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Aula7 - Trabalho do Preso_bGVzc29uOjIyMzM3

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1
Curso	Ênfase	©	2019
EXECUÇÃO	PENAL	–	FELIPE	ALMEIDA
AULA7	-	T RABALHO	DO	PRESO
1	TRABALHO	DO	PRESO
Iniciar-se-á	 o	 estudo	 sobre	 o	 trabalho	 do	 preso.	 A	 Lei	 de	 Execução	 Penal
regulamenta	 o	 trabalho	 do	 preso,	 que	 pode	 ser	 interno	 ou	 externo.	 A	 LEP,	 Lei	 7.210
inicia	a	disciplina	do	trabalho	do	preso	no	art.	28.
Art.	 28.	 O	 trabalho	 do	 condenado,	 como	 dever	 social	 e	 condição	 de	 dignidade
humana,	terá	finalidade	educativa	e	produtiva.
O	art.	28	inicia	a	matéria	explicando	que	o	trabalho	do	preso	não	serve	como	um
mecanismo	 para	 agravar	 a	 pena,	 ou	 seja,	 tornar	 mais	 dura	 a	 pena	 que	 o	 apenado
tenha	 de	 cumprir.	 Na	 verdade,	 o	 trabalho	 do	 preso	 é	 uma	 verdadeira	 engrenagem
dentro	desse	processo	 ressocializador,	dentro	do	 tratamento	penitenciário	pensado	e
elaborado	pela	LEP.	O	trabalho	do	preso	deve	possuir	escopo	ressocializador,	devendo
funcionar	como	uma	grande	engrenagem	nessa	grande	máquina	ressocializadora	que
foi	pensada	pelo	 legislador	na	Lei	7.210.	O	 trabalho	do	preso	possui	uma	verdadeira
função	 social,	 que	 é	 justamente	 o	 escopo	 ressocializador,	 um	 dos	 elementos	 do
tratamento	educativo	que	a	LEP	pensou	para	a	pessoa	do	condenado.
§	1º	Aplicam-se	à	organização	e	aos	métodos	de	trabalho	as	precauções	relativas
à	segurança	e	à	higiene.
§	2º	O	trabalho	do	preso	não	está	sujeito	ao	regime	da	Consolidação	das	Leis	do
Trabalho.
Não	se	aplica	a	CLT	ao	trabalho	do	preso.
O	 art.	 29	 regulamenta	 a	 contraprestação	 devida	 ao	 preso	 pela	 atividade
laborativa	por	ele	desenvolvida.
Art.	 29.	 O	 trabalho	 do	 preso	 será	 remunerado,	 mediante	 prévia	 tabela,	 não
podendo	ser	inferior	a	3/4	(três	quartos)	do	salário	mínimo.
O	preso	não	pode	perceber	 como	contraprestação	da	 sua	atividade	 laborativa
menos	de	75%	do	salário	mínimo	vigente.	Trata-se	do	pecúlio,	diferentemente	do	que
se	 vê	 no	 direito	 previdenciário,	 o	 pecúlio	 é	 a	 contraprestação	 pelo	 trabalho
desenvolvido	pelo	preso,	a	remuneração.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula7	-	Trabalho	do	Preso
2
Curso	Ênfase	©	2019
A	doutrina	costuma	apresentar	três	modalidades	de	pecúlio:	o	pecúlio	reserva,	o
pecúlio	 garantia	 e	 o	 pecúlio	 disponível.	 O	 pecúlio	 reserva	 é	 retido	 e	 é	 entregue	 ao
preso	 por	 ocasião	 da	 sua	 liberação,	 ele	 é	 depositado	 na	 caderneta	 de	 poupança	 e
entregue	 ao	 preso	 por	 ocasião	 de	 sua	 liberdade.	 O	 pecúlio	 garantia	 referir-se-á	 as
indenizações	devidas	pelo	preso	em	razão	do	delito	praticado	assim	como	para	custear
as	 despesas	 que	 o	 Estado	 teve	 com	 relação	 a	 sua	 detenção.	 Por	 fim,	 há	 o	 pecúlio
disponível	que	é	aquele	entregue	ao	preso	para	as	despesas	pessoais	e	mesmo	para
que	 ele	 possa	 mandar	 para	 a	 família.	 Por	 vezes	 o	 preso	 desempenha	 a	 atividade
laborativa	e	por	vezes	esse	pecúlio	é	a	única	fonte	de	renda	de	determinada	família,
que	dependia	daquele	provedor	que	se	encontra	na	condição	de	prisioneiro.
