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E-BOOK TEÓRICO DIREITO ADMINISTRATIVO MENTORIA DIREITO ADMINISTRATIVO Fala, senhores! Sou o professor Santiago Brandão, baiano, bacharel em direito, policial militar do estado da Bahia (2017), aprovado também nos concursos da polícia militar do Maranhão (2012) e da polícia militar de Pernambuco (2016). Como foi visto, percebe-se que sou um concurseiro das carreiras policiais, em especial, da carreira militar. Com o intuito de facilitar o seu caminho desenvolvi este material teórico com os principais temas do direito administrativo¹, visando a melhor preparação, com uma didática fácil e acima de tudo com o que há de mais atual, seja em relação às leis, às doutrinas, jurisprudências e os costumes, que são fontes do direito administrativo. O presente material foi elaborado pensando em sua aprovação! Porém, para que você alcance êxito, a sua dedicação, o seu foco e a vontade de vencer devem estar sendo cultivados todos os dias, pois, não é somente um bom material que aprova, ajuda? sim, ajuda, mas não faz milagre. Estudar sempre, vencer às vezes e desistir jamais. ¹ Os temas foram selecionados de acordo com a sua incidência em concursos públicos; ÍNDICES 1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS……………………………………………..04 2. PODERES ADMINISTRATIVOS………………………………………………..09 3. ATOS ADMINISTRATIVOS………………………………………………...…...13 4. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ...………………………………………...21 5. RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DO ESTADO………………………...………25 6. FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE…………26 01. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS a) CONCEITO Os princípios surgem como parâmetros de interpretação do conteúdo das demais regras jurídicas, apontando as diretrizes que devem ser seguidas pelos aplicadores da lei. Em outras palavras, para melhor visualização acerca da importância dessas normas para o direito administrativo, tem-se que: A compreensão desse regime jurídico deverá partir de uma análise dos princípios que conformam toda a atividade administrativa. Isso porque são eles, os princípios, que oferecem coerência e harmonia a todo o ordenamento jurídico (administração pública federal, estadual, distrital e municipal), procurando eliminar lacunas, além de aparentes contradições, razão pela qual toda a interpretação deve ser feita levando em conta o seu conteúdo. Para o Direito Administrativo, esses princípios estão localizados no caput do artigo 37 CF/88: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Trata-se de uma relação meramente exemplificativa, de um mínimo de regras que deverão ser obrigatoriamente cumpridas quando no exercício de atividades administrativas. Isso porque não se pode descurar da existência de outros princípios que, embora não expressamente previstos no dispositivo constitucional, de igual sorte, comandam toda a atividade administrativa. Diante do exposto temos, os princípios como fonte indispensável para a criação de um regramento jurídico harmônico e coerente, devido a sua importância. Além de uma previsão não taxativa desses princípios, ou seja, existem princípios explícitos e implícitos dentro do nosso ordenamento jurídico. b) PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS ou EXPRESSOS b.1) Princípio da Legalidade À administração pública está subordinada à lei. Este princípio traduz uma das mais expressivas conquistas da humanidade, ou seja, permitir que as divergências, os conflitos, as tensões se resolvam não pelo primado da força, mas pelo império da lei. Nesse contexto é que se justifica a presença da Constituição Federal, nossa Carta Maior, a título de exemplo. De início, como base de estudo, utilizaremos o artigo 5º, inciso II: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;” Observa-se, uma regra vital, porque está a revelar que a imposição de comportamentos unilaterais pelo poder público só será possível se tiver respaldo em lei. impedido, dessa forma, a legitimação de atitudes arbitrárias por parte dos detentores desse poder. Em outras palavras, essa regra consubstancia, simultaneamente, uma salvaguarda para o direito dos administrados e uma limitação, para atuação do poder público. Assim, enquanto aos particulares é conferida a possibilidade de fazer, na defesa de seus interesses e do seu patrimônio, tudo que a lei não proíbe. Dessa forma, para melhor visualização das diferenças existentes entre os agentes públicos e os particulares, com relação a esse princípio, confira-se o quadro: Desse modo, a título de fixação, sobre o princípio da legalidade, temos: quando um ato administrativo for editado pela administração pública sem a existência de lei anterior, estaremos diante de uma ILEGALIDADE, visto que, a legalidade não fora respeitada. REFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS LEGALIDADE Art. 5º,II; XXXIX; Art. 150,I; Art. 37, II PERFIL EDIÇÃO DE ATOS ADMINISTRAÇÃO Relação de Subordinação Depende de lei anterior PARTICULAR Não contradição Não depende de lei anterior b.2) Princípio da Impessoalidade Seguindo pela ordem do artigo 37, caput, chega-se agora ao princípio da impessoalidade, que pode ser traduzido pela obrigação atribuída ao poder público de manter uma posição neutra em relação aos administrados, só produzindo discriminações que se justifiquem em vista do interesse público. Nesse sentido, qualquer atitude tomada pelo administrador, durante o desenvolvimento do concurso, por exemplo, que vise ao favorecimento gratuito de pessoas determinadas, sendo parcial, deve ser imediatamente reprimida por agressão ao princípio da impessoalidade. Confira o quadro abaixo e veja casos em que a observância desse princípio deve ser estrita: CONTRATAÇÃO DE PESSOAS CONCURSO Art. 37, II, da CF CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS LICITAÇÃO Art. 37, XXI, da CF PAGAMENTO DE CREDORES ORDEM CRONOLÓGICA DE