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RELATÓRIO DE BIOQUÍMICA EXPERIMENTAL EXPERIMENTO 5- CINÉTICA ENZIMÁTICA: pH-ÓTIMO E DETERMINAÇÃO DO Km: EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO SUBSTRATO SOBRE A VELOCIDADE DA REAÇÃO DOCENTE: PROF. DR. ARTHUR H.C. DE OLIVEIRA GRUPO 2: FERNANDA CHIACCHIO GUARESCHI MARTINS 9787637 RAPHAEL FIGUEIRA 9846855 RIBEIRÃO PRETO - SP 2020 1- Objetivos O experimento teve como objetivo, estudar os efeitos causados pelo emprego de diferentes faixas de concentrações de substrato durante uma reação enzimática, para a determinação da constante de Michaelis Menten, Km e o efeito de diferentes valores de pH do meio reacional, permitindo desta forma encontrar o valor de pH ótimo da enzima, isso é, o pH em que esta age com maior efetividade na catálise do substrato, através da leitura de absorbância em um espectrofotômetro UV-Vis. Os testes foram realizados separadamente, variando as condições de pH e concentração de substrato. 2- Resultados e Discussão 2.1 Efeito do pH sobre a velocidade da reação Questão A: Calcule a quantidade de p-nitrofenolato formado, em μmoles/min/mL de enzima (U/mL) e μmoles/min/mg de enzima (U/mg) em cada pH estudado. Faça um gráfico da atividade da enzima, expressa em U/mg de enzima, em função do pH e determine o seu pH-ótimo. Para essa análise, preparou-se uma fileira com 10 tubos de ensaio onde se manteve constantes as concentrações de tampão (100mmol/L), substrato (2mmol/L) e enzima (10ng/tubo). Porém variou-se o tampão para atingir a faixa de pH necessária em cada tubo, variando de 2,5 a 7, além de se fazer um branco para cada pH, como mostrado na tabela 1. A reação se processou durante 30 minutos, sendo interrompida com 1mL de NaOH 1mol/L. E em seguida, foram obtidos resultados de absorbância para cada amostra. Tabela 1: Protocolo experimental - efeito do pH sobre a velocidade da reação Nº tubo pH Volume do tampão (uL) pNFF (uL) H2O (uL) Enzima (uL) A410 nm 1 2,5 500 100 300 100 0,060 2 3,0 500 100 300 100 0,174 3 3,5 500 100 300 100 0,305 4 4,0 500 100 300 100 0,477 5 4,5 500 100 300 100 0,575 6 5,0 500 100 300 100 0,683 7 5,5 500 100 300 100 0,491 8 6,0 500 100 300 100 0,439 9 6,5 500 100 300 100 0,354 10 7,0 500 100 300 100 0,219 Utilizando a lei de Lambert Beer, conseguimos determinar a concentração do produto formado (pNF-): .b.c A = /( )c = A * b 0, 60)/(17600 )c = ( 0 * 1 c= 3,409E-6 = 3,409𝜇mol/L Após encontrar a concentração de produto em 𝜇mol/L, utilizou-se análise dimensional para encontrar o número de 𝜇mol por tubo: = 0,068182 pNF-3mol/L 000mL)/100000mL( * 2 mol Para encontrar o número de 𝜇mol/mim pNF- formado, dividiu-se os valores encontrados anteriormente por 30 min (tempo do processamento da reação). 0, 68182mol/30 , 02273mol/min 0 = 0 0 Depois calculou-se a atividade da enzima por mL, dividindo o valor encontrado anteriormente por 0,1mL a fim de encontrar a quantidade de p-nitrofenolato formado, em μmoles/min/mL (U/mL): , 02273/0, , 22727 U /mL0 0 1 = 0 0 Para encontrar a atividade específica (U/mg), dividiu-se o valor em 𝜇mol/mim pNF- encontrado pela massa de enzima no tubo (10mg): U/mg, 02273/1E 2, 7E0 0 − 5 = 2 + 2 Os valores encontrados estão na tabela 2. Tabela 2: concentrações obtidas