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115 MODELOS CONCEITUAIS Objetivos • Conhecer e utilizar os modelos conceituais do tipo entidade-relacionamento. Conteúdos • FRBR • FRAD Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Nesta unidade, aprenderemos sobre o FRBR e sobre o FRAD, dois modelos conceituais utilizados atualmente. Não se limite ao Caderno de Referência de Conteúdo e busque aprofundar seu conhecimento sobre tais modelos. Se preciso, faça pesquisas em bancos de dados. 2) Caso surja alguma dúvida sobre determinado conceito, busque identificá- -lo no Glossário e no Esquema de Conceitos. 3) Ao terminar o estudo de um dos tópicos, leia os materiais complementa- res descritos no Conteúdo Digital Integrador. UNIDADE 4 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO 117© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS 1. INTRODUÇÃO Além de modelos, princípios, regras designadas à padroni- zação de conteúdo, formatos para metadados e codificações, a informação, que no presente tem a tecnologia como o pilar es- trutural, precisa ter um acesso funcional. Nesse contexto, foram desenvolvidos modelos conceituais que estabelecem as relações entre as informações de um registro bibliográfico. Tais modelos têm como principal ponto de partida o comportamento do usuá- rio durante as pesquisas de bancos de dados. Trataremos assim, nesta unidade, os modelos conceituais FRBR e FRAD, que abor- dam respectivamente as relações entre os dados da descrição bibliográfica e as relações para controle de autoridade e pontos de acesso autorizados. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 2.1. FRBR Functional Requirements for Bibliographic Records, tam- bém conhecido pela sigla FRBR, é um modelo conceitual que trata de Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos. Tal modelo não substitui o uso de códigos de catalogação, formatos para metadados ou codificações. Os FRBR têm como função re- presentar conceitos sobre a sistematização de teorias que serão aplicadas, no caso, em um catálogo, que pode ser tanto automa- 118 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS tizado quanto manual. O modelo conceitual do FRBR é do tipo entidade-relacionamento (E-R). De acordo com o relatório Requisitos Funcionais para Re- gistros Bibliográficos (2004), publicado pela Federação Interna- cional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), o gru- po de estudos responsável pelo desenvolvimento dos requisitos funcionais desenvolveu o modelo FRBR E-R entre os anos 1992 e 1995. Tal modelo busca, como primeiro objetivo, identificar os dados utilizados por usuários durante os processos de busca, ou seja, trata-se de um modelo conceitual que se baseia no uso que o usuário faz do catálogo da biblioteca. Esse caminho possibili- ta a concretização de um segundo objetivo que, segundo Mey e Silveira (2009), é a recomendação de um nível básico de funcio- nalidade de registros bibliográficos para determinado catálogo. A concretização dos FRBR é um marco na história dos ca- tálogos e da representação descritiva, pois permite novas de- mandas de informação para os usuários, tornando o processo de busca mais personalizado e hábil. Por exemplo, com o uso dos FRBR, ao pesquisar um livro da Agatha Christie, são relacionados os registros bibliográficos de itens de autoria de Agatha Christie, de itens que apresentem no título o nome Agatha Christie e, ain- da, de itens que se baseiam em obras da autora. A fim de permitir tais funcionalidades, entre outras, os FRBR estabeleceram: • As entidades dos registros bibliográficos. • Os atributos de cada entidade do registro bibliográfico. • As relações entre as entidades dos registros bibliográficos. • As tarefas concedidas aos usuários. 119© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Os FRBRs têm dez entidades que se separam em três grupos: • Grupo 1: o primeiro grupo corresponde às entidades equivalentes ao produto intelectual/artístico. Nele es- tão contidas as entidades obra, expressão, manifesta- ção e item. Todas as entidades pertencentes a esse gru- po podem ser assunto. • Grupo 2: o segundo grupo reúne as entidades respon- sáveis pelo conteúdo intelectual/artístico. Nele estão contidas as entidades pessoa e entidade coletiva. To- das as entidades pertencentes a esse grupo podem ser assunto. • Grupo 3: no terceiro grupo estão as entidades que po- dem ser apenas o assunto das outras entidades. Nele