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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA Trabalhando o processo de aprendizagem RESUMO A educação é direito de todos. Direito esse garantido na Constituição Federal. Infelizmente a realidade não é o reflexo do texto da Constituição. Por diversos motivos e muitos ligados a desigualdades sociais, muitas pessoas não tem acesso à educação ou precisaram deixar seus estudos. Esta situação fez com que surgisse o EJA – Educação de Jovens e Adultos, que tem como objetivo atender a demanda cada vez mais crescente de jovens e adultos que necessitam de formação escolar, facilitando a sua inserção no mercado de trabalho e dessa forma contribuindo para a sua formação. A EJA sobre o olhar de Paulo Freire tem por objetivo a conscientização do mundo que nos rodeia pois, não adianta ler a escrever e não ser um agente ativo na sociedade, e isso ocorre só quando entendemos o mundo ao nosso redor, assim podemos questionar e transformar nossa realidade diária. Palavras-chave: Educação. EJA. Paulo Freire. 1. INTRODUÇÃO A educação é um elemento fundamental para o desenvolvimento da sociedade, em relação aos jovens e adultos torna-se fundamental, pois estes indivíduos devem estar preparados para exercer sua cidadania. Ao longo da história a EJA – Educação de Jovens e adultos enfrentou grandes mudanças e desafios, mesmo nos dias atuais esta modalidade de ensino enfrenta grandes dificuldades, pois os governos tem seu foco na política e economia esquecendo o desenvolvimento pessoal. A EJA traz Paulo Freire como seu percursor. Sua proposta inovadora diverge de uma simples modalidade de ensino, pois propaga uma educação libertadora onde homens e mulheres são reconhecidos como sujeitos capazes de transformar a realidade social. Neste contexto apresenta-se o tema “A Educação de Jovens e Adultos”, onde será apresentado o levantamento histórico da EJA e a influencia de Paulo Freire nesta modalidade de ensino. Além disso, o objetivo também é compreender os processos de aprendizagem dos alunos adultos e através desta compreensão apontar caminhos para que ela ocorra de melhor forma. Muitas oportunidades para estudar estão sendo oferecidas paras as pessoas, porém não é fácil a permanência destas em sala de aula. Por diversos motivos elas abandonam os estudos, deixando o aprendizado em segundo plano. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Educação de Jovens e Adultos – EJA tem por finalidade, proporcionar a educação básica àqueles que não tiveram condições de frequentar a escola, por vários motivos muitos ligados a desigualdades sociais, na idade tida como “correta”. Esta situação culminou na criação da EJA que tem por objetivo atender a demanda crescente de jovens e adultos que necessitam da formação escolar, facilitando a sua inserção no mercado de trabalho e contribuindo para a sua formação de cidadão. Para compreender sua importância se faz necessário falar da história da EJA, de acordo com Cavalcanti e Moura (2009, p.6), a educação de jovens e adultos no Brasil teve suas primeiras tentativas na época da Colonização. 2 Tudo começou com a escola criada pelos jesuítas, eles acreditavam que não seria possível converter os índios sem que eles soubessem ler e escrever. Verifica-se então a importância da alfabetização na vida dos adultos para que esses não só servissem para a igreja, como também para o trabalho manual. As diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos, em concordância com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB apontam três funções como responsabilidade da EJA: reparadora (restaurar o direito a uma escola de qualidade); equalizadora (restabelecer a trajetória escolar); qualificadora (proporcionar a atualização de conhecimentos por toda a vida). Atualmente a idade mínima para frequentar a EJA é de 15 anos para o Ensino Fundamental e 18 para o Ensino Médio. Assim como a educação regular, é dever do governo disponibilizar educação de jovens e adultos, porém, também existem instituições privadas, autorizadas a atender esta modalidade de ensino. Como a própria LDB propõe a idade mínima para ingressar à