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1 Mylena Gabriela Gomes Pereira Gasperi; Vanessa Schuntzemberger. 2 Cheila Guedes. Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Pedagogia (PED4473) – Prática do Módulo I - 27/11/21 Acadêmicos¹: Mylena Gabriela Gomes Pereira Gasperi; Vanessa de Souza Borba Schuntzemberger Tutor Externo²: Cheila Guedes. 1. INTRODUÇÃO A escrita espontânea diz muito sobre o processo de alfabetização e letramento. Logo nos primeiros passos da alfabetização, a criança tem maior liberdade para fazer tentativas despretensiosas, sem medo de errar. Isso possibilita a escrita espontânea, ou seja, uma escrita livre, sem finalidades específicas por meio dela a criança é capaz de alcançar muitos objetivos de aprendizagem. Sobre o ponto de vista de Ferreiro (2010), a escrita infantil segue uma linha de evolução extremamente regular, através de diversos meios culturais, de diversas situações educativas e de diversas línguas, que pode ser distinguidos três grandes períodos para o desenvolvimento da escrita; O período Pré- Silábico, O silábico e o alfabético. A escrita de palavras e/ou de frases, orientada pelos diferentes níveis de conceitualização e pelos conhecimentos prévios das crianças a respeito desse sistema (conhecimento das letras, por exemplo), faz com que as crianças formulem e reformulem suas hipóteses. Isso se torna mais evidente quando as elas têm a oportunidade de analisar suas produções por meio de uma comparação de suas produções anteriores, observando evolução na forma da produção ortográfica da palavra. Cabe ao professor orientar a reflexão das crianças sobre suas produções fazendo com que elas observem, comparem, identifiquem aspectos sonoros e gráficos das palavras e revisem suas produções escritas. Ler e escrever como quaisquer aprendizagens, requer dedicação e atenção, por isso os alunos devem ter a oportunidade de encarar o livro e as diversas formas de escrita como um desafio interessante que abrirá portas não só para o crescimento intelectual mas também para o entretenimento e a diversão. IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DA ESCRITA ESPONTÂNEA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO. 2 A escrita espontânea também é usada, na prática pedagógica, como estratégia de acompanhamento e avaliação do processo de aprendizagem das crianças. Analisando as produções espontâneas dos alunos, pode-se aproximar das primeiras intuições infantis sobre a representação da escrita, das constantes hipóteses formuladas por elas ao longo do processo e de seus avanços conceituais em relação à representação da escrita. Dessa forma, a escrita espontânea, além de fundamentar o repertório de estratégias pedagógicas, contribui, de forma significativa e geral, na definição da prática docente de alfabetização. Partindo desse ponto, em um primeiro momento pretende-se traçar o estudo sobre a escrita espontânea e sua importância nas práticas diversas de ensino. Dando um valor integral as escritas espontâneas produzidas pelos alunos que merecem ser estudadas e aproveitadas sob todos os aspectos: intelectuais, artísticos, educacionais, recreativos e técnicos, respeitando as realidades relevantes de cada uma das aprendizagens em particular. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Diversos autores mostram estratégicas pedagógicas visando este desenvolvimento na escrita. Devemos pensar nesta prática não somente como um desenvolvimento da escrita e da leitura, mas devemos considerar a interpretação da própria escrita, a inserção da criança no meio social, onde a criança se vê fazendo parte do mundo e da sociedade em que vive. Considerando as propostas pedagógicas de Freinet, desenvolvidas conjuntamente com as crianças, visavam desenvolver o gosto pelo trabalho, pela escola e torná-las cidadãos críticos e conscientes do seu meio social. Sua proposta pedagógica unia a cooperação do trabalho coletivo e a valorização da produção individual da criança, ou seja, respeitava o ritmo da criança, mas fazia com que ela percebesse que pertencia a um grupo e que sua produção tinha valor não apenas para si, mas também para o grupo no qual convivia. A metodologia utilizada por Freinet baseia-se em diferentes técnicas pedagógicas, criadas por ele, com o intuito de: “[...] envolver todas as crianças no processo de aprendizagem, respeitando seus direitos de crescer em liberdade, independente das diferenças de caráter, inteligência ou meio social”. (ELIAS, 2008, p. 13). Com base nestas técnicas pedagógicas criadas por Freinet cita-se o “Texto livre”: Esta é a 3 base da Pedagogia Freinet. São escritos, como o próprio nome diz, de forma livre, sem cobranças em relação ao tema ou ao formato, expressando a vontade da criança, sua curiosidade e o que ela considera mais importante. Não há um momento específico para a produção do texto. Ele é escrito espontaneamente, no momento em que a criança sentir vontade. De acordo com Sampaio (1989), só assim o texto apresentará espontaneidade, vida, criação, ligação íntima e permanente com o meio e a expressão profunda de cada criança ou jovem. O texto livre, porém, não nasce sozinho. A criança precisa ser estimulada a produzir, percebendo que o que escreve é importante para as outras pessoas, pais, comunidade e outras escolas para onde os jornais e cartas são enviados. Assim ela irá produzir seus textos com maior prazer e vontade. Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/18051/escrita-silabica-com-valor-sonoro-o-que-observar-para-ajudar-a-turma-avancar A imagem mostra três crianças, dois meninos e uma menina, com a idade entre 5 e 6 anos, que estão inseridas no espaço escolar fazendo uso de papel e lápis, realizando suas atividades e concentradas em suas tentativas de prática da escrita. Seguindo o pressuposto colocado por Vygotsky em sua teoria, as crianças como seres ativos devem vivenciar o mundo da linguagem e suas representações a partir do momento que elas têm primeiro contato com o mundo letrado. Assim com o decorrer do tempo elas poderão formar seu pensamento em uma interligação com a linguagem, sendo ela do tipo alfabético ou não. A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural, resultado do esforço https://novaescola.org.br/conteudo/18051/escrita-silabica-com-valor-sonoro-o-que-observar-para-ajudar-a-turma-avancar 4 coletivo da humanidade (FERREIRO, 2010). A aprendizagem da leitura e da escrita são tarefas de inteira importância na educação, ela é base do desenvolvimento da criança no seu contínuo processo escolar. As crianças desde muito pequena começam a interagir com a linguagem, agindo sobre ela. Enquanto falam, as crianças fazem, apontam, nomeiam objetos enquanto os exploram, acompanhando de palavras os movimentos. Pouco a pouco, no mergulho das interações o acervo de palavras diversifica-se e as possibilidades de significar o mundo se ampliam (VYGOTSKY,1998). Projetos como “Maleta viajante e Livro da vida”, são exemplos da prática desta escrita expontânea que permite esta liberdade da criança ao se expressar considerando diversas atividades em seu cotidiano, permitindo que ela se sinta a vontade para compartilhar seus pensamentos e encontrando seu lugar no mundo. Diante do exposto, o uso da escrita espontânea, vem unindo tais concepções teóricas no intuito de transformar o momento de aplicação das atividades escritas sendo ela vistas de um modo lúdico, na busca de gerar um momento de convívio de, aprendizagem e troca de conhecimentos, baseando-se nos processos alfabetizadores. A alfabetização não é apenas decodificar letras, mas sim é um processo de aquisição docódigo escrita, das habilidades de leitura e escrita. 3. METODOLOGIA A escrita diz muito sobre o processo de alfabetização e letramento, tudo que a criança escreve enquanto está no processo de aprendizagem faz parte da prática da escrita. Quando a criança tem um contato prazeroso com o mundo letrado, tudo flui melhor na alfabetização, possibilitando assim um desenvolvimento pleno. Ela ajuda a criança a refletir sobre os conhecimentos adquiridos, observar as letras do alfabeto e a estabelecer conexões entre os grafemas e fonemas das palavras. O Professor pode auxiliar no estimulo da escrita, encorajando os alunos a compartilharem seus textos e produções com os colegas, incentivando a socialização entre os alunos e indagando as crianças sobre o que elas escreveram, criando assim métodos para que a criança avalie seu próprio progresso e perceba o quanto evoluiu durante o ano letivo. 5 Durante a prática da pesquisa, utilizamos o método a observação de resultados produzidos durante o ano de 2021 com os alunos do Fundamental 1, turma 1° ano - B da escola “Construindo o Saber” na cidade de Balneario Camboriú – SC. Entre os alunos da turma citamos uma aluna em específico em que pudemos perceber uma maior evolução no processo da escrita, e quando a prática agregou para seu desenvolver. Figura 1: Imagem autoral, tirada da atividade produzida. A figura 1 mostra uma atividade da prática da escrita espontânea ainda realizada no mês 04 (abril) de 2021, onde podemos observar que a aluna ainda não formava a palavra nem a junção das sílabas e letras fazim sentido. Foi possível perceber com o decorrer dos meses que a evolução da aluna foi com um estalo, e que a prática levou a sua evolução. 