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EXERCÍCIOS PASSIVOS, ATIVO ASSISTIDOS E ATIVOS o Ciclo vicioso da imobilidade. Aumento da dor Imobilidade Carga reduzida Encurtamento Adaptativo progressivo Comprometimento articular não é sinônimo de limitação funcional total ou de perda de função. Ex: uma pessoa com comprometimento articular do ombro pode apresentar dificuldades em realizar os movimentos de abdução/adução, porém não significa que ela perdeu sua total funcionalidade articular do ombro. E mesmos com dificuldades, essa pessoa ainda pode realizar movimentos e pentear o cabelo, por exemplo. Já a limitação funcional gera um comprometimento articular. Quando ocorre uma lesão ou limitação funcional deverão ser feitos exercícios físicos, dentre eles os passivos, ativo assistidos, ativo e resistidos. O tipo de exercício a ser escolhido dependerá da fase da lesão em que o paciente se encontra, se ele apresenta dor, se ele possui força. Uma lesão pode gerar uma imobilidade (nem sempre irá gerar). Como ocorreu a perca de mobilidade devido à lesão, a carga deve ser diminuída perdendo trofismo, então gera um encurtamento adaptativo do músculo podendo apresentar uma funcionalidade diminuída. Isso tudo gera desuso e substituição das articulações envolvidas, piorando o estado dessas articulações gerando menos funcionalidade e movimento. Consequentemente, pode ocorrer processos inflamatórios e gerar dor. E a dor gera mais imobilidade. É um ciclo vicioso. Articulações sinoviais que possuem o líquido sinovial possuem o estímulo para a produção desse líquido a partir do movimento. Quanto menos funcional e mais imóvel for a articulação menor será a produção de líquido sinovial, e a mobilidade será menor. Podendo acarretar síndrome do imobilismo. O líquido sinovial é um dos elementos que formam o sistema locomotor, junto com os ossos, músculos, ligamentos e articulações. Tem a função de lubrificar as articulações sinoviais, permitindo seu movimento suave e indolor. Mobilidade e função diminuída Desuso e substituição Lesão COMPROMETIMENTO DA AMPLITUDE DE MOVIMENTO E DA MOBILIDADE ARTICULAR. Muitos pacientes com condições ortopédicas, necessitam de atividades de mobilidade durante o programa de reabilitação. Além disso, o fisioterapeuta precisa oferecer técnicas simples de reabilitação e instruções para um programa de exercícios domiciliares. ATIVIDADES DE MOBILIDADE. Irão compensar alguns dos efeitos deletérios da imobilização. O movimento de uma articulação, seja ele passivo, ativo assistido ou ativo, produz carga sobre os tecidos moles. Essa carga pode manter a integridade do tendão, do ligamento, da cartilagem articular e do músculo. EXERCÍCIOS DE MOBILIDADE. Os exercícios têm início precoce no programa de reabilitação. São realizados durante todo o programa sob a forma de manutenção. Alguns indivíduos precisam de exercícios progressivos de mobilidade durante todo o curso de reabilitação, progredindo da amplitude de movimento passivo (ADMP) para ativo-assistido (ADMAA) até uma amplitude de movimento ativo (ADMA). CONSIDERAÇÕES AO REALIZAR EXERCÍCIOS DE MOBILIDADE. Garantir conforto e segurança ao paciente. Realizar a ADM lenta e ritmicamente. Mover ao longo da amplitude mais completa possível. Evitar uma preensão excessiva. Movimentos nos planos anatômicos, movimentos combinados ou padrões de movimentos funcionais. ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA MOBILIDADE ARTICULAR. O movimento completo possível é chamado de amplitude de movimento (ADM). Quando um segmento se movimenta ao longo de sua ADM, todas as estruturas na região são afetadas: músculos, superfícies articulares, cápsulas, ligamentos, fáscias, vasos e nervos. Para descrever a amplitude articular são usados termos como flexão, extensão, abdução, adução e rotação. EXERCÍCIO PASSIVO A ADM passiva é o movimento de um segmento dentro da ADM livre, que é produzido inteiramente por uma força externa. Não possui contração muscular. Essa força externa pode ser a gravidade, um aparelho, outra pessoa ou outra parte do corpo da própria pessoa. Tenha em mente que ADM passiva e alongamento passivo não são sinônimos. ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA MOBILIDADE PASSIVA. Superfícies articulares (meniscos, lábio, membrana sinovial), a cápsula articular, os ligamentos e tendões (incluindo os locais de inserções), os músculos, as bolsas sinoviais, a fáscia e a pele. INDICAÇÕES DE EXERCÍCIOS PASSIVOS. - Quando o movimento ativo pode prejudicar o processo de cicatrização. - Quando o paciente é física ou cognitivamente incapaz de se movimentar ativamente. - Quando a realização do movimento ativo é muito doloroso. RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS PASSIVOS. - Redução da dor. - Restauração rápida do movimento aumentando a amplitude de movimento. - Retorno precoce à função depois que a atividade for permitida. Os exercícios ativos também são utilizados para ensinar os exercícios ativos ou de resistência. LIMITAÇÕES DO MOVIMENTO PASSIVO. A verdadeira ADM passiva, relaxada, pode ser difícil de obter em um músculo inervado e com o paciente consciente. - Não previne atrofia muscular. - Não aumenta força ou resistência à fadiga. - Não auxilia a circulação da mesma forma que o exercício ativo. No exercício ativo o músculo entra em contração, portanto, essa contração comprime os vasos sanguíneos fazendo com que ocorra a circulação do sangue. OBJETIVOS DO MOVIMENTO PASSIVO. A principal meta da ADM passiva é diminuir as complicações que poderiam ocorrer em virtude da imobilizaçào, tais como degeneração da cartilagem, formação de aderências e contraturas e má circulação. Especificadamente, as metas são: - Manter a mobilidade da articulação e do tecido conjuntivo. - Minimizar os efeitos da formação de contraturas. - Manter a elasticidade mecânica do músculo. - Auxiliar a circulação e a dinâmica vascular. - Favorecer o movimento sinovial para nutrição da cartilagem e difusão de materiais dentro da articulação. - Diminuir ou inibir a dor. - Auxiliar o processo de cicatrização após lesão ou cirurgia. - Ajudar a manter no paciente a percepção dos movimentos. APLICAÇÃO DA ADM PASSIVA. 1. Durante a ADM passiva, a força para o movimento é externa, sendo fornecida pelo fisioterapeuta ou um dispositivo mecânico. Quando apropriado, o paciente pode fornecer a força e ser ensinado a mover a parte usando o membro normal. 2. Nenhuma resistência ou assistência ativa é dada pelos músculos do paciente que cruzam aquela articulação. Caso os músculos se contraiam, este se tomara um exercido ativo. 3. O movimento é realizado dentro da ADM livre, ou seja, a amplitude possível sem forçar o movimento e sem causar dor. EXERCÍCIO ATIVO-ASSISTIDOS. A amplitude de movimento ativo assistido (ADMAA) pode ser definida como a atividade de mobilidade na qual ocorre alguma ativação muscular. Nessa situação, o paciente não é capaz ou não lhe é permitido ativar completamente o músculo. É empregado para iniciar a atividade muscular suave após procedimentos cirúrgicos (Ex: reparos do manguito rotador ou do tendão do calcâneo). OBS: Algumas lesões ou cirurgias necessitam de limitações da contração muscular ativa na fase inicial de cicatrização.Alguns pacientes podem necessitar por toda a amplitude e outros podem não necessitar de assistência ou de uma assistência mínima em algumas partes, porém em outras amplitudes necessitar em assistência quase máxima. Essa variação pode resultar de um arco doloroso ou de limitações impostas pela doença ou lesão. INDICAÇÕES E BENEFÍCIO DA ADMAA. - Sempre que um paciente for capaz de contrair os músculos ativamente e mover um segmento, com ou sem assistência, faz-se uso da ADM ativa. - Quando um paciente possui uma musculatura fraca e é incapaz de mover uma articulação por toda a amplitude desejada (em geral, contra a gravidade), a ADM ativo assistida é usada para fornecer ajuda suficiente para os músculos, de maneira cuidadosamente controlada, para que possam funcionar em nível máximo e ser fortalecidos de forma progressiva. Conforme os pacientes adquirem controle da ADM, são progredidos para exercícios contra resistência manual ou mecânica para melhorar o desempenho muscular e retornar às atividades funcionais. - Prevenção dos efeitos negativos da imobilização. - Aumento da circulação. - A contração muscular ativa também ajuda na propriocepção e cinestesia. INCAPACIDADE DE COMPLETAR A ADM ATIVAMENTE. Doença muscular Lesão neurológica Fraqueza resultante de trauma. Dor - A