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MANEJO DE FERIDAS EM GRANDES ANIMAIS

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CLÍNICA CIRÚRGICA DE GRANDES ANIMAIS 
AFECÇÕES PODAIS EM EQUINOS 
CASCO: Deve ser rígido, serve de proteção para estruturas dentro do casco (terceira 
falange, osso navicular, parte da segunda falange, TFDP...). O coxim digital dissipa o 
impacto do casco com o solo (não é uma porção nobre). É preciso ter higiene e simetria 
para funcionar bem. Abscessos internos pressionam as estruturas e causam dor ao 
animal, fazendo-o claudicar. 
INTRODUÇÃO: Os membros anteriores 
são mais acometidos devido ao centro de 
gravidade e 95% estão abaixo do carpo (se 
concentram no casco). A muralha deve 
tocar ao chão quando o passo se encontra 
correto. 
SÍNDROME DO NAVICULAR 
 Também chamado de Podotrocleose. Promove claudicação crônica sendo mais 
comum ser bilateral em membros anteriores. Afeta o osso navicular (sesamóide distal) 
que articula com a segunda e terceira falange. É responsável por 30% das afecções 
podais em membros anteriores, com causas multifatoriais e em maior prevalência nos 
animais de 7 a 9 anos. 
BURSA DO NAVICULAR: é adjacente, assim como o TFDP, ao osso navicular 
(TFDP, na borda semilunar da terceira falange). Com a função de diminuir o atrito do 
TFDP e osso navicular na face flexora. Se a Bursa está acometida o prognóstico é 
desfavorável. 
 O comprometimento vascular, que gera isquemia (hipóxia), não é o suficiente 
para gerar a doença navicular, sendo necessário ter alterações biomecânicas (aprumo 
incorreto). 
BREAKOVER 
 Ao andar, o TFDP é tensionado e a proximidade com o osso faz com que ele se 
comprima (pressão) e isso compromete a vascularização podendo levar a necrose 
(tempo prolongado). As fases do passo do equino são avaliadas dependendo de qual 
fase cada um começa a analisar (explicação a partir de quando aterrissa no solo). 
1. O casco tem contato com o solo e ainda não deposita o peso corporal no casco. 
2. Começa a colocar o peso a massa corpórea no chão, deslocando o mais próximo 
ao solo, começa a passar seu peso sobre o membro. 
3. Imediatamente após alivia o membro e sua massa corpórea que estava 
depositada (fase 2) é transferida para outro membro, para continuação da 
caminhada (retira a massa corpórea e eleva o membro.) 
4. Fase de BREAKOVER 
a. Precisa de atrito para a retirada do casco do solo (empurra o chão para se 
deslocar para frente). 
b. Quando o equino tira a pinça do casco do solo, retirando então o 
membro. 
5. Faz-se o arco no sentido cranial e volta a fase 1. 
Na síndrome navicular, as fases 4ª e 4b são as mais importantes, sendo chamada 
de breakover, devido à força de atrito com o solo, exercida pelo animal, para ser 
projetado para frente, que é quando se tem uma maior tensão no TFDP., ou seja, 
nessa fase o cavala com a doença navicular sofre mais ao passo já que empurra o 
osso navicular contra a segunda falange. Tal fase irá ser mais longa ou mais curta 
dependendo do tamanho da distância da pinça ao talão (se achinelado tem maior 
distância, tendo então uma predisposição biomecânica). 
 É possível amenizar isso diminuindo a tensão, isso é promovido com 
casqueamento, corrigindo a angulação e relação pinça:talão. Deve-se ter um ângulo 
palmar positivo, quando negativo o TFDP tensiona muito mais o osso navicular 
contra a segunda falange, mesmo parado, isso predispõe ainda mais a doença do 
osso navicular. 
SINAIS CLÍNICOS 
Claudicação é o principal sinal clínico, sendo a bilateral mais comum, com 
evolução progressiva, percebe-se uma diminuição da fase cranial do passo, 
relutância em curvas (no membro acometido), piora em solos duros e padrão de 
aterrissagem no solo diferente. 
 FASE CRANIAL DO PASSO: Extensão do TFDP, onde fica mais tensionado. No 
final da fase cranial ocorre à extensão do membro por completo (se o animal esta 
hígido) o TFDP fica tenso e o equino sente dor (afecção) e ao invés de aterrissar com o 
tolão, aterrissa com a pinça e poupa a região mais dolorida do casco (talões), 
diminuindo a fase cranial. 
DIAGNÓSTICO 
Anamnese + exame clínico (físico) + RX. O Raio-x permite a observação do osso 
navicular (no dorso palmar) e mostram deformidades como: 
1. Orifícios, pois os forames nutrícios do osso navicular ficam dilatados e 
começam a apresentar estase vascular (isquemia e hipóxia). 
2. Esclerose do osso navicular (subcondral) deposição de Ca abaixo da articulação. 
Durante a prova da rampa faz a extensão do TFDP e assim responde com dor 
(após 60’’ na extensão da rampa é colocado para trotar). Resultado positivo. No 
pinçamento cruzado da ranilha, dos dois lados, se pressiona o TFDP e assim 
responde com dor, assim como o pinçamento dos talões. Anestesia diagnóstica é 
feita com assepsia, faz a diminuição da dor do animal realizando uma 
sinoviocentese na Bursa do navicular. 
 
TRATAMENTO 
 Não tem cura. É realizado um tratamento paliativa sendo a melhor opção um 
diagnóstico precoce, pra não evoluir em alteração óssea. 
CONSERVATIVO: Repouso inicial de 5-7 dias em baia, pois tira a dor aguda. 
Exercícios controlados, cinco minutos por dia e aumentar progressivamente, deve ser 
retirado do esporte. Tiludronato bifosfato impede a reabsorção óssea e artrose (DAD). 
PSGAG é condroprotetor. Isoxsuprina (hemorreológico) que confere a hemácia chances 
maiores de passar em vasos de pequenos calibres. AINE’s (fenilbutazona).
 Devem-se corrigir os aprumos, já que é a principal forma de tratamento, os 
ângulos da pinça devem ser consertados no casqueamento. 
 As ferraduras podem ser ovais, que são fechadas e diminuem a extensão e 
distensão do casco como um todo. E podem ser adicionadas palmilhas terapêuticas entre 
a ferradura e o casco, sendo feitas de borracha ou silicone, elas absorvem o impacto 
causado durante o passo (amortecedor) 
CIRÚRGICO: Somente em casos crônicos, neurectomia digital palmar. Não corrige o 
problema, somente tirando a dor (não sente abaixo do nervo). 
PROGNÓSTICO: Relacionados a vida atlética, em casos iniciais, de 40-50% é bom a 
reservado, e em casos crônicos, se está presente quando há alterações radiográficas, é de 
reservado a mau. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA CIRÚRGICA DE GRANDES ANIMAIS 
AFECÇÕES PODAIS EM EQUINOS 
FERIDAS PENETRANTES 
 O local mais comum é no casco, porem pode ocorrer na coroa, talão e bulbos. 
No casco as regiões mais acometidas são a ranilha, coroa e bulbos (estruturas nobres). 
a. Pode desenvolver Osteíte podal séptica. 
b. CE pode perfurar o suficiente e gerar um processo infeccioso no tendão. 
c. Inflamação na articulação, sequelas e alterações ósseas. 
d. Tendinite séptica, artrite séptica, acomete Bursa e causa artrite séptica pois o 
liquido tem um ótimo meio ambiente de criação de bactérias. 
e. A bainha tendínea envolve os tendões e tem função de diminuir o atrito entre 
eles. Não provoca grandes complicações, mas também produz líquidos que 
aumentam a velocidade de multiplicação bacteriana. 
f. Perigos menores, mas causam claudicação. 
 Em casos de sujidades extremas, a matéria orgânica causa um bloqueio de 
oxigênio nas faces do casco e assim ocorre uma maior multiplicação de bactérias 
anaeróbicas. 
SINAIS CLÍNICOS 
 A claudicação varia de acordo com a profundidade do CE, a duração em que o 
mesmo se encontra no animal e sua localização. 
DIAGNÓSTICO 
 Exame radiográfico avalia a profundidade da lesão e sua localização. O 
pinçamento do casco ao ser feito incentiva a dor (pode haver abscessos subsolear) e 
deve-se graduar a resposta à dor. O prego ou CE pode perfurar e sair, deixando uma 
lesão aberta que pode acarretar em infecções ou doenças infecciosas (tétano). 
TRATAMENTO 
 Primeiramente a retirada do CE e limpeza do casco para verificar a profundidade 
lesionada, debridamento de tecido adjacente, limpeza com H2O2, sabão neutro e iodo 
tópico. Utiliza-se rinheta para a retirada de sujidades. Pé de lúvio com KMnO4 
diariamente por 15-20’. Curativos, 
AINE’s, ANTB (antibiograma,cultura). Caso o animal não tenha 
tomado vacinas contra o tétano, 
administrar soro antitetânico. 
 O Antimicrobiano pode ser 
administrado da forma antibiose ou 
perfusão tecidual, onde se faz garrote 
e aplica ANTB somente no membro, 
abaixo do garrote. Esperar agir por 20-25’. Age mais rápido e utiliza menos antibiótico, 
além de deixar menos resistência. 
 No debridamento cirúrgico faz-se o bloquei perineural no nervo digital ao nível 
dos sesamóide proximais no aspecto abaxial. 
CURATIVO 
 Ferradura com fechamento para proteger e manter seco, promovendo conforto e 
diminuindo a dor. Permite realizar limpezas diariamente. 
 