6 Figura 2: Imagem autoral, tirada da atividade produzida. Na figura 2, podemos ver a atividade realizada 4 meses depois, onde se torna visível que a aluna entrou no período silábico, percebendo a correspondência entre a representação escrita das palavras e as propriedades sonoras das letras, mas pensa que cada letra representa é uma sílaba oral, ou seja, usa ao escrever uma letra para cada emissão sonora (cada sílaba). Apesar de ainda haver algumas trocas de letras na hora de formar a sílaba, é nítida a evolução em sua escrita. Figura 3: Imagem autoral, tirada da atividade produzida. Por fim, como registro do mês de Novembro, pode-se perceber ainda a evolução gradativa da prática da escrita. Mesmo ainda existindo algumas dificuldades como troca de letras na formação da sílaba, devemos levar em conta o desenvolver individual da criança e seus picos de desenvolvimento da escrita, e quanto a prática contribuiu neste processo. Ainda utilizando o método de observação da produção de atividades realizadas como base para a pesquisa, também foram realizados registros fotográficos e o acompanhamento da turma durante o ano de 2021 para fazer o levantamento das informações necessárias para o desenvolver da pesquisa. 7 Figura 4: Imagem autoral, tirada da atividade produzida. Figura 5: Imagem autoral, tirada da atividade produzida. Observando outro tipo de prática da escrita espontânea realizada pela turma, nas figuras 4 e 5 temos o regristo do final de semana. Nesta atividade os alunos fazem uma produção de escrita individual sobre os acontecimentos do seu final de semana, e que são registrados em folha através de escrita e desenho. Para esta atividade observamos um outro aluno da mesma turma, e sua evolução durante o período da prática da escrita e percebemos suas contribuições para o seu desenvolvimento. Ao final da atividade escrita, e após ser corrigido pela Professora regente, o aluno faz um registro em forma de desenho ao lado do relato escrito, representando como foi o seu final de semana. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante os dias de aplicação das atividades de escrita espontânea e no decorrer do ano em que acompanhamos os alunos, percebemos que logo no início as crianças ficavam ansiosas com medo de errar, e questionavam como se escrevia determinada palavra. Com o auxílio e incentivo as crianças conseguiram dar continuidade, mesmo com alguns erros em letras, sílabas, junção de 8 palavras. A turma observada realiza a prática da escrita espontânea semanalmete, pois a Professora regente da turma prefere acompanhar a evolução de cada aluno neste período. Todas as segundas- feiras é proposto o registro do final de semana, como atividade no caderno de produção, o que não deixa de ser também uma prática da escrita espontânea. Também são realizadas as atividades de escrita com objeto, onde o aluno observa a imagem e descreve oque vê. A escrita espontânea com objetos, ou o registro do final de semana, pode ser considerada uma atividade rica, pois contribui para a alfabetização de toda criança e todo Educador deveria usaresta prática na Educação com os seus alunos. Ela pode ser compreendida como uma produção gráfica da criança que se encontra em processo de alfabetização. É importante destacar que durante a observação das atividades e da evolução dos alunos, foi nítido perceber que cada um individualmente segue um ritmo de aprendizagem. Alguns chegaram no inicio do ano com sua base de reconhecimento de letras e até mesmo a leitura, muito bem desenvolvidos e passaram as fases da grafia com muita facilidade. Como também podemos observar os alunos que pouco se desenvolveram e que alguns desses empasses em seu desenvolvimento não se trata somente da falta de aprendizagem, mas questões pessoais de familiares que necessitam de um amadurecimento maior dos alunos para que exista aquele estalo, ou impulso para que seu desenvolvimento ocorra integralmente. Desta forma, se levarmos em conta somente seu desenvolvimento, deixamos de lado as outras questões que também estão ligadas ao mesmo processo e que devemos considerar. Outro ponto interessante a ser destacado com base na vivencia e na observação, é que a convivência e a troca de informações, produções de atividades e até mesmo conversas entre os alunos, são uma forma de incentivo aos que ainda possuem algum tipo de atraso na sua escrita ou leitura. Mesmo quando a criança ainda não domina o princípio da escrita e o Professor possibilita ao aluno o ato de se expressar escrevendo livremente, sem medo errar, seja na escola ou na vida cotidiana, sendo assim, a escrita espontânea se torna uma importante estratégia pedagógica para todos. 9 REFERÊNCIAS ELIAS, Marisa Del Cioppo. Célestin Freinet: uma pedagogia de atividade e cooperação. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. FERREIRO, Emilia. Reflexão sobre alfabetização, 25.ed. São Paulo: Cortez, 2010. ______ Pedagogia Freinet. Teoria e prática. Campinas: Papirus, 1997. VYGOTSKY, Lev. A pré- historia da escrita. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Nome do Tutor (a): Cheila Fernanda RucksGuedes Nome dos alunos (as): Mylena Gabriela Gomes Pereira Gasperi; Vanessa Schuntzemberger. INFANCIA E SUAS LINGUAGENS: IMPORTANCIA DA PRÁTICA DA ESCRITA ESPONTÂNEA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo abordar a importância da prática da escrita espontânea na alfabetização da criança, que começa desde a educação infantil e permeia até a formação integral do aluno neste processo. Passando no que chamamos de três grandes períodos para o desenvolvimento da escrita: O período Pré – Silábico, Silábico e o Alfabético. Diversos autores mostram estratégias pedagógicas visando o desenvolvimento da escrita, dentre eles vamos citar: Celéstin Freinet;Emília Ferrero e Lev. Vygotsky. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Vygotsky cita que a relação e a interação com a linguagem começa desde muito pequeno. Começam ao balbuciar, apontar objetos, renomear objetos, explorar não só objetos mas palavras e movimentos. As crianças desde muito pequena começam a interagir com a linguagem, agindo sobre ela. Enquanto falam, as crianças fazem, apontam, nomeiam objetos enquanto os exploram, acompanhando de palavras os movimentos. Pouco a pouco, no mergulho das interações o acervo de palavras diversifica-se e as possibilidades de significar o mundo se ampliam (VYGOTSKY,1998). Para Emília Ferrero: A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade (FERREIRO, 2010). Emília mostra que a escrita nada mais é que algo natural da humanidade, e que a escola deve então contribuir para o desenvolver deste objeto cultural que vem evoluindo a anos. Por fim citamos Freinet, que visava tornar as crianças cidadãos críticos e conscientes do seu meio social. Ele valorizava a união e cooperação do trabalho coletivo e individual da criança, ou seja, respeitava o ritmo da criança, mas fazia com que ela percebesse que pertencia a um grupo e que suas produções haviam valor não só para si, mas também para o grupo no qual convivia. “[...] envolver todas as crianças no processo de aprendizagem, respeitando seus direitos de crescer em liberdade, independente das diferenças de caráter, inteligência ou meio social”. (ELIAS, 2008, p. 13). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Fonte:https://novaescola.org.br/conteudo/18051/escrita-silabica-com-valor- sonoro-o-que-observar-para-ajudar-a-turma-avancar A imagem mostra três crianças, dois meninos e uma menina, com a idade entre 5 e 6 anos, que estão inseridas no espaço escolar fazendo uso de papel e lápis, realizando suas atividades e concentradas em suas tentativas de prática da escrita. https://novaescola.org.br/conteudo/18051/escrita-silabica-com-valor-sonoro-o-que-observar-para-ajudar-a-turma-avancar METODOLOGIA Para observar e relacionar o estudo e a prática, realizamos uma comparação da evolução e prática da turma do 1° ano do Ensino Fundamental 1, onde em uma de suas práticas de escrita espontânea registram de forma escrita e artística sobre quais atividades realizaram no final de semana. Além de outras práticas como a escrita do nome de objetos, animais etc... Esta prática de escrita vem sido trabalhada desde o início do ano com os alunos e mostram nitidamente suas evoluções na construção de palavras, junções de palavras e até mesmo construções de frases. Considera-se também importante a forma em que se mostra visível a transição entre os três períodos já citados no trabalho, a evolução da linguagem artística e a evolução individual de cada criança neste processo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Este é um exemplo do decorrer dos meses e das práticas de produções, onde pudemos perceber a evolução do aluno na formação de palavras, criação de frases e também na evolução artística. RESULTADOS E DISCUSSÕES Pudemos observar também outra prática da escrita espontânea trabalhada pela turma do 1° ano, onde também é visível a evolução e a importância da tentativa contínua da escrita. REFERÊNCIAS ELIAS, Marisa Del Cioppo. Célestin Freinet: uma pedagogia de atividade e cooperação. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. FERREIRO, Emilia. Reflexão sobre alfabetização, 25.ed. São Paulo: Cortez, 2010. ______ Pedagogia Freinet. Teoria e prática. Campinas: Papirus, 1997. VYGOTSKY, Lev. A pré- historia da escrita. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Acadêmicos¹: Mylena Gabriela Gomes Pereira Gasperi; 1. INTRODUÇÃO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3. METODOLOGIA 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES