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SISTEMAS ADESIVOS - ORL I INTRODUÇÃO Os sistemas adesivos permitem a união dos materiais restauradores resinosos (resinas compostas, acrílica) com a estrutura dental, com materiais cerâmicos e com metais, melhorando a biomecânica do dente. - Fazem a ponte entre resina composta e a estrutura dentária já que a resina não é auto adesiva no dente. É indicado para restaurações diretas em resina composta (reparo de resina), colagem de brackets ortodônticos e cimentação de peças protéticas (cimento resinoso + estrutura dentária) Os sistemas adesivos são substâncias capazes de unir o material restaurador a estrutura dentária. Essa adesão tem como base e retenção micromecÂnica mediante a impregnação de um monômero hidrofílico as fibrilas de colágeno resultante da dentina previamente desmineralizada, formando uma camada híbrida. - Camada híbrida: estrutura mista formada por fibrilas colágenas expostas após condicionamento ácido e monômeros resinosos. SUBSTRATO DENTAL Esmalte: de constituição basicamente mineral (96%) organizado em forma de prismas, não oferece maiores problemas ao processo de adesão. - Os 4% de conteúdo orgânico e água parecem não interferir na efetividade do processo de condicionamento ácido do esmalte e aplicação de monômeros resinosos. Dentina: contém grande quantidade de água e de matéria orgânica em fibras colágenas, gerando fracassos na adesão entre dentina e material restaurador. - A união da dentina com os sistemas adesivos é dada pela penetração do adesivo entre as fibrilas colágenas, gerando a camada híbrida. - A íntima relação com a polpa dental e a diversidade de substratos dentinários fazem com que haja mais um protocolo de adesão ao tecido dentinário. - A dentina intertubular (entre os túbulos dentinários) é o principal substrato para a adesão dentinária. - A dentina peritubular (ao redor dos túbulos dentinários) exerce papel secundário na adesão. - A dentina também se diferencia de acordo com idade, profundidade, experiência cariosa ou traumática. - Experiência cariosa ou traumática faz com que a dentina sofra mudanças estruturais que geram alterações no protocolo de adesão. Por exemplo, a dentina esclerótica é mais resistente ao condicionamento ácido devido ao aumento da mineralização. - A dentina superficial localizada próximo a JADE é o melhor substrato para adesão por ter maior quantidade de dentina intertubular com poucos túbulos dentinários. A medida que se aproxima da polpa ocorre um aumento da qtd de túbulos dentinários, reduzindo a qtd de dentina intertubular. - A dentina profunda (mais próxima da polpa) apresenta túbulos dentinários mais numerosos, calibrosos e tortuosos, reduzindo a qtd de dentina intertubular. - Quando maior a profundidade da cavidade, maior a dificuldade do processo de adesão. Polpa dental: é um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado que integra junto com a dentina o CDP. - Sempre que houver preparos e restaurações em qualquer estrutura do dente, principalmente dentina, a polpa pode ser afetada. Se as técnicas forem usadas de forma adequada isso não será um problema. ADESIVOS DENTAIS Apresenta monômeros resinosos hidrofílicos e hidrofóbicos, diluentes e partículas de carga. Monômeros: Bis-GMA, HEMA, PENTA, EG-DMA, BPDM, TEGDMA. Solventes: água, etanol e acetona Carga: flúor silicato de sódio, alumínio boro-silicato de bário e sílica helicoidal. Iniciadores e Estabilizantes CLASSIFICAÇÃO DOS ADESIVOS 1. Condicionamento ácido prévio 2. Afinidade dos fluidos dentinários 3. Forma de polimerização 4. Número de passos Condicionamento ácido prévio Convencionais: utilizam condicionamento ácido previamente aos demais componentes do sistema adesivo. - ácido fosfórico gel 32% a 37% por 30-60s em esmalte e 15s em dentina. - A apresentação em gel