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SÍNDROME CÓLICA EQUINA – CIRÚRGICA A cólica em sua descrição é uma dor abdominal inespecífico sendo seu principal sinal clínico a desidratação, pois, em todas as doenças ocorre sequestro de líquido. A ocorrência de cólica relacionada ao trato digestório aumentou ao decorrer das décadas devido ao ser humano hoje em dia introduziu o animal a um estilo de vida diferente, tendo que aumentar sua energia em forma de concentrados (Kcal) para ser o suficiente para treinos ou trabalho. De 80-85% das cólicas são consideradas simples, ou seja, não possui torção, estrangulamento, sem interrupção de ingesta e fluxo sanguíneo, isso faz com que a maioria possui resolução médica. De 2-4% das cólicas diagnosticadas terão resolução cirúrgica. Cerca de 28 mil animais que possuem cólica perdem de 2-3 dias perdidos por mês, isso gera uma perda econômica de 70mi U$ (1998-1999) e na indústria possui custo total de 140U$. Sendo esses números apenas 10% evoluem a ponto de apresentar sinais clínicos e apenas 1% dos 10% possuem resolução cirúrgica. É um conjunto de sinais clínicos desencadeados devido a um distúrbio do trato gastrointestinal. Provavelmente um tratador experiente também é capaz de diagnosticar a cólica. Sendo o trabalho do medico veterinário descobrir qual o segmento do trato GI está sendo acometido, se é ou não um processo obstrutivo e se for obstrutivo é estrangulante? (tira o fluxo sanguíneo) e qual o melhor tratamento a ser instituído ao animal, médico ou cirúrgico? As características anatomo-fisiológicas da espécie equina: esôfago (cervical – torácica – abdominal), dorso lateralmente em relação a traqueia, equino não vomita. Classificação dos mecanismos das enfermidades: idiopática, timpanismo, obstrução simples, obstrução estrangulante, infarto não estrangulante, peritonite, enterite e colite. COMPACTAÇÃO GÁSTRICA - CIRÚRGICA Condição na qual a ingesta fica compactada dentro do estomago. Os equinos são herbívoros monogástricos e pastejam e se alimentam constantemente, a domesticação feita pelos humanos nos equinos alterou o padrão alimentar do animal. Devido à alta palatabilidade o equino pode comer rápido demais, com pouca mastigação e pouca saliva liberada, essa saliva serve como um tampão na acidez do estomago, isso aumenta o pH estomacal e também ocorre a compactação gástrica. Os principais fatores que vão contribuir para a compactação são: a baixa ingestão de água que pode ser devido a doenças bocais, problemas na bomba, falta de acesso a água, água suja, etc.; Ingesta seca; Problemas dentários que envolvem pontas, ganchos, fraturas, infecções, etc.; Ingestão excessiva de concentrado; Vícios – engolir o ar, causa dilatação gástrica (timpanismo). Alguns fatores associados incluem a quantidade excessiva de dieta rica em carboidratos altamente fermentáveis, não haver suco gástrico suficiente para interagir com a ingesta e não ocorre a umidificação do concentrado, isso faz com que ocorra a formação de uma massa dura e compacta. Se o estomago fosse uma região com maior capacidade de absorção de gases poderia ocorrer de uma forma crônica, porém não ocorre o esvaziamento gástrico e ocasiona um feedback negativo, quanto mais dor maior a hipomotilidade. Os carboidratos produzem gases e isso faz uma dilatação e distensão do órgão como consequência ocasionando a dor, e assim, taquicardia. Quanto maior a quantidade de ração ao dia, mesmo que dividida em várias porções, aumenta a probabilidade de ocorrer problemas gastrointestinais. Os sinais clínicos envolvem aumento da FC (60 bpm), dor intensa e sinais inespecíficos como desidratação. Seu tratamento segue o diagnóstico e faz a descompactação e lavagem gástrica, utilizando a sondagem nasogástrica, sifonando o conteúdo e retirando o concentrado compactado até que a água saia limpa. Seu tratamento ocorre simultaneamente ao diagnóstico, isso ocorre devido à sondagem nasogástrica que é realizada em praticamente todas as situações que possuem cólica, como diagnóstico, que também resolve o problema.