PRECATÓRIOS Art. 100 da CF PROPAGANDA DE GOVERNO PROIBIÇÃO PARA NOMES, IMAGENS E SÍMBOLOS Art. 37, p. 01º da CF TEORIA DO ÓRGÃO IMPUTA RESPONSABILIDADE PARA ATOS DOS AGENTES À PESSOA JURÍDICA. Art. 37, P. 06º da CF b.3) Princípio da Moralidade Trata-se de princípio que aparece, de forma expressa no art. 37 da Constituição Federal. Indica a necessidade do administrador público de praticar um GOVERNO HONESTO de forma a preservar os interesses da coletividade. Para nossa jurisprudência, a moralidade integra o conceito de legalidade no direito administrativo. Também é vista como gênero que apresenta como espécie o conceito de “improbidade”, ou seja, quandoum agente ou administrador age sem moralidade, ele está sendo desonesto ou agiu sem probidade.1 b.4) Princípio da Publicidade O princípio da publicidade se traduz no dever conferido à administração pública de manter plena transparência de todos os seus comportamentos, incluindo-se aqui, como regra geral, a obrigação de oferecer, desde que solicitadas, todas as informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados. (art. 37, p.1º e 3º, II) § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. (...) § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; Outra base legal que fundamente o acesso aos atos da administração é a lei nº 12.527/2011 (lei de acesso à informação) que, em seu artigo 10, caput, aponta tal previsão: Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. Dessa forma, entende-se que, o princípio da publicidade é a efetiva informação, a transparência no trato com os bens públicos , sua destinação, sua arrecadação e demais fins a qual fora destinado, para o total conhecimento, ressalvados os casos de sigilo previsto em lei, por parte do cidadão. 1 Probidade = integridade, honestidade, retidão b.4) Princípio da Eficiência O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios que compõem o L.I.M.P.E.2, foi introduzido em nosso ordenamento com a E.C. nº19/98 (emenda constitucional). Esse princípio impõe ao poder público a efetividade, a busca pelo aperfeiçoamento na prestação dos serviços, bem como obras que executem, com o fim de preservar o interesse que representa, que é o interesse da coletividade. Nesse sentido podemos dizer que a administração pública, através do princípio da eficiência deve ser RRP: C) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS ou NÃO EXPRESSOS Neste tópico será abordado os princípios mais importantes e com as maiores incidências em concursos públicos. De início temos 02 (dois) princípios basilares do direito administrativo: a) supremacia do interesse público e a b) indisponibilidade do interesse público; o primeiro trata da prerrogativa coletiva sobre o particular, ou seja, o coletivo sempre estará em primeiro plano, já o segundo prevê que os bens, a coisa pública não é disponível, devendo o administrador zelar; os dois princípios buscam o fim precípuo do direito administrativo: preservação do interesse da coletividade. c.1) Princípio da Autotutela; Com base na Súmula Vinculante nº473 do STF que preconiza: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 2 LIMPE = LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA CELERIDADE MÁXIMA COM MENOR CUSTO COMPLETA DESBUROCRATIZADA SATISFATÓRIA oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. E também, na lei nº 9.784/99 - Lei de Processo Administrativo que, prevê em seu artigo 53: “A administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.” A administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. A administração PODERÁ (caso a adm. não anule o ato tido como ilegal estará passível do crivo judicial) invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade. Em todos os casos o judiciário poderá ser provocado e deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação, nos aspectos de legalidade, pois, no que tange ao mérito administrativo, esse, o poder judiciário não poderá avaliar. c.2) Princípio da Motivação; Em regra, a administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. Entende-se por motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prática de um ato. Já a MOTIVAÇÃO se trata da exigência de fundamentação, de enunciação dos motivos. Exceções ao princípio da motivação: a EXONERAÇÃO AD NUTUM, que se refere àquela aplicável aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde (dispensa) de motivação. Entretanto, se a administração motivar ato que não precisava de motivação, estará VINCULADA aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo judiciário (teoria dos motivos determinantes). Exemplo: um agente que é destituído por improbidade administrativa, esta deverá ser provada. c.3) Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade; Os meios adotados pela administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar como: 1. ADEQUADOS: deve lograr com sucesso a realização do fim. 2. NECESSÁRIOS: entre os diversos meios igualmente adequados, a administração tem que optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. 3. PROPORCIONAIS: em sentido estrito a administração deve promover ponderação entre vantagens desvantagens, entre o meio e o fim, de modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. c.4) Princípio da Continuidade do Serviço Público Pelo princípio da continuidade os serviços públicos não podem parar, ou seja, são ininterruptos, devem ter a devida regularidade. Desse princípio decorre a incapacidade de alguns servidores públicos praticarem a greve, por conta do serviço necessário e imprescindível. [ vide lei nº 7.783] 02. PODERES ADMINISTRATIVOS a) Conceito Os poderes, devem ser enxergados como um PODER-DEVER e OBRIGAÇÕES que a administração tem de cumprir para viabilizar os objetivos que deve perseguir. Pode-se, dessa forma, facilmente concluir pela impossibilidade de o administrador renunciar ao uso desses poderes e pela possibilidade de ser responsabilizado pela sua