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BIOQUÍMICA – 12/02/2021 Metabolismo de Aminoácidos INTRODUÇÃO AOS AMINOÁCIDOS São moléculas com grupamento amina, grupamento carboxila e cadeia lateral O que difere um aminoácido do outro é a cadeia lateral (radical) Os 20 aminoácidos estudados, são classificados como aminoácidos naturais e são utilizados para a síntese proteica São 20 aminoácidos naturais divididos em: 1. Grupo R não-polares e alifáticos: glicina, alanina, prolina, valina, leucina, metionina e isoleucina 2. Grupo R não-carregados, mas polares: serina, treonina, cisteína, asparagina e glutamina 3. Grupo R aromáticos: fenilalanina, tirosina e triptofano 4. Grupo R carregados positivamente (básico): lisina, histidina e arginina 5. Grupo R carregados negativamente (ácido): aspartato e glutamato Funções dos aminoácidos: Estrutura da célula Hormônios Receptores de proteínas e hormônios Transporte de metabólitos Glicogênese no jejum e diabetes Neurotransmissores Biossíntese de bases nitrogenadas e grupo heme Função tamponante Podem ser obtidos através dos nutrientes (aminoácidos essenciais) e através das vias metabólitas Todas as células precisam de aminoácidos, uma vez que eles são os componentes formadores das proteínas (essenciais para o funcionamento das células) Os aminoácidos NÃO são armazenados Se não houver demanda para eles, formarão outras coisas Diferente de outros compostos, os aminoácidos apresentam um N na sua estrutura a retirada desse nitrogênio é uma estratégia para a formação de lipídeos e carboidratos Em algumas situações, vai ser necessário degradar as proteínas para se obter os aminoácidos e, a partir deles, ter uma fonte de energia No caso de deficiência de proteínas, o corpo pode apresentar: Edema Esteatose hepática Problemas de pele, cabelos e unhas Perda de massa muscular Maior risco de fraturas ósseas Crescimento atrofiado em crianças Maior gravidade para infecções Favorece o processo de intoxicação de medicamentos Para que outros compostos sejam formados, a proteína precisa ser “desfeita” para poder liberar os aminoácidos METABOLISMO DO NITROGÊNIO As rotas de biossíntese de aminoácido e nucleotídeos necessitam de nitrogênio Amônia, aminoácidos e nucleotídeos são utilizados de forma econômica pela maioria dos organismos Reciclagem à menor custo energético Excedente é eliminado na natureza Principal forma de excreção de nitrogênio Amônia, ureia e ácido úrico são formas de eliminação do nitrogênio Destaque para a ureia nos seres humanos Obtenção de ureia se dá pelo fígado, logo, algum problema proteico pode desencadear alguma disfunção hepática Ácido úrico está associado ao catabolismo (degradação) de bases nitrogenadas (adenina e guanina) DEGRADAÇÃO OXIDATIVA DE AMINOÁCIDOS 1. Metabolismo dos carboidratos e lipídeos 2. Metabolismo dos aminoácidos Derivados de proteínas endógenas e exógenas Em carnívoros, até 90% da energia pode ser obtida dos aminoácidos Vai ocorrer quando: 1. Dieta rica em proteínas (excesso) 2. Durante jejum prolongado ou diabetes mellitus (fonte de energia) 3. Renovação proteica RENOVAÇÃO PROTEICA As proteínas estão em constante processo de degradação e síntese A concentração proteica geral mantém- se constante no indivíduo adulto e saudável Existe uma grande variação na velocidade de degradação de cada proteína Aminoácidos excedentes são oxidados e o nitrogênio é excretado São renovadas cerca de 400g de proteínas por dia em um adulto com dieta adequada Eliminação nitrogênio corresponde a 100g de proteína por dia Como 400g são renovadas, os 100g eliminados devem ser repostos pela alimentação Aminoácidos em excesso NÃO SÃO ARMAZENADOS para utilização futura e tampouco excretados São convertidos em intermediários metabólicos como: piruvato, oxalacetato, acetil- coenzima (Acetil-CoA) e α- cetoglutarato DEGRADAÇÃO DAS PROTEÍNAS INTRACELULARES Processo controlado para regular a fisiologia das células Proteínas regulatórias que tem sua concentração ajustada São ajustadas a depender das variações de condições do organismo Remoção de proteínas defeituosas, velhas, mal enoveladas... Esse processo pode acontecer por: 1. Proteases extracelulares 2. Catepsinas: proteases de lisossomos 3. Proteólise mediada pelo sistema ubiquitina-proteassoma É o processo mais geral que ocorre no citoplasma Principais alvos são: proteínas velhas, proteínas mutantes, proteínas enoveladas erroneamente ou desnaturadas e reguladores de processos bioquímicos (proliferação, diferenciação, resposta inflamatória e imunológica) DESTINO DOS AMINOÁCIDOS Os aminoácidos que sofreram oxidação podem apresentar 3 destinos: 1. Biossíntese de proteínas: funcionando como a unidade monomérica 2. Metabolismo energético: corresponde 10-15% das necessidades energéticas 3. Precursores de compostos nitrogenados: heme, aminas biologicamente ativas, nucleotídeos e coenzimas Além desses destinos, os aminoácidos apresentam suas próprias funções Antes dos aminoácidos serem oxidados, eles precisam ser separados da amina Vai haver uma separação do grupo α-NH3 do esqueleto carbônico Essa separação gera α-cetoácido correspondente Após a separação, as cadeias laterais de aminoácidos vão sofrer oxidação por vias variadas 20 cadeias carbônicas laterais são convertidas em compostos comuns do metabolismo dos carboidratos e lipídios Aminoácidos podem ser classificados de acordo com a via que os esqueletos carbônicos podem seguir: 1. Aminoácidos glicogênicos: vão formar glicose 2. Aminoácidos cetogênicos: darão origem a corpos cetônicos 3. Aminoácidos glico-cetogênicos: podem formar glicose ou corpos cetônicos O grupamento amina que foi removido pode ser aproveitado na síntese final de novos aminoácidos ou pode formar outros compostos nitrogenados Caso o organismo não tenha necessidade desses compostos, esse grupamento amina vai estar na forma de amônia ou íon amônia compostos tóxicos para o corpo precisam ser convertidos em compostos menos tóxicos para serem eliminados Amina vai ser convertida em ureia para posteriormente ser eliminada Outros destinos dos aminoácidos: A maioria dos aminoácidos é metabolizada no fígado A amônia gerada no fígado é reciclada O excesso de amônia é excretado Amônia é tóxica para os animais Em humanos, estágios finais de intoxicação leva a encefalopatia e coma Mudanças de pH celular Redução de intermediários do ciclo de Krebs Excesso de NH3 leva a alcalinização de fluidos celulares Ubiquitina é uma proteína de 76 aminoácidos de organismos eucarióticos Encontrada livre ou covalentemente ligada a outras proteínas É uma proteína abundante e muito conservada evolutivamente COMO QUE A AMÔNIA SE TRANSFORMA EM UREIA? A transferência do grupo amina vai ser concentrada em um determinado aminoácido Esse aminoácido vai ser o responsável por transportar o grupamento amina para o fígado É no fígado que a amônia entra no ciclo da ureia Aminoácidos e proteínas ingeridas, aminoácidos presentes nos músculos e aminoácidos presentes em outros tecidos vão chegar o fígado por diversas formas: Aminoácidos ingeridos transferem seu grupamento amina para o α-cetoglutarato e, posteriormente, haverá a formação do glutamato Aminoácidos musculares (alanina, principalmente) sairão do músculo e seguirão diretamentepara o fígado Alanina dos músculos e de outros tecidos perde o grupamento amina e forma o glutamato Alanina do fígado transfere sua amina para o α-cetoglutarato e, dessa forma, tem-se a formação do piruvato Glutamina, de uma forma geral, ao perderem seu grupamento amina, formam o glutamato REAÇÕS DE AMINOTRANSFERASES São reações de transaminação, ou seja, haverá