estão contidas as entidades conceito, objetivo, evento e lugar. Uma grande contribuição dos FRBRs foi a definição de ter- mos, antes muito vagos, para se referir a materiais. Uma obra, por exemplo, é definida nos FRBRs como o conteúdo intelectual, a criação em si. Se um livro impresso tem o mesmo conteúdo em uma versão digital, trata-se como a mesma obra. Entretanto, tal versão digital é uma manifestação da obra. Uma manifestação conceitua-se na materialização da obra, como, por exemplo, os distintos tipos de suportes e formatos que uma obra pode estar contida, como o digital, sonoro, visual etc. Já uma expressão diz respeito à produção intelectual/ar- tística de determinada obra. Se o mesmo livro impresso, que es- tamos utilizando como exemplo, for traduzido para outra língua ou se for feito um conteúdo visual sobre ele, tais materiais serão 120 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS uma expressão de uma obra. Ao mesmo tempo, cada unidade de uma manifestação equivale a um item de uma obra. Uma obra com dois livros impressos idênticos possui dois itens de uma mesma obra. No Grupo 2 constam as entidades pessoa, que se refere aqui ao indivíduo relacionado à obra, como autor, diretor, tradu- tor etc.; e entidade coletiva, tido como um grupo de indivíduos, como a IFLA, o Governo Federal etc. As entidades do Grupo 3, conceito, objeto, evento e lugar, correspondem aos assuntos de uma obra e apresentam o mesmo significado de uso habitual da língua portuguesa. Todas as demais entidades podem ser assun- tos de uma obra, entretanto, como as entidades conceito, obje- to, evento e lugar não estão presentes nos demais grupos, estas compõem o Grupo 3. Observe a Figura 1. Figura 1 Entidades FRBR. 121© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Quando entidades do Grupo 1 se relacionam entre si, es- sas são chamadas Relações Bibliográficas Primárias. Observe na Figura 6, que mostra tais relações, que uma obra é percebida por meio de uma ou mais expressões, que ganham existência em uma ou mais manifestações, exemplificadas por um ou mais itens. Há também a possibilidade de relações no caminho inver- so. Um ou mais itens podem exemplificar uma manifestação, que pode concretizar uma ou mais expressões, que revelam uma obra. As relações entre os Grupos 1 e 2 são denominadas Rela- ções de Responsabilidade, demonstradas por meio da Figura 2. Um item é propriedade de uma ou mais pessoas/organizações (entidades coletivas) assim como uma pessoa/entidade coletiva é proprietária de um ou mais itens. Uma ou mais manifestações podem ser produzidas por uma ou mais pessoas/organizações enquanto uma ou mais pessoas/organizações podem produzir uma ou mais manifestações. 122 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Fonte: adaptado de Tillet (2004, p. 2). Figura 2 Relações Bibliográficas Primárias. Uma ou mais expressões podem ser percebidas por meio de uma ou mais pessoas/organizações à medida que uma ou mais pessoas/organizações podem identificar uma ou mais ex- pressões. O mesmo caminho acontece com a entidade obra. Esta pode ser criada por uma ou mais pessoas/organizações assim como uma ou mais pessoas/organizações podem criaruma ou mais obras. Figuras 3 e 4. 123© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Fonte: adaptado de Tillet (2004, p. 2). Figura 3 Relações de Responsabilidade. Fonte: adaptado de Tillet (2004, p. 2). Figura 4 Relações de Assuntos. 124 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Já as relações de assuntos se desenvolvem como exposto na Figura 4. A entidade obra destaca-se porque todas as enti- dades do FRBR podem ser definidas como assunto desta. Desse modo, uma ou mais obras, expressões, manifestações, itens, pes- soas, organizações, conceitos, objetos, eventos e lugares podem ser um dos assuntos, ou o assunto, de uma obra. Cada uma das dez entidades possui atributos, ou seja, pos- sui um grupo de informações que é identificado por meio de de- terminada entidade. Tais atributos são: Quadro 1 Atributos por entidades do FRBR. ENTIDADES ATRIBUTOS OBRA Título da obra; forma da obra; data da obra; outra característi-ca distintiva; término previsto; público a que se destina. EXPRESSÃO Título da expressão; forma da expressão; data da expressão; idioma da expressão; outra característica distintiva; expansibi- lidade da expressão; capacidade de revisão da expressão; ex- tensão da expressão; sumarização do conteúdo; contexto