OSTEÍTE PODAL 
 É uma inflamação da falange distal com consequente alteração radiográfica, e 
alterações ósseas. Pode ser classificado como séptica e asséptica: 
SÉPTICA: microrganismos no interior do estojo ósseo ocorrem em feridas penetrantes, 
infecções de outros tecidos, laminites crônicas (sequela) e abscessos subsoleares. Em 
animais jovens (potros) existe um tropismo por articulações, deixando susceptíveis a 
artrites sépticas em infecções sistêmicas. 
ASSÉPTICAS 
a. Como condição primária – devido a trauma no solo contínuo em solo duro 
(sola fina ou retira muito casco no casqueamento) sendo importante ter 
ferradura. 
b. Secundária a outra enfermidade – laminites e feridas penetrantes. Cravo 
colocado erroneamente e assimetria do casco. 
Sinais clínicos: Incidência maior em membros anteriores, podendo ser uni ou bilateral, 
o grau de claudicação depende da causa e extensão da lesão. Tem aumento de 
temperatura em casos sépticos (claudicação pode ser mais severa). 
Diagnóstico: no raio-X se observa reabsorção óssea (diminui a radiopacidade do osso), 
forames dilatados, irregularidades da borda da terceira falange, cistos ósseas e sequestro 
ósseo (pedaço de osso necrosado se desloca do osso principal). Bloqueio do nervo 
digital palmar (dessensibiliza). 
Tratamento: Asséptica é utilizada AINE’s para diminuir a inflamação (fenil ou 
flunixina) Minimizar o trauma na sola com repouso de 2-3 semanas, exercícios em 
superfície macia (grama), formal tópico na sola integra (endurece o casco) e eliminar a 
agressão através do casqueamento, CE, ferrageamento terapêutico. 
 Séptica com ANTB (cultura e antibiograma) sistêmico ou por antibiose 
(administrar lidocaína pois o garrote incomoda) 
 Cirúrgico: drenar abscessos se houver e realizar o debridamento cirúrgico e 
profilaxia de tétano 
 
 
 
CLÍNICA CIRÚRGICA DE GRANDES ANIMAIS 
AFECÇÕES PODAIS EM EQUINOS 
LAMINITE!!! 
Anatomia: anexo entre a terceira falange, ocorre a devido a interação das lâminas 
dermais (tecido mole) interdigitações, (dobras) se ligam com a face interna do casco. 
Causando uma inflamação das laminas dermais. (laminite). 
Etiologia: Processos inflamatórios (Síndrome cólica, endometrite, endotoxemia), 
traumas (concussão excessiva), doenças metabólicas (síndrome metabólica equina, 
desequilíbrios de hormônios, insulina), entre outras (ferrageamento errôneo). 
Fisiopatologia: Processos inflamatórios que cursam com endotoxemia são mais 
comuns, levam o animal a desenvolver laminite. Duas teorias. 
1. Vasoconstrição: teoria não bem aceita. 
2. Vasodilatação: É inicial, provém da endotoxemia (doença primária), dificilmente 
a laminite é primária, Devido à vasodilatação existe uma maior quantidade de 
microrganismos e toxinas bacterianas se espalhem pelo organismo. No casco 
possui uma resposta diferente causando a laminite. Ao chegar, junto com as 
células de defesa e mediadores inflamatórios, vão causar um desequilíbrio entre 
produção e degradação das laminas dermais. Naturalmente as células da lamina 
dermal é degradada com a ajuda das metaloproteinases, para que novas laminas 
sejam geradas (substituição de tecido velho por novo), o fator limitante são os 
inibidores da metaloproteinases. Na chegada de mediadores inflamatórios, etc. 
ocorre um desequilíbrio entre as metaloproteinases e os inibidores, degradando 
muito mais tecido (desenfreada). Com isso ocorre a necrose das lâminas 
dermais e lâminas internas, junto com a lâmina basal (que possui os vasos 
sanguíneos). Com a necrose não tem mais a adesão da terceira falange e face 
interna do casco, o TFDP (possui a ação de tração contínua na terceira falange) 
pode ocorrer um deslocamento da terceira falange no interior do casco (não tem 
anexo hígido). 
Fases da laminite 
1. DESENVOLVIMENTO: quando a doença está se desenvolvendo, sendo a época 
que o animal foi exposto a mediadores inflamatórios e toxinas (doenças que 
estão presentes, endometrite, cólica, pneumonia, etc. ), pode não desenvolver, 
ainda não diagnosticou a laminite. Fase silenciosa, sem alterações relacionadas a 
laminite. Podendo se curar das doenças e se recuperar da inflamação não 
desenvolvendo para a doença clínica. Em casos de doenças devem ser tomadas 
providencias de prevenção da laminite. 
2. AGUDA: Doença estabelecida e com necrose em grau considerável das lâminas 
dermais. Animal com sinais clínicos e degradação evoluída causando extrema 
dor. 
3. CRÔNICA: A cronicidade da laminite se da diferente da cronicidade normal, 
sendo laminite crônica a presença de deslocamento da terceira falange no 
interior do casco, isso pode ser dias ou semanas, sem tempo definido. 
SINAIS CLÍNICOS 
FASE AGUDA: DOR!! Chamada no passada de “aguamento” devido a 
sudorese que ocorre pela dor extrema. A laminite afeta mais os membros anteriores, 
porém pode desenvolver nos quatro membros. Isso faz com que ele jogue o peso dos M 
anteriores (sentado), ou decúbito permanente (causa escara). Barro ajuda, pois alivia a 
dor (concreto é pior). Olhar angustiante, sudorese. 
O bloqueio do nervo digital palmar (artéria e veia) a vascularização fica 
comprometida e não chega ao casco, eles chegando próximo aos vasos acometidos 
ocorre um bloqueio e estase sanguínea, ingurgitando os vasos e diminuindo o fluxo 
sanguíneo. Devido a isso ocorre um aumento da intensidade do pulso da artéria 
digital. Além disso, devido à estase da um edema na região da coroa do casco. 
No pinçamento do casco, devido a dor, se apresenta positivo (máximo). 
Raramente podem não apresentar dor. Aumento da temperatura no casco. 
DIAGNÓSTICO 
 A partir dos sinais clínicos + anamnese. Exame radiográfico imprescindível. 
Deve-se graduar a dor de laminite, com a escala única da laminite. 
1. Permanece em repouso, alternativamente e incessantemente. Retira o(s) 
membro(s) afetado(s) do solo com intervalos de alguns segundos. 
Claudicação não é evidente, porém é possível observar encurtamento da 
amplitude da fase de avanço do passo. 
2. Locomove-se prontamente ao passo, porém é possível observar alterações do 
padrão fisiológico da locomoção. 
3. Locomove-se com relutância e, vigorosamente reluta as tentativas. 
4. O cavalo recusava a mover-se e só o fazia quando era forçado. 
Exame radiográfico: Detecta deslocamento (fase crônica), tipo de deslocamento, 
magnitude do deslocamento e monitoração (de um dia para o outro pode piorar) 
 TIPOS DE DESLOCAMENTO: Podem rotacionar (parede dorsal da terceira 
falange deve ser paralela à muralha do casco) no sentido palmar (MA) ou plantar (MP). 
Afundamento da falange como um todo e deslocamento lateral ou medial. 
Projeções Latero-Medial pode-se colar um objeto radiopaco no meio vertical do 
casco. Colocar os membros do cavalo acima do nível do solo, pois todo o casco sairá na 
projeção. Após a imagem traçar as linhas paralelas (muralha dorsal e terceira falange) 
adicionar uma linha paralela ao solo e se os ângulos deveriam ter o mesmo número, se 
estiver diferente ocorreu uma rotação, no sentido palmar plantar. 
Projeção Dorso-Palmar/Plantar com os mesmo procedimentos anteriores, 
medindo a articulação interfalângica distal ou se a terceira falange no solo (mais perto) 
esta torta ou deslocada, analisando o deslocamento lateral ou medial ou afundamentodela como um todo. 
TRATAMENTO 
 AGUDA: sem deslocamento. 1 - Deve-se resolver a doença primária de maneira 
concomitante. 2 - Diminuir a resposta inflamatória do animal. 3- Diminuir a dor. 4- 
Evitar o deslocamento da 3ª falange! 
1. Diminuição da resposta inflamatória e dor: AINE’s (fenilbutazona ou flunixina 
meglubina) + Crioterapia (não pode usar na fase crônica). 
A crioterapia é realizada adicionando os cascos do cavalo em recipientes com 
gelo (de preferência todos os cascos) ou terapias modernas, manter durante 48h. 
Promove uma vasoconstrição que diminuem mediadores inflamatórios, diminui 
o metabolismo celular que necessita de menos oxigênio sendo assim, mais difícil 
necrosar as lâminas dermais e basais, diminui também a sensibilidade/analgesia 
leve. 
2. Evitar o deslocamento da 3ª falange: 
a. Deve-se diminuir a tensão exercida pelo TFDP elevando os talões. A 
pinça permanece no chão (contato) e eleva (como um salto) os talões, 
isso gera um relaxamento (diminui a tensão) do TFDP, diminui a 
probabilidade de rotacionar. Realiza-se com o manuseio do casco. 
Permanece o tempo todo. 
b. Recrutamento das estruturas palmar/plantar, através da ranilha com os 
sulcos. Para ser realizado deve mexer no casco. Sendo que a muralha 
sustenta o peso do animal e toca ao solo e as laminas dermais 
permanecem dentro da muralha, essa é a região mais dolorida. Deve-se 
então alterar a fisiologia, recrutando a ranilha e seus sulcos, para 
promover diminuição de dor, já que diminui a pressão da muralha. São 
administradas massas que permitem retirar o apoio da muralha e passar 
para a ranilha. Pode-se usar EVA ou isopor. Trocar regularmente (isopor 
fica mais fino devido a pressão), reutilizar o isopor velho, cortando e 
utilizando como “saltinho” para diminuir a tensão do TFDP (2 em 1). 
c. Deslocar no sentido palmar/plantar o ponto de ocorrência da fase de 
Breakover. A distância entre o talão e a pinça, ao retirar o casco do solo, 
no passo, o ponto de ocorrência é na retirada da pinça do solo. Sendo 
assim, é necessário o casqueamento correto, diminuindo a distância entre 
os dois e aumentando o ângulo da pinça, e assim deslocando o ponto de 
ocorrência no sentido palmar (MA) ou plantar (MP). 
Após a realização do exame radiográfico, devem ser submetidos a casqueamento 
e ferrageamento terapêutico. 
CRÔNICA: Não se deve submetê-lo a crioterapia. Pois já não tem perfusão 
vascular, sendo assim, realizar ACEPROMAZINA (IM – 0,03-0,06mg/Kg de 3-
4 X dia). E AINES’s. Reestabelecer o alinhamento entre terceira falange e 
casco, através do casqueamento e ferrageamento. Não existe cirurgia para 
deslocamento da 3ª falange. Monitoramento com raio-x para adaptações e 
direcionamento de tratamento. 
ÚLTIMO CASO: Tenotomia do TFDP se incisa por completo e assim nunca 
mais irá promover a tração na terceira falange. Impossibilita o deslocamento e 
atividades físicas e levar a sub-luxação interfalângica distal. Possui várias 
técnicas cirúrgicas. 
PROGNÓSTICO 
 Dependendo da causa resolvida o prognóstico melhora. Se houve 
deslocamento dentro do estojo córneo, dependendo da magnitude e qual tipo 
(dentre os 3) se o ângulo for grande pior o prognóstico. A intensidade de dor é 
um fator que interfere no prognóstico. A VENOGRAFIA é um exame 
radiográfico com contraste onde se realiza a venopulsão em veia periférica e 
injetar o contraste, após isso o exame radiográfico com o garrote para manter o 
contraste. Quando não possui o contraste significa que houve necrose, e possui 
baixa perfusão vascular. Tendo isso em vista, o prognóstico depende do grau de 
comprometimento sanguíneo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANEJO DE FERIDAS EM GRANDES ANIMAIS 
 É a interrupção da continuidade da superfície (pele, casco) que recobre o 
corpo de um órgão de um indivíduo. 
CONTUSÃO (pode não gerar feridas e geram hematomas, em grandes 
animais formas há=hematomas e geram abscessos que necrosam e vão caindo), 
ABRASÃO (ferida leve, ralado), INCISÃO (ferida cortante, cirurgia, vidro, 
latas), PERFURANTE (galhos, ferros, pregos, arames) e LACERANTE (sem 
padrão de ocorrência e com perda tecidual, podendo ser pequenas e grandes). 
 Fases do processo de cicatrização de feridas. 
1. INFLAMATÓRIA: a dor causa vasoconstrição inicial que impedem 
hemorragias, após isso ocorre uma vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular (15-20 min após o corte), isso é necessário para que 
cheguem mediadores inflamatórios, neutrófilos, macrófagos, basófilos 
(elementos celulares), plaquetas, imunoglobulinas (não celulares), etc. E 
após certo tempo se formam rede de fibrina (coágulo). Rubor, calor, dor, 
perda de função... 
2. DEBRIDAMENTO: Migração de neutrófilos e monócitos em massa que 
são responsáveis pela remoção de debris celulares e bactérias (neutrófilos 
combatem com fagocitose e liberação de enzimas lisossômicas) e os 
macrófagos realizam a fagocitose de tecido necrosado e atraem os 
fibroblastos (promovem a atração de novos elementos que promovem a 
cicatrização). 
3. REPARAÇÃO: 
a. Contração da ferida: Ocorre a contração da ferida por contração 
centrípeta, ou seja, da periferia para o centro, através dos 
miofibroblastos (fibroblastos modificados), possuindo taxa de 
contração variável. Em equinos no flanco contrai em média 0,8 a 
1mm por dia, e região distal do membro em média são 0,2mm/dia. 
b. Granulação: Ocorre a formação de grânulos, com aspecto róseo, 
sem exsudato, úmido, reposto por tecidos rápido e de fácil produção 
para não deixar orifício da ferida (tecido de substituição) que vai ser 
substituído pelo tecido original. O tecido de substituição é rico em 
colágeno do tipo III por invasão de fibroblastos, ricamente 
vascularizado (devido a novas formações de tecidos que necessitam 
de irrigação). Na produção de tecido geram produtos tóxicos que 
devem ser eliminados e esses vasos retiram (limpam) os metabólitos, 
também impedem microrganismos de se instalarem no local da 
ferida. 
c. Epitelização: Substituição do tecido de granulação por tecido 
epitelial, multiplicação e migração de células epiteliais, da periferia 
para o centro da ferida, devido a mitoses das células mães. Com taxa 
de epitelização variável (0,2mm/dia no flanco e 0,09mm/dia em 
membros distais). O tecido epitelial é imatura e frágil. 
4. MATURAÇÃO: Maturação do tecido frágil epitelial. Redução de 
fibroblastos, substituição do colágeno III para o tipo I, onde tem a orientação 
das fibras de colágeno de acordo com as linhas de tensão ou linhas de 
Langer. 
A tensão da força tênsil original pode não voltar ao normal depois da cicatrização da 
ferida. 
LINHAS DE TENSÃO OU LANGER: São sentido no qual as fibras de colágeno se 
organizam. Ao ocorrer a ferida na cicatrização não possuem a orientação original e após 
algum tempo as fibras vão se reorganizando no sentido original e aumentam sua força e 
resistência. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO 
1. FERIDA LIMPA: Cirúrgica. 
2. FERIDA LIMPA – CONTAMINADA: até 6h 
3. FERIDA CONTAMINADA: 6-12h 
4. FERIDA SUJA CONTAMINADA: Acima de 12 HORAS 
 
