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372667118-Evolucao-Dos-Metodos-de-Aconselhamento

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Evolução dos métodos de aconselhamento 
 
 
Conforme Scheeffer (1975), ao longo dos anos, as técnicas, os princípios e a 
dinâmica do processo de aconselhamento psicológico têm se modificado. Tais 
modificações, de certo modo, vão denotando a evolução do processo terapêutico. 
 
1. Método autoritário 
Dentre as primeiras práticas de aconselhamento, cujos métodos consistiam mais em 
ameaçar e repreender o orientando. As ordens e ameaças eram consideradas como 
técnicas eficientes para a transformação dos comportamentos problemáticos. Hoje, essa 
prática encontra-se praticamente abandonada, principalmente em decorrência da falta de 
humanização empregada no processo, cujas ações voltavam-se mais para a repressão do 
que modificação. 
 
2. Método exortativo 
Esse método é caracterizado pela obtenção, por parte do conselheiro, de um termo de 
compromisso ou promessa do orientando de que este irá fazer algo, comporta-se de um 
modo determinado. A função o orientador é fazer com que o orientando aja conforme 
aquilo que parece melhor para ele. Desse modo, estabelece-se um objetivo que deverá ser 
seguido pelo aconselhando, até atingir a promessa. Ainda consiste em um método 
utilizado, no entanto, em decorrência dos acordos serem baseados normalmente em 
condições externas, pode ocasionar, além dos problemas existentes, sentimento de culpa 
e vergonha por não cumprir a promessa. 
 
3. Método sugestivo 
Baseia-se, principalmente, na utilização de técnicas sugestivas com o objetivo de procurar 
uma modificação no modo como o indivíduo enxerga seu problema. Nesse método, o 
conselheiro pode sugestionar o modo como orientando pode se sentir, por exemplo, “você 
parece mais decidido”, “parece que você está mais consciente do que fez”, etc. Há um 
encorajamento e suporte que, por muitas vezes, repreendem a expressão do problema 
fazendo com que, em muitos casos, o indivíduo se convença de que o problema não existe. 
 
4. Catarse 
Com base em confissões, a catarse foi e ainda é utilizada há muito tempo. Consiste na 
expressão dos problemas. Freud inclui o método na psicanálise, com o objetivo de trazer 
a tona para o indivíduo determinados conteúdos inconscientes. Esse método é utilizado 
em quase todos os tipos de aconselhamento psicológico, exceto nos processos com base 
no método autoritário. 
 
5. Método diretivo 
Um dos métodos de maior importância e com maior número de seguidores. Neste 
processo de aconselhamento, o orientador age como dirigente da situação, escolhendo os 
tópicos a serem discutidos, definindo os problemas, descobrindo as causas e sugerindo 
soluções ou planos de ação. Com orientação médica, enfatiza o histórico do caso, faz 
diagnóstico e um prognóstico. De modo geral, é o orientador que se responsabiliza pelo 
processo, uma vez que a direção está em suas mãos. Salienta-se que o método pode criar 
dependência. Dentre as características, podem ser citadas: dar informações, influenciar e 
motivar o orientando a aceitar as informações; ressaltar o problema e encorajar o 
orientando a discuti-lo; orientar expõe seu ponto de vista para esclarecer o orientando; 
“atuação de vendedor” para passar suas ideias, planos e modificações necessárias, etc. 
Em todos os casos, o orientador guia a sessão, podendo o método se aproximar da 
perspectiva autoritária, embora com menos rigidez, uma vez que o cliente pode ou não 
aceitar as soluções apresentadas. 
 
6. Método interpretativo 
Além da persuasão, esse processo de aconselhamento se baseia na utilização de técnicas 
interpretativas do comportamento do orientando. A partir dos estudos da dinâmica de 
personalidade, o conselheiro aponta quais as características pessoais, familiares e sociais 
que fazendo com o que orientando aja de determinada maneira, utilizando a interpretação 
e explicação intelectuais. Este método traz benefícios quando as interpretações e 
explicações são assimiladas pelo orientando, no entanto, as mesmas podem causar choque 
e bloqueio quando o orientando não está pronto (aumentam, inclusive as resistências). 
 
7. Método não-diretivo 
Iniciado por Carl Rogers, este método apresenta como características I) a maior 
responsabilização do cliente no processo, cabendo ao próprio o direcionamento das 
sessões; II) ênfase mais na pessoa do que no problema em si; III) proporciona condições 
favoráveis a autoexploração e amadurecimento pessoal (condições facilitadoras); IV) 
ênfase recai mais sobre os aspectos emocionais do que os intelectuais e factuais. No 
aconselhamento não-diretivo, a atmosfera proporcionada pelo conselheiro possibilita que 
o orientando relaxe suas defesas e elabore seus próprios planos de ação, sendo papel do 
primeiro a clarificação e aceitação dos conteúdos apresentados. Deixa-se de enfatizar o 
diagnóstico para criar uma atmosfera de aceitação. 
 
8. Método eclético 
Caracteriza-se pela aplicação de conceitos e técnicas pertencentes aos diversos métodos 
de aconselhamento. Nesse caso, com base na experiência no orientador e na sua 
capacidade de distinguir qual a melhor ação para o aconselhando, são escolhidas as 
técnicas que ocasionam melhor aproveitamento e resultado para o caso. A grande ênfase 
é dado às capacidades e habilidades do orientador em selecionar, manejar e aplicar as 
técnicas. 
 
Fonte: SCHEEFFER, Ruth. Aconselhamento Psicológico. São Paulo: Atlas, 1975.

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