para expressão; resposta crítica à expressão; restrições de uso da expressão; padrão sequencial (publicação seriada). MANIFESTAÇÃO Título da manifestação; indicação de responsabilidade; desig- nação de edição/expressão; lugar de publicação/distribuição; publicador/distribuidor; data da publicação/distribuição; fa- bricante; indicação de série; forma do suporte; extensão do suporte; meio físico; modo de captura; dimensões do suporte; identificador da manifestação; fonte para aquisição/autoriza- ção de acesso; termo de disponibilidade; restrições de uso da manifestação; estilo do tipo (livro impresso); medida do tipo (livro impresso). ITEM Identificador do item; marca do impressor; procedência do item; marcas/inscrições; histórico de exposições. PESSOA Nome da pessoa; datas da pessoa. ENTIDADE COLE- TIVA Nome da entidade coletiva; número relacionado à entidade coletiva; lugar relacionado à entidade coletiva. 125© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS ENTIDADES ATRIBUTOS CONCEITO Termo para conceito. OBJETO Termo para objeto. EVENTO Termo para registro. LUGAR Termo para lugar. Fonte: elaboração própria com base em Mey e Silveira (2009). Como tais relações são estabelecidas com base nas buscas feitas pelos usuários, o FRBR também expressa que essas buscas tenham quatro tarefas, que são: ‘Encontrar‘ envolve o atendimento de algum critério de busca de um usuário através de um atributo ou um relacionamento de uma entidade. Isso pode ser visto como a combinação dos objetivos tradicionais dos catálogos “encontrar” e “arranjar”. ‘Identificar’ permite a um usuário confirmar se encontrou aqui- lo que procurava, distinguindo entre recursos similares. ‘Sele- cionar’ envolve o atendimento das especificações do usuário quanto ao conteúdo, formato físico etc. ou à rejeição de uma entidade que não atende às necessidades do usuário. ‘Obter’ permite a um usuário adquirir uma entidade através da com- pra, empréstimo etc. ou através do acesso eletrônico remoto (TILLETT, 2018). A criação do FRBR trouxe mudanças significativas na recu- peração da informação. Materiais que poderiam ser de interes- se do usuário passaram a fazer parte dos resultados de buscas em bases de dados, e, com a intenção de melhorar tal proces- so, a IFLA desenvolveu outro modelo conceitual que estabele- ce novas relações de controle de autoridade e pontos de acesso autorizados. 126 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Com as leituras propostas no Tópico 3. 1, é possível ob- servar mais curiosidades e especificidades dos FRBRs. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indi- cadas, procurando assimilar o conteúdo estudado. 2.2. FRAD O FRAD é um modelo conceitual desenvolvido com o apro- fundamento das entidades que compõem o primeiro grupo de entidades do FRBR. De acordo com Mey e Silveira (2009, p.38): A revolução trazida pelo FRBR levou à análise conceitual de ou- tras partes do registro bibliográfico, como os pontos de acesso. Seguiram-se, então, os Functional Requirements and Numbe- ring of Authority Records (FRANAR) e os Functional Require- ments for Subject for Authority Records [Requisitos funcionais para Registros de autoridade de Assunto] (FRSAR), cujo grupo de trabalho instituiu-se em 2005 [...] Em nota de rodapé da já citada Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação (2009), os FRSAR passaram a denominar-se Functional Require- ments for Subject Authority Data (FRSAR). Os FRANAR designa- ram-se, posteriormente, como Functional Requirements for Au- thority Records (FRAR) e, em 2007, se tornaram os Functional Requirements for Authority Data [Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade] (FRAD), sua denominação atual. Também fundamentado na E-R, as entidades identificadas nesse modelo também têm como ponto central as buscas fei- tas pelos usuários em determinado catálogo. O FRAD identificou dezesseis entidades e seus atributos, identificadas no Quadro 2. 127© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Quadro 2 Entidade e atributos por entidades do FRAD. ENTIDADE DEFINIÇÃO ATRIBUTOS Pessoa O mesmo que o FRBR. Datas associadas à pessoa; título da pessoa; outra designação associada à pessoa; gênero; lugar de nasci- mento; lugar de falecimento; país; lugar de residência; filiação institu- cional; endereço; idioma da pessoa; campo de atividade; profissão/ocu- pação; biografia/história. Família Duas ou mais pessoas rela- cionadas por nascimento, casamento, adoção, ou outro estado legal seme- lhante, ou que se apresen- tem como família. Tipo de família (clã, dinástica etc.); datas da família; lugares associados à família; história da família. Entidade coletiva O mesmo que o FRBR. Lugar associado à entidade coletiva; data associada à entidade coletiva; outra designação associada à en- tidade coletiva; tipo de entidade coletiva; idioma da entidade coleti- va; endereço; campo de atividade; história. Obra O mesmo que o FRBR. Forma da obra; data da obra; meio de execução; assunto da obra; desig- nação numérica; tonalidade (músi- ca); lugar de origem da obra; idioma original da obra; história; outra ca- racterística distintiva. Expressão O mesmo que o FRBR. Forma da expressão; data da expres- são; idioma da expressão; técnica (imagem gráfica ou em movimento); outra característica distintiva. Manifestação O mesmo que o FRBR. Designação de edição/publicação; lugar de publicação/distribuição/ editor/distribuidor; data de publica- ção/distribuição; forma de suporte; designação numérica. 128 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS ENTIDADE DEFINIÇÃO ATRIBUTOS Item O mesmo que o FRBR. Localização do item (acervo ou ins-tituição). Conceito O mesmo que o FRBR. Tipo de conceito. Objeto O mesmo que o FRBR. Tipo de objeto; data de produção; lugar de produção; produtor/fabri- cante; meio físico (tipo de material). Evento O mesmo que o FRBR. Data associada do evento; local associado ao evento. Lugar O mesmo que o FRBR. Coordenadas; outra informação geográfica. Nome Um caractere ou grupo de palavras e, ou, caracteres, pelos quais uma entidade é conhecida. Tipo de nome; idioma do nome; escopo do uso; alfabeto do nome; datas de uso; tabela de translitera- ção do nome. Identificador Um número, código, pala- vra, frase, logotipo ou dis- positivo associado a uma única entidade e que serve para distingui-la de outras entidades no contexto em que o identificador for designado. Tipo de identificador; sequência identificadora; sufixo. Ponto de acesso contro- lado Um nome, termo, código,entre outros, sobre o qual um registro bibliográfico ou de autoridade será controlado. Tipo de ponto de acesso controlado; situação do ponto de acesso contro- lado; uso indicado para o ponto de acesso controlado; ponto de acesso indiferenciado; idioma do ponto de acesso básico; idioma da cataloga- ção; alfabeto do ponto de acesso bá- sico; alfabeto da catalogação; tabela de transliteração do ponto de acesso básico; tabela de transliteração da catalogação; fonte do ponto de acesso controlado; ponto de acesso básico; adições. 129© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS ENTIDADE DEFINIÇÃO ATRIBUTOS Regras Um conjunto de instruções relativas à formulação e, ou, registro dos pontos de acesso controlados (formas autorizadas ou preferidas, remissivas etc.). Citação para as regras; identificador das regras. Agência Uma organização respon- sável por criar e modificar um ponto de acesso con- trolado. Nome da agência; localização da agência; identificador da agência. Fonte: adaptado de Mey e Silveira (2009). Os usuários são, assim, os responsáveis pela estrutura dos relacionamentos entre tais entidades. Assim como o FRBR, o FRAD também estabelece funções aos usuários que, de acordo com Mey e Silveira (2009, p. 39), são: • encontrar uma entidade ou conjunto de entidades corres- pondentes a um critério determinado, ou explorar o uni- verso de entidades bibliográficas utilizando seus atributos e relações; • identificar uma entidade ou validar a forma do nome a ser usado como ponto de acesso controlado; • situar uma pessoa, uma entidade coletiva, uma obra etc. em determinado contexto; esclarecer a relação entre duas ou mais pessoas, entidades coletivas, obras etc. e o nome pelo qual essa pessoa ou entidade coletiva seja conhecida; • justificar, indicando a fonte na qual se baseia o ponto de acesso controlado e a razão da escolha do nome ou de sua forma pelo criador do dado de autoridade. 