Portanto,	de	acordo	com	a	doutrina,	são	três	as	modalidades	de	pecúlio.	O	§	1º
que	trata	da	destinação	da	remuneração	do	pecúlio	do	preso	disciplina:
§	1°	O	produto	da	remuneração	pelo	trabalho	deverá	atender:
a)	 à	 indenização	 dos	 danos	 causados	 pelo	 crime,	 desde	 que	 determinados
judicialmente	e	não	reparados	por	outros	meios;
Refere-se	ao	pecúlio	garantia.
b)	à	assistência	à	família;
É	o	pecúlio	disponível.
c)	a	pequenas	despesas	pessoais;
Também	é	o	pecúlio	disponível.
d)	 ao	 ressarcimento	 ao	 Estado	 das	 despesas	 realizadas	 com	 a	 manutenção	 do
condenado,	em	proporção	a	ser	fixada	e	sem	prejuízo	da	destinação	prevista	nas
letras	anteriores.
Pecúlio	garantia.
§	2º	Ressalvadas	outras	aplicações	 legais,	será	depositada	a	parte	restante	para
constituição	 do	 pecúlio,	 em	 Caderneta	 de	 Poupança,	 que	 será	 entregue	 ao
condenado	quando	posto	em	liberdade.
O	§	2º	trata	do	pecúlio	reserva,	que	é	justamente	aquele	que	será	disponibilizado
para	o	apenado	por	ocasião	da	sua	libertação.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula7	-	Trabalho	do	Preso
3
Curso	Ênfase	©	2019
Art.	30.	As	tarefas	executadas	como	prestação	de	serviço	à	comunidade	não	serão
remuneradas.
O	art.	30	trata	de	uma	modalidade	de	pena	restritiva	de	direitos,	elas	não	serão
remuneradas	 na	 medida	 em	 que	 são	 a	 própria	 pena	 alternativa	 que	 foi	 objeto	 de
substituição	pela	pena	privativa	de	liberdade.
Alguns	 aspectos	 da	 disciplina	 geral	 do	 trabalho	 do	 preso	 são	 objeto	 de
controvérsia	por	parte	da	doutrina.	Boa	parte	da	doutrina	questiona	a	não	submissão
do	apenado	às	regras	da	CLT	na	medida	em	que	ele	não	poderia	estar	em	tratamento
desigual	com	o	trabalhador	livre.
Da	 mesma	 forma,	 existe	 críticas	 por	 parte	 da	 doutrina	 com	 relação	 a
remuneração	 do	 preso	 ser	 inferior	 ao	 salário	 mínimo.	 Como	 é	 possível	 observar	 na
redação	da	lei	a	percepção	do	pecúlio	deve	ser	de	no	mínimo	75%	do	salário	mínimo,
ou	seja,	ele	pode	receber	3/4	do	salário	mínimo.	Parte	da	doutrina	questiona	mormente
a	apropriação	que	o	Estado	teria	desse	trabalho	em	condições	inferiores	ao	piso	salarial
nacional,	que	seria	de	certa	forma	inconstitucional	por	violar	direitos	dos	trabalhadores,
direitos	sociais,	liberdade	para	o	trabalho,	também	constitucionalmente	prevista	no	art.
5º,	inciso	XIII	da	CF/88.	Existe	todo	um	questionamento	posto	que	o	trabalho,	enquanto
instrumento	 da	 dignidade	 da	 pessoa	 humana,	 não	 poderia	 submeter	 o	 sujeito	 à
percepção	de	salário	menor	do	que	o	piso	no	país,	tanto	é	que	algumas	Constituições
Estaduais	 prevem	 expressamente	 que	 a	 remuneração	 do	 preso	 deve	 estar	 em
igualdade	com	a	do	trabalhador	livre.	Ex:	Constituição	do	Estado	do	Rio	de	Janeiro.