transferência do grupamento amina Cada aminoácido vai ter uma transaminase específica São reações reversíveis Principalmente entre as formas PLP Piridoxamina-PI Dependem de Pirodoxal-PI Pirodoxal-PI = PLP (vitamina B6) Vitamina B6 é a pirodoxina Catalisam a transferência do α- NH3+ dos aminoácidos para o α- cetoglutarato, gerando o glutamato Glutamato é o carreador de α-NH3+ para excreção ou reações biossintéticas Glutamato, por sua vez, chega até os hepatócitos Duas amino-transferases se destacam: 1. Alanina aminotransferase (ALT) 2. Aspartato aminotransferase (AST) DESTINO DO GLUTAMATO NO HEPATÓCITO As amino-transferases vão catalisar a reação de transferência do grupamento amina dos aminoácidos para o α- cetoglutarato para a formação do glutamato Glutamato chega até o hepatócito e lá pode ter dois destinos: 1. Reação de transaminação com o oxalacetato forma o aspartato 2. Remoção do grupamento amina volta a ser α-cetoglutarato É na mitocôndria do hepatócito que esse glutamato perde o grupamento amina (processo de desaminação) DESAMINAÇÃO OXIDATIVA DO GLUTAMATO COM LIBERAÇÃO DO ÍON AMÔNIO As reações acontecem na mitocôndria do hepatócito Enzima responsável pela desaminação do glutamato é a glutamato desidrogenase Não se conhece enzima análoga para outros aminoácidos A retirada do grupo amina deve estar contido essencialmente no glutamato Ao chegar na mitocôndria do hepatócito, o glutamato pode: 1. Sofrer transaminação e formar aspartato Por meio da enzima AST o glutamato Precisam da vitamina B6 É a vitamina B6 a responsável por pegar o grupamento amina Nessa etapa, há formação do segundo grupo amina para formação da molécula de ureia 2. Sofrer uma desaminação oxidativa e formar amônia É nesta etapa que surge o íon amônio e se dá início ao ciclo da ureia A ação conjunta das transaminases (T) e da glutamato desidrogenase (GD) permite canalizar o nitrogênio da maioria dos aminoácidos para dois compostos (asp e NH4+) Isso acontece num processo de transdeaminação 1. Graças as transaminases de aminoácidos, o grupamento amina foi transferido para o α- cetoglutarato ASP significa aspartato aminotransferase Sinônimo de TGO: transaminase glutâmico-oxalacética É a aminotransferase mais ativa na maioria dos tecidos de mamíferos São enzimas utilizadas para avaliar a função hepática, uma vez que o fígado é o local onde elas estão presentes Enzimas intracelulares Marcadores de lesões hepáticas Obtém-se α-cetoácidos que dependem da cadeia lateral dos aminoácidos 2. Glutamato vai sofrer transaminação e transferir seu grupamento amina para o oxalacetato Obtém-se aspartato 3. Uma parte dos glutamatos pode passar por um processo de deaminação Catalisado pela enzima glutamato desidrogenase Liberação do íon amônio 4. Íon amônio pode ter uma excreção direta ou indireta Glutamato chega até o fígado (intracelular) Glutamina chega até o músculo e outros tecidos Alanina chega no músculo e vai ser convertida em piruvato Forma o piruvato ao transferir seu grupamento amina para o α- cetoglutarato Glutamato (Glu) e Glutamina (Gln) desempenham papel crucial no metabolismo do nitrogênio Como a amônia (NH3) é tóxica, sua conversão em ureia ocorre no fígado O NH4+ produzido em outros tecidos é incorporado em compostos não tóxicos para serem transportados na circulação No citosol de hepatócitos, a α-NH3+ da maioria de aminoácidos são transferidos para o α-cetoglutarato Leva à formação de Glu O excesso de NH3+, gerado na maioria dos tecidos, é convertido no grupo NH3+ da Gln Depois de convertido, vai ser encaminhado para o fígado Em tecidos periféricos, músculos e outros órgãos para que o transporte do grupamento amina dos aminoácidos seja facilitado, além de ser gerado glutamato, será: Adicionado mais um grupamento amina ao glutamato Leva a formação da