todo, provocando muito 
custo para correção. 
10. Seja independente e autoconfi ante. 
O empreendedor deve-se manter confi ante 
em relação ao seu negócio, seja produto, 
seja serviço, ao atravessar uma crise, pois 
dela com certeza surgirão novas oportuni-
dades. Esteja blindado e independente em 
relação aos fatores externos que possam lhe 
tirar do caminho. Seja disciplinado e faça 
que suas ideias e seu otimismo possam con-
tagiar a todos – seu círculo de amizades, sua 
rede de contatos, colaboradores e parceiros. 
Não esqueça: seja perseverante.
Quando estamos analisando crises e 
oportunidades, como já mostramos, na vi-
são de um empreendedor tudo pode mu-
dar e isso está diretamente ligado também 
à forma como pensamos e percebemos a 
realidade ao nosso redor. Esse processo 
também está ligado ao processo educativo 
do qual somos fruto desde a nossa infân-
cia. O autor do livro best seller Pai Rico, Pai 
Pobre, Robert T. Kiyosaki, nos mostra a im-
portância do processo transformador que é 
a educação, baseado na frase do fi lósofo ir-
landês Edmund Burke: “Os que não conhe-
cem os erros da história estão condenados 
a repeti-los”. Expõe que as crises podem ser 
e são cíclicas, mas podemos, por meio do 
conhecimento e do poder transformador 
da educação, mudar essas crises cíclicas, 
processo que começa em casa com os pais, 
até podermos ter uma nova geração em 
que o desemprego não seja a maior preo-
cupação da população jovem mundial.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE26
NEGÓCios DE suCEsso 
DE 1960 A 2020
crises e incertezas, como foi esta fase nos 
EUA. No caso do sr. Harvey S. Firestone, 
ele rapidamente se adaptou e percebeu a 
grande oportunidade que seria o mundo 
automobilístico após o fim das charretes 
e carruagens no mundo.
No mundo já houve inúmeras crises de 
várias origens, geradas por guerras, siste-
mas fi nanceiros, religiões, política e outras. 
No entanto, tivemos a criação e a melho-
ria da qualidade de vida das pessoas na 
sociedade, pela criação e ou pelo desen-
volvimento de milhares de produtos ou 
serviços que mudaram nossas vidas. Cada 
empreendedor tem a criatividade como 
fonte geradora de ideias alternativas ou 
possibilidades na resolução de problemas, 
sendo percebidos por uma forma de pen-
sar diferenciada. A invenção é a aplicação 
prática do pensamento criativo. Quando 
bem sincronizadas, a criatividade e a inven-
ção são extremamente motivadoras, até 
porque a motivação é um processo interno 
de cada ser humano e parte de dentro para 
fora. Elas também produzem um senso de 
realização, elemento-chave que o psicó-
logo Abraham Maslow descreveu em 1943 
como as “necessidades (de motivação) de 
ordem mais elevada”, fator determinante 
no empreendedorismo, que nos remete a 
sentir valor e autorrealização.
Para o mundo atual, o desafi o do em-
preendedorismo é equilibrar a criatividade 
com a prudência fi nanceira. A criatividade 
sem limites, sem metas pré-determinadas, 
normalmente pode não levar ao sucesso 
comercial, pois uma palavra sagrada para a 
sobrevivência de qualquer produto, serviço 
ou negócio é o lucro.
Ao observarmos a linha do tempo da 
história, veremos centenas de oportunida-
des geradas em consequência de proble-
mas ocasionados por crises, nem sempre 
de abrangência ou impacto mundial, mas 
as vezes, são simples consequências de 
soluções na busca de pequenos problemas 
do dia a dia, seja nas empresas, seja na vida 
das pessoas. Na atual crise da pandemia, o 
isolamento social levou milhares de pesso-
as a descobrirem um lado criativo e inven-
tivo dentro de suas residências, buscando 
na internet tutoriais de “faça você mesmo”. 
Nos EUA, a chamada “cultura maker” já 
era bastante difundida e apresenta a ideia 
de que as pessoas são capazes de fabricar, 
construir, reparar e alterar objetos dos mais 
variados tipos e funções com as próprias 
mãos, baseando-se num ambiente de co-
laboração e transmissão de informações 
entre grupos e pessoas.