Continuando	 a	 análise	 do	 trabalho	 do	 preso,	 é	 importante	 tratar	 das	 duas
possibilidades	 do	 trabalho	 do	 preso,	 que	 pode	 se	 desenvolver	 de	 forma	 interna,
chamado	 de	 trabalho	 intramuros,	 sendo	 justamente	 a	 atividade	 laborativa
desenvolvida	 dentro	 da	 prisão,	 como	 tem	 o	 trabalho	 externo,	 que	 é	 o	 trabalho
extramuro,	concedido	como	um	direito	da	execução	penal	em	uma	das	modalidades
de	autorização	de	saída	temporária.
1.1	T RABALHO	INT ERNO
O	trabalho	interno	tem	sua	disciplina	iniciada	no	art.	31.
Art.	31.	O	condenado	à	pena	privativa	de	liberdade	está	obrigado	ao	trabalho	na
medida	de	suas	aptidões	e	capacidade.
Parágrafo	único.	Para	o	preso	provisório,	o	trabalho	não	é	obrigatório	e	só	poderá
ser	executado	no	interior	do	estabelecimento.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula7	-	Trabalho	do	Preso
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Curso	Ênfase	©	2019
O	parágrafo	único	trata	do	preso	cautelar,	o	preso	que	ainda	não	tem	contra	si
uma	 sentença	 penal	 condenatória.	 O	 trabalho	 interno	 é	 facultativo	 para	 o	 preso
cautelar	 e,	 não	 se	 pode	 deixar	 de	 ressaltar	 que	 a	 própria	 Lei	 de	 Execuções	 Penais
quando	trata	do	preso	político,	em	seu	art.	200	diz:
Art.	200.	O	condenado	por	crime	político	não	está	obrigado	ao	trabalho.
O	preso	condenado	por	crime	político	não	está	obrigado	ao	trabalho	da	mesma
forma	que	o	preso	provisório	tem	o	trabalho	como	facultativo.
A	 questão	 que	 precisa	 ser	 enfrentada	 é	 justamente	 a	 compatibilidade	 dessa
expressão	contida	no	art.	31	que	diz	que	"	o	condenado	a	pena	privativa	de	liberdade
está	obrigado	ao	trabalho"	com	a	vedação	constitucional	dos	trabalhos	forçados.
Como	compatibilizar	esses	trabalhos	obrigatórios	previstos	no	art.	31
com	a	vedação	que	se	viu	por	ocasião	do	princípio	da	humanidade	das	penas
com	o	trabalho	forçado?
O	trabalho	obrigatório	é	trabalho	forçado?
Embora	na	doutrina	há	quem	entenda	que	o	art.	31	não	teria	sido	recepcionado
pela	 CF/88,	 na	 medida	 em	 que	 ela	 veda	 os	 trabalhos	 forçados,	 não	 é	 esse	 o
entendimento	 majoritário.	 A	 Corte	 Interamericana	 de	 Direitos	 Humanos,	 quando
enfrentou	 a	 temática	 envolvendo	 os	 trabalhos	 forçados	 entendeu	 que	 trabalhos
forçados	 não	 é	 o	 trabalho	 obrigatório,	 posto	 que	 otrabalho	 obrigatório,	 como	 foi
anteriormente	 mencionado,	 é	 uma	 verdadeira	 engrenagem	 dentro	 do	 processo
ressocializador,	possui	uma	função	social.
Quando	 a	 Corte	 fala	 dos	 trabalhos	 forçados,	 ela	 não	 trata	 do	 trabalho
obrigatório,	contudo	daquele	trabalho	imposto	ao	preso	que	em	última	análise	ofende
a	 dignidade	 da	 pessoa	 humana,	 ou	 seja,	 são	 os	 trabalhos	 aviltantes,	 que	 acabam
expondo	o	preso	e	de	certa	forma	acabam	violando	sua	dignidade	de	ser	humano.