glutamina, através da enzima glutamina sintetase Glutamina vai ser carreada pelo plasma sanguíneo Chega no fígado através da glutaminase Formação do glutamato no fígado Glutamato pode ir para a mitocôndria dos hepatócitos e passar pelo processo de transaminação (para formar aspartato) ou deaminação (para liberar o íon amônio) CICLO DA GLICOSE-ALANINA Alanina (Ala) atua como um transportador da NH3 e piruvato do músculo até o fígado Esse piruvato está em atividade anaeróbica Músculo e tecidos degradam aminoácidos como combustível Grupamento amina (NH3+) vai gerar Glu O grupamento amina do glutamato pode ser transformado em Gln (através da vida glutamina—sintetase) e ser transportada para o fígado Ou esse grupamento pode ser transferido ao piruvato (produto da glicólise muscular) pela ação da alanina-aminotransferase Alanina no fígado é convertida em Glu (ALT ou TGP) Pode entrar na mitocôndria Sob a ação da glutamato desidrogenase, vai liberar amônia O gasto energético da gliconeogênese é imposto somente ao fígado O músculo precisa de todo ATP para a contração muscular Nitrogênio é excretado via ureia ou então é usado na biossíntese (de alguma substância que precise de um composto nitrogenado) Piruvato será empregado na produção de glicose Através da gliconeogênese Pode retornar ao músculo Esse ciclo é complementar ao lactato no ciclo de cori DESTINO FINAL DO NH3 EM UREOTÉLICOS Animais terrestres necessitam de vias metabólicas para a excreção de nitrogênio e diminuição da toxicidade de NH3 Além da diminuição da perda de água Nos animais ureotélicos, a NH3 atinge a mitocôndria dos hepatócitos e vai ser convertida em ureia Ciclo conhecido como: ciclo da ureia ou ciclo de Krebs-Henseleit No ciclo da ureia, um dos átomos de nitrogênio é derivado da asparagina e o outro vai ser derivado do próprio NH4+ livre O átomo de carbono vem do bicarbonato (HCO3-), oriundo do metabolismo oxidativo A ureia, que tem alta solubilidade, atinge a circulação e chega aos rins É através dos rins que a urina vai ser excretada O destino da amônia (para posterior conversão em ureia) inicia-se na mitocôndria e termina no citoplasma É dividido em duas fases: 1. Fase mitocondrial Glutamato passa pelo processo de desaminação e transaminação Necessita da enzima Carbomoil-Pi-sintetase I Ativa NH4+ 2. Fase citoplasmática Precisa das enzimas: ornitina-transcabamoilase, arginino-succinato- sintetase, arginino- sucninase e arginase Arginino-succinato- sintetase une a asparagina (ourinda da AST) com citrulina e requer um intermediário ativado com AMP Arginino-sucninase é a única reação reversível do ciclo Arginase é a hidrólise da arginina gerando ureia e regenerando ornitina CICLO DA URÉIA 1. Glutamato chega até a mitocôndria do fígado, transferiu seu grupamento amina (formando aspartato e α-cetoglutarato) 2. Grupamento amina, ao passar pelo processo de desaminação, libera umíon amônia 3. NH4+ é conjugado ao HCO3-, consumindo ATP e formando carbamoil-fosfato Enzima envolvida é a carbamoil-fosfato- sintetase I 4. Carbamoil-fosfato se liga à ornitina, formando citrulina Ornitina é um aminoácido livre nos hepatócitos Enzima responsável é a ornitina- transcarbamilase 5. Citrulina sai da mitocôndria e vai para o citoplasma Citrulina se liga ao aspartato, formando argininosuccinato Aspartato formado na mitocôndria sai dela e vai em direção ao citoplasma É o aspartato quem vai doar o segundo grupamento amina para que se forme a ureia Enzima responsável é a argininosuccinato sintetase 6. Aspartato é um aminoácido formado a partir da transaminação do oxalacetato 7. Argininosuccinato é clivado em fumarato e arginina Vai ser clivado pela enzima argininasuccinato liase no citosol da célula 8. Arginina vai ser clivada, formando a ureia e ornitina Reinicia o ciclo Ornitina é produzida mas