é pela incorporação de sílica helicoidal. - A aplicação de ácido fosfórico na concentração tempo corretores gera desmineralização seletiva do esmalte, que cria retenções que serão preenchidas pelo adesivo. - A dentina o condicionamento remove a smear layer (lama dentinária) composta de restos de dentina e resíduos que ficam depositados sobre a cavidade provenientes da saliva e instrumentos operatórios, além de desmineralizar a dentina intertubular e desobstruir a entrada dos túbulos dentinários. Autocondicionante: não existe uma etapa separada para condicionamento ácido - Um agente ácido (monômero ácido) é responsável pelo condicionamento do esmalte e dentina. - A estrutura mineralizada do dente possui capacidade de tamponamento dos monômeros ácidos, há neutralização da sua ação desmineralizante após segundos de aplicação. - A eficiência do condicionamento e a penetração dos sistemas autocondicionantes nos substratos dentários dependem da acidez inicial do material e capacidade de tamponamento da estrutura dental. Afinidade dos fluidos dentinários Hidrofílicos Os sistemas adesivos hidrofílicos apresentam em sua composição o primer, uma solução que contém monômeros resinosos com grupos funcionais hidrofílicos e hidrofóbicos diluídos em solventes orgânicos. Pelo grupamento hidrofílico é possível estabelecer a união do sistema adesivo as fibras colágenas resultantes da dentina desmineralizada e úmida o que permite a formação da camada híbrida. Com isso, há o preenchimento dos espaços interfibrilares, que revestem as fibras colágenas previamente desmineralizadas, para posterior aplicação do adesivo hidrofóbico em uma etapa separada. Alguns sistemas podem conter em sua composição o equilíbrio entre as porções hidrofílicas e hidrofóbicas que fazem a função de ambos, dispensando o utilização da porção hidrofóbica separadamente. Nesses sistemas, após a aplicação do primer/bond, faz a fotopolimerização e a inserção do material restaurador. O adesivo propriamente dito é hidrofóbico, para uma boa união com a dentina deve-se fazer o condicionamento ácido, aplicando o'PRIMER e por fim o BOND. Hidrofóbicos São de composição mais simples e podem ser usados separadamente sob o esmalte condicionado ou em conjunto com a porção hidrofílica (primer) sobre a dentina condicionada. Forma de polimerização Independente de serem hidrofílicos ou nao, ou da necessidade ou não do condicionamento ácido prévio. Química - Apresentam se em dois frascos e a polimerização ocorre após a mistura de ambos. Fotopolimerizável (física): - Polimerizam-se na presença de um comprimento de onda específico, sem a necessidade de misturas. Os mais usados são os polimerizados por luz visível. Dual: ativação química e física. obs: a escolha do tipo de polimerização depende do tipo de restauração que será realizada e da compatibilidade entre a polimerização dos adesivos e as resinas ou cimentos resinosos. Número de passos Há convencionais de 2 ou 3 passos e auto condicionantes de 1 ou 2 passos. Nos autocondicionantes, os fabricantes recomendam o condicionamento ácido prévio do esmalte, dessa forma, teríamos 1 passo a mais. AUTOCONDICIONANTE de 1 Passo: - Contém apenas 1 fase de aplicação: aplicação do agente acídico junto à infiltração do primer e do adesivo. AUTOCONDICIONANTE de 2 Passos: - Contém 2 fases de aplicação: aplicação inicial do primer acídico + aplicação do bond (resina hidrofóbica de baixa viscosidade) CONVENCIONAL de 2 Passos: - Contém 2 frascos com 2 fases distintas de aplicação: condicionamento ácido + primer/bond (solução hidrofílica/hidrofóbica) CONVENCIONAL de 3 Passos: - Contém 3 frascos com 3 fases distintas de aplicação: condicionamento ácido + primer (hidrofílico) + cond (resina hidrofóbica de baixa viscosidade) sendo todos aplicados separadamente FATORES QUE INTERFEREM NA ADESÃO