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7ºaula Força magnética e campo magnético Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • analisar as linhas de campo magnético e os efeitos decorrentes entre os materiais; • determinar a força magnética exercida sobre uma carga submetida a um campo elétrico; • visualizar a influência do campo magnético sobre os fios percorridos por corrente; • calcular o campo magnético gerado por correntes, assim como a respectiva força magnética. Caros(as) alunos(as), Nesta Aula 7, começaremos os estudos no eletromagnetismo, em que serão discutidos o campo magnético e a força magnética gerada pela passagem de corrente. Em um primeiro momento, na seção 1, apresentaremos as possíveis origens do campo magnético, em conjunto com o comportamento das linhas de campo, como ocorre em um ímã, por exemplo. Na seção 2, tem-se a dedução da força magnética sobre uma partícula eletricamente carregada lançada em um campo elétrico. Em seguida, nas seções 3 e 4, será estudada a influência do campo magnético sobre um fio com passagem de corrente e o campo magnético gerado pela própria corrente percorrendo um fio, respectivamente. Bons estudos! 58Física Teórica e Experimental iii seções de estudo 1 – Definição de Campo Magnético 2 – Cálculo do Campo Magnético 3 – Força Magnética em um Fio Percorrido por Corrente 4 – Campo Magnético Produzido por uma Corrente 1 - Definição de Campo Magnético Forças magnéticas e campos magnéticos são encontrados no nosso cotidiano, tanto com a função de entretenimento como para tornar mais prático muitas de nossas atividades no dia a dia. Os princípios do eletromagnetismo são aplicados a fitas de áudio, vídeo ou em ímãs presentes em leitores de CD e DVD, mais utilizados ultimamente. Contudo, atualmente, se fazem mais presentes em aparelhos de televisão, rádio, computadores e telefones celulares. Em geral, os campos magnéticos são produzidos de duas formas, uma delas é por meio de partículas eletricamente carregadas em movimento, como a corrente elétrica, ou seja, correntes elétricas são capazes de produzirem campo magnético, que por sua vez, podem ser empregados em discos rígidos de computador, dentre outras aplicações. A outra forma de produção de campo magnético está associada à característica intrínseca de muitas partículas elementares produzirem campo magnético, como ocorre com os elétrons, o que pode ser entendido por uma analogia as propriedades básicas, como a massa e a carga elétrica (WOLSKI, 2005). As linhas de campo também são parte integrante e fundamental da definição de campo magnético (NUSSENZVEIG, 2015; WOLSKI, 2005). Conhecemos de forma breve e geral o conceito de linhas de campo a partir das elucidações para o campo elétrico. Nos campos magnéticos, os princípios são análogos, seguindo as mesmas regras: • A direção do campo magnético B → em qualquer ponto de uma linha de campo pode ser tomada como a direção da tangente neste mesmo ponto. • A magnitude de campo magnético é equivalente ao espaçamento das linhas representativas deste campo, quanto mais próximas, mais é intenso o campo magnético, enquanto um relativo afastamento indica baixa intensidade. Imagine a visualização das linhas de um campo magnético de um ímã, o que ocorre na realidade é a entrada das linhas de campo por uma extremidade e a saída pela outra. Denomina-se polo norte, a extremidade em que as linhas de campo saem e polo sul, a extremidade pela qual as linhas de campo entram. As extremidades ocorrem de forma simultânea em um ímã, havendo a contínua entrada e saída das linhas de campo pelas extremidades, o que promove a contínua interação com materiais específicos em suas proximidades, portanto, geralmente estes ímãs com dois polos são denominados dipolos magnéticos. Podemos imaginar que se pode haver uma interação com características peculiares entre os ímãs e determinados material, como percebemos no cotidiano sua tendência de aproximação com objetos metálicos, também deve haver uma interação com características próprias quando são aproximados dois ímãs. Nestas condições sempre poderemos observar que aproximando os polos magnéticos iguais, haverá uma repulsão entre os ímãs, mas a aproximação dos polos oposto gera uma atração. Figura 1 – Polos com nomenclatura diferente se atraem (ímãs a esquerda) e com nomenclatura igual se repulsam (ímãs a direita). Fonte: Young e Freedman (2014). A Terra também possui um campo magnético que é gerado em seu interior e expande-se atravessando os polos. O mecanismo deste fenômeno é pouco conhecido. Mas o que pode ser observado com o ímã de uma bússola, por exemplo, é que o direcionamento do ponteiro para o polo norte geográfico, indica o polo sul do campo magnético do planeta Terra, assim como o polo sul geográfico é o polo norte magnético. 