vai para a mitocôndria posteriormente para dar continuidade ao ciclo da ureia Resumindo.. A partir de amônia, bicarbonato e aspartato, forma-se fumarato e ureia Ornitina funciona como um intermediário Reações do ciclo: O ciclo da ureia e o ciclo de Krebs estão intimamente ligados por seus intermediários: Fumarato, α-cetoglutarato e oxalacetato REGULAÇÃO DO CICLO DA UREIA Existem dois tipos de regulação desse ciclo: 1. Regulação de curto prazo Regulação alostérica da carbamoil fosfato sintetase I Estímulo por N- acetilglutamato Produzido a partir da condensação de glutamato e acetil- CoA pela N- acetilglutamato sintase A N-acetilglutamato sintase é ativada por arginina Arginina sinaliza o acúmulo de intermediários do ciclo da ureia e excesso de NH4+ Arginina adequa a velocidade de formação de NH4+ a sua conversão em ureia 2. Regulação a longo prazo A quantidade de ureia excretada em humanos é dependente da dieta Alta em condições de alta ingestão proteica Alta em condições de jejum prolongado onde as cadeias carbônicas dos aminoácidos são utilizadas como precursores glicogênicos Nessas condições há alta da síntese das enzimas do ciclo da ureia e da carbamoil fosfato sintetase I (elevação de cerca de 10-20 vezes) Diminui em condições de dieta pobre em proteínas e rica em carboidratos e lipídios Redução da concentração de enzimas envolvidas no ciclo HIPERAMONEMIA Depleção de intermediários do ciclo de Krebs e diminuição da taxa de oxidação da glicose Vital para o tecido cerebral Alto consumo de α-cetoglutarato para a síntese de Glu Comprometimento da transmissão do impulso nervoso e encefalopatia via ação exacerbada da transmissão GABAérgica Alta de Glu Falhas genéticas ocasionam hiperamonemia ou aumento dos intermediários Intolerância a dietas proteicas Reações irreversíveis causam aumento dos intermediários do ciclo Dieta deve ser suprida com os aminoácidos essenciais CORRELAÇÃO CLÍNICA: Encefalopatia hepática induzida por amônia É uma síndrome neuropsicológica decorrente de distúrbios bioquímicos da função cerebral em pacientes com doença hepática avançada A alta concentração de amônia no cérebro leva à inflamação das células cerebrais, elevação da glutamina cerebral e distúrbio das funções cerebrais VISÃO GERAL DO METABOLISMO DE NH3 Principais vias do transporte de nitrogênio entre órgãos, após proteólise muscular Aminoácidos oriundos de proteólise intracelular ou da digestão Grupo NH3 é encaminhado via Ala ou Gln para o fígado, gerando glutamato Ciclo da ureia capta o NH4- livre e NH3 do Asp, ambos oriundos do glutamato via glutamato desidrogenase e AST Ureia e Gln são liberados na corrente sanguínea e excretados pelos rins na urina Rins tem glutaminase gerando NH4- livre e Glu Compostos nitrogenados excretados estão relacionados com a função renal DEGRADAÇÃO DA CADEIA CARBÔNICA DOS AMINOÁCIDOS Rende 10-15% da energia extraída pelo organismo Removido o grupo NH3, resta o esqueleto carbônico do aminoácido na forma de α- cetoácido As 20 cadeias carbônicas são oxidadas por vias próprias, porém convergem para 6 componentes do metabolismo Piruvato, acetil-CoA, oxaloacetato, fumarato, α- cetoglutarato e succinato 4 últimos são intermediários do ciclo de Krebs A partir desse ponto, o metabolismo da cadeia carbônica dos aminoácidos confundem-se com o dos carboidratos ou ácidos graxos Um mesmo aminoácido pode contribuir para diferentes componentes do metabolismo O destino final do α-cetoácido depende do tecido e do estado fisiológico podendo ser: Oxidado pelo ciclo de Krebs, utilizado na gliconeogênese ou convertido em triacilglicerol CONVERSÃO DOS AMINOÁCIDOS 6 aminoácidos vão ser convertidos, total ou parcialmente, em piruvato São eles: treonina, serina, alanina, glicina, cisteína e triptofano Alanina detém o papel central de levar o