EJA, fica ao encargo do professor conseguir trabalhar com sujeitos dos dois tipos de desenvolvimento cognitivo: o jovem e o adulto. O adulto, cujos anos de vida lhe proporcionaram maturidade emocional, intelectual e social são mais “aceitos” pelos professores, de certo modo, por acha-los mais esforçados e pelo fato do maior respeito que o aluno adulto tem para com o seu professor. Já para os jovens, os professores apresentam maior “inquietação”, por terem que lidar com “[...] a falta de motivação e de envolvimento do aluno nas tarefas escolares – conversam demais, se movimentam demais, não prestam atenção às aulas, não fazem tarefas [..]” (FERRARI e AMARAL, s/a. p.1). No entanto os professores devem levar em conta que a maioria desses jovens possuem uma história de vida muito diferente dos outros jovens de sua idade. Muitos já carregam consigo tanta responsabilidade quanto um aluno adulto, mas, seu psicológico entra em “conflito” por estar passando por uma experiência ainda não maturada em sua mente. O convívio das duas faixas etárias pode ser muito enriquecedor. Contudo, é preciso atentar- se ao fato das “necessidades” do aluno jovem, seu ritmo de aprendizagem, sua “impaciência” em ficar parado, etc. O ideal é propor atividades que estimulem parcerias com os alunos mais velhos, organizando as atividades que propiciem formar vínculos positivos como respeito à forma de pensar, agir e sentir do outro indivíduo. A educação de Jovens e Adultos apresenta hoje uma identidade que a diferencia da escolarização regular e essa diferenciação não nos remete apenas a uma questão de especificidades estaria, mas, primordialmente, a uma questão de especificidade sócio- histórico-cultural (FERRARI e AMARAL, s/a. p.1). 3. PROCESSO DE APRENDIZAGEM O processo de ensino-aprendizagem ampara-se na concretização de relações interpessoais segundo Santos (2009), esses decorem do modo como os sujeitos envolvidos interagem e desempenham seu papel social, procurando compreender os diferentes fatores que interferem na interação pedagógica. Neste sentido diversas vezes o professor é desafiado a atuar sobre a nova visão em relação aos processos tradicionais de ensino e aprendizagem, segundo Anastasiou e Alves (2009), ele poderá encontrar muitas dificuldades, incluindo pessoas e de se colocar numa diferenciada ação docente, iniciando pela própria compreensão da necessidade de ruptura com o tradicional método conhecido. Através de estratégias aplica-se e expõe-se meios, métodos, formas e jeitos de ensinar visando evidenciar a dinâmica mais adequada para se atingir o objetivo. 3 O autor Paulo Freire estabeleceu alguns conceitos na área de educação, buscando foco num melhor aprendizado, através de técnicas e metodologias evolutivas. A EJA sobre os olhos de Paulo Freire tem como objetivo a conscientização do mundo que nos envolve, pois não adianta ler e escrever e não ser um agente ativo na sociedade, e isso só ocorre quando entendemos o mundo ao nosso redor, assim podemos questionar e transformar nossa realidade diária. A partir do levantamento histórico do EJA, pode ser percebido que seu desenvolvimento se deu pelos interesses políticos e econômicos do país. Na década de 60 Paulo Freire surge com a proposta de alfabetização conscientizadora, que hoje influencia as metodologias da EJA, mesmo que tenha sido interrompido os seus trabalhos pelo Regime Militar. Paulo Freire foi um grande pensador e inovador na área de educação, publicou vários livros e suas teorias são seguidas por muitas pessoas. O autor parte de um pressuposto, onde o ser humano é o foco no processo de ensino. O aluno deve refletir muito sobre sua existência, influenciando na sua vida e decisão maislivre. As ações educativas devem fazer o aluno refletir, levando isso a uma análise de reflexão de vida do educando. O educando deve ser comprometido, desenvolvendo em si a capacidade de agir e o relacionamento em sociedade. O educando deve-se integrar, criando cultura, fazendo história no contexto de sua existência através da reflexão. Paulo Freire estabelece alguns fundamentos, os quais devem nortear a educação das pessoas, estabelecendo os princípios: problematização, diálogo, liberdade e conscientização. Segundo Miranda; Barroso (2004), a Problematização é a fase de estudos onde o educador faz a reflexão junto com os alunos, colocando situações e fazendo-os refletirem sobre o problema proposto. Com essa reflexão, através de situações supostamente apresentadas, mesmo estas situações serem acontecimentos passados, o educador faz uma reflexão, trazendo o conhecimento e a cultura de forma crítica. O diálogo é considerado uma necessidade, onde através dele, podemos fazer a reflexão e ação para nossas atitudes, trazendo através dele a base e interação. De qualquer forma para a aprendizagem existir, precisa haver liberdade para criar, tomar decisões e aprender. A liberdade: Para existir educação é preciso liberdade pois, com esta liberdade de pensamento pode-se criar. Com o aprender herdamos a experiência de vida, criando e tendo novas experiências, respondendo aos desafios da vida. Esta conquista deve ser permanente na busca pela liberdade e conhecimento. A conscientização é um ponto importante, onde o que foi aprendido será usado por nossa consciência na tomada de decisões. Com a conscientização, tem-se pessoas mais capazes de ter noção do que está ao nosso redor e assim estarmos mais bem preparados para a sociedade em que vivemos. FIGURA 1: Paulo Freire A Figura 1 tem a finalidade de apresentar o retrato de Paulo Freire 5. CONCLUSÃO 4 A Educação de Jovens e Adultos é um direito importante e valioso, uma condição prévia para que o cidadão posso interagir com aspectos básicos da sociedade: ler livros, escrever ou entender cartazes, entre outros. Em meio a pesquisar observei que os alunos do EJA retornam as instituições escolares não só em busca de um certificado ou diploma. Esperam muito mais do que ler e escrever, eles pretendem continuar os estudos e utilizá-lo para a sua formação crítica e social. Enxergam a escola como uma chance, uma oportunidade para um futuro melhor. Com o desenvolvimento desta pesquisa, percebe-se o quanto é importante os estudos sobre novas formas de ensino aprendizagem. Sempre se deve estar melhorando e assim estar buscando novos conhecimentos, buscando despertar o interesse de nossos alunos aos estudos e que eles tenham mais vontade de estarem presentes nas aulas, participando e contribuindo. Possibilitando que com esse aprendizado os resultados dos esforços diários sejam mais proveitosos. Muitos estudiosos no assunto a exemplo de Paulo Freire pesquisaram sobre as formas de estudos, trazendo a aprendizagem como ciclo do dia a dia da escola. Paulo Freire em sua visão busca exatamente o desenvolvimento pessoal, ou seja, aquele desenvolvimento da alfabetização conscientizadora pois, o indivíduo deve entender o mundo a sua volta, para assim poder interagir com ele. Com os estudos, pode-se estar melhorando a qualidade de ensino e tornar nossos alunos, pessoas aptas para viver no mundo moderno, tendo capacidade de pensar e tomar decisões para a vida em sociedade, tanto no mercado de trabalho como na vida pessoas. Saber tomar decisões é importante para a sobrevivência em sociedade. REFERÊNCIAS CAVALCANTI, Márcia Molina e MOURA, Johnson Pontes de. Estudo da política da educação de jovens e adultos (eja) no Brasil. 2009. FERRARI, Márcio. Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência. 2014. PACHECO, Kátia Dutra; AMARAL, Marcilia na Baptista; PEREIRA, Patrícia Maria e LIQUER, Waldinéia Rodrigues. Educação de jovens e adultos: o fazer docente perante o aumento da deiscência idosa. 2013 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Parecer CEB nº 11 /2000. ANASTASIOU, Lea das Graças Camargo; ALVES, Leonir Pessate. Processos de ensinagem na universidade. Pressupostos para uma estratégia de trabalho em sala. Joinville, SC: UNIVI LLE, 2010. FERRARI, Shirley Costa e AMARAL, Suely. O aluno de EJA: jovem ou adolescente? LDB, Lei de Diretrizes e Bases. MIRANDA, Karla Corrêa Lima; BARROSO, Maria Grasiela Teixeira. A Contribuição De Paulo Freire À Prática E Educação Crítica Em Enfermagem. Rev. Latino- Am. Enfermagem vol.12 no.4 Ribeirão Preto. 2004.
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