FECHAMENTO DE FERIDAS: 
1. FECHAMENTO PRIMÁRIO: Em casos de feridas limpas ou limpa- 
contaminadas, consiste da aproximação das extremidades com fio de sutura. 
Absorvível multi (poliglecaprone 25) ou não absorvível (nylon). 
2. PRIMARIO RETARDADO: Em casos de feridas limpas contaminadas e 
contaminadas. Feito com sutura das extremidades da ferida em torno de 2-5 dias 
após a ocorrência da lesão, quando ainda não houve granulação. As feridas 
devem ser limpas anteriormente. 
3. FECHAMENTO SECUNDARIO: Em feridas contaminadas ou suja 
contaminada. Na sutura das extremidades da ferida após no mínimo 5 dias de 
ocorrência da lesão (com presença de tecido de granulação). 
4. SEGUNDA INTENÇÃO: consiste na cicatrização do leito da ferida em direção 
ao nível da pele, sem a utilização de suturas, realizandoreparo com a ferida 
aberta. Para feridas sujas infectadas com grandes perdas teciduais e presença de 
tecido necrótico. 
MANEJO DO PACIENTE COM FERIDAS 
 Deve-se proteger a ferida com compressa estéril em pronto atendimento, para 
evitar maiores contaminações ou traumas adicionais. Para conter hemorragias se utiliza 
piças hemostáticas (em caso de vasos pequenos) e a pressão com compressa estéril. 
Enquanto se contém a hemorragia é realizado o exame clínico (FR, FC, mucosas, etc.) e 
classificar quanto ao grau de contaminação. 
 Na manipulação da ferida, é recomendado sedar (não utilizar acepromazina), se 
for o caso administrar um analgésico ou anestesia local (bloqueio regional). Em casos 
extremos com feridas extensas e realizar anestesia geral. 
 Tricotomia ao redor da ferida (obrigatório), para isso deve-se proteger a ferida 
para não cair pelos no leito com gel hidrossolúvel, compressa ou gazes estéreis. 
Antissepsia da ferida se utiliza PVPI tópico ou clorexidine, nos bordos da ferida, 
devido à dor. Após tudo isso explorar a ferida observando a profundidade, 
comunicação com a cavidade, CE, fraturas, comunicação com a bainha tendínea, tendão 
e ligamento. 
 
 DEBRIDAMENTO 
1. CIRÚGICO: Procedimento e instrumental cirúrgicos, com curetas, bisturi e 
pinça dente de rato (estéreis). Sob anestesia. 
2. HIDRODINÂMICOS: Com utilização da pressão de jatos de líquidos para 
retirar debris. Excelente. NaCl 0,9%, RL, PVPI tópico a (0,1-0,01%), em uma 
seringa de 40ml + agulha/cateter 18G. Não se deve colocar a solução em tendão, 
bainha tendínea e capsula articular e articulações, pois são extremamente 
corrosivos para tecidos extremamente especializados, podendo causar tendinite 
química e assim utilizar NaCl puro. Pode se utilizar o WaterPik que auxilia na 
pressão do jato. 
3. ENZIMÁTICO: pouco utilizado em grandes animais. 
4. MECÂNICOS: com bandagens e retirada de debris. 
Pode se utilizar mais de um tipo de debridamento. 
TIPOS DE BANDAGENS 
 Composta por 3 camadas. Primaria (contato com a ferida), secundária 
(acolchoamento, absorve o exsudato) e terciária (manta ou liga de descanso que recobre 
a compressa + ataduras). 
ANTIMICROBIANOS: Depende da extensão da ferida (feridas pequenas não 
necessitam de ANTB), o envolvimento de cavidades, como tórax e abdômen, necessita 
de ANTB, envolvimento da articulação sinovial, bainha tendínea, tendões e ligamentos 
(estruturas nobres para a locomoção de equinos), mordedura de pequenos animais 
utiliza, imunossupressão e evidências de processo infecciosas. Deve-se realizar 
antibiograma e cultura, enquanto ao sair o resultado se utiliza antibiótico empírico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE FERIDAS 
CUTÂNEAS - CLÍNICA CIRÚRGICA DE GRANDES ANIMAIS 
 