grupamento amina para o fígado Pode receber grupamentos aminas de aminoácidos Perde o grupamento amina para o α-cetoglutarato no fígado por meio da alanina- amino transferase α-cetoglutarato + amina = glutamato Alanina, ao perder o grupamento amina, forma o piruvato Piruvato pode ser convertido em Acetil- CoA e ser oxidado no ciclo de Krebs Ao ser oxidado, pode ser usado para a gliconeogênese (via oxaloacetato) ou para síntese de ácidos graxos 7 aminoácidos podem ser convertidos, totalmente ou parcialmentem, em Acetil- CoA São eles: triptofano, fenilalanina, leucina, lisina, tirosina, isoleucina e treonina Tiptofano (Trp) é precursor de seronina, niacina e outros Tirosina (Tyr) é precursor de melanina Falhas genéticas na degradação da fenilalanina (Phe) pode causar fenilcetonúria 5 aminoácidos vão ser convertidos em α- cetoglutarato São eles: prolina, glutamato, glutamina, arginina e histidina Glutamato, quando perde seu grupamento amina (por um processo de desaminação ou transaminação) forma o α- cetoglutarato 4 aminoácidos podem ser convertidos em succinil-CoA São eles: metionina, treonina, isoleucina e valina 2 aminoácidos são convertidos em oxaloacetato São a asparagina e aspartato Aspartato pode ser obtido tanto do oxaloacetato quanto o inverso, através da enzima aspartato aminotransferase Da asparagina para o aspartato, há perda de um grupamento amina Os aminoácidos de cadeia ramificada (ACR) não são degradados no fígado Sofrem transaminação e descarboxilação oxidativa por enzimas específicas no tecido periférico Aminoácidos de cadeia ramificada são: leucina, isoleucina e valina São essenciais na dieta e, portanto, relevantes na regulação da síntese proteica muscular A leucina exerce os seus efeitos em nível pós-transcricional e mais comumente durante a fase de iniciação da tradução do RNA- mensageiro em proteína O músculo esquelético humano pode oxidar ao menos seis aminoácidos (leucina, isoleucina, valina, aspartato, glutamato e asparagina), todavia, durante o exercício físico, os ACR são preferencialmente oxidados VISÃO GERAL DA BIOSSÍNTESE DOS AMINOÁCIDOS Os precursores da biossíntese dos 11 aminoácidos não essenciais no organismo humano estão sombreados segundo sua origem Os da glicólise: em vermelho Ciclo do ácido cítrico: em azul Via das pentoses fosfato: em púrpura Aminoácidos deles derivados estão em quadros de corres correspondentes Os aminoácidos não essenciaissão sintetizados por reações bem simples, enquanto as vias para formação dos essenciais são bem complexas Nitrogênio entra nas vias à partir do glutamato e glutamina CASO CLÍNICO FENILCETONÚRIA O que é fenilcetonúria? A fenilcetonúria materna é uma aminoacidopatia caracterizada por níveis elevados defenilalanina plasmática na gestante, o que pode provocar anormalidades no desenvolvimento do feto, condição que se denomina síndrome de fenilcetonúria materna São erros inatos do metabolismo, de herança autossômica recessiva, cujo distúrbio primário se localiza na conversão do aminoácido fenilalanina em tirosina por deficiência da enzima hepática fenilalanina-hidroxilase (PAH) Por que a elevação da concentração plasmática de fenilalanina no organismo causa danos cerebrais? Ocorre aumento da concentração de fenilalanina e de seus subprodutos no sangue e na urina (fenilpiruvato, fenilacetato, fenilactato e fenilacetilglutamina), com formação reduzida de tirosina Como é manifestada a síndrome da fenilcetonúria materna? Manifesta-se no feto por restrição do crescimento intrauterino (RCIU), microcefalia, retardo mental e malformações cardíacas congênitas Nas gestantes portadoras de PKU, podem-se encontrar graus variados de deficiência do desenvolvimento cognitivo, associando-se ou não a convulsões e hiperatividade
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