EXEMPLO:	 trabalhos	 das	 penas	 de	 gales,	 alguns	 países	 ainda	 se	 valem	 de
trabalhos	forçados,	presos	que	são	colocados	com	bolas	de	ferro	na	beira	da	estrada
quebrando	 pedras,	 ou	 seja,	 trabalhos	 que	 ofendem	a	 dignidade	 da	 pessoa	 humana,
que	se	mostram	como	violação	da	dignidade	da	pessoa	humana,	aviltante	como	diz	a
Corte,	esses	são	vedados	dado	que	são	considerados	trabalhos	forçados.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula7	-	Trabalho	do	Preso
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Curso	Ênfase	©	2019
O	 trabalho	 obrigatório	 não	 necessariamente	 será	 considerado	 como	 trabalho
forçado	e	o	art.	31	é	considerado	pela	maioria	como	constitucional	na	medida	em	que
o	 trabalho	 obrigatório	 funcionará	 como	 uma	 engrenagem	 dentro	 do	 processo
ressocializador.	 Portanto,	 o	 trabalho	 obrigatório	 não	é	 o	 que	a	Constituição	procurou
vedar,	lembrando	que	ao	preso	provisório	é	facultativo,	apenas	em	atividades	internas,
o	trabalho	e	o	preso	condenado	por	crime	político	não	está	obrigado	ao	trabalho.
Art.	32.	Na	atribuição	do	trabalho	deverão	ser	levadas	em	conta	a	habilitação,	a
condição	pessoal	e	as	necessidades	futuras	do	preso,	bem	como	as	oportunidades
oferecidas	pelo	mercado.
§	 1º	 Deverá	 ser	 limitado,	 tanto	 quanto	 possível,	 o	 artesanato	 sem	 expressão
econômica,	salvo	nas	regiões	de	turismo.
Justamente	 para	 que	 o	 sujeito	 possa	 com	 o	 seu	 trabalho	 ter	 alguma
remuneração,	na	medida	que	nas	regiões	de	turismo	o	artesanato	é	valorizado.
§	2º	Os	maiores	de	60	(sessenta)	anos	poderão	solicitar	ocupação	adequada	à	sua
idade.
Ostentam	a	condição	de	idoso.
§	3º	Os	doentes	ou	deficientes	físicos	somente	exercerão	atividades	apropriadas
ao	seu	estado.
O	art.	33	tratará	da	jornada	de	trabalho	do	preso.
Art.	33.	A	jornada	normal	de	trabalho	não	será	inferior	a	6	(seis)	nem	superior	a	8
(oito)	horas,	com	descanso	nos	domingos	e	feriados.
Parágrafo	 único.	 Poderá	 ser	 atribuído	 horário	 especial	 de	 trabalho	 aos	 presos
designados	 para	 os	 serviços	 de	 conservação	 e	manutenção	 do	 estabelecimento
penal.
Pode	ser	que	haja	necessidade	de	se	fazer	um	reparo	ou	uma	manutenção	em
horário	excepcional,	em	horário	noturno	por	exemplo,	ou	mesmo	nos	fins	de	semana	e
há	essa	previsão	legal	no	parágrafo	único.
1.2	T RABALHO	EXT ERNO
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula7	-	Trabalho	do	Preso
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Curso	Ênfase	©	2019
O	trabalho	externo,	na	maioria	das	vezes	é	concedido	na	forma	de	um	direito	da
execução,	 na	 chamada	 autorização	 de	 saída	 temporária.	 Entenda	 como	 funciona	 a
dinâmica	do	trabalho	externo,	do	trabalho	do	preso	que	obtêm	autorização	para	sair	e
trabalhar	fora	da	prisão.
Normalmente,	 está	 acostumados	 a	 perceber	 essa	modalidade	de	 trabalho	 tão
somente	no	regime	semiaberto,	quando	o	sujeito	obtêm	as	autorizações	de	saída	na
modalidade	de	saída	temporária	para	desenvolver	atividade	laborativa	fora	da	prisão,
todavia	 a	 própria	 LEP	 e	 o	 Código	 Penal	 admitem,	 excepcionalmente,	 que	 presos	 do
regime	fechado	também	obtenham	autorização	de	saída	temporária	para	o	trabalho.
O	art.	36	da	LEP	inicia	a	disciplina	do	trabalho	externo.
Art.	 36.	 O	 trabalho	 externo	 será	 admissível	 para	 os	 presos	 em	 regime	 fechado
somente	 em	 serviço	 ou	 obras	 públicas	 realizadas	 por	 órgãos	 da	 Administração
Direta	ou	Indireta,	ou	entidades	privadas,	desde	que	tomadas	as	cautelas	contra	a
fuga	e	em	favor	da	disciplina.