utilização incorreta. Como conclusão, tem-se que, quando no exercício desses poderes, encontra o administrador com limites delineados pelo nosso ordenamento jurídico, que não podem ser ultrapassados mesmo diante dos interesse representados. Se ultrapassados, estaremos diante do abuso de poder. b) Poderes em Espécie b.1) Poder Vinculado É aquele que o administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei, que , de resto, estabelece o único comportamento a ser adotado em situações concretas, não deixando NENHUMA MARGEM DE LIBERDADE para uma apreciação subjetiva. O aspecto característicodesse poder, portanto, é a inexistência de qualquer traço de liberdade para o administrador, restando a ele tão somente subsumir a previsão teórica e abstrata da lei para a situação concreta a ele apresentada. CARACTERÍSTICA O ADMINISTRADOR FICA TOTALMENTE PRESO AO ENUNCIADO DA LEI. JUÍZO DE VALORES PELO ADMINISTRADOR IMPOSSIBILIDADE - não há que se falar em avaliação de mérito; CONTROLE DE LEGALIDADE PELO JUDICIÁRIO b.2) Poder Discricionário Pode-se defini-lo como aquele em que o administrador também fica preso ao enunciado da lei, que, no entanto, não estabelece um único comportamento a ser adotado por ele em situações concretas. Da definição acima, dois aspectos devem ser destacados: o primeiro é o poder discricionário está limitado e previsto em lei, assim como o poder vinculado, em segundo lugar, é o juízo de conveniência e oportunidade, não se limitando a um único comportamento possível, diante da previsão legal. Em outras palavras, a própria lei traz as possíveis condutas a serem seguidas pelo agente ou administrado em determinados casos concretos. b.3) Poder Hierárquico Em termos técnico, costuma-se definir o poder hierárquico como aquele conferido ao administrador para distribuir e escalonar as funções dos órgãos públicos e ordenar e rever a atuação dos agentes, estabelecendo entre eles uma relação de subordinação. Como esse poder vem regular as relações de hierarquia dentro dos órgãos, alguns institutos são possíveis dentro dessa estrutura, como a: delegação e avocação de competências, que são possíveis dentro dos limites previamente estipulados em lei. Nesse particular, importante estabelecer os limites fixados em lei para a delegação e avocação de competências, a lei nº 9.784/99 - Lei de Processo Administrativo, em especial em seus artigos 11,12 e 13 trouxe: “Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.” Entende-se por delegação (atribuir a alguém um atividade) e avocação (chamar para si uma atividade) como: a primeira é a distribuição de determinada competência/atividade a determinado agente ou órgão para que se execute, já a segunda é o chamamento de determinada atribuição de inferior para o superior, para que este realize. As duas são por tempo determinado e não há transferência de competência, mas há um lapso temporal para poder atuar dentro daquela competência, que é própria de cada agente/órgão previamente estabelecido em lei. b.4) Poder Normativo ou Regulamentar O poder normativo ou regulamentar pode ser definido pela faculdade atribuída ao administrador para a expedição de decretos e regulamentos. Em nosso ordenamento os decretos e regulamentos têm previsão expressa em nossa carta maior, no art. 84, IV como observa: “Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:(...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução” A diretriz constitucional apresentada acaba por delinear o exato papel atribuído aos decretos e regulamentos expedidos pelo Poder Executivo, vale dizer: oferecer FIEL EXECUÇÃO À LEI. Vale destacar que, o poder normativo ou regulamentar não pode ser utilizado para INOVAR NA ORDEM JURÍDICA, apenas dar fiel execução a uma lei preexistente. Outro ponto é a competência, ela é própria do chefe do poder do executivo de cada ente, ou seja, presidente da república, governador e prefeito. b.5) Poder Disciplinar Esse poder foi conferido ao administrador para a aplicação de sanções, penalidades aos seus servidores, diantes da prática de infrações de caráter funcional. É importante salientar que, essas sanções são de natureza administrativa, surgindo como exemplo a advertência, a suspensão e a demissão;Porém, o fato da administração ter legitimidade apenas de sancionar na seara administrativa não exclui a possibilidade de uma ação penal ou cível ocorrendo em paralelo ao processo administrativo. (Quadro Sinóptico sobre Poder Disciplinar) OBJETO Aplicação de sanções de natureza administrativa; DESTINATÁRIO Servidores Públicos SANÇÕES Advertência, suspensão, demissão, cassação b.6) Poder de Polícia O poder de polícia é definido como aquele de que dispõe a administração pública para condicionar, restringir, limitar e frenar atividades e direitos de particulares para a preservação dos interesses da coletividade. Sem dúvidas, a definição oferecida faz com que o exercício desse poder encontre fundamento na supremacia do interesse público sobre o particular (mencionado acima no tópico sobre princípios), que norteia todas as atividades administrativas em busca da preservação do interesse da coletividade. Encontra-se no CTN - Código Tributário Nacional a definição legal de Poder de Polícia, em seu artigo 78: “Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos” Para a efetivação desse poder, foi conferido alguns atributos que materializam a atuação do poder de polícia, são eles: discricionariedade, autoexecutoriedade e a coercibilidade. (mnemônico: D.A.C.) D - Entende por discricionariedade o juízo de valor em que o administrador pode exercer baseado na conveniência e na oportunidade. A - Já pelo atributo da autoexecutoriedade, entende-se que, é a capacidade da administração autoexecutar sem a anuência do judiciário, ressalvados os casos que precisem de ordem jurídica, exemplo: mandado de busca e apreensão. A 3 Lei nº 8.112 - Lei dos Servidores Públicos Federais de aposentadoria, destituição