para o experimento pH Abs 410nm concentração (mol/L) pNF- concentração (umol/L) de pNF- pNF- (umol) pNF- (umol/min) pNF- U/mL pNF- U/mg 2,5 0,06 3,41E-06 3,409090909 0,068181818 0,002272727 0,022727 227,2727 3 0,174 9,88636E-06 9,886363636 0,197727273 0,006590909 0,065909 659,0909 3,5 0,305 1,73295E-05 17,32954545 0,346590909 0,01155303 0,11553 1155,303 4 0,477 2,71023E-05 27,10227273 0,542045455 0,018068182 0,180682 1806,818 4,5 0,575 3,26705E-05 32,67045455 0,653409091 0,021780303 0,217803 2178,03 5 0,683 3,88068E-05 38,80681818 0,776136364 0,025871212 0,258712 2587,121 5,5 0,491 2,78977E-05 27,89772727 0,557954545 0,018598485 0,185985 1859,848 6 0,439 2,49432E-05 24,94318182 0,498863636 0,016628788 0,166288 1662,879 6,5 0,354 2,01136E-05 20,11363636 0,402272727 0,013409091 0,134091 1340,909 7 0,219 1,24432E-05 12,44318182 0,248863636 0,008295455 0,082955 829,5455 Com isso, traçou-se o seguinte gráfico com a curva de U/mg x pH a fim de verificar qual a atividade específica da enzima em cada pH e avaliar qual o pH ótimo para essa enzima (maior U/mg). Gráfico 1: Atividade específica da enzima (U/mg) para cada pH analisado A partir da análise do gráfico, podemos concluir que o pH ótimo para a enzima fosfatase ácida é 5, já que foi o pH onde sua atividade enzimática foi a mais elevada. Isso significa que essa é a condição do meio mais favorável para que a enzima catalise a reação. Isso acontece porque em outras regiões de pH, o meio irá facilitar que as interações fracas da enzima se quebrem e se reorganizem, fazendo com que ela perca sua estrutura terciária e quaternária, resultando em uma diminuição de atividade ou sua inativação. Quando se está no pH ótimo, a enzima está nas condições ideais para o seu funcionamento, permitindo que ela catalise a reação com muita eficácia. 1. Por que o pH do meio reacional afeta a velocidade das reações enzimáticas? O pH do meio reacional afeta a velocidade das reações enzimáticas, porque as enzimas são proteínas cujas estruturas terciárias e quaternárias estão organizadas de acordo com interações fracas de cadeias laterais dos aminoácidos das enzimas, além de interações com o meio. A partir do momento em que se altera as condições do meio, como o pH, as interações fracas podem se romper ou formar outras interações e isso pode resultar em alterações na atividade da enzima, como pequenas variações que permitem que ela continue funcionando de forma mais ou menos eficiente como até na sua inativação. E isso consequentemente irá interferir na velocidade de reação da enzima. 2. Por que é importante utilizar uma solução tampão nas determinações de atividade enzimática? Para que o pH se mantenha constante durante toda a reação, permitindo que haja menos erros experimentais em relação à sua variação. Além disso, utiliza-se tampões de diferentes pH’s para que consigamos analisar a atividade para cada pH dado para determinar o pH ótimo da enzima. 