2 - Cálculo do Campo Magnético Como aprendemos nas aulas anteriores, a magnitude de um campo elétrico em um determinado ponto do espaço pode ser obtida inserindo uma carga de prova neste mesmo local e conhecendo a força elétrica que age sobre a mesma. Contudo, o campo magnético não pode ser definido de forma análoga, pois necessitaríamos de um monopólio magnético (análoga a carga de prova), uma partícula elementar que se comportaria como um ímã de um único polo, o que até o momento não foi registrado. Por isso, devem ser encontrados outros meios para a dedução do campo magnético. Geralmente, isto é feito medindo a força magnética sobre uma partícula elétrica carregada em um determinado ponto, em que, também, obtém-se as velocidades e as respectivas direções, dado o campo elétrico gerado. Sendo a velocidade perpendicular a , o módulo do campo magnético em termos da força magnética é dado por: Assim sendo, o campo magnético é uma grandeza vetorial com a direção onde a força magnética é nula, o que implica que essas grandezas devam ser perpendiculares. De uma maneira mais apropriada a força magnética pode ser expressa pelo seguinte produto vetorial: Em que o módulo de é: 59 Onde é o ângulo entre a velocidade e o campo magnético . A força magnética é igual a zero se a carga é igual a zero ou se não está em movimento ou ainda se o ângulo entre e for igual a ou . A regra da mão direita é comumente utilizada para conhecer o sentido da força magnética a partir dos vetores para o campo magnético e a velocidade, o polegar aponta na direção do produto vetorial , enquanto os outros dedos apontam de para (HALLIDAY et al., 2008; YOUNG; FREEDMAN, 2015). Para todos os casos, a força magnética é sempre perpendicular ao plano que contém a velocidade e o campo magnético. Observe os casos demonstrados a seguir. Figura 2 – Análises da força magnética quando os vetores da velocidade da partícula carregada e do campo magnético são paralelos (a), possuem um determinado ângulo (b) e são perpendiculares (c). Fonte: Young e Freedman (2014). A força magnética não pode mudar a magnitude da velocidade de uma partícula carregada, logo não altera a sua energia cinética ou realiza trabalho, mas pode alterar a trajetória da partícula. A unidade de no SI é newton/ (coulomb)(metro/segundo), frequentemente denominada tesla ( ). Sabendo que o coulomb por segundo é igual ao ampère, obtemos: Uma outra unidade para o campo magnético, mas menos utilizada é o gauss ( ), em que . 3 - Força Magnética em um Fio percorrido por Corrente Considere um fio percorrido por uma corrente, na presença de um campo magnético, desenvolve-se uma força sobre os elétrons, com orientação lateral em relação a direção da corrente elétrica. Como os elétrons não deixam o fio, o que ocorre na realidade é a movimentação do fio, no mesmo sentido da tendência de movimentação do fio, sendo que a corrente não cessa, o que se pode verificar facilmente é a sua inversão de sentido, conforme a posição do campo magnético. Com a finalidade de elucidar a força magnética nos fios percorridos por umacorrente, suponha um fio vertical, preso em suas extremidades e o posicionamento dos polos de um ímã através do mesmo. Considerando os polos do ímã como um gerador do campo magnético e o mantendo imóvel, em um primeiro momento não haveria a passagem de corrente pelo fio, portanto não verificaríamos o deslocamento lateral do fio (HALLIDAY et al., 2008; NUSSENZVEIG, 2015). Mas se depois, for estabelecida uma corrente no fio com sentido para cima, tem-se um deslocamento do fio para a direita, em relação ao dipolo magnético. E invertendo o sentido da corrente, para baixo, contata-se o deslocamento do fio para a esquerda. Figura 3 – Campo magnético gerado pela corrente percorrendo um fio retilíneo longo. Fonte: Young e Freedman (2014). Assumindo que as partículas eletricamente carregadas se movam em um plano, podemos instituir uma velocidade média para estas partículas, chamada de velocidade de deriva , que em termos práticos é utilizada na