de cargo em comissão (art. 127 da lei nº 8.112/90) FATOR GERADOR Infrações de caráter funcional CARACTERÍSTICA Discricionariedade, levando em conta os itens relacionados no artigo 128 da lei nº 8.1123 REQUISITO Respeito ao devido processo legal INSTRUMENTOS Sindicância ou processo disciplinar autoexecutoriedade divide-se em mais dois atributos: a) exigibilidade: que são meios indiretos de coação b) executoriedade: que são meios diretos de coação. C - Por fim o atributo da coercibilidade que é a utilização da força pública,mas sempre de forma dosada, respeitando o princípio da proporcionalidade e razoabilidade. (observação, a súmula 323 do STF diz que é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos). c) Abuso de Poder Como forma de limitar a atuação da administração pública temos as modalidades de abuso de poder, nos casos em que o administrador venha a exceder, desviar ou omitir-se das suas obrigações, ou seja, dos seus deveres; São formas de abuso de poder o: a) Excesso de Poder: quando o agente ou administração excede o seu poder, a sua competência, gerando uma nulidade. Um exemplo é um agente de trânsito municipal atuando em via estadual, foge a sua competência. b) Desvio de Finalidade: quando o agente ou a administração atua em desconformidade com o previsto em lei, um exemplo é a pessoalidade, visto que um dos princípios que regula a conduta da administração é a impessoalidade, nesse diapasão o favorecimento pessoal é um desvio de finalidade. c) Omissão: quando o agente não age, fica inerte, visto que a lei regula uma conduta, também é uma forma de abuso de poder, na modalidade omissão. 03. ATOS ADMINISTRATIVOS a) Conceito É a manifestação de vontade do Estado ou de quem o represente, às vezes, (ex: concessionária/permissionária), de forma UNILATERAL. Com o fim de criar, modificar, resguardar ou extinguir direitos – com o objetivo de satisfazer o interesse público; Apesar do princípio da autotutela prevê a possibilidade do Estado de rever seus próprios atos, os atos do Estado não estão afastados do judiciário, dessa forma, ficam passíveis do Controle de Legalidade exercido pelo Poder Judiciário. Os atos administrativos não se confundem com os atos políticos ou de governos praticados em obediência à Constituição. (ex: estado de sítio, sanção ou veto). Os atos administrativos são aqueles praticados para execução da preservação do interesse público, o que difere dos mandamentos constitucionais, em regra, pois eles são vistos como políticos ou de governo. O judiciário e legislativo também executam atos administrativos quando realizam atividade de gestão interna, contratação de pessoal, etc. Existem também os fatos administrativos, que são a materialização da função administrativa. São atos materiais: a limpeza de praças, construção de escolas. Estes não produzem efeitos jurídicos. b) Elementos ou Requisitos dos Atos São elementos dos atos a COMPETÊNCIA, FINALIDADE, FORMA o MOTIVO e o OBJETO; cada um representa um requisito que presente no ato, tem a sua especificidade. Antemão, você precisa saber que, CO FI FO - competência, finalidade e a forma, são elemento vinculado dos atos, ou seja, estão presentes em todos os atos, já o Mo Ob - Motivo e o Objeto, são discricionários e vinculados, há situações em que a lei prever ele de forma vinculada e em outros momentos a lei irá prever ele de forma discricionária, por isso ele é misto. b.1.) Competência ou Sujeito É o requisito de validade do ato, ao qual prevê ao agente legalmente investido em uma função pública a realização do ato por previsão legal, ou seja, a competência deriva da constituição ou da lei. São características desse requisito: irrenunciável (por ser um poder-dever, seu exercício é obrigado), imodificável pelo administrador (só é possível através de lei), intransferível (salvo os casos de delegação e avocação já mencionados); imprescritível (não se perde com o passar do tempo) e improrrogável. Exemplo: qual é a competência constitucional da Polícia Militar? o artigo 144 da CF/88 preconiza: Art. 144. (...) § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; (...) Logo, não há que se falar em atuação ferroviária da Polícia Militar, visto que o mandamento constitucional não foi esse. (art. 144, § 3º) b.2) Finalidade A finalidade deve ser sempre uma razão de interesse público e não de interesses privados ou de terceiros. Se o administrador pratica um ato que não visa o interesse público ele comete um desvio de finalidade (vício ideológico, vício subjetivo). A finalidade nada mais é do que o bem jurídico protegido, a preservação do interesse da coletividade. Exemplo: um prefeito que pratica um ato diverso do previsto, ao invés de construir uma escola que beneficiaria uma comunidade ele desapropria determinada casa e vende para um terceiro que constrói um estacionamento privado. [ Nesse caso hipotético, não houve benefício de uma coletividade e sim de um terceiro, privado.] b.3) Forma A forma é um elemento que vem prevista em lei, em regra, ela é escrita, mas poderá apresentar-se de diversas formas, por exemplo: placas de sinalização de trânsito, é uma forma visual de demonstração de vontade do Estado. Com base na leitura acima temos que, a forma nada mais é do que a EXTERIORIZAÇÃO DE VONTADE do Estado. b.4) Motivo O motivo é o FATO + FUNDAMENTO JURÍDICO, é a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática do ato. Exemplo: na demissão (fato), o motivo é a infração cometida; na licença maternidade, o motivo é o nascimento do filho; no tombamento, é o valor histórico do bem. b.4.4) Teoria dos Motivos Determinantes Quando administrador praticar um ato administrativo e estabelecer os motivos que o levaram a realizá-lo, este estará vinculado aos motivos que declarou; Uma vez declarado o motivo a autoridade está vinculada, está presa ao motivo declarado. Declarou o motivo vai ter que cumprir, vai ter que estabelecer. Para isso, o motivo deverá ser verdadeiro, legal. Se o motivo declarado for falso (ilegal) há desobediência a Teoria dos Motivos Determinantes. Ex: a partir do momento que um edital de concurso estabelece um número de vagas, o administrador ficará vinculado ao motivo declarado, ou seja, o candidato aprovado dentro do número de vagas previstas no edital terá direito subjetivo à nomeação. Tredestinação Lícita: significa os casos de mudança de motivo autorizado pela Lei. Ex: em caso de desapropriação o agente público pode não obedecer aos motivos declarados, desde que mantida uma razão de interesse público. Assim, desapropria alegando a construção de escola, mas constrói hospital; b.5) Objeto É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridicamente). A própria administração vai escolher qual o seu objeto, por se tratar em regra de um elemento discricionário, mas podendo apresentar-se como ato vinculado, a título de exemplo temos a remoção de um veículo, o objeto desse ato é a remoção, ou seja, o efeito no mundo jurídico é a retirada do bem para o pátio ou depósito de trânsito (remoção); c) Vinculado e Discricionário: ATO VINCULADO (ATO REGRADO): o administrador não tem liberdade, não pode fazer um juízo de valor, não tem conveniência e oportunidade. Assim, preenchidos os requisitos legais, o administrador terá que praticar o ato. Ex: concessão de aposentadoria de servidor público; licença paraconstruir. ATO DISCRICIONÁRIO: é aquele que o administrador tem liberdade, pode fazer um juízo de valor e avaliar a conveniência e a oportunidade. O administrador tem liberdade, tem juízo de valor mais sempre nos limites da lei. Se o ato for praticado fora dos limites da lei, ele é um ato arbitrário (ilegal). Ex: art. 62 da Lei 8.666/93; permissão de uso de bem público. MÉRITO ADMINISTRATIVO: é o juízo de valor, a liberdade, a discricionariedade. O poder judiciário pode rever qualquer ato administrativo (vinculado ou discricionário) desde que este controle seja um controle de legalidade. Porém, ele não pode rever o mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade). d) Atributos dos Atos Importante destacar que, os atributos dos atos não devem ser confundidos com os elementos/requisitos dos atos. Enquanto os elementos são requisitos de validade do ato, os atributos são características que auxiliam os atos em sua efetivação. E eles são: Presunção de Legitimidade ou Veracidade, Autoexecutoriedade, Tipicidade e Imperatividade. (mnemônico: P.A.T.I.) 1- Presunção de Legitimidade/Veracidade: os atos administrativos são presumidamente legítimos, legais e verdadeiros. Possuem uma presunção relativa ou presunção ‘’iuris tantum’’. O ônus da prova cabe a quem alega. A conseqüência prática dessa presunção é a prática imediata do ato. O que diferencia uma presunção da outra é que, quando se tratar da lei, tem-se a presunção de legitimidade, quando se tratar dos fatos, tem-se a presunção de veracidade; 2- Autoexecutoriedade: é a atuação do poder público que independe de autorização prévia do Poder Judiciário. Mas, isso não impede o controle do judiciário. A autoexecutoriedade não tem nada a ver com o formalismo, com a formalidade. Para a doutrina majoritária a autoexecutoriedade se subdivide em duas bases, são elas: a exigibilidade e a executoriedade. Exigibilidade: poder que tem o Estado de decidir sem a presença do Judiciário. A exigibilidade todo ato tem. Executoriedade: significa executar sem a presença do judiciário. Portanto, nem todo ato tem. Somente estará presente nas situações de urgência ou nas situações previstas em lei. Nem todo ato administrativo tem autoexecutoriedade (só situações em lei e urgentes). 3- Tipicidade: cada ato administrativo vai ter a sua aplicação determinada - classificação dada por Maria Silvia Zanela de Pietro. O ato deve corresponder a figuras definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. 4- Imperatividade: os atos administrativos são feitos de forma impositiva. Decorre do poder extroverso do estado. Esse atributo nem sempre estará presente. Somente estará nos atos que impõem, que estabelecem uma obrigação. Obter certidão, autorização de uso de bem público, por exemplo, não tem imperatividade. e) Classificação dos Atos Administrativos Os atos são divididos por classificações para melhor interpretação de cada ato em espécie quando estudado. Estaremos estudando 04 (quatro) classificações, os atos: e.1) Classificação quanto à vontade; a) SIMPLES: (1 vontade) o ato quanto à vontade, pode ser simples, pois expressa vontade de apenas 01 (um) órgão ou agente público, pouco importa se o órgão é singular ou colegiado. Exemplo: nomeação para cargo de livre nomeação e exoneração - Ad Nutum. b) COMPLEXO: (1+1 vontades) ato cuja formação depende de mais de 01 órgão para expressar a sua vontade. Exemplo: promoção por merecimento dos desembargadores do TRF’s (o TRF forma uma lista tríplice e encaminha para o PR - presidente da república que escolherá 01 (um) entre os 03 nomes), ou seja, há vontade é tanto do TRF, quanto do presidente) c) COMPOSTO: (1+1 vontades) decorre de uma única vontade, emana de 01 único agente ou órgão, mas que depende de uma vontade acessória, para que tenha eficácia. Veja, enquanto no complexo a vontade é dos dois ou mais órgãos, no composto a vontade é de apenas um órgão, que para sua realização precisa da ratificação de outro. Exemplo: nomeação de ministro do STF, após aprovação do Senado Federal (vontade acessória). e.2) Classificação quanto aos destinatário; a) GERAIS: são atos normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral, incertos e indeterminados. Exemplo: Decretos de restrição por conta do Covid-19 b) INDIVIDUAIS: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Exemplo: nomeação e exoneração. e.3) Classificação quanto aos efeitos; a) CONSTITUTIVO: são classificados assim quando seus efeitos se prestam a criar, inovar, construir uma situação jurídica