130 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Fonte: adaptado de IFLA (2013, p. 4). Figura 5 Base fundamental para o FRAD. A Figura 5 detalha as relações básicas dos FRADs. Uma das dezesseis entidades bibliográficas é conhecida por um ou mais nomes e/ou identificadores, que são as bases para a escolha de pontos de acesso controlados. O documento publicado pela IFLA, denominado Functional Requirements for Authority Data (2013), explica e exemplifica os tipos de relações que podem ser estabelecidas de acordo com o FRAD, como mostra a Figura 9, em que os retângulos de linha contínua identificam as entidades e os retângulos com linhas pontilhadas identificam os grupos de entidades. No FRAD, as entidades de um grupo podem se relacionar entre si ou com entidades de outros grupos. Por exemplo, a en- tidade pessoa pode se relacionar com ela mesma (relação de pseudônimo, colaborativa, paternal etc.); com a entidade família e com a entidade pessoa coletiva. Todas as entidades do Grupo 1, 2 e 3 (pessoa, família, entidade coletiva, obra, expressão, ma- nifestação, item, conceito, objeto, evento, lugar) são conhecidas 131© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS pelas entidades nome e/ou identificador. O nome pelo qual é co- nhecida a entidade pessoa, por exemplo, torna-se a base para a escolha de um ponto de acesso controlado, que segue regras (como a AACR2), aplicadas por uma agência. O mesmo caminho se repete com as outras entidades coletivas. Veja a Figura 6 132 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS Fonte: adaptado de IFLA (2013, p. 7). Figura 6 Modelo conceitual para dados de autoridade. Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no Tópico 4, você deve fazer as leituras recomendadas no Tó- pico 3. 2 para aprofundar seu aprendizado sobre o contexto contemporâneo na utilização de modelos e ferramentas, como o FRAD, XML etc. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Vi- deoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível 133© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e sele- cione: Representação Descritiva: Catalogação – Vídeos Complemen- tares – Complementar 4. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmen- te os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. FRBR Conhecer e compreender os FRBRs fará toda a diferença durante a gestão de um catálogo. Realize as leituras indicadas abaixo e tente refletir sobre as modificações que esse modelo conceitual pode causar no acesso à informação. • SOUZA, E. G.; BEZERRA, D. A.; COSTA, W. F. C. Descrição de recursos em uma estrutura de metadados pautada no modelo FRBR. Em Questão, Porto Alegre, v. 22, n. 1, jan./abr. 2016. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs. br/EmQuestao/article/view/58835>. Acesso em: 10 ago. 2017. • MORENO, F. P.; LIMA, J. A. O. FRBRização de um catálogo. Biblos, n. 50, 2013. Disponível em: <http:// portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/ view/2732/1875>. Acesso em: 10 ago. 2017. • PEREIRA, E. I.; PINHEIRO, E. G. De Panizze ao RDA: um estudo sobre a evolução da catalogação nos cursos de 134 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS biblioteconomia no Brasil. Biblionline, v. 13, n. 1, 2017. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/index.php/ biblio/article/view/34950>. Acesso em: 10 ago. 2017. 3.2. FRAD Apesar de modelos e padrões para a gestão da informação, a Catalogação e a Biblioteconomia continuam impondo novos desafios aos profissionais da área. Leia os materiais indicados a seguir e reflita sobre as atuais e futuras perspectivas da profissão. • ARAÚJO, C. A. A. Biblioteconomia: fundamentos e desafios contemporâneos. Folha de Rosto – Revista de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 3, n. 1, 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufca.edu.br/ ojs/index.php/folhaderosto/article/view/193>. Acesso em: 10 ago. 2017. • ASSUMPÇÃO, F. S. Catalogação: práticas e desafios atuais (vídeo). Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=dwQV_8gYyF8&t=12s>. Acesso em: 10 ago. 2017. • SATAR, E. A. Expetativas dos Bibliotecários no Século XXI. Prisma.com, n. 15, 2011. Disponível em: <http:// pentaho.letras.up.pt/ojs/index.php/prismacom/ article/view/1983>Acesso em: 10 ago. 2017. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 135© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú- dos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) No FRBR, quando uma obra está em diferentes suportes, como o digital, sonoro, visual etc., denomina-se que esta seja uma: a) Manifestação. b) Expressão. c) Item. d) Conceito. 2) No FRBR podem ser indicadas como assunto as entidades: a) Entidades do Grupo 1. b) Entidades do Grupo 2. c) Entidades do Grupo3. d) Todas as entidades. 3) Encontrar, identificar, situar e justificar são as funções do usuário estabe- lecidas pelo: a) FRBR. b) FRAD. c) MARC21. d) RDA. 4) FRAD é a sigla para: a) Functional Requirements for Authority Data. b) Functional Requirements and Numbering of Authority Records. c) Functional Requirements for Bibliographic Records. d) Functional Requirements for Subject Authority Data. 5) Em relação ao FRAD, assinale a alternativa correta: a) Substitui os códigos de catalogação. b) Éum modelo conceitual que trata de Requisitos Funcionais para Regis- tros Bibliográficos. c) Substitui linguagens codificadas. 136 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS d) É um modelo conceitual desenvolvido com o aprofundamento das en- tidades que compõem o primeiro grupo de entidades do FRBR. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au- toavaliativas propostas: 6) a. 7) d. 8) b. 9) d. 10) d. 5. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade você teve a oportunidade de conhecer os modelos conceituais aplicados a bibliotecas e refletiu sobre a influência do desenvolvimento tecnológico no processo de catalogação. Chegamos ao final de mais uma importante unidade sobre representação descritiva que nos permite construir opiniões e ponderar sobre o que aprendemos com esse tema. Faça as lei- turas do Conteúdo Digital Integrador e das Considerações Finais. 137© REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS 6. E-REFERÊNCIAS Lista de figuras Figura 2 Relações Bibliográficas Primárias. Disponível em: <https://www.loc.gov/ catdir/cpso/o-que-e-frbr.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017. Figura 3 Relações de responsabilidade. Disponível em: <https://www.loc.gov/catdir/ cpso/o-que-e-frbr.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017. Figura 4 Relações entre a entidade Obra e as demais entidades. Disponível em: <https://www.loc.gov/catdir/cpso/o-que-e-frbr.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017. Figura 5 Base fundamental para o FRAD. Disponível em: <https://www.ifla.org/files/ assets/cataloguing/frad/frad_2013.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017. Figura 6 Modelo Conceitual para Dados de Autoridade. Disponível em: <https://www. ifla.org/files/assets/cataloguing/frad/frad_2013.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017. Sites visitados ASSUMPÇÃO, F. S. Pontos de acesso: controlados, não controlados, autorizados e formas variantes. Fabrício Assumpção. 2012. Disponível em: <http://fabricioassumpcao. com/2012/01/pontos-de-acesso-controlados-nao.html>. Acesso em: 10 ago. 2017. IFLA. Functional Requirements for Authority Data. Final Report. 2013. 142 p. Disponível em: <https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frad/frad_2013.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017. IFLA. Functional Requirements For Bibliographic Record. Final Report. 2009. 142 p. Disponível em: <https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr/frbr_2008.pdf>[. ] Acesso em: 10 ago. 2017. TILLET, B. O que é FRBR? IFLA. Disponível em: <https://www.loc.gov/catdir/cpso/o- que-e-frbr.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MEY, E. S. A.; SILVEIRA, N. C. Catalogação no plural. Brasília: Briquet de Lemos, 2009[.] VIEIRA, R. Introdução à teoria geral da biblioteconomia. Interciência, 2014. 138 © REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA: CATALOGAÇÃO UNIDADE 4 – MODELOS CONCEITUAIS 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Representação Descritiva: Catalogação pode parecer um tema complexo, mas seu aprendizado é de intensa necessidade. As especificidades que acompanham o processo de elaboração de registros bibliográficos são constantemente discutidas para que possam ser adaptar a contextos e situações distintas. Estudamos nesta obra o desenvolvimento do ponto de vista histórico, identificando os principais padrões, ferramentas, formatos e modelos que, juntos, formam os pilares que susten- tam a representação descritiva do século 21. Foi possível conhecer importantes instituições da área responsáveis pela elaboração de relatórios, de discussões e de grupos de estudo, o que também torna claro o cenário atual da catalogação frente à sociedade da informação. Destaca-se que não se teve a intenção de se esgotar o assunto, mas sim dar a base necessária para que você aprofunde seu conhecimento so- bre o tema. Resta, finalmente, desejar que você, aluno e futuro biblio- tecário, aproveite as reflexões aqui semeadas e tenha sucesso como profissional.