própria definição de força magnética, ou campo magnético, que vimos na seção 2. A velocidade de deriva também pode ser aplicada a definição da quantidade de carga que passa em uma parte de um fio, com comprimento . Para isso, tem-se a velocidade de deriva: O que é equivalente a . Substituindo na definição de carga elétrica: 60Física Teórica e Experimental iii O que na expressão para a força magnética, implica: Como sabemos, a força magnética é uma grandeza vetorial, que na expressão acima depende das grandezas vetoriais e , onde é um vetor comprimento com módulo , direção do respectivo trecho do fio e sentido da corrente. Para o ângulo entre e igual a , deduzimos a seguinte expressão: Uma forma vetorial para o caso de o vetor campo magnético não ser perpendicular ao vetor comprimento , é dada pelo produto vetorial: Com estas expressões podemos calcular a força magnética sobre um trecho de um fio retilíneo de comprimento , submetido a um campo magnético perpendicular, no qual percorre-se uma corrente de intensidade . Se o fio em for aplicada a expressão para o cálculo da força magnética não for retilíneo, basta dividi-lo em pequenos seguimentos e aplicar a mesma expressão, em outros termos, deduziríamos uma equação diferencial e aplicaríamos os limites de integração conforme o comprimento do fio, para obter a força magnética total sobre o fio por meio da resolução integral definida (HALLIDAY et al., 2008). 4 - Campo Magnético produzido por uma Corrente Na seção anterior, foi analisada a força magnética sobre um fio percorrido por corrente, contudo, considerando a aproximada de um campo magnético que provocasse o deslocamento lateral das cargas. Nesta seção e na próxima aula, estudaremos o campo magnético produzido por correntes elétricas, que gerou uma grande surpresa para os cientistas da que descobriram a relação direta entre a eletricidade e o magnetismo. É o que representou o início formal do eletromagnetismo. Dispositivos eletromagnéticos estão amplamente presentes em nosso cotidiano, as correntes elétricas produzem campos magnéticos em aparelhos de gravação e leitura de dados, como por exemplo, os discos rígidos de computadores. Novamente, podemos utilizar um sistema composto por um fio percorrido por corrente elétrica, mas onde o campo magnético é gerado pela mesma. Este pode ser calculado em fios não retilíneos ou retilíneos (BASTOS, 1992). No primeiro caso, podemos obter um expressão para o cálculo do campo magnético em um ponto , situado nas proximidades do fio. Entretanto, se tratando de fios não retilíneos, devemos dividi-los em pequenas porções (infinitesimais), tomando uma dessas porções, com vetor comprimento denotado pelo vetor , a corrente total neste local pode ser denotada pelo chamado elemento de corrente, isto é, . Com isso, pode-se mensurar o campo magnético produzido no ponto por esta porção do fio. Em conformidade com a definição de corrente ( ), a corrente é uma grandeza escalar, mas devemos nos atentar ao fato de que o elemento de corrente é um produto entre uma grandeza escalar, a corrente e uma grandeza vetorial, o vetor comprimento . Logo, o elemento de corrente é uma grandeza vetorial. Este produz um campo magnético no ponto , em que o módulo é dado por: Na forma vetorial, tem-se: O vetor que conecta a é denotado por , o ângulo entre os vetores e é representado por na expressão para o módulo de . A permeabilidade do vácuo é uma constante, denotada por , cujo valor é . Tanto a forma vetorial como a escalar são conhecidas como lei de Biot-Savart. Há também uma expressão para o cálculo do campo magnético produzido por uma corrente em um fio retilínea, em que a expressão possui uma aplicação mais simplificada durante a resolução de problemas. Assim, para um fio retilíneo longo percorrido por uma corrente, o módulo do campo magnético a uma distância perpendicular é o seguinte: As linhas de campo em torno do fio são circunferências concêntricas que são cada vez mais próximas para valores menores de , em que apresenta maiores valores para o campo magnético (HALLIDAY et al., 2008). Isso demonstra a relação inversa entre a distância perpendicular ao fio e a magnitude do campo magnético produzido pela corrente. Para determinar o sentido destas linhas de campo circulares e da corrente, basta empregar a regra da mão direita, na qual envolve-se o condutor com a mão direita, com o polegar no sentido do condutor, demonstrando