inexistente, esses atos são sempre discricionários.. Exemplo: autorização, permissão. b) DECLARATÓRIOS: os efeitos declaratórios se destinam a reconhecer uma situação jurídica preexistente. Exemplo: Licença e todos os outros atos vinculados. c) ENUNCIATIVOS: Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou de direito conhecida pela administração pública. Não constituem e nem declaram, apenas emitem um juízo de opinião. Exemplo: certidão. e.4) Classificação quanto ao conteúdo; a) NEGOCIAIS: atos nos quai a manifestação de vontade do Estado coincide com o requerimento do particular. Espécies de Atos Negociais: - Autorização: ato discricionário, onde a administração pública concede em caráter privativo o uso de um bem público ou o exercício de uma atividade material. - Permissão: ato discricionário, onde a administração também concede a um particular, em caráter privativo o uso de um bem o o exercício de uma atividade, o que difere da autorização é a norma específica que regra a permissão, lei nº 8.987/95, tornando a permissão em um ato BILATERAL, um contrato, visto que os atos administrativo em regra são UNILATERAIS. - Licença: ato vinculado e definitivo, onde o Estado reconhece um direito subjetivo do administrado. Exemplo: CNH - preenchendo todos os requisitos exigidos em lei, o Estado tem a obrigação de conceder a licença para dirigir. b) NORMATIVOS: atos que exprimem normas gerais Espécies de Atos Normativos: - Decreto: só são emanados pelo chefe do poder do executivo (presidente, governador e prefeito), dando fiel cumprimento a lei. Obs.1 - Decreto-Lei foi abolido do Brasil, ou seja, não existe em nosso ordenamento. - Resolução: ato administrativos formais que os órgãos colegiados (exemplo de órgão colegiado são as agências reguladoras) utilizam para exprimirem as suas deliberações a respeito de determinada matéria. Obs. 2 - Não confundir resolução administrativa com resolução legislativa, que são lei em sentido amplo, embora de efeito interno à câmara legislativa. - Portaria: (é realizada por qualquer autoridade administrativa que não seja o chefe do executivo) Utilizada para qualquer ato que disponha sobre o servidor e sua vida funcional. Exemplo: instauração de um IP (inquérito policial). - f) Extinção dos Atos Administrativos Quando se tratar de extinção dos atos administrativos, temos a retirada do ato do mundo jurídico. Como estudadoacima, no tópico dos princípios, vimos que na administração pública vigora o princípio da autotutela, que é a capacidade da própria administração pública anular ou revogar seus próprios atos. (vide S.V. 473-STF) f.1) ANULAÇÃO - o objeto da anulação são os atos INVÁLIDOS, ou seja, ilegais. Esse controle de legalidade poderá ser feito pela própria administração pública (autotutela) ou pelo poder judiciário (função jurisdicional típica). O efeito da anulação é EX-TUNC, que quer dizer sobre a retroatividade, com a anulação o ato volta com todos os seus efeitos ao início. O prazo para questionar, junto a administração pública ou judiciário, a legalidade de um ato, são 05 (cinco) anos. Obs. Quando a ilegalidade atingir a FINALIDADE, O MOTIVO e o OBJETO, o ato será NULO, não sendo possível convalidar ou reeditar. Convalidação - é tornar um ato anulável em válido, só é possível nos vícios de CoFo - competência e forma, dos requisitos dos atos. (vide artigo 55 da lei nº 9.879 - Lei de Processo Administrativo) f.2) REVOGAÇÃO - a revogação, por sua vez, é a extinção do ato VÁLIDO, por razões de conveniência e oportunidade. Só a própria administração, no âmbito de cada poder, poderá realizar essa forma de desfazimento do ato NÃO é possível a revogação judicial do ato. (o judiciário não pode revogar o ato administrativo por não julgar o mérito administrativo, visto que a função típica do judiciário é jurisdicional.) o efeito da revogação é EX-NUNC, ou seja, impede a produção dos efeitos futuros, permanecendo os pretéritos. Limites da Revogação: a) atos vinculados são irrevogáveis. b) atos que já exauriram seus efeitos. c) atos que são fontes de direito adquirido. 04. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA A organização da estrutura da Administração Pública está relacionada com as formas de prestação da atividade administrativa. No que tange à sua organização e forma de prestação dos serviços públicos, encontramos os fenômenos da desconcentração e descentralização. Desconcentração: (administração direta) É deslocamento de prestação de serviço dentro da mesma pessoa política, a exemplo da União, Estados, DF e Municípios, havendo a hierarquia e a com subordinação. Na desconcentração as atribuições são repartidas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa, mantendo a vinculação hierárquica. Exemplos de desconcentração são os Ministérios da União, as Secretarias estaduais e municipais. Descentralização: (administração indireta) é o fenômeno por meio do qual a Administração Pública transfere os serviços públicos para outra pessoa. Pressupõe uma nova pessoa, que pode ser física ou jurídica, mas não há hierarquia e nem subordinação. Neste caso ocorrerá controle da sua atuação. É o exemplo da criação de autarquias para prestar educação pública, bancos públicos, empresas estatais, etc. A descentralização administrativa pode ocorrer por outorga ou por delegação. Outorga: Transferir por outorga significa transferir a titularidade e a execução do serviço. Transferida através de lei. A outorga de serviço só pode ser feitas às pessoas da Administração Indireta de direito público (autarquias, fundações públicas). a) Órgãos Públicos INTEGRANTE Órgãos b) Entidades Públicos DEFINIÇÃO Centro de Competência previamente definidos em lei. PERSONALIDADE JURÍDICA NÃO TEM. Assim, não se apresentam como sujeitos de direitos e obrigações. CAPACIDADE PROCESSUAL Em regra, não possuem. TEORIA DO ÓRGÃO Imputa a responsabilidade pelos atos praticados aos agentes, não a eles, não aos órgãos