O	art.	36	estabelece	alguns	requisitos.
Preso	no	regime	fechado	pode	sair	para	trabalhar?
Pode,	 desde	 que	 o	 trabalho	 seja	 em	 obras	 públicas	 realizadas	 por	 órgãos	 da
Administração	 Direta	 ou	 Indireta,	 ou	 entidades	 privadas,	 desde	 que	 tomadas	 as
cautelas	 contra	 a	 fuga	 e	 em	 favor	 da	 disciplina.	 A	 expressão	 final	 em	 negrito	 é
justamente	a	vigilância	direta,	ou	seja,	a	escolta.	Para	que	o	preso	em	regime	fechado
saia	da	prisão	para	trabalhar,	ele	depende	da	vigilância	direta,	que	é,	talvez	na	prática,
o	 inviabilizador	 dessa	 saída	 para	 trabalho	 externo	 do	 preso	 do	 regime	 fechado,	 na
medida	em	que	se	sabe	que	a	maioria	das	unidades	prisionais	do	país	funcionam	com
efetivo	de	agentes	penitenciários	muito	aquém	do	necessário	e	por	 isso,	não	se	tem,
por	uma	questão	de	segurança,	a	possibilidade	de	se	retirar	um	agente	para	que	ele
possa	escoltar	o	preso	para	 realizar	 trabalho	externo	quando	a	 segurança	de	 toda	a
unidade	prisional	seria	prejudicada.
Além	desse	requisito	temos	os	seguintes:
§	1º	O	limite	máximo	do	número	de	presos	será	de	10%	(dez	por	cento)	do	total	de
empregados	na	obra.
§	2º	Caberá	ao	órgão	da	administração,	à	entidade	ou	à	empresa	empreiteira	a
remuneração	desse	trabalho.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula7	-	Trabalho	do	Preso
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Curso	Ênfase	©	2019
§	 3º	 A	 prestação	 de	 trabalho	 à	 entidade	 privada	 depende	 do	 consentimento
expresso	do	preso.
Tem-se	 de	 ressaltar	 também	 um	 requisito	 de	 natureza	 objetiva	 para	 a
autorização	de	trabalho	externo	do	preso	em	regime	fechado.	O	art.	37	da	LEP	diz:
Art.	 37.	 A	 prestação	 de	 trabalho	 externo,	 a	 ser	 autorizada	 pela	 direção	 do
estabelecimento,	 dependerá	 de	 aptidão,	 disciplina	 e	 responsabilidade,	 além	 do
cumprimento	mínimo	de	1/6	(um	sexto)	da	pena.
Quem	possui	o	poder	de	autorizar	a	prestação	de	trabalho	externo	do	preso	em
regime	fechado	é	a	autoridade	administrativa,	o	diretor	do	estabelecimento	prisional.
Trata-se	de	uma	atividade	administrativa	da	execução	da	pena.
Exige-se	 do	 indivíduo,	 não	 havendo	 diferenciação	 entre	 crime	 comum,	 crime
hediondo	 ou	 equiparado,	 o	 cumprimento	 de	 1/6	 da	 pena.	 Então,	 o	 sujeito	 tem	 que
trabalhar	em	obras	públicas,	ou	em	obras	que	são	desenvolvidas	pela	Administração
Pública	ou	entidades	privadas,	 tem	que	ser	autorizado	pelo	diretor,	ele	deve	ter	bom
comportamento,	 responsabilidade,	 disciplina,	 aptidão	 e	 tenha	 cumprido	 1/6	 da	 sua
pena	como	diz	o	art.	37.
Parágrafo	único.	Revogar-se-á	a	autorização	de	trabalho	externo	ao	preso	que	vier
a	 praticar	 fato	 definido	 como	 crime,	 for	 punido	 por	 falta	 grave,	 ou	 tiver
comportamento	contrário	aos	requisitos	estabelecidos	neste	artigo.
Trata-se	da	disciplina	do	trabalho	externo	do	preso	em	regime	fechado,	que	é	a
exceção	e	o	próprio	Código	Penal	prevê	a	possibilidade	do	trabalho	externo	do	preso
em	regime	fechado	quando	estabelece	no	art.	34,	§	3º.
§	3º	-	O	trabalho	externo	é	admissível,	no	regime	fechado,	em	serviços	ou	obras
públicas.