O condicionamento da dentina diferencia-se do condicionamento do esmalte quando são usados adesivos convencionais A lavagem do ácido deve ser feita pelo menos pelo dobro do tempo de condicionamento (15s esmalte e30s dentina) A dentina deve ser mantida levemente umedecida para a água manter a rede de colágeno íntegra Nos convencionais de 3 ou 2 passos, no momento em que o primer ou primer/adesivo é aplicado sobre a estrutura, o solvente ajuda a deslocar a água e auxilia na penetração do sistema adesivo na área condicionada. Entretanto, deve-se utilizar o jato de ar para remover esse solvente, sem remover o monômero. Nos sistemas adesivos autocondicionantes, por não haver uma etapa de condicionamento, esse é feito junto com a aplicação do primer ou do primer e bond. PROTOCOLOS CLÍNICOS CONVENCIONAL de 3 passos: 1° passo: condicionamento ácido - De 30 a 60 segundos em esmalte e 15s em dentina. Sempre seguindo a ordem esmalte, dentina superficial e dentina profunda. - Lavar abundantemente pelo dobro do tempo do condicionamento - Secar suavemente com papel absorvente ou jatos de ar para evitar a desidratação do substrato condicionado. 2° passo: aplicação do primer em 2 ou + camadas - Aplicação e evaporação do solvente com suaves jatos de ar. 3° passo: aplicação do bond (adesivo) - Aplicação do bond formando uma camada fina, uniforme e brilhante por toda a cavidade. - Se necessário, remover o excesso do bond com um microbrush seco. - Fotopolimerizar CONVENCIONAL de 2 passos: 1° passo: condicionamento ácido - De 30 a 60 segundos em esmalte e 15s em dentina. Sempre seguindo a ordem esmalte, dentina superficial e dentina profunda. - Lavar abundantemente pelo dobro do tempo do condicionamento - Secar suavemente com papel absorvente ou jatos de ar para evitar a desidratação do substrato condicionado. 2° passo: aplicação do primer/bond (1 frasco) - Aplicação de duas ou mais camadas - Suaves jatos de ar para auxiliar na evaporação do solvente - O volume final do material deve ser mínimo, mas suficiente para formar uma camada uniforme e brilhante. - Se necessário, remover o excesso do adesivo com um microbrush seco. - Fotopolimerizar AUTOCONDICIONANTE de 2 passos: Aplicação do primer acídico seguido da aplicação do adesivo. A aplicação do adesivo autocondicionante deve ser feito com a cavidade seca, porém não desidratada e de acordo com as recomendações do fabricante 1° passo: aplicação do primer acídico - Não lavar a cavidade. 2° passo: aplicação do bond: 2 ou mais camadas - Aplicação do bond formando uma camada fina, uniforme e brilhante por toda a cavidade. - Se necessário, remover o excesso do bond com um microbrush seco. - Fotopolimerizar AUTOCONDICIONANTE de 1 passo: Aplicação de uma única solução primer/cond acídico que podem se apresentar em frasco único ou 2 frascos (o conteúdo deve ser misturado antes do uso). A aplicação do adesivo autocondicionante deve ser feito com a cavidade seca, porém não desidratada e de acordo com as recomendações do fabricante. - O volume final do material deve ser mínimo, mas suficiente para formar uma camada uniforme e brilhante. - Se necessário, remover o excesso do adesivo com um microbrush seco. - Fotopolimerizar Autocondicionantes com aplicação prévia de ácido em esmalte 1° passo: aplicação de ácido fosfórico - Aplicar ácido fosfórico 37% por 30s no ângulo cavo-superficial em esmalte - Lavar abundantemente - Secar suavemente a cavidade 2° passo: aplicação do sistema adesivo autocondicionante - A aplicação deve ser feita em toda a cavidade. - A técnica depende do sistema selecionado. - O volume final do material deve ser mínimo, mas suficiente para formar uma camada uniforme e brilhante. - Se necessário, remover o excesso do adesivo com um microbrush seco. - Fotopolimerizar
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