2.2 Determinação do Km: efeito da concentração do substrato sobre a velocidade da reação Será preparado a seguir um protocolo, preparando dez tubos em fileiras, mantendo a concentração do tampão, do substrato e da enzima constantes. As condições experimentais serão: Tampão citrato de sódio 100 mmol/L, pH 5,5, contendo pNFF 2 mmol/L e fosfatase ácida 10 ng/tubo. As soluções estoque a seguir, estão fornecidas. MR = tampão citrato de sódio 200 mmol/L, pH 5,5, contendo pNFF 4 mmol/L Enzima = Fosfatase ácida (40 ng/mL) Tabela 3: protocolo experimental - efeito da concentração do substrato sobre a velocidade da reação Nº tubo Tampã o (uL) Enzima (uL) H2O (uL) pNFF (estoque) A410 nm [S] (10 -3 mol. L-1) pNFF (uL) 1 500 100 350 1 0,093 0,05 50 2 500 100 330 1 0,145 0,07 70 3 500 100 300 1 0,177 0,10 100 4 500 100 250 1 0,240 0,15 150 5 500 100 200 2 0,277 0,20 100 6 500 100 200 2 0,406 0,40 200 7 500 100 150 2 0,428 0,50 250 8 500 100 350 20 0,561 1,00 50 9500 100 300 20 0,648 2,00 100 10 500 100 150 20 0,691 5,00 250 Com o resultado da absorbância e, seguindo os mesmos passos do experimento anterior, calculou-se a concentração de pNF- em mol/L, mol, e a velocidade de reação em mol/min. Tabela 4: resultados obtidos a partir do protocolo experimental Tubo Abs 410nm [pNF-] (mol/L) [pNF-] umol/L [pNF-] umol [pNF-] umol/min [S] (10-3 mol. L-1) vo (umol/min) 1 0,093 5,28409E-06 5,284090909 0,105681818 0,003522727 0,05 0,003522727 2 0,145 8,23864E-06 8,238636364 0,164772727 0,005492424 0,07 0,005492424 3 0,177 1,00568E-05 10,05681818 0,201136364 0,006704545 0,1 0,006704545 4 0,24 1,36364E-05 13,63636364 0,272727273 0,009090909 0,15 0,009090909 5 0,277 1,57386E-05 15,73863636 0,314772727 0,010492424 0,2 0,010492424 6 0,406 2,30682E-05 23,06818182 0,461363636 0,015378788 0,4 0,015378788 7 0,428 2,43182E-05 24,31818182 0,486363636 0,016212121 0,5 0,016212121 8 0,561 0,000031875 31,875 0,6375 0,02125 1 0,02125 9 0,648 3,68182E-05 36,81818182 0,736363636 0,024545455 2 0,024545455 10 0,691 3,92614E-05 39,26136364 0,785227273 0,026174242 5 0,026174242 1. Com base nos seus resultados determine os valores de Vmax e Km, traçando os seguintes gráficos: a) v x [S] Gráfico 2: velocidade inicial x concentração do substrato Onde os valores de P1 e P2 são, respectivamente Vmax e Km, na equação, quando comparamos com a equação de Michaelis Menten. y = (P1 x)*(P2 + x) o V = V m [S]*Km + [S] Dados retirados da tabela 4. b) 1/v x 1/[S] (Representação de Lineweaver-Burk) Primeiramente obteve-se os seguintes valores de 1/[S] e 1/v mostrados na tabela 5. Tabela 5: dados para representação de Lineweaver-Burk 1/[S] 1/v 20 283,8709677 14,28571 182,0689655 10 149,1525424 6,666667 110 5 95,30685921 2,5 65,02463054 2 61,68224299 1 47,05882353 0,5 40,74074074 0,2 38,20549928 Com os dados obtidos, plotou-se a reta representada pelo gráfico 3. Gráfico 3: Representação de Lineweaver-Burk Com sua equação de reta, conseguimos definir os valores de Km/V (coeficiente angular) e -1/Km (coeficiente linear). Igualando y=0, conseguimos obter o valor de -1/Km: 0 11, 14x 34, 07 = 7 5 , 4579x = − 2 9 Logo, temos que Km=0,339467 Sendo x=Km/Vmax e y=1/Vmax Com isso, temos Vmax=0,02898 umol/min. c) [S]/v x [S] (Representação de Hanes) O tratamento gráfico pela representação de Hanes foi desenvolvido plotando o gráfico da [S]/v (umol/min) x [S] 10-3 mol. L-1. Tabela: 6 dados para a representação de Hanes [S] (10-3 mol. L-1) [S]/v 0,05 14,19355 0,07 12,74483 0,1 14,91525 0,15 16,5 0,2 19,06137 0,4 26,00985 0,5 30,84112 1 47,05882 2 81,48148 5 191,0275 A partir dos dados disponíveis na tabela 6 obtemos o gráfico 4. Gráfico 4: gráfico da representação de Hanes [S]/v (umol/min) x [S] 10-3 mol. L-1 Conhecendo a equação da reta como y = 35,805x + 11,476, temos o x a igualdade para encontrar 1/Vmax, por manipulação matemática encontraremos Vmax, e em sequência extrapolamos a reta ao eixo y=0 para encontrarmos KM. KM = 0,32501 M Vmax = 0,027929 umol/min d) v x v/[S] (Representação de Hofstee) E por fim, o último gráfico, chamado de Tratamento de Edie-Hostfee, elaborado de forma semelhante ao apresentado acima, plotando um gráfico de v x v/[S], temos o gráfico 5. Tabela 7: Dados para a representação de Edie-Hofstee v/[S] v (umol/min) 0,070455 0,003523 0,078463 0,005492 0,067045 0,006705 0,060606 0,009091 0,052462 0,010492 0,038447 0,015379 0,032424 0,016212 0,02125 0,02125 0,012273 0,024545 0,005235 0,026174 Gráfico 5: representação de Edie-Hofstee O tratamento matemático é o mesmo utilizado aos gráficos anteriores, definindo a equação da reta como y = -0,3113 x + 0,0275, isolamos, e encontramos Vmax e KM, temos: Sendo o coeficiente angular da equação -Km e o coeficiente linear da equação sendo Vmax. Vmax = 0,0275 umol/min KM = 0,3113 M Explicação dos dados: Obteve-se na tabela 8 os seguintes valores de Km e Vmax obtidos pelas curvas. Tabela 8: Valores de Km e Vmax obtidos com as representações gráficas Gráfico Michaelis Menten Lineweaver Burk Hanes Woolf Edie Hofstee Km (M) 0,3285 0,3394 0,3250 0,3113 Vmax (umol/m in 0,0281 0,0290 0,0280 0,0275 Quando comparamos os valores obtidos pelos gráficos, temos valores muito próximos tanto de Km quanto de Vmax, onde as pequenas variações são devido a confiabilidade do gráfico, sendo os gráficos de Lineweaver Burk e Hanes os mais simples para serem utilizados porque os valores de Km e Vmax são dados direto pelos coeficientes angular e linear da equação de reta. A Equação de Hanes foi investigada por Lineweaver e Burk que concluíram que a Equação 2 (Burk) produzia melhores resultados para baixas concentrações de substrato. Entretanto, Wilkinson ao fazer uma análise estatística detalhada das Equações 2 e 3 (Burk e Hanes) concluiu que esta última era superior (Carvalho, et al, 2010). Também verificou-se se as velocidades são iniciais. Velocidade inicial é aquela obtida até o consumo de 5% do substrato. Assim, calculamos a porcentagem de produto formada (pNF-), se ela for menor de 5%, a velocidade da reação ainda é considerada velocidade inicial, se for maior, não é. Dessa forma temos que apenas o tubo 10 está dentro da velocidade inicial. Tabela 9: Velocidade Inicial tubo pNFF (uL) [pNF-] (umol/L) % 1 50 3,409090909 6,818182 2 70 9,886363636 14,12338 3 100 17,32954545 17,32955 4 150 27,10227273 18,06818 5 100 32,67045455 32,67045 6 200 38,80681818 19,40341 7 250 27,89772727 11,15909 8 50 24,94318182 49,88636 9 100 20,11363636 20,11364 10 250 12,44318182 4,977273 ● Referência Bibliográfica NELSON, David L.; COX, Michael M. Lehninger: princípios de bioquímica. 2015. Bioquímica Básica . A. Marzzoco & B.B. Torres, , 4a Ed.2007, Editora Guanabara Koogan. Carvalho, et al, 2010, Uso de equações lineares na determinação dos parâmetros de Michaelis-Menten.
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