o sentido da corrente e os outros dedos envolvendo o condutor, o que representa a orientação das linhas de campo magnético (BASTOS, 1992; YOUNG; FREEDMAN, 2015). Exemplo 1 Um campo magnético uniforme , de módulo , está orientado verticalmente para cima no interior de uma câmara de laboratório. Um próton com uma energia cinética 61 de entra na câmara movendo-se horizontalmente de sul para norte. Qual é a força experimentada pelo próton ao entrar na câmara? A massa do próton de (despreze o campo magnético da Terra) (HALLIDAY et al., 2008, p. 206). Solução: Como a orientação do campo magnético no interior da câmara é vertical, para cima e o próton move- se horizontalmente, o ângulo entre o campo magnético e a velocidade da partícula é . Pretende-se obter a magnitude da força magnética experimenta pelo próton. Logo, aplica-se: Porém, a velocidade adquirida pelo próton não é conhecida, mas sabendo de sua energia cinética, pode-se partir da definição de energia cinética para determinar a velocidade. Para isso, emprega-se a expressão: A energia cinética adquirida pelo próton é de , onde: Com e , obtemos: Substituindo , , e na equação para : Embora a força magnética de sobre o próton parece ínfima, como a partícula possui baixa massa, a aceleração produzida na partícula é, consideravelmente, elevada. Exemplo 2 Adiante é mostrado um cubo de metal de lado que se move no sentido positivo do eixo com uma velocidade de módulo . Na região existe um campo magnético uniforme de módulo no sentido positivo do eixo (HALLIDAY, et al., 2008, p. 209). Figura 4 – Cubo de metal de lado se movendo no sentido positivo do eixo com um campo magnético na direção positiva do eixo . Fonte: Halliday et al. (2008). (a) Em que face do cubo o potencial é menor e em que face é maior por causa da influência do campo magnético? Solução: O movimento do cubo advém da força magnética sobre o mesmo, devido ao campo magnético presente. Esta força age sobre todas as suas partículas carregadas, incluindo os elétrons de condução. O produto vetorial aponta para o sentido positivo do eixo da imagem acima, mas a força magnética age sobre os elétrons, sendo cargas negativas, o sentido é contrário ao indicado pelo produto vetorial. O sentido real da força magnética é o sentido negativo do eixo , ou a face esquerda do cubo. A interação do campo magnético ocorre com os elétrons contidos pelos átomos do cubo e com oselétrons livres, como o cubo é de metal, a presença destes é significante. A força magnética dirigida para a esquerda faz com que estes elétrons fiquem localizados na face esquerda, com isso a face direita torna-se positivamente carregada. Disso, surge um campo elétrico orientado da direita (face positivamente carregada) para a esquerda (face negativamente carregada), o que torna o potencial da face direita superior ao potencial da face esquerda. (b) Qual é a diferença de potencial entre as faces de maior e menor potencial elétrico? Solução: A separação das cargas gera o campo elétrico , que submete cada elétron a uma força elétrica de sentido oposto ao da força magnética , logo é direcionado para a direita e para a esquerda. Com o surgimento do campo magnético, inicialmente, a força elétrica é inferior a força magnética, por isso, ocorre a acumulação dos elétrons na face esquerda. Contudo, a progressiva separação das cargas acarreta um aumento da força elétrica, tornando-se igual a força a magnética. Neste instante, os elétrons deixam de se acumular na face esquerda e o sistema entra em equilíbrio. A força elétrica de um campo elétrico gerado por uma carga é: Enquanto a força magnética é dada por: 62Física Teórica e Experimental iii No instante em que a força elétrica e a força magnética no cubo são iguais, pode-se igualar as expressões acima, chegando a: O potencial gerado pelo campo elétrico entre duas superfícies a uma distância é: Ou seja, com na expressão para o potencial : Sendo o ângulo entre os vetores e igual a : Para , e (lado do cubo), tem-se: A diferença de potencial entre as faces esquerda e direita do cubo é de . Exemplo 3 A seguir é mostrado a vista de perfil de um plano com área de em um campo magnético uniforme. Sabendo que o fluxo magnético através da área é igual a , calcule o módulo do campo magnético e determine a direção e o sentido do vetor da área (YOUNG; FREEDMAN, 2014, p. 211). Figura 5 – Campo magnético atravessando um plano a um ângulo de em