SEQUESTRO ÓSSEO 
 Fragmento ósseo desvitalizado que se separa do osso sadio devido a um 
processo de necrose. 
ETIOLOGIA: Trauma, feridas perfurantes, contusões e FERIDAS LACERANTES*. 
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO: Primeiramente um trauma periosteal (decorrente 
da ferida) que leva a interrupção da drenagem de vasos do periósteo, diminuindo o fluxo 
arterial, levando a estase venosa local e trombose (disseminação de microtrombos) 
gerando uma isquemia cortical local. Na cortical existem os canais de Volkmman que 
nutrem o local se for obstruído o canal entra em hipóxia, pois tem ausência de nutrição 
adequada no osso, e isso faz com que necrose, esse fragmento de osso é desprendido do 
osso fixo saudável e o organismo irá tentar expulsar esse fragmento para o meio 
externo, surgindo fistulas com secreção. 
HISTÓRICO DO ANIMAL E SINAIS CLÍNICOS: Traumas passados, feridas, feridas 
crônicas que não cicatrizam, podendo haver ou não claudicação e depende da 
localização da ferida (abaixo de tarso e carpo é mais comum devido a pouca presença de 
tecido mole). 
DIAGNÓSTICO: Anamnese, sinais clínicos, exame radiográfico (só existem sinais 
radiográficos após 10-14 dias após a ferida). 
TRATAMENTO: Sequestrectomia consiste na remoção do fragmento ósseo com 
curetagem do tecido necrótico. Lavagem abundante da ferida (PVPI 00,1%) e utilização 
de bandagens diárias. 
GRANULAÇÃO EXUBERANTE 
 O tecido de granulação torna-se exuberante quando ultrapassa o nível da pele, 
impedindo a contração e epitelização da ferida. Grande parte dos casos ocorre em região 
distal dos membros (abaixo de carpo e tarso) sem etiologia esclarecida. Comum em 
equídeos. 
DIAGNÓSTICO: Apenas com o diagnóstico clínico, porém cuidado, sendo possível 
confundir com outras patologias (habronemose, carcinoma de células escamosas, pitiose 
e sarcoide). O ideal é biópsia + histopatológico. 
TRATAMENTO OU MANEJO: Tem objetivo de permitir a contração e epitelização, 
com a utilização de bandagens, imobilizando-o, corticosteroides (retarda a epitelização), 
agentes cáusticos (sulfato de Cu) para promover corrosão da granulação. 
Ressecção cirúrgica: Sedação pode não ser necessária devido a não existir 
enervação, pode ser feito xilazina 10% (tranquilizante pois o cavalo não deixa chegar 
perto). Realizando um garrote proximal a ferida para diminuir o sangramento durante. 
Ressecção ventro-dorsal (de baixo para cima) para melhor visualização das bordas da 
ferida. Bandagens compressivas estéreis durante 24h. Pode ser realizado mais de uma 
vez, sempre quando necessário. Após o procedimento o animal deve ser colocado em 
baia, sem necessidade da utilização de antibióticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LESÕES CUTÂNEAS GRANULOMATOSAS EM EQUÍDEOS 
SARCÓIDE 
 Neoplasia fibroblástica, cutânea e proliferativa, sendo a neoplasia mais comum 
em equinos (90%). Cerca de 1-11,5% dos equinos possuem sarcoide. Localmente é 
invasiva, apresenta grande taxa de recidiva pós-cirúrgica, porém, raramente produz 
metástase (muito raro a regressão espontânea). Com etiologia multifatorial. 
PATOGÊNESE: Alta relação com Papiloma vírus bovino 1 e 2 (BPV) (95% de 
semelhança entre os microrganismos). O DNA é muito encontrado na periferia da lesão, 
tendo que ser feito margem. Normalmente ocorrem em locais de pele mais fina e em 
locais previamente traumatizados. 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
 Verrucoso: aspecto de uma verruga. 
 Fibroblástico: Proliferativo e ulcerada, recoberto por pele e de consistência firme 
podendo ser imóveis e cesseis. 
 Oculta: forma mais branda e superficial, com alopecia, espessamento da 
epiderme, mudança na coloração e quantidade de pelo. 
 Mista: combinação entre as apresentações. 
 Maligna: onde se espalha pelo corpo todo. 
DIAGNÓSTICO: aparência clínica, biópsia com coleta de tecido (tendo que ter cuidado 
e realizando prognóstico, diagnóstico e tratamento com apenas uma amostra, pois pode 
acelerar a formação de novas feridas). Diferenciais (habronemose, CCEs, granulação 
exuberante e pitiose). 
TRATAMENTO: Apenas ressecção cirúrgica pode haver recidivas de até 80% mesmo 
com margem de segurança, e isolada apresenta baixa eficácia. A criocirurgia tem taxa 
de sucesso de 50-100% dependendo do tamanho da lesão, sendo o mais indicado, utiliza 
3 ciclos de congelamento (congela e descongela) com nitrogênio e o animal sedado. 
BCG para estimular o sistema imune, com dose inicial de 1ml/cm³ intralesional, realizar 
várias aplicações se necessário com intervalos de 2-3 semanas entre cada aplicação, 
deve-se tomar cuidado pois pode ocorrer reação anafilática. Antivirais (aciclovir). 
HABRONEMOSE 
Conhecido como úlcera do verão devido a maior quantidade de moscas (Habronema 
muscae, H. micróstoma e Draschia megastoma). Causam lesões ulcerativas 
proliferativas. Com formas cutânea, ocular e gástrica. 
 Na forma cutânea os locais de preferência em feridas pré-existentes, superfícies 
úmidas como pênis, prepúcio e conjuntiva ocular, causam granulação só que não 
exuberante. Migração aberrante das larvas,que habita o estômago do equino, os ovos 
são eliminados nas fezes e na sua fase de L1 são ingeridas pelas larvas dos dípteros 
(Musca domestica e Stomoxys calcitrans), vão se desenvolver até L3 e migrar para a 
cabeça do inseto e migra para a pele e tal é ingerida pelo equino (forma gástrica), a 
forma cutânea é a migração aberrante das larvas que produzem uma reação de 
hipersensibilidade. Devido a isso tem presença de prurido moderado a intenso, secreção 
sanguinolenta, e lesões oculares na conjuntiva ou ducto nasolacrimal. 
 Na forma ocular existe epífora, quemose, fotofobia e seu diagnóstico se da por 
aspecto clínico com grânulos amarelados, presença de larvas em raspado, e por biópsia 
com histopatológico. Mesmo diagnóstico diferencial que as demais. 
No tratamento o objetivo é diminuir a lesão, inflamação e evitar novas 
infestações com ivermectina sistêmica. O corticosteroide pode ser utilizado sistêmico ou 
intralesional com prednisona, prednisolona (1mg/kg/dia de 10-14 dias). A ressecção 
cirúrgica deve ser feita depois da diminuição da lesão, posteriormente tratado com 
bandagens diárias. 
CARCINO DAS CÉLULAS ESCAMOSAS (CCE) 
 Neoplasia das células epiteliais escamosas, de caráter maligno e localmente 
invasivo. Produz massas erosivas, eritematosas. Sendo a segunda neoplasia mais 
comum em equinos. Sua capacidade metástica é lenta e geralmente limitada a 
linfonodos regionais. Os locais de ocorrência são principalmente em áreas desprovidas 
de de pigmento, pouco pelo e junção entre pele e mucosa. Smegma (pênis e prepúcio), 
substâncias irritantes e exposição a radiação solar (Appalosa e Paint) são fatores 
predisponentes a CCE. 
 O diagnóstico é feito através do aspecto clínico (somente veterinários 
experientes), biópsia, aspirado por agulha fina para a realização de citologia. Seu 
tratamento consiste na ressecção cirúrgica, criocirurgia, quimioterapia (cisplatina, 5-
fluorouracil intralesional) e radioterapia. 
PITIOSE 
 Pythium insidiosum, pode atingir vários animais domésticos (bovinos é raro) 
incluindo o homem, zoonose. Forma cutânea (mais comum), vascular e intestinal. 
Caracteriza-se como lesão piogranulomatosa proliferativa, ulcerada, pruriginosa, de 
rápido crescimento com secreção piosanguinolenta. É um microrganismo termofílico 
(temperatura quente para se reproduzir) e aguas paradas. Reproduzem-se 
assexuadamente por zoósporos contidos em zoosporângios. 
 Presença de fístulas com secreção purulenta, o interior dos trajetos fistulosos se 
chamam “kankers” e possuem grande quantidade de granulação em trono da lesão 
(patologia). O diagnóstico é feito com histopatologia e o kankers pode ser isolado 
(cultura complicada), citologia e exame direto com KOH a 10%. Tratamento realizado 
com ressecção cirúrgica, imunoterapia (vacina – PitiumVac), Anfotericina B 
(nefrotóxica, sendo controlada a função renal), KI – iodeto de potássio (67mh/kg, VO, 
30 dias), casos não responsivos ao tratamento com lesões muito extensas deve ser 
realizado eutanásia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEFORMIDADES ANGULARES (DA) EM GRANDES ANIMAIS 
São desvios tanto na direção ao aspecto lateral, quanto medial, em relação ao 
eixo sagital dos membros (anteriores e/ou posteriores). E uma enfermidade que 
compreende do complexo DOD (doenças ortopédicas do desenvolvimento). Podendo se 
apresentar em associação de 
1. Valgus: desvio do eixo sagital para o aspecto 
medial. 
2. Varus: Desvio do eixo sagital para o aspecto 
lateral. 
Devem ser diferenciados para ser oficialmente 
diagnosticado, pois os tratamentos são diferentes. Devem ser observadas quais 
articulações foram acometidas. 
Na ocorrência clínica a forma mais comum de se encontrar em animais jovens é 
Valgus do Carpo, seguido por Varus de Metacarpo/metatarso falângico, Varus do carpo 
e Valgus do tarso (mais raro de acontecer). Atenção, pois alguns potros podem 
apresentar um grau leve de deformidade angular ao nascer e isso possui correção 
espontânea com o crescimento. 
ETIOLOGIA é multifatorial 
1. Congênitos: Flacidez articular 
(articulação instável que pode gerar 
uma DA), ossificação incompleta 
dos ossos do carpo (2,3 e 4º ossos 
do carpo e ulnar, intermédio e 
radial do carpo, além do acessório) 
e mau posicionamento intrauterino. 
Podem ser mais de um fator que se 
juntam e desenvolvem a DA. 
2. Adquiridos: Desequilíbrio 
nutricional (ração excessiva ou 
escassa leva a um assincrônico do 
osso que levam a DA), sobrecarga 
do membro (por feridas que levam 
a não utilizar o membro 
adequadamente e sobrecarregar o 
outro levam a ângulos laterais e 
mediais) e fratura em Disco Metafisário de Crescimento (DMC, é onde o osso 
cresce). 
DIAGNÓSTICO: Anamnese e exame físico apurado, inspeção e palpação articular 
(flacidez), Exame radiográfico com traçado geométrico descobre-se o tipo de ângulo 
que está presente e o grau da alteração. O ideal é que se posicione de frente ao animal. 
Se conseguir ajeitar o angula com a mão o prognóstico é bom. No RX é possível 
observar o disco de maneira assincrônica, ossificação incompleta (falta osso). Deve ser 
traçado para descobrir o ponto pivô, ou seja, qual osso está gerando o problema para 
poder intervir e tratar. Após isso descobrir o ângulo de desvio que é formado na 
intersecção das duas linhas do ponto pivô, é fundamental para classificar entre leve (-
5º), moderada (5-15º) e acentuada (15-30º). 
TRATAMENTO: É conservativo em casos de ossificação incompleta (com ou sem 
DA), em casos leves e em flacidez Peri-articular, colocando em repouso em baia com a 
mãe e monitoramento radiográfico a cada duas semanas. O repouso ocorre de 4-6 
semanas em constante monitoramento. Realizar uma imobilização externa com cabo de 
PVC, sendo que a extremidade proximal da tala se inicia acima da articulação afetada e 
termine antes do boleto. Deve-se também realizar um casqueamento corretivo e 
ferradura adequada para o tipo de ângulo, equilibrando-o. 
 Em casos refratários ao tratamento conservativo, DA moderada ou acentuada se 
utiliza o tratamento cirúrgico. Que existem dois tipos de tratamento cirúrgico. Sendo a 
aceleração do crescimento ósseo onde acelera o aspecto que não cresceu, e se o 
aspecto estiver crescendo demais se utiliza o retardo do crescimento ósseo. 
1. Aceleração do crescimento ósseo: Periosteotomia hemicircunferencial causa a 
aceleração do crescimento, se faz incisando o periósteo em forma de T, abre e 
rebate o periósteo. Ela não causa correção posterior (supercorreção) e pode ser 
repetida após dois meses caso ainda haja deformidade. A perioteotomia só pode 
ser realizada em animais até cinco meses de idade (DA carpo/tarso) e em 2 
meses (DA Mc/Mt- falângica). 
2. Retardo do crescimento ósseo: Podem ser utilizadas as técnicas de Cerclagem 
transfisária, Colocação de parafuso transfiseal e Oesteotomia/ostectomia. 
a. Cerclagem transfisária: Implantação de implantes metálicos, que após 
a correção são retirados (se não ocorre supercorreção), possuem chance 
de infecção durante o implante e a retirada. Com a idade limite até 14 
meses, porem sendo ideal aos nove meses em carpo e tarso, e Mc/Mt- 
falângica até 4 meses. 
b. Parafuso transfiseal: Coloca-se um único parafuso na fise, onde se deve 
retirar após a correção, pois o parafuso impede seu crescimento e permite que 
equilibre os lados, porem ao realizar isso se deve ter monitoração radiográfica 
para acompanhar e realizar a retirada assim que estiver corrigido. 
 
 
 
 
 
ENFERMIDADES TENDÍNEAS E LIGAMENTARES EM 
GRANDES ANIMAIS 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS TENDÕES E LIGAMENTOS 
FUNÇÃO: Ligar o músculo ao osso (tendão). Dar estabilidade a estruturas articulares e 
osso, liga osso ao osso (ligamentos). Existem tendões e ligamentos em todo o corpo do 
animal nos equinos e os principais são os do aparelho locomotor (flexores e extensores). 
Essesdois grupos de tendões (flexores na face dorsal e extensor na face palmal). 
Durante a flexão ocorre à contração dos músculos ocorre à transferência do trabalho 
muscular para os tendões e consequentemente, devido à inserção tendínea nos ossos, dá-
se a movimentação do membro. Durante a extensão ocorre a contração dos músculos 
extensores, transferência do trabalho muscular para os tendões. Armazenam energia 
cinética, servindo de mola. Que ao depositar o peso ela se compacta e ao retirar o peso 
se estica. 
PRINCIPAIS TENDÕES E LIGAMENTO DA FACE FLEXORA 
1. Ligamento carpiano acessório superior (LCAS) – se insere no TFDS, impede à 
distensão e o tensionamento excessivo do TFDS, se romper pode desenvolver 
tendinite. É chamado de frenador, pois freia a distensão. 
2. Tendão flexor digital superficial (TFDS) – se insere na borda distal da primeira 
falange e borda proximal da segunda falange. Interfere no tratamento. 
3. Ligamento carpiano acessório inferior (LCAI) – função de limitar a distensão do 
TFDG sai do terço proximal do metacarpo e se insere no TFDP. E limita a 
distensão do TFDP. Encontra-se em terço proximal do osso metacarpiano e se 
insere no TFDP. 
4. Tendão flexor digital profundo (TFDP) – Mais profundo em relação ao 
superficial se inserindo na borda sublunar da terceira falange que possui o LCAI 
5. Ligamento suspensor do boleto (LSB) – é um músculo interósseo, porem o PSI 
possui uma grande quantidade de fibra. Origina-se na fileira distal dos ossos do 
carpo e o aspecto proximal do metacarpo metatarso e se insere nos sesamóides 
proximais no aspecto abaxial. Ajuda a dar estabilidade ao boleto. 
BAINHA TENDÍNEA: envolvem os tendões flexores, sua função, pela produção do 
líquido parecido com o sinovial, protegem e nutrem os tendões. A bainha tendínea dos 
tendões flexores são as que causam mais problemas, ela se estende desde o terço distal 
do metacarpo/metatarso e vai até a articulação falângica distal. 
TENDÕES EXTENSORES: Extensor digital comum (membros torácicos), longo 
(membros pélvicos) e lateral (função de estender e abduzir). 
 
 
 
DEFORMIDADES FLEXORAS 
CONCEITO: É uma condição clínica caracterizada pelo permanente estado de flexão 
de uma ou mais articulações. Juntamente com outras enfermidades as DF se enquadram 
no complexo – Doenças Ortopédicas do Desenvolvimento (DOD). 
1. Congênitas: Carpo, matecarpo/metatarso falângica, interfalângica distal e tarso. 
2. Adquiridas: Matecarpo/metatarso falângica, interfalângica distal e carpo. 
ETIOLOGIA: É multifatorial, ou seja, devem ter vários fatores concomitantes para que 
se desenvolva a doença. 
1. Congênitas: Predisposição genética (rápido crescimento do animal, mais altos), 
fatores tóxicos (ingestão de plantas, Capim Sudão e Locoweed) e 
posicionamento intrauterino (antigamente era muito considerado e hoje em dia 
não é considerado mais). Sempre que um animal possui má formação, elas 
podem vir acompanhadas de outras más formações (fissura palatina, atresia anal, 
etc.). 
2. Adquiridos: Ingestão excessiva de concentrado + predisposição genética (rápido 
crescimento), Traumas (causam dor que poupam o membro, posição antiálgica, 
e causam DF) ou desequilíbrio nutricional (causam osteocondrose que causam 
dor e poupar o membro na posição antiálgica, e desenvolver DF). 
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO: Desequilíbrio na taxa de crescimento entra a 
unidade Músculo tendínea quando 
comparada ao Osso. Isso ocorre devido 
ao osso crescer mais que a unidade 
flexora (músculo), se estendendo mais 
do que devia. 
SINAIS CLÍNICOS: Articulação do 
carpo, metacarpo/metatarso falângica. 
Na articulação interfalângica distal 
deve-se classificar em grau. Sendo grau 
I (quando a muralha dorsal do casco e o solo formam um ângulo igual ou menor que 
90°) e Grau II (Quando o ângulo é maior que 90°). 
DIAGNÓSTICO: Através dos sinais clínicos, exame físico com inspeção (ângulo) e 
palpação (devido aos tendões envolvidos que são denominados com a palpação). 
Exames radiográficos. Deve sempre classificar de acordo com a articulação. 
TRATAMENTO (congênitas): Oxitetraciclina, utilizados quando as articulações do 
carpo, boleto e interfalângica distal estão acometidos. Dose de 2-4g diluída em 250-500 
ml de NaCl 0,9%, IV, repetir se necessário até 2x com 24-48h de intervalo. Seu 
mecanismo de ação se dá pela diminuição da qualidade e quantidade de fibras 
colágenas. Correção nutricional e ferrageamento corretivo, indicado na articulação 
interfalângica distal (grau I) e ferradura com extensão da pinça. A bandagem + tala de 
PVC, são utilizadas com lesão localizada no carpo e boleto. Nas deformidades do carpo 
se exclui o casco e boleto. Deve ser realizada a fisioterapia (carpo, metacarpo/metatarso, 
interfalângica distal) através da extensão passiva forçada. 
TRATAMENTO (adquiridas): Correção nutricional, fisioterapia, casqueamento 
corretivo, ferrageamento corretivo. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: Articulação interfalângica distal pela Desmotomia 
LCI ou Tenotomia do TFDP. A desmotomia é utilizada em quadros mais leves e a 
tenotomia. Na articulação interfalângica distal, se o casco ate até 90° se utiliza o 
tratamento não cirúrgico, quando é maior que 90-115°, pode ser utilizada a ICLD e 
posteriormente pode ser necessário a DDFT, em graus maiores que 115° se utiliza 
DDTF. A tenotomia pode ser utilizada em dois lugares diferentes, porem com a mesma 
técnica, no terço médio do osso terceiro metacarpiano (isola o tendão e incisa) e no 
aspecto palmar/plantar da primeira falange. Pode levar a complicações como a 
subluxação da articulação interfalângica distal. 
 Na articulação metatarso/metacarpo falângica ou boleto tem o TFDS com 
problema e isso se resolve com a incisão (desmotomia) do Check superior (LCS), 
inferior (LCI) e tenotomia do TFDS. A desmotomia é realizada quando a angulação no 
mt/mc falângica é menor que 180°, tanto LCI e LCS, com prognóstico bom. A 
angulação próxima a 180° usa-se desmotomia associado com bandagem. No ângulo 
maior que 180° se utiliza com tenotomia associada a bandagem. 
 Na articulação do carpo em casos refratário ao tratamento médico, tem as opções 
dentro da tenotomia no tendão flexor ulnar do carpo, tendão ulnar lateral (extensor ulnar 
do carpo), com prognóstico reservado a ruim. 
 Quando se realiza tratamento cirúrgico deve-se sempre avaliar a flexibilidade 
dos tecidos moles adjacentes, tendo que elevar os talões e ir abaixando aos poucos, isso 
também serve para evitar a subluxação da articulação interfalângica distal. 
EM BOVINOS E PEQUENOS RUMINANTES. 
 Deve-se inspecionar o animal, procurando outras anomalias, identificar as 
articulações acometidas, palpar os tendões flexores (tensão das estruturas) e estabelecer 
um tratamento. Todas as fases têm os mesmo princípios que os equinos. Em casos leves 
se utiliza oxitetraciclina, correção nutricional (concentrado), casqueamento e 
ferrageamento corretivo (com extensão na pinça), fisioterapia e bandagem. Em casos 
não responsivos ou em deformidades severas, o tratamento cirúrgico entra diretamente 
na tenotomia. 
O prognóstico quando se utiliza desmotomias é bom, tenotomias é reservado e 
em deformidades do casco severas é mal. 
 
FLACIDEZ TENDÍNEA - 
CLÍNICA CIRÚRGICA DE 
GRANDES ANIMAIS 
 
Doença de potro neonato, 
acometendo os tendões flexores, 
comum em animais prematuros e 
dismaturos. Maior ocorrência em 
membros posteriores, porem podem 
acometer todos. Os sinais clínicos incluem a hiperextensão metacarpo/metatarso 
falângica, apoio dos bulbos dos talões, elevação da pinça, ferimentos em região da 
quartela e subluxação da AID, pode formar ulceras devido ao contato da quartela e 
boleto com o chão. Deve-se realizar uma proteção (não é bandagem) na quartela e 
boleto, sem imobilização do membro. O tratamento em casos leves é feito com o animal 
na baia (com a mãe) que acontece uma correção espontânea. Em casos graveso 
casqueamento + ferrageamento corretivo, se possível realizar a natação do animal para o 
fortalecimento muscular, administram-se AINE’s (fenilbutazona 1,1mg/kg SID, IV de 
4-5 dias ou Flunixina meglumina 0,5mg/kg BID por 5 dias). Não se deve utilizar 
bandagem para não deixar mais relaxada ainda. Prognóstico em geral é bom (sem 
úlceras). 
LACERAÇÕES TENDÍNEAS FLEXORAS 
ETIOLOGIA: Por traumas agudos (maquinário agrícola, pedaços de vidros, arame 
liso), interferência (quando um casco toca no outro durante galope). As lacerações 
podem ser parciais (25%, 50%) ou totais (100%), devem-se tomar cuidado para que 
lacerações parciais não se tornem totais. 
 As regiões mais comuns de lacerações, em membros anteriores, nos extensores 
são mais acometidas acima da articulação metacarpo falângica (3) e articulação do 
carpo (4), e nos flexores são no terço médio do osso metacarpiano (6). Nos membros 
pélvicos são na articulação metatarso falângica (2) e no terço final do metatarso (5). 
SINAIS CLÍNICOS: quando um cavalo rompe o TFDS, TFDP e LSB, possuem sinais 
característicos. Se tiver ruptura somente no TFDS ele não terá sinal clinica se a ruptura 
não for completa, assim como TFDP e LSB. 
a. TFDS: Por este tendão se inserir na na extremidade distal da primeira falange 
proximal da segunda falange, o SC é o deslocamento da articulação metacarpo/ 
metatarso falângica no sentido distal (para baixo). 
b. TFDP: Se tiver a ruptura total do TFDP associado a TFDS, teriamos, além do 
deslocamento distal da artic. MT/MC falângica, a elevação da pinça, devido a 
instabilidade que se tem articulação interfalângica distal após o rompimento 
elevando a pinça (TFDP se insere na borda semilunar da terceira falange). 
c. LSB: Asoociando as três rusputas completas se tem o deslocamento da 
articulação MT/MC falângica fazendo com que essa porção toque o chão, 
perdendo a capacidade de amortecer o passo (sustentação do membro). 
 
 
DIAGNÓSTICO: Inspeção (SC), palpação (pois identifica se o tendão está rompido 
por completo ou parcialmente) e RX (traumas, sequestro ósseo após 10-15 dias 
dependendo da intensidade do trauma). 
TRATAMENTO: Primeira conduta é a bandagem + imobilização externa é essencial 
(para evitar que lacerações parciais evoluam para totais), tala de PVC, gesso sintético ou 
Kimsey Split (faz o animal pisar em pinça e assim não forçar os tendões flexores). 
Associado ao tratamento se utilizam AINE’s, antimicrobiano de amplo espectro, soro 
antitetânico, internações (não consegue cuidar de lacerações tendíneas a campo), referir 
o caso para centro de referências (cirurgia tenorrafia). No hospital veterinário faz-se 
anestesia geral, realiza-se o debridamento cirúrgico da ferida, tenorrafia (sutura de 
tecido tendíneo) e imobilização externa. Sutura do tendão com fio inabsorvível 
sintético. 
 No tratamento pós-operatório deve ser feito a imobilização externo com gesso, 
sendo complicadíssimo podendo gerar escaras por compressão, durante o período de 2-4 
meses no mínimo. Após o gesso o membro deve receber ferradura com talão elevado, 
gradualmente diminuído durante o tempo, fisioterapia para o processo de reabilitação 
muscular durante seis meses a um ano (grau de acometimento), bandagens e 
caminhadas gradativas. 
PROGNÓSTICO: Em relação à atividade atlética é reservado a mal. Depende de quais 
tendões estão envolvidos, quando os três estão envolvidos é sugerido eutanásia. O grau 
de contaminação influência no prognóstico, se caso envolve a bainha tendínea o 
prognóstico piora consideravelmente e se é um animal atleta, corre o risco de nunca 
mais voltar a competir. 
TFDS LSB TFDP 
LACERAÇÕES TENDÍNEAS EXTENSORES 
SINAIS CLÍNICOS: Claudicação, emboletamento e formação de pêndulo. 
DIAGNÓSTICO: Mesmos procedimentos que os flexores. Sequestro ósseo e arpejo 
(membro posterior, sendo uma aderência e cicatrização da musculatura, apresentando 
movimentos característicos) como complicações. 
PROGNÓSTICO: Bom, 70-80% voltam às atividades atléticas. 
 
RUPTURA DO TENDÃO FIBULAR TERCEIRO (Peroneus tertius) 
 Sendo sua principal etiologia (causa) o trauma, não precisando 
ser uma batida forte. Esse tendão é localizado no membro posterior, 
entre a articulação femero-tibio-patelar e articulação do tarso, com a 
função (não é extensor e nem flexor) é um componente do aparato 
recíproco, que é o desenvolvimento da espécie de travar os membros 
posteriores que anulam as forças e não contraem o músculo, e esses 
músculos são o aparato recíproco. O Peroneus tertius é importante, pois 
tem uma função estática, que promove estabilidade, e permite que o 
animal fique parado sem realizar trabalho muscular. 
SIAIS CLÍNICOS: É patognomônico, onde o animal precisa estender a articulação do 
tarso e flexionar a articulação femero-tibial ao mesmo tempo. 
MIOPATIA FIBRÓTICA ou MIOPATIA OSSIFICANTE 
 É definido como claudicação dos membros posteriores, caracterizada pelo 
encurtamento da fase cranial do passo associada a um movimento abrupto no sentido 
caudal, durante a fase caudal do membro acometido. 
ETIOLOGIA: Trauma aos músculos Semitendinoso (verde), Semimembranoso 
(azul) e Grácil (vermelho). A doença se da pela lesão de um dos músculos ou os três 
concomitantemente, sendo o mais acometido o Semitendinoso, seguido de 
semimembranoso e menos acometido o grácil. 
 O trauma comum é o aprisionamento do membro posterior, acidentalmente no 
cabresco, processo inflamatórios e/ou sépticos (reutilização de agulhas sem antissepsia) 
FISIOPATOLOGIA: É meramente uma hipótese em que a inflamação decorrente ou 
não de processos sépticos com consequente fibrose e aderência das fibras musculares 
entre semitendinoso, semimembrano e grácil. 
SINAIS CLÍNICOS: Encurtamento da fase cranial do passo, movimento da fase 
caudal abrupto durante a fase caudal, alterações mais evidentes ao passo, intensidade 
dos sinais variam com o grau de acometimento, pode haver espessamento da porção 
muscular afetada (pode se mostrar aumento de volume e consistência mais firme) e os 
sinais clínicos podem desaparecer até meses após o trauma. 
DIAGNÓSTICO: É clínico com a avaliação da locomoção, onde se encontram 
alterações compatíveis com a enfermidade e US demonstra hiperecogenicidade em 
região de fibrose. 
TRATAMENTO: É cirúrgico, porém é inconsistente. Pode ser por Miotomia (incisão 
muscular), Miotenectomia (retira parte de músculo e tendão) ou tenotomia (incisa o 
tendão) do Semitendinoso. Muitas vezes o animal é aposentado de atividades atléticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TENDINITE DESMITES - CLÍNICA CIRÚRGICA DE GRANDES 
ANIMAIS 
 
 É uma inflamação no 
tendão e ligamentos, no tendão de 
animais domésticos possuem 
características com subdivisões 
que se iniciam na parte maior 
(paratendão) e vai sendo divididos 
até chegar às fibras colágenas. 
Sendo o tenócito responsável por 
secretar matrizes extracelulares e fibras elásticas (unidade funcional). 
A grande diferença entre tendão e ligamento seria a capacidade de distensão e 
absorção de energia. A composição de um tendão é por tenócitos, fibras colágenas 
(30%, tipo I), proteoglicanas (proteínas ligadas as 
subunidades), fibras clásticas, fibronectina e água 
(60%). Em microscopia, o tendão possui padrão 
“ondulado”, pois isso permite a distensão 
(tensionados e esticados). A irrigação sanguínea 
no tendão ocorre de duas maneiras, por difusão 
ou chegada direta do sangue. Na bainha tendínea 
(tecidos diferenciados que recobrem os tendões e 
produzem um liquido parecido com o liquido 
sinovial que possuem proteínas e nutrientes) esse 
líquido que existe na bainha promovem a 
irrigação para os tendões em que estão em 
contato (recobertos) e os locais que não possuem bainha são feito por sangue direto, 
porem isso pode não ser o suficiente para os tendões (chegada direta). Os retinaculos, 
estruturas que se localizam nasarticulações e promove junto à bainha tendínea, a 
imobilização dos tendões (prende), geralmente presente em locais de grande atrito e 
mobilização. 
 Existe um limiar de até que ponto o tendão equino consegue se distender cada 
tendão, individualmente, tem sua porcentagem de distensão, se ultrapassado pode 
acontecer micro lesões/macro lesões sem rompimento ou com rompimento (pode 
depende da raça). Se caso o cavalo é exposto ao esforço em treinos, mesmo sem dor, 
ainda pode ter causado lesões que não doem, pois no descanso são cicatrizadas, porém 
quando são exigidas a todo tempo estão sempre dispostos a desenvolver problemas 
tendineos. Na distensão o tendão armazena energia cinética (efeito mola), porém não 
utiliza toda a energia para impulsionar o animal, pouco da energia é dissipada em forma 
de calor, ou seja, ao esticar e voltar o tendão gera calor, que a temperatura pode chegar 
até 45°, essa temperatura que é gerada pelo metabolismo celular que possuem grande 
potencial de causar lesões tendíneas e ligamentares. 
 A tendinite (inflamação no tendão), tenossinovite/tenovaginite (inflamação na 
bainha tendínea de maneira isolada), tendossinovite (inflamação de bainha + tendão) e 
desmite (inflamação do ligamento). 
 É de extrema importância clínica, representando em torno de 10% das lesões em 
cavalos de corrida, com incidências maiores em membros anteriores, sendo o TFDS 
mais acometido que o TFDP. No tendão, TFDS, o local mais acometido é no terço 
médio do osso terceiro metacarpiano, no TFDP, articulação metacarpo-falângica e no 
LSB, na origem, terço médio e nos ramos. 
 
TENDINITES 
 Sua etiologia é devido a 
excesso de trabalho, com 
episódios repetidos que causam 
micro lesões sem descanso, que 
se tornam lesões maiores, pode 
ocorrer com um único episódio 
e gerar uma lesão agressiva e 
também ser por carga excessiva, 
como cavalos de salto 
aterrissando com 1 ou 2 membros e com o cavaleiro em cima. 
FISIOPATOLONIA: Da distensão excessiva causa rompimentos de fibras tendíneas e 
gera edema e hemorragia com processo inflamatório (necessário para que reestabeleça a 
fisiologia e o padrão das fibras), porém o problema é quando ocorre uma reação 
inflamatória exagerada e o tecido é substituído com tecido fibrótico (cicatriz). 
SINAIS CLÍNICOS: Claudicação, processo inflamatório (dor, rubor, calor, edema e 
perda de função). 
DIAGNÓSTICO: Exame físico e clinico com exames ultrassonográficos (ajuda a 
auxiliar o fechamento de diagnóstico). O US revela, durante a fase aguda, a “Core 
lesion” que se mostram hipoecogênica (acúmulo de líquido), em fases crônica, há 
presença de fibrose e a imagem se caracteriza hiperecogênica. 
TRATAMENTO: Durante a fase aguda (primeiras 48h), realizar Crioterapia por 20’ de 
3-4X ao dia, por dois dias. DAINE’s (cuidados com gastrites e IRC), Antiflogístico 
tópico (diminui os sinais da inflamação sem atuar na cascata do ácido aracdônico, ou 
seja, sem atuar no processo inflamatório em si), fisioterapia, repouso e 
descontinuidade de exercício em último caso a cirurgia (desmotomia LCS, 
“splitting”). PRP (Plasma Rico em Plaquetas), IRAP (antagonista do receptor da 
Proteína interleucina-1) e Células tronco (Stem-cells). 
Principais complicações incluem as recidivas, frequentemente causada pelo retorno 
precoce aos treinos, a região lesionada é mais fraca e por isso deve ser deixado 
resistente, as aderências localizadas nos tendões. 
 O prognóstico varia em função do tipo e severidade da lesão (leve ou 
grave), do plano terapêutico e resposta ao tratamento (deve ser respeitado) e a atividade 
realizada (esporte, passeios, etc.). 
 
ENFERMIDADES ARTICULARES EM EQUINOS 
Tipos de articulações: 
1. Articulações que não apresentam movimento: Suturas-escamosas (entre o osso 
parietal e temporal), Sinartroses, fibrosas. Articulações com pouca amplitude 
de movimentos: Sínfise – Sínfise pélvica, chamadas de Anfiartorses, 
cartilaginosas. 
2. Articulações com ampla movimentação: Articulações sinoviais – do carpo, tarso, 
etc. Diartroses. Sendo ela que apresenta maiores enfermidades devido a grande 
movimentação. 
a. Composição da articulação sinovial: Ligamentos Peri – articulares 
colaterais (servem para proporcionar estabilidade da articulação), 
Cavidade articular (é preenchido com liquido sinovial), Cartilagem 
sinovial (recobre os ossos), Cápsula articular (envolve 360° recobrindo 
toda a articulação), Membrana sinovial (interna a cápsula articular, 
produz liquido sinovial), Periósteo (parte mais fina e externa do osso) e 
osso Subcondral (osso abaixo da articulação). 
b. Composição da cartilagem articular: Composto de células e matriz 
extra celular. Os elementos celulares envolvem os condrócitos 
(fibroblastos modificados) correspondendo 1-12% das células. Já Matriz 
extracelular é composta pelas fibras colágenas (80-90% tipo II) e das 
proteoglicanas (vários tipos). Sendo essa articulação a Hialina 
(cartilagem hialina). 
c. A parte mais superficial da superfície articular é chamada de zona 
tangencial, pois possuem condrócitos dispostos na horizontal, abaulados. 
A zona intermediária os condrócitos se encontram mais distanciados e 
em menor quantidade com uma característica arredondada. Após essas 
duas se encontram a zona radial e zona calcificada. Ou seja, à medida 
que vai se direcionando ao osso subcondral, existe uma calcificação 
aonde vai se transformando em osso, e essa disposição dos condrócitos 
associados à disposição das fibras colágenas, faz com que a proximidade 
do osso possua menor capacidade de reter impacto. 
d. PROTEOGLICANAS: Possui uma proteína central e várias 
glicosaminoglicanas, sendo as mais comuns Condroitina4 (sulfato), 
Condroitina6 (sulfato) e Sulfato de queratina. Essa queratina se liga ao 
ácido hialurônico (Hialuronan). Ficam aderidas as fibras colágenas tipo 
II, sendo produzidos pelos condrócitos. É nutrida pelo processo de 
diapedese. A membrana sinovial recobre a face interna e é responsável 
pela produção do líquido sinovial, possui dois tipos celulares, o 
sinoviócito tipo I (responsáveis ela defesa) e sinoviócito tipo II 
(responsáveis pela produção do líquido sinovial). A membrana sinovial é 
rica em vasos sanguíneos e por diapedese (transporte passivo) os 
nutrientes, proteínas etc. Vazam dos vasos da membrana sinovial para o 
espaço articular. 
e. A cartilagem articular não possui nervos, sendo o osso subcondral e 
cápsula articular os sensíveis a dor. 
 
 
 
 
 
 
ARTRITES - CLÍNICA CIRÚRGICA DE GRANDES ANIMAIS 
Artrite traumática: Batidas suscetivas na articulação, treinos pesados e seguidos, etc. 
Sinovite e Capsulite; Luxação/Subluxação; Entorse; Fraturas intra-articulares; 
enfermidades do menisco. 
DAD (Osteoartrite, Doença Articular Degenerativa): Pode ocorrer em animais 
idosos que foram expostos a muitos treinos e animais adultos jovens devido a uma 
sequela de outras enfermidades. A DAD precisam possuir alterações radiográficas para 
sua confirmação, como por exemplo: Diminuição do espaço articular, presença de 
proliferações ósseas periarticulares, diminuição de mobilidade, alterações do liquido 
sinovial (características). 
 Artrite séptica: Processo infeccioso. 
SINOVITE/CAPSULITE 
 Acomete animais que são muito exigidos, alta performance com várias 
motilidades, pois respondem ao treinamento. Envolvem as articulações do carpo mc/mt-
falângica (principais, porém podem acometer outras). Traumas constantes e agudos, 
animais jovens e quando associado com aprumos incorretos o risco de desenvolver é 
ainda maior. Encontra-se uma compressão vertical, principalmente do aspecto dorsal da 
articulação do carpo. Os aprumos incorretos permitem que quando o animal se 
encontra em repouso (estação) já há uma força não fisiológica atuando na articulação, 
sendo o normal não existir força atuando no animal em repouso. 
 FISIOPATOLOGIA: Traumas repetidos associadosà hiperextensão de carpo e mc/mt 
falângica fazem uma compressão constante e causam sinovite e capsulite. Essa 
inflamação leva ao aumento da produção do líquido sinovial (aumento da 
permeabilidade da membrana) que aumentam também a quantidade de proteínas e 
aumento da produção do líquido (perdendo sua viscosidade). Grandes quantidades de 
liberação de enzimas que provocam desequilíbrio e causam a destruição da cartilagem 
(DAD). Isso gera uma instabilidade e como mecanismo o corpo começa a produzir osso 
na inserção/origem da cápsula articular (podendo ocorrer também em inserção/origem 
de ligamentos e tendões), esse osso produzido se chama de entesófitos, sendo 
proliferações ósseas nestes locais específicos. 
SINAIS CLÍNICOS: Aguda - Claudicação evidente com diminuição da fase cranial 
do passo, distensão articular flutuante (toda a articulação), o animal permanece com o 
carpo levemente flexionado quando em repouso (quando for o carpo acometido). 
Crônica - Claudicação não evidente descoberto nas provas de flexão e após realização 
de exercício, distensão articular manos intensa com consistência fibrosa e pode haver 
sinais radiográficos de alterações ósseas com presença de exostoses (palpação). 
Alterações radiográficas: Diminuição do espaço interfalângica, exostose, esclerose 
óssea do osso hipocondral e proliferação óssea (entesófito). 
DIAGNÓSTICO: Com base nos sinais clínicos e nos exames radiográficos. Análise do 
líquido sinovial (artrocentese) é necessário diferenciar de fraturas intra-articulares. 
TRATAMENTO: O objetivo é retornar a sua fisiologia articular o mais cedo possível, 
antigamente se deixava o animal em repouso absoluto, porém acabava com o 
fibrosamento da articulação. Nos dias atuais sabe-se que o animal deve realizar 
movimentos e caminhadas leves para o fibrosamento não se instalar. Tratamento para a 
diminuição de dor e processo inflamatório (eliminar substâncias e mediadores 
inflamatórios na cavidade sinovial). 
 Repouso de 30-60 dias com caminhadas leves; Primeiras 48h realizar 
crioterapia; Após 48h realizar terapia com calor, termoterapia; Ideal a realização de 
natação sendo excelente para tratamento de articulações; DMSO tópico, tendo cuidado 
com a utilização de luvas. Realizar a lavagem articular sem a necessidade de antibiótico, 
aplicação de corticoide associado a ácido hialurônico IA e DAINE’s (fenilbutazona e 
flunixina meglumina). 
 Corticoide (metilprednisolona, 40mg/ml), deve realizar de 2-3 ml por articulação 
com um tempo de ação aproximado de 1 mês. O Ácido Hialurônico é realizado em 
40mg IV ou IA, totalizando a dose total, independentemente do peso do animal. 
Glicosaminoglicanas polissulfatadas na dose de 500mg IM. Se caso não for realizado o 
corticoide IA, utilizar o ác. Hialurônico IV para evitar os riscos de contaminação e 
artrite séptica. Em articulação mc/mt falângica pode ser realizado a bandagem para 
apoio/sustentação tem efeito positivo na recuperação. 
 
LUXAÇÃO E SUBLUXAÇÃO - ENTORSE 
 A Entorse é definida como a perda temporária, repentina do contato entre as 
superfícies articulares, dificilmente com lesões de rompimento e prolongadas. Já a 
luxação é uma perda permanente de contato total entre as superfícies articulares 
enquanto a subluxação é a perda permanente de contato parcial entre superfícies 
articulares. 
ENTORSE 
 Teoricamente pode acometer qualquer articulação, mas as principais são a 
Mt/Mc falângica e interfalângica proximal. Geralmente os animais que permanecem ou 
se exercitam em terrenos muito irregulares e ocorrem acidentes. Os sinais clínicos 
envolvem um início súbito com claudicação, que depende da intensidade do trauma, e 
pode ter efusão articular e sinais inflamatórios. Diagnóstico baseado na anamnese e nos 
sinais clínicos com auxilio de exame radiográfico, que deve ser feitos em posição 
anatômica e flexionada, o US demonstra se há efusão articular e hemartrose 
(celularidade), também proporciona o grau de lesão da lesão dos tecidos periarticulares 
(ligamentos, tendões e cápsula sinovial). O tratamento da entorse é realizado com 
crioterapia (48h), imobilização com bandagem, DAINE’s (fenilbutazona ou flunixina 
meglubina) e repouso. 
LUXAÇÃO/SUBLUXAÇÃO 
 Assim como a entorse, qualquer articulação pode sofrer com a luxação e 
subluxação porem as mais acometidas são: 
a. Interfalângica proximal: Pode ocorrer decorrente de fratura da 2ª falange, onde 
há perda da estabilidade articular e pode ocorrer a ruptura total ou parcial das 
estruturas periarticulares. O mais comum é uma luxação/subluxação dorsal ou 
palmar/plantar, medial (lateral é raro) e com a etiologia de trauma. Seu 
tratamento de envolve a imobilização da articulação acometida com a técnica de 
Artrodese da articulação IFP, sendo indolor. 
b. Mc/Mt falângica: Frequentemente ocorre medial, lateral palmar/plantar e dorsal, 
sendo o mais comum a causa por trauma. Seu principal sinal clínico é a falta de 
alinhamento da articulação no plano sagital, com efusão articular e pode ter 
presença de dor e claudicação em variados graus. Diagnóstico radiográfico, onde 
é descartado fraturas, pois em potros é importante a fratura da DMC, e palpação. 
O Raio-X deve ser feito em dois planos diferentes. Seu tratamento deve ser 
drenado se houver hematomas, redução da luxação e imobilização com gesso 
por seis semanas. 
c. Outras articulações que podem ser afetadas: Articulações do tarso; Femorotibial 
e Coxofemoral. 
 