Ao rever a história do empreende-dorismo nos Estados Unidos, en-contramos o pioneiro industrial, Henry Ford. Quando ele modifi cou 
o processo artesanal de produção de carros, 
com a implantação do sistema de fabricação 
em linha de montagem, ou seja, raciona-
mento do trabalho, permitiu uma produção 
em larga escala de produtos homogêneos 
(padronizados). Na época, muitos critica-
ram e falava-se em desemprego em massa, 
porém houve diversas oportunidades gera-
das pela fabricação dos automóveis e sua 
popularização, além da geração de diversos 
novos empregos, que necessitavam de ou-
tras habilidades e competências. Antes de 
Ford, pessoas como Harvey Samuel Firesto-
ne, empreendedor e fundador da empresa 
que leva seu sobrenome, a Firestone Tire & 
Rubber Company, vendia charretes, carrua-
gens e acessórios para estes meios de loco-
moção, que era o mais popular veículo de 
transporte nos Estados Unidos e no mundo. 
Após a chegada dos automóveis em 
larga escala, a crise das charretes e de 
toda cadeia produtiva foi inevitável. Por 
isso, o processo de uma educação que 
possa ampliar o horizonte do empreen-
dedor, baseado em fatos e possibilidades, 
servirá como fator que impulsiona a ver as 
oportunidades dentro de um ambiente de 
1
EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 27
O lado empreendedor tem um fator primordial nesta análise, pois há diversas gerações (Baby boomers, X, Y, Z) e elas têm 
comportamentos distintos. Entretanto, de 
acordo com os investidores Morris e Jones 
(1999, p.74), os empreendedores devem es-
tar aptos a realizar cinco tarefas:
1) Identifi car e avaliar uma oportunidade;
2) Defi nir um conceito de negócio;
3) Identifi car os recursos necessários;
4) Buscar e adquirir os recursos necessários;
 5) Implementar o negócio, fazer com que 
ele exista.
é bom lembrarmos as palavras do econo-
mista Schumpeter (1947): “É de particular 
importância distinguir empreendedores e 
inventores. Não há necessariamente uma 
ligação entre estas duas funções”. Como ele 
diz, o inventor produz ideias, o empreen-
dedor as fará, irá executar”, que poderá ser 
algo não inovador ou científi co. O empre-
endedor em si faz as coisas acontecerem e 
seus resultados são medidos pela aceita-
ção, comercialização e reconhecimento no 
mercado. O empreendedor deve saber que 
inovar e executar são palavras pertencentes 
ao seu universo criador.
2
iNoVAÇÃo E CriATiViDADE 
Como DiFErENCiAL
Nos NEGÓCios 
Para realizar essas tarefas, o empreende-
dor com mais efi ciência deverá empregar seu 
conhecimento do negócio em áreas como 
as de vendas, gestão de pessoas, fi nanças, 
contabilidade, marketing e pensamento es-
tratégico. Quando falamos em pensamento 
estratégico, nada mais é do que alinhar a vi-
são e as metas e pensar tudo isso no longo 
prazo, dependendo tanto do ambiente inter-
no quanto do seu ambiente externo.
Hoje usamos a palavra “empreendedo-
rismo” (entrepreneur), que vem do francês 
e quer dizer “aquela pessoa que assume 
risco e começa algo novo”. Apesar disso, 
O Brasil apresentou crescimento no recente rela-
tório de Indicadores de Propriedade Intelectual 
Mundial, divulgado em outubro de 2019 pela 
Organização Mundial de Propriedade Intelectual 
(OMPI). Nesse relatório, o Brasil fi cou situado em 
um grupo de nações com “grande aumento”, 
que inclui Portugal, China, Rússia e Reino Unido, 
e fi cou atrás apenas da Índia, com aumento de 
20,8%, e da França, com alta de 10,5%.
SAIBA 
MAIS
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE28
EmPrEENDEDorismo 
No muNDo
A recente pesquisa realizada sobre “As nações mais empreendedoras do mundo”, feita pela US News e World Report, nos EUA em janeiro 
de 2020, apresentou um ranking de 73 países, 
em que tivemos Alemanha, Japão, Estados 
Unidos, Reino Unido e Suíça entre os cinco 
primeiros, o “top 5” da lista. O Brasil apare-
ce em 34º no recorte empreendedor e 28º na 
lista geral dos melhores países paraempre-
ender. É importante termos a noção de que 
fatores como acesso ao capital, força de tra-
balho, conhecimento tecnológico e suporte 
jurídico são critérios-chaves na pesquisa. 