O	Código	Penal,	 regulamentado	pela	LEP,	permite	o	 trabalho	externo	do	preso
em	 regime	 fechado.	 Os	 requisitos	 são	 encontrados	 na	 LEP	 e	 a	 previsão	 geral	 se
encontra	no	Código	Penal.
O	 trabalho	 externo	 no	 regime	 fechado	 é	 a	 exceção,	 a	 regra,	 no	 direito	 de
execução	penal	para	a	concessão	de	 trabalho	externo	é	para	aquele	preso	que	está
em	cumprimento	de	pena	no	regime	semiaberto,	nesse	caso	as	regras	se	modificam.	O
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Código	Penal	em	seu	art.	35,	§	2º	quando	trata	das	regras	do	regime	semiaberto	diz:
§	2º-	O	trabalho	externo	é	admissível,	bem	como	a	freqüência	a	cursos	supletivos
profissionalizantes,	de	instrução	de	segundo	grau	ou	superior.		
No	 regime	 semiaberto,	 o	 trabalho	 externo	 vem	 no	 formato	 de	 direito	 da
execução	penal.	Há	previsão	na	LEP	das	chamadas	autorizações	de	saída	temporária,
que	verifica	no	momento	oportuno	em	que	se	examina	todos	os	requisitos.	No	art.	122
da	LEP	está	previsto	que:
Art.122.	 Os	 condenados	 que	 cumprem	 pena	 em	 regime	 semi-aberto	 poderão
obter	 autorização	 para	 saída	 temporária	 do	 estabelecimento,	 sem	 vigilância
direta,	nos	seguintes	casos:
I	-	visita	à	família;
II	-	freqüência	a	curso	supletivo	profissionalizante,	bem	como	de	instrução	do	2º
grau	ou	superior,	na	Comarca	do	Juízo	da	Execução;
III	-	participação	em	atividades	que	concorram	para	o	retorno	ao	convívio	social.
A	 primeira	 diferença	 do	 trabalho	 externo	 do	 regime	 fechado	 para	 o	 regime
semiaberto	é	que	no	caso	do	regime	semiaberto	não	há	a	vigilância	do	preso.	O	inciso
III	 traz	 uma	 previsão	 genérica	 e,	 normalmente,	 é	 utilizado	 para	 a	 concessão	 do
trabalho	externo.
Existem	 requisitos	 próprios	 trazidos	 pelo	 art.	 123	 que	 se	 analisa	 no	 momento
oportuno.
Art.	 123.	 A	 autorização	 será	 concedida	 por	 ato	 motivado	 do	 Juiz	 da	 execução,
ouvidos	 o	 Ministério	 Público	 e	 a	 administração	 penitenciária	 e	 dependerá	 da
satisfação	dos	seguintes	requisitos:
I	-	comportamento	adequado;
II	-	cumprimento	mínimo	de	1/6	(um	sexto)	da	pena,	se	o	condenado	for	primário,
e	1/4	(um	quarto),	se	reincidente;
III-	compatibilidade	do	benefício	com	os	objetivos	da	pena.
Ver-se-á	no	momento	oportuno	as	questões	envolvendo	esse	lapso	temporal	de
1/6	 e	 1/4	 e	 as	 controvérsias	 existentes	 sobre	 esse	 período,	 quando	 tratarmos	 da
autorização	de	saída	temporária,	enquanto	espécie	do	gênero	autorização	de	saída.	O
certo	é	que	a	possibilidade	do	trabalho	externo	existe,	tanto	no	regime	fechado	como
no	 regime	 semiaberto.	 Viu-se	 que	 o	 regime	 fechado	 é	 a	 exceção,	 devendo	 ter
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula7	-	Trabalho	do	Preso
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Curso	Ênfase	©	2019
cumprido	1/6	da	pena,	o	trabalho	deve	ser	em	obras	públicas,	com	escolta	e	por	ato	do
diretor.	No	regime	semiaberto	não	há	necessidade	de	escolta,	não	há	vigilância	direta,
é	 concedido	 pelo	 juiz	 da	 execução,	 sendo	 na	 verdade	 um	 direito	 da	 execução,	 que
será	visto	quando	se	tratar	da	parte	especial.

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