relação a horizontal. Fonte: Young e Freedman (2014). Solução: O fluxo magnético através de uma superfície, submetida a um campo magnético uniforme, é igual ao produto escalar entre o campo magnético e o vetor área : O vetor área deve ser perpendicular à superfície, como representado na imagem acima, sendo que é o ângulo entre os vetores e . Observe que o plano está inclinado em relação a horizontal, e o campo magnético uniforme o atravessa horizontalmente, disso podemos deduzir os ângulos de e entre o vetor área e o vetor campo magnético . Contudo, como , e possuem valores positivos, também deve ser positivo. Então, . Para , e , o módulo do campo magnético é: O campo magnético em que o plano é disposto possui o módulo de . E o sentido do vetor área é para cima perpendicular ao plano. Exemplo 4 Um fio horizontal retilíneo, feito de cobre, é percorrido por uma corrente . Determine o módulo e a orientação do menor campo magnético capaz de manter o fio suspenso, ou seja, equilibrar a força gravitacional. A massa específica linear (massa por unidade de comprimento) do fio (HALLIDAY et al., 2008, p. 218). Figura 6 – Fio suspenso percorrido por uma corrente , submetido a força gravitacional e a força magnética , sendo que campo magnético se desenvolve da esquerda para a direita. Fonte: Halliday et al. (2008). Solução: Dada a orientação do vetor e do vetor , a força magnética sobre o fio possui orientação vertical, como demonstrada na figura. Como é visto um ponto preto para representar o vetor , o seu sentido é para fora do papel. O que também é demonstrado pela imagem, é a que a força magnética se equilibra com a força gravitacional , para que o fio possa ser mantido suspenso. Apenas com a disposição do vetor na horizontal apontando para a direita é possível obter o sentido indicado para , em concordância com a regra da mão direita. O equilíbrio entre a força gravitacional e a força magnética implica na igualdade em módulo destas forças, então: 63 Para os vetores e perpendiculares, , assim sendo: Conhecida a massa específica linear do fio ( ) e a corrente que percorre o fio igual a , o campo magnético é dado por: O campo magnético de é, aproximadamente, 160 vezes superior ao da Terra, por isso, seria pouco visível a resistência a queda oferecida pelo campo magnético de materiais condutores nas mesmas condições. Exemplo 5 Uma barra de cobre retilínea conduz uma corrente de de oeste para leste em uma região entre os polos de um grande eletroímã. Nessa região, existe um campo magnético no plano horizontal orientado para o nordeste (ou seja, considerando uma rotação de do leste para o norte), com módulo igual a (YOUNG; FREEDMAN, 2014, p. 218). Figura 7 – Barra de cobre percorrida por uma corrente gerando um campo magnético orientado para o nordeste. Fonte: Young e Freedman (2014). (a) Determine o módulo, a direção e o sentido da força magnética que atua sobre uma seção de de barra. Solução: Uma barra de cobre que conduz uma corrente localiza-se nas proximidades de um grande eletroímã, submetida a um campo magnético com a orientação de em relação a horizontal, como demonstrado na figura acima. O campo elétrico está no mesmo plano que a barra de cobre, logo, a força magnética é disposta perpendicularmente ao mesmo, a regra da mão direita demonstra que o seu sentido é de baixo para cima. Em termos de vetores unitários, o campo magnético é dado por: A força magnética sobre um fio que conduz corrente elétrica é: Com e e , obtém-se a força: Portanto, age uma forma magnética de sobre a barra de cobre, na direção vertical, com sentido de baixo para cima. Se a barra de cobre estivesse em equilíbrio com a força gravitacional e a força magnética, a massa da mesma poderia ser estimada, simplesmente, pela relação a seguir: Nesse caso a massa da barra seria de . (b) Mantendo-se a barra no plano horizontal, como ela deve ser orientada para que o módulo da força seja máximo? Qual é o módulo da força nesse caso? Solução: A força magnética máxima com a barra de cobre sob as mesmas condições é dada pela mudança de sua orientação no próprio plano do campo magnético. A força magnética é máxima quando o do produto vetorial da definição de é igual a , ou seja, para . Então, o vetor campo magnético e o vetor comprimento devem ser perpendiculares para a força magnética máxima. Neste caso, a orientação do vetor comprimento seria o sudeste, e a força teria o módulo de: O módulo da força magnética sobre a barra é de , caso esteja orientada na direção sudeste do plano do campo elétrico atuante, onde o valor obtido é máximo. Considerando que a força magnética estivesse em equilíbrio com a força gravitacional sobre a barra, calculando de forma análoga ao item (a), a sua massa seria de . retomando a aula Chegamos, assim, ao final de nossa aula. Vamos, então, recordar algumas discussões realizadas ao longo das seções? 