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A Primeira Teoria do Trauma de Freud

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A Primeira Teoria do Trauma de Freud
Teoria da Sedução.
Técnica:
· Abandono da Hipnose (atendimento de pacientes que não são histéricos; Nem todos são hipnotizáveis) - neurastenia, neurose obsessiva, neurose de agonia, psicose paranoica- não se beneficiavam da hipnose - tira a importância do método catártico. 
Com o abandono da hipnose descobre-se o fenômeno da resistência.
Antes da Regra fundamental da psicanálise (Associação livre) -> Técnica da pressão
· Não utilizar a hipnóse
· Pressão física e psicológica para que o sujeito se recorde de certas lembranças
· Busca pela memória que deu origem ao sintoma (como o método catártico)
· Três gradientes de pressão: 1) Verbal - médico insiste que o paciente consegue acessar a lembrança (lembrança não explica o sintoma ou cliente não se lembra); 2) O médico pede que o paciente se deite e feche os olhos, em seguida acesse a memória; 3) O médico, pressiona com as mãos, a testa do paciente. Ao tirar as mãos, diz que este vai conseguir se recordar da lembrança.
· Esse método muitas vezes funcionava. Se não conseguisse tentavam novamente até conseguir acessar a lembrança original.
· Apesar de não utilizar a hipnose tem traços hipnóticos.
A resistência é algo que impede ou dificulta o processo de acontecer, da análise, de chegar até a memória original. Quanto mais próximo a lembrança maior a resistência.
O trauma:
Visão de que consiste em uma violência sexual a uma criança;
Características: são de ordem sexual, afetam o corpo do sujeito (contato sexual concreto) e ocorrem nos primeiros anos da infância (até oito anos de idade).
· Relação de poder, autoridade, corpo, desamparo, dependência mútua.
Marcam o sujeito de forma que as mantem a vida inteira.
O adoecimento não surge apenas com a re significação a posteriori (em entender como algo sexual), a marca é clara anteriormente.
Ferenczi fala que um problema da visão do trauma ( e da psicanálise no geral) é analisar a experiência da criança como um adulto, e não como uma criança mesmo! E isso seria importante de se fazer. 
Freud descreve que em alguns casos teria uma "relação amorosa", essa relação seria de não apenas ter o abuso sexual, mas ter trocas afetivas, como amostras de carinho excessivo. Nesse caso a criança pode "corresponder" a isso. Ferenczi traz isso pela questão de identificação com o agressor, "retribuindo" esse amor.
Questão de falsa memória quanto ao abuso: existe um nível de sugestionabilidade das pessoas, e não é fácil assim gerar memórias falsas quanto ao abuso. Assim, a bussola ética para considerar como verdadeira a memória seria como aquilo também faz você sentir (contra transferência)
Rendimento Teórico:
Teoria da sedução (teoria de Freud desenvolvida entre 1894 e 1896) -> descarta a importância dos estados hipnoides e o conceito de defesa (e recalque).
Amostra: Histeria, neurose obsessiva e psicose paranoica.
Premissas: 
· As lembranças traumáticas se referem a eventos reais;
· Não há sexualidade na infância.
Visa explicar:
· Porque a lembrança do abuso é esquecida;
· porque o trauma não desencadeia imediatamente o adoecimento do sujeito (estado larvar ou efeitos retardados)
· Porque os sintomas neuróticos (principalmente histéricos) surgem somente na puberdade.
Primeiro Tempo:
· Primeiros anos da infância
· Fase pré-sexual
· Ausência de regras morais (imoralidade)
· Ocorre o atendado sexual contra a criança
· O atentado é registrado como uma marca
· A marca mnêmica não tem sentido (não faz sentido para a criança o que aconteceu, não consegue simbolizar ou entender)
Segundo Tempo:
· Puberdade (ou na verdade maturação dos órgãos sexuais, pode ocorrer antes da puberdade)
· Maturação sexual (o corpo começa a ter vivências sexuais)
· Internalização de regras morais
· ocorre uma situação que provoca uma excitação sexual;
· A situação sexual se associa a marca do atentado
· A marca psíquica adquire um sentido sexual a posteriori (ressignificação)
· Nachtraglichkeit (a posteriori)
Recalcamento (Verdrangung) - Sujeito se defendendo dessa lembrança
· Processo psíquico de defesa exercido pelo eu
· Tentativa de não querer saber o que aconteceu
· O eu se defende de uma representação inaceitável tornando-a inconsciente
· O que é uma representação inaceitável: aquela que é moralmente inadmissível
· Como o eu torna uma representação inconsciente? Retirando o afeto dela e tornando-a inacessível
O retorno do recalcado
· Consiste no fracasso parcial do recalcamento
· Consiste na formação de um sintoma neurótico
· A formação do sintoma depende do destino que é dado ao afeto que foi retirado da representação
Ex:
· Histeria: o afeto é descarregado pelo corpo (conversão)
· Neurose obsessiva: o afeto fica preso no psiquismo, ligando-se a uma representação que se torna, então, obsessiva.
Configurações etiológicas:
Histeria:
· Criança é violada pelo agressor ( adulto ou criança)
· Posição de passividade (paciente)
Neurose Obsessiva:
· A criança comete uma agressão sexual (com prazer) ou sente prazer em uma atividade sexual
· Posição de atividade (agente)
· A criança, antes de se tornar agressor, foi abusada por um adulto (SEMPRE)
Próton pseudos (erro fundamental):
· em 1897: Não acredita mais na neurótica
· erro fundamental: ter acreditado na realidade factual das lembranças
Razões para o abandono da teoria da sedução:
· Pretensão da universalidade (com uma teoria tentar encaixar todos os quadros existentes - nem todos os neuróticos e históricos foram abusados na infância)
· A ineficácia terapêutica 
· Impossibilidade epidemiológica
· A impossibilidade de distinguir a realidade e ficção nos processos psíquicos inconscientes investidos de afeto
A descoberta da realidade psíquica
· O abandono da realidade factual leva à criação de uma forma inédita de escuta e de concepção da eficácia dos processos psíquicos: a realidade psíquica.
· Nos próximos 25 anos, Freud vai se debruçar quase que exclusivamente sobre a fantasia e a maneira como ele constrói e reconstrói as nossas memórias, a nossa história e o nosso estar no mundo
· Isso não significa que ele está desacreditando os pacientes (criou visões errôneas da situação). Não significa que os pacientes estão mentindo tbm, essas situações estão criando sintomas reais, construções reais. Ele não vai desacreditar o que as histericas e os neutóticos falam, mas sim eles estão trazendo as expressões do que está no psiquismo deles. O grande projeto do Freud não era desacreditar, mas sim acreditar neles.
· Leitura da obra Freudiana levou a interpretação errônea de desacreditar os pacientes.

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