ARTRITE SÉPTICA 
 Consequências desastrosas, em ovinos e caprinos com o tratamento um pouco 
mais simples e pode não perder o animal, em bovinos e equinos é complicado com até 
mesmo descarte do animal, mesmo após a resolução do problema o processo 
degenerativo da articulação continua, impossibilitando o animal de realizar as 
atividades. É definido como um processo infeccioso/séptico em uma articulação. 
 Acontece com uma infecção por um microrganismo, sendo que o mesmo pode 
ter um desenvolvimento (chegada) por três vias: 
1. Via hematógena: mais comuns em potros, bezerros, cordeiros, etc. Chega à 
articulação pelo sangue. Os animais jovens desenvolvem processos infecciosos 
em locais distantes, em casos de onfalite (e estruturas anexas), pneumonia, 
enterite. Por uma pré-disposição, nos animais jovens, os microrganismos 
alcançam mais facilmente as articulações, desenvolvendo uma artrite séptica. 
2. Traumática: Ocorre em casos de feridas em geral com comunicação articular, 
em torno de 36,5% das artrites sépticas existentes são por via traumática. 
3. Iatrogênica: Artrocentese (34,1%) ou cirurgia (1%). 
Em feridas lacerantes, deve-se realizar artrocentese com todos os procedimentos 
necessários para que, caso não haja uma artrite séptica, não se desenvolva uma por erro 
de procedimento. Realizar do lado oposto da ferida, puncionar a articulação e injetar 
solução estéril e caso haja artrite séptica, vai ser visualizado do lado da lesão (saída de 
solução). A via mais comum é a hematógena, principalmente em potros, com agentes 
etiológicos mais comumente isolados Staphylococcus (G-), Salmonella (G-) e E. coli 
(G-). 
O mecanismo etiológico da artrite séptica se inicia com a bactéria entrando na 
articulação, que causa inflamação e sinovite, com capacidade de causar osteomielite 
séptica. Essa sinovite não vai ser diferente das enzimas que ocorre em 
sinovite/capsulite, com a liberação de enzimas lisossômicas da membrana sinovial que 
contém Protease (quebra proteína e causa a diminuição das glicosaminoglicanas levando 
a perda da característica da cartilagem) e Colagenase (causa a destruição da cartilagem). 
SINAIS CLÍNICOS: Claudicação caso seja um animal adulto, com distensão articular 
como um todo (devido ao acometimento da cápsula articular) e dor a palpação articular. 
Em animais jovens é comum se observar poliartrite, além dos sinais anteriormente 
citados, irão possuir decúbito prolongado devido à dor epodem apresentar enfermidades 
concomitantes como, por exemplo: onfalite, pneumonia, enterite, colite. Sendo essas as 
prováveis causas da artrite séptica. 
DIAGNÓSTICO: Anamneses bem feita, com histórico de doença concomitante, sinais 
clínicos, exame físico geral (todos os sistemas), exame do onfalo (onfalite), respiratório 
(presença de secreção, US pulmonar), digestivo (enterite, colite, tiflite...) e devem ser 
palpadas todas as articulações. Padrão ouro e exame definitivo é Análise do Líquido 
Sinovial. O RX é utilizado para descartar fraturas e observar se existe Osteomielite 
(tratamento complicado) e outras enfermidades concomitantes, realizada no mínimo em 
três projeções (DP, LM e OQ). A artrite séptica pode levar a DAD, proliferações ósseas 
na tentativa de dar estabilidade a articulação. 
 O certo seria encaminhar o animal para um centro de referência, onde se deve 
tratar a causa primordial, se houver, e após isso tratar a atrite séptica, considerada uma 
emergência. 
TRATAMENTO: Primeira atitude, se possível fazer uma artroscopia, que proporciona 
lavagem articular e a visualização podendo avaliar as condições articulares. Caso não 
tenha artroscopia realizar a lavagem articular com a técnica “through and through”, 
onde entra por um lado da articulação e saindo por outro, movimenta as partículas e 
remove fisicamente os mediadores inflamatórios. Se conseguir realizar 2-3L de solução 
estéril morna. 
 Administrar antimicrobiano sistêmico, sendo inicialmente com Penicilina G 
potássica 22.000 UI/kg/IV QID + Gentamicina 6,6 mg/Kg/IV, SID (não realizar IV se 
não for a penicilina potássica). Antes de realizar o antibiótico, realizar cultura e 
antibiograma, se for resistente deve-se mudar o antb. Podendo adm Ceftiofur ou antb 
local. Não adm enrofloxacina em potros, pois atrapalha o desenvolvimento e qualidade 
das articulações. Os antbs interarticulares mais utilizados são gentamicina 
(150mg/articulação/dia), amicacina (500mg/art/dia) e ceftiofur (150mg/art/dia), além do 
tratamento sistêmico, ao longo do tratamento se realiza de 3-4 aplicações. 
 O tratamento antimicrobiano local ou perfusão regional ou antibiose, pela via 
intravenosa ou intraóssea. Na IV, usa-se um garrote acima da articulação, não tendo 
acesso ao resto do organismo, tendo uma concentração de antb no local de necessidade, 
tendo uma utilização de antb em menor quantidade e maior abrangência no local da 
artrite. Deixa-se por 30-40 min e causa dor, sendo então adequado adm anestésico local 
após a realização do antb. Na intraóssea, se utiliza quando a doença progrediu e tem 
osteomielite, sendo adm na medula óssea com materiais ortopédicos em ambiente estéril 
e anestesia geral. 
 DAINE’s, fenilbutazona e flunixina meglubina, que diminui a dor e o processo 
inflamatório. Em animais jovens devem-se possuir cuidados extremos de enfermagem, 
nutrição, hidratação, limpeza e cama (macia). 
ANÁLISE DO LÍQUIDO SINOVIAL 
 É um líquido que lubrifica e nutri a cartilagem, sendo ultrafiltrado que também 
possui função de proteção 
mecânica. Sempre quando 
for coletar o líquido deve-se 
possuir um ambiente 
asséptico, tricotomia, 
antissepsia, material estéril... 
É coletado através da 
ARTORCENTESE. 
 Colheita cem dois 
frascos, um com EDTA, para 
a realização de citologia, e o 
outro sem o anticoagulante, pra cultura, isolamento de bactéria e antibiograma. Avalia-
se a coloração (amarelo palha-transparente), viscosidade (altamente viscoso), 
quantidade do líquido, células nucleadas (total e porcentagem de neutrófilos/linfócitos) 
e proteína total. Não coagula devido à ausência de fibrinogênio, se coagular é porque 
possui os elementos da cascata de coagulação e infecção intensa. Pode ser que tenha 
hemartrose (sangue na articulação), em grande quantidade é enfermidade e pode ser 
que em pouca quantidade é devido à colheita. Seu sobrenadante quando há sangue, 
possui uma coloração amarelo escuro ou laranja (xantocromia) é devido à degradação 
da hemoglobina que pode ser devido à artrite traumática crônica que leva a 
derramamento de sangue. A turbidez pode estar mais turva por causa de celularidade 
alta (inflamação). A proteína total pode estar aumentada devido a algumas condições, 
como a inflamação intensa que aumenta a permeabilidade vascular da membrana 
sinovial (formação do líquido). 
FIXAÇÃO DORSAL DE PATELA “LUXAÇÃO DE PATELA” 
 A patela se torna imóvel devido ao aprisionamento do ligamento patelar medial 
na crista troclear medial do osso fêmur. O ligamento fica preso atrás da crista troclear 
medial que é maior que a crista do aspecto lateral. 
 Isso ocorre devido a vários fatores, dentre eles estão: a conformação, onde o 
ângulo da articulação Femorotibial é maior, sendo mais reto, ou seja, a todo o momento 
em extensão. Isso pode causar o aprisionamento do ligamento. Perca de tônus muscular 
e rigidez das estruturas, pode ser devido a repouso de outras doenças prévias que 
necessitam repouso, essa redução do tônus predispõe a fixação dorsal de patela, isso se 
dá, pois, a inserção do músculo quadríceps femoral na patela, devido a diminuição do 
tônus, faz movimentos que normalmente não alcançaria, causando o aprisionamento do 
ligamento. 
 
SINAIS CLÍNICOS: O membro permanece em extensão, pois a patela 
fica impossibilitada de realizar flexão, pode ocorrer a ‘liberação’ da patela 
ou permanecer por horas (dias), necessitando para desaprisionar 
manualmente de médico veterinário. Pode confundir com ARPEJO. Pela 
impossibilidade de flexão, o animal arrasta a pinça ocorrendo um desgaste 
maior. 
DIAGNÓSTICO: Anamnese com episódios, ou doenças que tiveram tratamento em 
baia. RX, pois podem levar a alteração radiográfica da patela. Se chegar o animal 
normal, pode-se fazer a fixação dela fechando o diagnóstico, palpação para avaliar a 
distensão da patela. Subir e descer rampas e círculos fechados (ao passo) induz a 
fixação. 
TRATAMENTO: Se conseguir liberar a patela temporariamente, o andar pra trás induz 
a liberação e manualmente através da palpação. Destravar a patela e realizar exercícios 
que melhoram um tônus muscular, caso isso seja a causa. Se for a conformação 
melhorar o ângulo e com um bom ferreiro e casqueador. Em ultimo caso o tratamento 
cirúrgico que é a Desmotomia Ligamento patelar, tira o ligamento, se não existe não se 
aprisiona. 
 
HÉRNIAS EM GRANDES ANIMAIS 
 É a protrusão, de um órgão ou víscera (ou parte deles) através de uma abertura 
anormal, de forma que a estrutura herniada alcance uma cavidade a qual ela não 
pertence. Classificadas como: 
a. Congênitas: estão presentes ao nascimento, embora possam não estar aparente. 
b. Adquiridas: decorrente de um trauma, hérnia inguinal, inguino-escrotal. 
c. Redutível: podendo ocorrer nas congênitas e adquiridas, é quando o conteúdo de 
dentro da hérnia é capaz de voltar para a cavidade, sendo livremente 
manipulado. 
d. Irredutível ou encarcerada: Conteúdo não redutível, ou seja, não é possível o 
conteúdo voltar à cavidade de origem com a manipulação/palpação. 
e. Estrangulada: Causando necrose por falta de irrigação sanguínea e perca de 
função do órgão, geralmente em casos de torção. 
Nomenclatura anatômica de uma hérnia. Anel é o orifício anômalo de uma 
cavidade mal formada onde ocorre à protrusão de conteúdo, o saco herniário é o local 
onde compreende o conteúdo herniário, que pode ser intestino, gordura, testículo, 
bexiga... 
 
HÉRNIA UMBILICAL 
É a mais comum sendo 0,5-2,0 % dos potros apresentam esta enfermidade. A 
maioria com natureza congênita, ou seja, hereditário. Etiologia se da devido à tração 
excessiva no cordão ou infecção do cordão. Em bovinos as hérnias umbilicais redutíveis 
são uma questão hereditária e em bovinos leiteiros existem maiores predisposições, 
dentre elas a raça mais comum é a holandesa. 
Os sinais clínicos em hérnias redutíveis sem a presença de infecção, não há dor,

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