em que se encontram lotados, mas à esfera de governo em que se encontram. CRIAÇÃO Por lei, de iniciativa do Chefe do Poder Executivo (art. 61,p1º,II, “e” da CF/88) EXTINÇÃO Por lei, de iniciativa do Chefe do Poder Executivo (art. 61,p1º,II, “e” da CF/88) ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO Por lei, implica aumento de despesa. Por simples decreto, se não implicar. (art. 84, VI, “a” da CF/88) CLASSIFICAÇÃO Principal Critério - quanto a posição ocupada: a) nível constitucional b) nível infraconstitucional INTEGRANTES¹ Pessoas Jurídicas PERSONALIDADE JURÍDICA POSSUEM. Assim se apresentam como sujeitos de direitos e obrigações. CAPACIDADE PROCESSUAL POSSUEM. podendo, pois, propor ou sofrer ações judiciais. CRIAÇÃO (art. 37, XIX, CF/88) Por lei, ESPECÍFICA, ordinária, de iniciativa do chefe do poder executivo. EXTINÇÃO (art. 37, XIX, CF/88) Por lei, específica, ordinária, de iniciativa do chefe do poder executivo, variando o seu papel de acordo com a personalidade ¹ INTEGRANTES: como visto, os integrantes da estrutura indireta da administração pública apresentam de comum, entre si, o fato de se apresentarem como PESSOAS JURÍDICAS, dotadas de personalidade jurídica, e criadas ou para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades econômicas. a) Autarquias São pessoas jurídicas com personalidade de direito PÚBLICO, a sua criação é por meio de LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA, de iniciativa do Chefe do Poder do Executivo. Sofrem CONTROLE DE LEGALIDADE ou FINALIDADE, de quem as criou, NÃO EXISTINDO RELAÇÃO DE HIERARQUIA ou SUBORDINAÇÃO. O objetivo da sua criação é a PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO. Com relação a RESPONSABILIDADE, é dela, pelas obrigações que contrair, pelos danos que causarem, respondendo a administração pública, no máximo em caráter subsidiário. Não são passíveis de falência. O seu CAPITAL (dinheiro) é inteiramente público. Exemplos: UFBA - Universidade Federal da Bahia, ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível. b) Fundações São PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO (fundações públicas) ou de DIREITO PRIVADO (fundações governamentais integrantes), possuem CAPACIDADE PROCESSUAL, podendo propor ou sofrer ações judiciais. A sua criação ou extinção é por meio da LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA, de iniciativa do chefe do poder do executivo, se for de direito privado, a lei apenas autoriza a sua criação, se for de direito público, a aprovação da lei resulta em sua criação. Sofrem CONTROLE DE LEGALIDADE ou FINALIDADE, de quem as criou, NÃO EXISTINDO RELAÇÃO DE HIERARQUIA ou SUBORDINAÇÃO. O objetivo da sua criação é a PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO. Com relação a jurídica da pessoa. OBJETIVOS São criadas ou para a prestação de serviços públicos (atividade típica do Estado) ou para exploração de atividades econômicas (atividade atípica do Estado). RESPONSABILIDADE, é dela, pelas obrigações que contrair, pelos danos que causarem, respondendo a administração pública, no máximo em caráter subsidiário. Não são passíveis de falência. Exemplo: Biblioteca Nacional, IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. c) Empresas Públicas São PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO, possuem CAPACIDADE PROCESSUAL, podendo propor ou sofrer ações judiciais. A sua criação ou extinção é por meio da LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA, de iniciativa do chefe do poder do executivo, QUE AUTORIZA A SUA CRIAÇÃO dependendo de aprovação e registro. Sofrem CONTROLE DE LEGALIDADE ou FINALIDADE, NÃOEXISTINDO RELAÇÃO DE HIERARQUIA ou SUBORDINAÇÃO. NÃO POSSUEM privilégios processuais. (art.183 do CPC - Código de Processo Civil). Podem ser criadas com o OBJETIVO de prestação de serviço público ou para exploração de atividade econômica. Com relação a RESPONSABILIDADE, é dela, pelas obrigações que contrair, pelos danos que causarem, respondendo a administração pública, no máximo em caráter subsidiário. O seu CAPITAL (dinheiro) é inteiramente público e pode assumir qualquer modalidade EMPRESARIAL (ltda. S/A...), quanto à falência, se criada para prestação de serviço, não está passível, mas se criada para exploração de atividade econômica poderá ser alcançada pela falência. Exemplo: CEF - Caixa Econômica Federal d) Sociedade de Economia Mista São PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO, possuem CAPACIDADE PROCESSUAL, podendo propor ou sofrer ações judiciais. A sua criação ou extinção é por meio da LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA, de iniciativa do chefe do poder do executivo, QUE AUTORIZA A SUA CRIAÇÃO dependendo de aprovação e registro. Sofrem CONTROLE DE LEGALIDADE ou FINALIDADE, NÃO EXISTINDO RELAÇÃO DE HIERARQUIA ou SUBORDINAÇÃO. NÃO POSSUEM privilégios processuais. (art.183 do CPC - Código de Processo Civil). Podem ser criadas com o OBJETIVO de prestação de serviço público ou para exploração de atividade econômica. Com relação a RESPONSABILIDADE, é dela, pelas obrigações que contrair, pelos danos que causarem, respondendo a administração pública, no máximo em caráter subsidiário. O seu CAPITAL (dinheiro) é MISTO, 50%+1% deve ser público e os demais 49% privado, o poder público tem que ser o detentor do poder de decisão. Pode assumir apenas a modalidade EMPRESARIAL S/A - sociedade anônima, quanto à falência, se criada para prestação de serviço, não está passível, mas se criada para exploração de atividade econômica poderá ser alcançada pela falência. 05. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Sobre o tema, responsabilidade civil do Estado ou da Administração Pública temos: uma conduta do Estado ou de um agente público que resulte em dano para um terceiro, ficando o Estado condicionado à indenização. Para que haja esse dever, do Estado, em pagar o dano é preciso uma conduta comissiva ou omissiva, legal ou ilegal, material ou jurídica, basta que ocorra um ônus prejudicial. Alguns doutrinadores entendem que há indenização, quando a conduta é legal, nos casos por exemplo de requisição administrativa que resulte dano ao bem e que há ressarccimento, quando ocorre um ato ilegal do Estado, por exemplo: o condenado que fiz mais tempo que o previsto em sentença por erro judicial. Não confundir o pagamento desse valor da esfera administrativa com a esfera penal, visto que aqui há um ato danoso administrativo e na seara penal decorre de um ilícito, crime ou uma contravenção penal. a) TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO A teoria do risco administrativo, adotada pela Constituição Federal Brasileira, assevera que o Estado será responsabilizado quando causar danos a terceiros, independente de culpa. (dolo ou culpa) Preconizado em nossa Carta Magna no Artigo 37, § 6º “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.” a) responsabilidade subjetiva “Responsabilidade subjetiva, ou teoria da culpa civil, uma vez que equiparava o Estado ao indivíduo, obrigando a ambos da mesma forma, é dizer, sempre que houvesse culpa, haveria o dever de indenizar. A culpa aqui é vista de maneira ampla, incluindo o dolo (intenção de provocar o dano) e a culpa propriamente dita (dano causado por imprudência, negligência ou imperícia). Assim, caberia ao prejudicado a obrigação de demonstrar a culpa do agente público, e o nexo causal entre o dano verificado e sua conduta.” b) responsabilidade objetiva De forma diversa da anterior, seguindo a teoria do risco administrativo, em havendo um dano provocado pela Administração, ele deve ser reparado, independente de dolo ou culpa desta. Então, aqui fica clara uma exceção à teoria do risco administrativo: caberá ao Estado o dever de indenizar o dano ocorrido independente de seu dolo ou culpa, mas não no caso de culpa exclusiva do prejudicado. Em face das exceções, chama-se também de teoria do risco administrativo mitigado. Outras duas importantes exceções devem ser destacadas: culpa de terceiro e força maior. Em ambos os casos, vigora a responsabilidade subjetiva do Estado, pois esta deve ser comprovada. 06. FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE a) Propriedade O direito de propriedade está previsto na Constituição Federal em diversos pontos, destacando-se, em primeiro lugar, sua disciplina entre os direitos e garantias fundamentais, incluindo-se , portanto, entre as denominadas cláusulas pétreas. Previsão estabelecida no artigo 5º, caput, incisos XXII, LIV e LV: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ; XXII - é garantido o direito de propriedade LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Percebe-se, que o tema propriedade representa simultaneamente para o proprietário de bens um direito e um dever fundamental, este último gerando na hipótese de descumprimento, sanções. O direito à propriedade não é absoluto, conforme preconiza também em seu artigo 5º a Constituição Federal de 1988: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Entende-se por FUNÇÃO SOCIAL o aproveitamento racional e a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, seja em área urbana ou em área rural, salvo quando se tratar da PEQUENA PROPRIEDADE RURAL, essa tem uma limitação constitucional, prevista no artigo 5º, XXVI, da Constituição Federal que diz: XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;4 Diantes dessas informações, podemos dar prosseguimento ao estudo da Intervenção Estatal na propriedade particular, que nada mais é que, A UTILIZAÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA, POR PARTE DO ESTADO, PAUTADO EM LEI, EM DETERMINADAS SITUAÇÕES, que veremos a seguir. b) Espécies de Intervenção na Propriedade b.1) DESAPROPRIAÇÃO (CF, art. 184): é a transferência compulsória da propriedade Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulosda dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. EXEMPLO: Determinado imóvel rural às margens de uma BR, que não esteja cumprindo a sua função social ou por razões da supremacia do interesse público, poderá ser 4 artigo 182,p2º, CF/88 - Plano Diretor desapropriado, com prévia e justa indenização, para a duplicação da BR que favorecerá a coletividade. b.2) CONFISCO (CF, art. 243: é a transferência compulsória da propriedade “Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.)” EXEMPLO: Imóveis rurais que eram utilizados para a plantação ilegal de drogas. b.3) REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA (CF, art. 5º, XXV): é a transferência compulsória da POSSE Artigo 5º (...) XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; EXEMPLO: Um policial militar que em uma situação de flagrante precisa de um veículo particular para fazer o acompanhamento, poderá requerer do particular, ficando o Estado condicionado ao pagamento, caso haja dano ulterior do bem. b.4) SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: essa forma de intervenção está ligada quanto ao uso, faz limitações específicas e onerosas. EXEMPLO: A instalação de uma antena telefônica em determinado terreno particular, é uma espécie de servidão administrativa, por fazer limitação a determinada parte do terreno, que será pago ao proprietário (uma espécie de aluguel), aquela utilização. b.5) TOMBAMENTO: É a forma de restrição da propriedade quanto ao uso em razão do valor HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL daquela propriedade. EXEMPLO: O bairro do pelourinho em Salvador (BA), algumas casas são tombadas em razão do valor histórico e cultural daquele local. A entidade responsável por essa forma de intervenção é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) (autarquia federal)., que cabe ao proteger e promover os bens culturais do País, assegurando sua permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras.
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