O Brasil passa por grandes mudanças 
internas, na política, na infraestrutura, em 
novos parceiros comerciais internacionais e 
em uma economia que mostra um cenário 
de recuperação. Isso são fatores positivos 
e importantíssimos para o empreendedor 
brasileiro começar a acreditar no empreen-
dedorismo nacional. Há um aspecto muito 
importante na parte empreendedora quan-
do o assunto é a abertura de empresas no 
Brasil: ainda somos muito lentos e burocrá-
ticos, ainda temos um prazo muito longo 
para abrir uma empresa. Demora-se, em 
média, 20,5 dias para a abertura, enquanto 
na Nova Zelândia este prazo é de 0,5 dia. A 
fonte é o relatório “Doing Bussiness 2019”, 
do Banco Mundial. Isso é um fator que limi-
ta a formalização dos empreendedores.
Empreender no Brasil exige, sobretudo, 
fazer planejamento, assumir riscos e ter 
conhecimento do mercado em que atuará, 
seja como microempreendedor individual 
(MEI), empreendedor cooperado, empre-
endedor de franquia, empreendedor au-
tônomo (aquele que exerce atividade com 
a expertise da sua área, como consultoria) 
ou o conhecido negócio próprio. Também, 
como vimos no início, algumas habilidades 
devem e podem ser aprendidas no decor-
rer do caminho. O empreendedor deve se 
capacitar para poder buscar as oportunida-
des nas crises – isso é básico. 
A propriedade intelectual é algo que o 
empreendedor deve conhecer e levar a sé-
rio, pois uma patente é considerada uma 
vantagem competitiva no mercado mun-
dial. A patente é um documento formal, 
expedido por uma repartição pública, por 
meio do qual se conferem e se reconhecem 
direitos de propriedade e uso exclusivo 
para uma invenção descrita amplamente. 
Dessa forma, o empreendedor poderá ter 
êxito caso sua ideia seja original e assim 
pode lucrar (recebendo royalties) de forma 
mais ampla no seu país, no seu continen-
te ou mundialmente. Tudo dependerá de 
qual tipo de patente foi criada.
3
Fica a Dica
Royalty (singular) é o 
termo em inglês que, 
em tradução livre, 
signifi ca privilégio ou 
regalia. Mas, quando 
falamos de patente 
ou propriedade 
intelectual, royalty é o 
valor que uma pessoa 
A paga para uma 
pessoa B usufruir de 
algo que pertence a A. 
Fica a Dica
Harvey Firestone foi o fundador da empresa 
Firestone Tire & Rubber Company. Aos 22 anos, 
começou a trabalhar na Columbus Buggy Com-
pany e depois a vender charretes. Aos 35 anos, já 
percebendo a crise das charretes e a oportunidade 
dos veículos da Ford, começou a fabricar pneus. 
Em 1906, recebeu de Henry Ford encomenda para 
o seu sucesso de vendas, o carro Ford T. Apostan-
do em pesquisa (e inovação) em novos produtos, 
a Firestone lançou o pneumático, a roda desmon-
tável em 1907 e os pneumáticos de baixa pressão 
em 1922. Em 1951 surgiriam os pneus “tubeless”, 
sem câmaras de ar. Crise e oportunidade sempre 
andaram juntos na jornada deste empreendedor.
SAIBA 
MAIS
29
As gerações são determinadas a partir de análises 
comportamentais das pessoas que nasceram naquele 
período. Há quatro gerações que devem ser analisa-
das pelos empreendedores. Quando o assunto é o 
público-alvo do seu negócio, produto ou serviço (cada 
uma tem características diferentes), há:
1) Baby Boomers: são os nascidos entre 1945 e 1964; 
2) Geração X: compreende o período de 1965 a 1984; 
3) Geração Y (Millennials): composta por indivíduos 
que nasceram entre 1985 e 1999; 
4) Geração Z: compostas pelos nascidos a partir de 2000.
SAIBA 
MAIS
Ao estudarmos crises e oportunidades, vamos detectar um fator primordial nos 
países que mais cresceram nos últimos 50 
anos, como foi o caso da China em relação 
ao mundo com seu crescimento exponen-
cial na economia. Ao analisarmos, é possí-
vel notar uma variável determinante na sua 
infraestrutura, que é a sua educação e foco 
em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenha-
ria e Matemática). STEM é base para uma 
nação ter uma estrutura de inovação e cria-
tividade ligados à ciência, buscando novas 
soluções, que são patenteadas para gerar 
riquezas ao país de origem.