tração do músculo sobre suas inserções é um estímulo para o metabolismo ósseo. OBS: A contração muscular nessa situação tem pouco impacto sobre os ganhos reais de força, porém ela ensina ao paciente como acionar ativamente o músculo. EXERCÍCIO ATIVO. A amplitude de movimento ativo (ADMA) são atividades de mobilidade realizadas por contração muscular ativa. São feitos exercícios contra a gravidade ou em uma posição com a gravidade minimizada. Além das maiores demandas de força, o exercício ativo requer mais coordenação muscular devido à ausência de assistência ao longo da ADM. OBS: Para músculos fortes, a ADMA não mantém ou aumenta a força. Somente exercícios resistidos possuem a capacidade de aumento de força. INDICAÇÕES E TÉCNICAS – ADMA. - Indicado quando a contração muscular é desejada. - Muitos programas de exercícios começam o regime de exercício ativo para assegurar a realização correta do exercício antes da adição de resistência. - Em algumas situações, o peso do membro produz uma carga ótima e constitui um bom ponto de partida para o programa de reabilitação. OBJETIVOS E BENEFÍCIOS. - São semelhantes àqueles da ADMAA, embora os resultados sejam mais evidentes. - Os resultados incluem aqueles associados à ADMP somados aos benefícios da contração muscular. Os benefícios são: - Manter a elasticidade fisiológica e a contratilidade dos músculos participantes. - Fornecer feedback sensorial proveniente dos músculos cm contração. - Fornecer estímulos para a integridade dos ossos e dos tecidos articulares. - Favorecer a circulação e prevenir a formação de trombos. - Desenvolver a coordenação e as habilidades motoras para atividades funcionais. Trombose é a formação de coágulos em uma das veias profundas, mais comumente nas pernas. Esse coágulo compromete o retorno venoso causando inchaço e dor na região. A principal causa da trombose venosa profunda é a imobilidade prolongada, comum não só nas viagens aéreas e terrestres que obrigam a pessoa a ficar sentada por horas na mesma posição, mas também nos casos de permanência no leito em repouso por doenças e depois de cirurgias. Lesões nos vasos e desequilíbrio nos fatores de coagulação do sangue também são responsáveis pela formação de trombos. TÉCNICA PARA ADMA. - O fisioterapeuta pode realizar os exercícios e, em seguida, pedir ao paciente que repita o exercício, ou pode conduzir o paciente passivamente ao longo da amplitude de movimento. - A velocidade, a ADM, a postura, e outros aspectos importantes da realização do exercício precisam ser monitorados e explicados ao paciente. - Os espelhos são úteis para que o paciente receba tanto a retroalimentação verbal como visual sobre o seu desempenho. OBS: Movimentação ativa em articulações adjacentes a uma segmento imobilizado é indicada para manutenção e preparo de novas atividades para manter essas áreas na condição mais normal possível. O exercício ativo aumenta os benefícios vasculares da ADM, com atividades como bombeamento do tornozelo utilizados no pós-operatório para prevenir as tromboses venosas profundas. É muito importante que o fisioterapeuta reconheça o valor assim como o mau uso potencial do movimento e atue dentro da amplitude, da velocidade e da tolerância do paciente durante o estágio agudo de recuperação, sendo totalmente contraindicado causar traumas adicionais. Sinais de movimento excessivo ou errado incluem aumento da dor e da inflamação (edema extenso, calor e rubor). Em geral, a ADM ativa dos membros superiores e as caminhadas próximas ao leito são atividades toleradas como exercidos iniciais após infarto do miocárdio, cirurgia de revascularização e angioplastia . No entanto, é necessário monitorar cuidadosamente os sintomas, a percepção de esforço e a pressão sanguínea. Caso a resposta do paciente ou sua condição impliquem ameaça à vida, a ADM passiva poderá ser iniciada com cuidado nas grandes articulações junto com alguma ADM ativa nos tornozelos e pés a fim de evitar estase venosa e formação de trombos; já as atividades individualizadas são iniciadas e progridem de modo gradual, conforme a tolerância do paciente. Referência: KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 6 ed. São Paulo: Manole, 2016.
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