1 – Definição de Campo Magnético Os campos magnéticos são produzidos de duas formas, uma delas é por meio de partículas eletricamente carregadas em movimento, a outra forma de produção de 64Física Teórica e Experimental iii campo magnético está associada a característica intrínseca de muitas partículas elementares produzirem campo magnético, como o elétron. A direção do campo magnético em qualquer ponto de uma linha de campo pode ser tomada como a direção da tangente neste mesmo ponto. Quanto mais próximas as linhas de campo, mais é intenso é o campo magnético. Em um ímã, o que ocorre na realidade é a entrada das linhas de campo por uma extremidade e a saída pela outra, denomina-se: polo norte, a extremidade em que as linhas de campo saem e polo sul, a extremidade pela qual as linhas de campo entram. 2 – Cálculo do Campo Magnético A dedução do campo magnético é feita medindoa força magnética sobre uma partícula elétrica carregada em um determinado ponto onde, também, se obtém velocidades e as respectivas direções, dado o campo elétrico gerado. Como percebido com nossos estudos, o campo magnético é uma grandeza vetorial com a direção onde a força magnética é nula, o que implica que essas grandezas devam ser perpendiculares. A força magnética é igual a zero se a carga é igual a zero ou se não está em movimento ou, ainda, se o ângulo entre o vetor velocidade e o vetor campo magnético for igual a 0° ou 180°. Também analisada a regra da mão direita, comumente utilizada para conhecer o sentido da força magnética a partir dos vetores para o campo magnético e a velocidade. 3 – Força Magnética em um Fio Percorrido por Corrente Durante esta seção foi apresentado como exemplo um fio vertical, preso em suas extremidades e o posicionamento dos polos de um ímã por meio do mesmo, como sistema para demonstração da força magnética sobre o fio. Considerando os polos do ímã como um gerador do campo magnético e o mantendo imóvel, estabelecida uma corrente no fio com sentido para cima, tem-se um deslocamento do fio para a direita, em relação ao dipolo magnético. Invertendo o sentido da corrente, para baixo, contata-se o deslocamento do fio para a esquerda. A partir destas ponderações foi demonstrada uma expressão a força magnética sobre o fio, em termos da corrente, do campo elétrico a que o fio está submetido, do comprimento do fio e do ângulo entre estas duas últimas grandezas. 4 – Campo Magnético Produzido por uma Corrente Deduzimos uma expressão para o campo magnético gerado pela corrente em um fio, para isso, novamente utilizamos um sistema composto por um fio percorrido por corrente elétrica. Este pode ser calculado em fios não retilíneos ou retilíneos. Assim, para um fio retilíneo longo percorrido por uma corrente, o módulo do campo magnético é inversamente proporcional a uma distância perpendicular, como demonstrado pela respectiva expressão deduzida nesta seção. As linhas de campo em torno do fio são circunferências concêntricas, que são cada vez mais próximas para valores maiores de campo magnético. E, como sabemos, para determinar o sentido destas linhas de campo circulares e da corrente, basta empregar a regra da mão direita. Vale a pena HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: mecânica. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene; MORS, Paulo Machado. Física para cientistas e engenheiros: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. YOUNG, Hugh; FREEDMAN, Roger A. Física III: eletromagnetismo. 12. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, v. 3, 2014. 402 p. Vale a pena ler A física do magnetismo. Disponível em: https://www. iag.usp.br/~eder/campo_magnetico.pdf. Acesso em: 05 maio 2020. Campo magnético – Parte 1. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mRIxLpyh_xo. Acesso em: 05 maio 2020. Campo magnético – Parte 2. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Jsa6ixez3bc. Acesso em: 05 maio 2020. Vale a pena acessar Minhas anotações