Os avanços tecnológicos ajudaram na 
expansão do empreendedorismo no mun-
do, principalmente nas start up, modelo de 
negócio que é escalável, repetível e funciona 
em condições de extrema incerteza. A China 
e os Estados Unidos estão entre os países 
mais inovadores e com empreendedorismo 
em evolução constante, mas já podemos 
notar, desde 2017, que o foco em graduados 
em STEM na China teve um crescimento fora 
dos padrões quando analisados em relação 
ao mundo. A China, que tem uma população 
cerca de 4,3 vezes maior que a população 
dos EUA (cerca de 333 milhões de pessoas), 
tem o número de graduados em STEM por 
volta de 8,27 vezes maior, apresentando im-
pacto direto no número de patentes e nas 
empresas que estão nascendo. 
Sendo assim, poderíamos nos pergun-
tar: para termos um Brasil com mais pes-
soas empreendedoras, criando produtos 
e serviços a patentear e gerar divisas com 
outros mercados e países, devemos investir 
em estudantes nas áreas de STEM? Como 
os investimentos nas escolas técnicas po-
dem acelerar e incrementar essa formação? 
O que sabemos é que o empreendedor ca-
pacitado ganha em vantagem competitiva 
dentro da economia digital e diante dos no-
vos desafi os, leia-se oportunidades. 
No Brasil, em 2018, segundo o relatório 
“Education at Glance”, da Organização para 
a Cooperação e Desenvolvimento Econô-
mico (OCDE), as áreas com maior interesse 
pela população são Direito e Administra-
ção, o equivalente a 36% do total. Esse ín-
dice é quase o dobro em relação aos outros 
países. Está na hora na mudança de foco, e 
a mudança deve começar por você.
Em 2001, os fundadores da Google, Lar-
ry Page e Sergey Brin, juntamente com o seu 
CEO, Eric E. Schmidt, perceberam que ideias 
empreendedoras, criativas e inovadoras nas-
ciam nas pessoas de baixo escalão da empre-
sa, e não do alto escalão. Então eles decidiram 
que todos os colaboradores poderiam utilizar 
20% do seu tempo na empresa em projetos 
inovadores. Isso foi determinante na criação 
de produtos como Gmail, Google News, Goo-
gle Sky, Google Art Project, Adsense e o extinto 
Orkut, criado em 2004 e que em 2008 tinha na 
sua base de usuários mais de 120 milhões de 
pessoas. O Orkut foi extinto em 2014. Apren-
demos com essas práticas da Google que en-
volver, incentivar, motivar e premiar são medi-
das que potencializam o empreendedorismo, 
com a possibilidade de gerar novos produtos 
e serviços dentro da empresa (intraempreen-
dedorismo é o ato de empreender dentro da 
empresa na qual trabalha).
Heráclito de Éfeso cunhou uma frase 
bem conhecida atualmente: “Nenhum ho-
mem pode banhar-se duas vezes no mes-
mo rio, pois, na segunda vez, o rio já não é o 
mesmo nem tampouco o homem”. Herácli-
to (500 a.C.-450a.C.), que foi um dos princi-
pais fi lósofos pré-sócraticos, se vivesse nos 
dias de hoje, entenderia que todas as cri-
ses ou problemas devem ser confrontados 
com ideias evolutivas, pois as mudanças 
são sempre necessárias.
Os impactos causados pela pandemia 
mundial do novo coronavírus deverão 
gerar, conforme estudo do IAT-Google, 
FormAÇÃo Do 
EmPrEENDEDor
4
EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE30
Desde o início da nossa colonização, o empreendedorismo era pratica-do no Brasil, passando por inúme-ras crises. Por meio da mentalida-
de empreendedora, muitos desconhecidos 
construíram nossa nação desde os primeiros 
empreendedores, que buscavam recursos 
naturais como pau-brasil, ouro e animais para 
levar à Europa e, assim, criavam-se mercados 
e negócios (demanda e oferta). Mas, a partir 
do século XVII, o Brasil começou a mostrar 
grandes projetos empreendedores, como foi 
o caso de Irineu Evangelista de Sousa, o fa-
moso Barão de Mauá, criando engenhos de 
açúcar, estradas, fábricas,a primeira fundição 
de ferro, o primeiro estaleiro, a primeira ferro-
via, a instalação da iluminação pública a gás 
na cidade do Rio de Janeiro, além da criação 
do terceiro Banco do Brasil. Ele foi, de fato, um 
empreendedor exemplar, tirando do mundo 
das ideias projetos que se tornaram viáveis e 
excelentes oportunidades para o desenvolvi-
mento de outros.
O processo empreendedor em qual-
quer local depende, ao menos em parte, 
de pessoas como o Barão de Mauá, que 
sejam capazes de detectar oportunidades 
no ambiente em que vivem e da capacida-
de de transformar tais oportunidades em 
negócios reais ou novos mercados. A qua-
lidade e a quantidade das oportunidades 
observadas durante problemas e crises de-
pendem da capacitação do indivíduo, que 
pode ser infl uenciada por diversas condi-
ções – tais como o nível de desenvolvimen-
to econômico do seu ambiente, cultura, 
educação, crenças etc. Sendo assim, é im-
portante considerar que empreendedores 
demografi camente diferenciados podem 
ter diferentes percepções sobre oportu-
nidades e crises, dadas as peculiaridades 
Seguem alguns números para ver nossa dis-
tância quando o assunto é criação de novos 
produtos, invenções etc. Enquanto a China 
entre 2008-2018 solicitou o total de pedidos 
de patentes de1.542.002, os EUA fi caram em 
segundo lugar com 597.141 pedidos de paten-
tes. O Brasil em 11º lugar, com 24.857 pedidos 
de patente. Isso representa apenas 0,74% 
do total de pedidos de patentes no mundo, 
refl exo de nossa inefi ciência na educação, 
inovação e criatividade empreendedora.
SAIBA 
MAIS
culturais, históricas e socioeconômicas es-
pecífi cas de cada indivíduo.
Há duas instituições que tiveram fator 
crucial para impulsionar o empreendedo-
rismo no Brasil. A primeira foi o Serviço Na-
cional de Aprendizagem Industrial (Senai), 
que é uma instituição privada brasileira de 
interesse público, criada em 1942 sem fi ns 
lucrativos, e uma das principais instituições 
educacionais que capacitaram profi ssionais 
e aceleraram no processo de empreender, 
por meio da capacitação e do domínio de 
uma habilidade profi ssional. A outra é o Ser-
viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas (Sebrae), criada em 1972, que ob-
jetiva a capacitação e a promoção do desen-
volvimento econômico e a competitividade 
de micro e pequenas empresas, estimulan-
do o empreendedorismo no estados do Bra-
sil. Atualmente, a quantidade de empreen-
dedores no Brasil e no mundo não para de 
crescer, seja por oportunidade (crise), seja 
por necessidade (desemprego). 
O programa MEI – Microempreendedor 
Individual completará 11 anos de criação 
no País. A quantidade de pessoas inscritas 
neste modelo quase que dobrou nos últi-
mos anos. Em 2014, eram 4,6 milhões no 
Brasil; em março de 2020, esse número foi 
de 9,9 milhões de MEI. Segundo o Portal do 
Empreendedor, essa é uma categoria que 
deverá ganhar força devido à demanda re-
primida e oportunidades, consequência da 
crise no primeiro semestre de 2020. Novos 
negócios deverão ser criados para suprir 
uma nova demanda. 
Isso faz com que a concorrência seja alta 
no empreendedorismo. Daí vem a necessi-
dade de estudar, propósito deste projeto, 
pois nenhum empreendedor terá êxito caso 
esteja despreparado, seja no Brasil, seja em 
qualquer país.
EmPrEENDEDorismo 
No BrAsiL
5
mudanças em diversos setores, como 
saúde, sistemas logísticos, economia, co-
mércio, educação e infraestrutura. A aná-
lise com visão empreendedora nos guia-
rá a muitas oportunidades de negócios, 
com a criação de um senso de contágio 
e propagação de doenças, possibilitando 
uma maior aversão a aglomerações em 
lugares públicos, sendo possível empre-
ender para levar soluções com produtos 
e serviços para shoppings, shows, tea-
tros, cinemas, estádios etc. Plataformas 
de streaming foram criadas, desenvolvi-
das e consolidadas e deverão seguir na 
evolução pós-pandemia como uma fer-
ramenta consequência da crise.
O empreendedor de sucesso não pode-
rá esquecer que produtos e serviço estão 
ligados diretamente a sua qualidade per-
cebida no mercado e que existe uma inte-
ração entre todas as funções, disciplinas e 
níveis gerenciais. Não importa o número 
de pessoas envolvidas no seu projeto em-
preendedor, mas, sim, como estas pessoas 
estão unidas e focadas em criar e desenvol-
ver soluções que refl itam uma imagem de 
qualidade e satisfação por parte do cliente.
O empreendedor é, em sua essência, 
um eterno aprendiz. Não há idade para 
empreender e não existe fórmula pronta 
de sucesso. Todos devem trilhar seu pró-
prio caminho de forma única e pessoal. 
Nem toda prática que serviu em uma de-
terminada época levará aos mesmos resul-
tados positivos.
EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 31
No Ceará há muito potencial cria-tivo, recursos naturais, hub ae-roportuário, polo turístico do-méstico e internacional, grandes 
construtoras etc. Estamos no limiar de supe-
rarmos a maior pandemia com isolamento 
social nunca visto no mundo. No entanto, 
muitas oportunidades começarão a surgir. 
Haverá em nosso Estado diversos setores que 
devem ter uma atenção especial por parte 
daqueles que desejam empreender. Há uma 
demanda reprimida, causada pelas consequ-
ências do isolamento em muitos setores, mas 
também há uma nova política econômica no 
País que benefi cia todos aqueles que acre-
ditam em empreender, gerar negócios, gerar 
mercados e inovar modelos já existentes. 
Em cada setor há algo a ser descoberto. 
Lembre-se: a visão do empreendedor de-
pende de como ele enxerga os riscos. Siga as 
orientações deste e dos demais fascículos. O 
processo de aprendizagem é contínuo e exige 
dedicação e perseverança. Os obstáculos dos 
EmPrEENDEDorismo 
No CEArá
6
empreendedores são inúmeros, mas hoje a 
burocracia, os impostos e a falta de pessoas 
qualifi cadas (recursos humanos) tornam a 
tarefa de ser empreendedor ainda mais difícil. 
As reformas administrativas e tributárias estão 
sendo aguardadas por todo o País, mas a qua-
lifi cação levará mais tempo e é a mais com-
plexa, pois estamos falando de indivíduos, ou 
seja, educar, capacitar não ocorre a curto pra-
zo. Sendo assim, empreender com sucesso 
está ligado à capacitação da sua equipe. Você 
é responsável pelo seu negócio. 
Se há crise, então crie o seu caminho. 
Sendo assim, não importa o estágio no 
qual você se encontra na vida, seja inician-
do sua carreira, seja aposentado. O fato 
é que, para alcançarmos a realização do 
projeto empreendedor, a palavra-chave é 
perseverar. Na história há muitos exemplos. 
Insucessos e sucessos são palavras na mes-
ma moeda. Seja um empreendedor e esteja 
atento às oportunidades. Estude, leia e se 
capacite. A mudança começa em você!
rEFErÊNCiAs
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dedoras em Empresas Familiares: Um Estudo Sob a Ótica 
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Patrocínio Realização Correalização Apoio
ANDrÉ LuiZ FrEirE DA siLVA (autor)
Administrador, consultor de empresas, Mestre em Administração de Empresas pela Uece. Professor universitário e de pós-graduação em disciplinas como 
Empreendedorismo; Desenvolvimento pessoal e empregabilidade; Branding e desenvolvimento de produtos; Gestão e estratégia de vendas; e Administra-
ção mercadológica. Atuou como executivo em diversas empresas desde 1991, trabalhando em todos os estados do Brasil, em empresas como Embraer, 
Varig, Citibank, Ambev, Rede Transamérica e Grupo Inplast. Viajou a trabalho para China (Pequim, Shangai e Yuwu), Emirados Árabes, Estados Unidos, 
França, Reino Unido e Argentina.
rAFAEL LimAVErDE (ilustrador)
Nascido em Belém/PA, naturalizado cearense, formado em Artes Visuais pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), é xilogravurista e ilustrador. Possui mais de 
40 livros ilustrados em diversas editoras do país. É um dos organizadores do “Festival de Ilustração de Fortaleza”, evento que já está em sua quarta edição e 
é realizado dentro da Bienal do Livro do Ceará.
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