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Fascite Necrosante

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Daniela Carvalho - TLVI 
Fascite Necrosante 
Definição: 
❖ A fasciíte necrotizante consiste em uma doença bacteriana (infecção) infreqüente dos tecidos moles 
de evolução rápida, caracterizada por um acometimento da fáscia superficial, trombose venosa de 
pequenos vasos e supuração, sendo que a pele e o músculo subjacente são inicialmente preservados. 
Pode acometer qualquer parte do organismo, mais comumente a parede abdominal, os membros e o 
períneo. 
❖ Obs: Inicialmente chamada de gangrena estreptocócica. 
Agentes causadores: 
❖ Streptococcus do grupo A (gram +); 
o S. pyogenes 
❖ Associação de bactérias aeróbias e anaeróbias; 
❖ Pode ocorrer como um componente da gangrena gasosa causada pelo Clostridium perfringens. 
❖ Cepas de MRSA produtoras da toxina leucocidina de Panton-Valentine também já foram descritas 
como causadoras. 
Causa: 
❖ A causa pela associação de bactérias aeróbias e anaeróbias se inicia com quebra na integridade de 
uma barreira da membrana mucosa, tal como a mucosa dos tratos gastrintestinal ou geniturinário. 
❖ Porta de entrada: pode ser um câncer, um divertículo, uma hemorroida, uma fissura anal ou uma 
ruptura uretral. 
❖ Outros fatores predisponentes incluem doença vascular periférica, diabetes melito, cirurgia e lesão 
abdominal penetrante. 
Síndrome Gangrena de Fournier: ocorre devido a extensão para a área perineal; se caracteriza por edema 
maciço da bolsa escrotal e do pênis com extensão para o períneo ou para a parede abdominal e as pernas. 
 
Evolução: 
❖ O diagnóstico precoce pode ser difícil quando dor e febre inexplicáveis são as únicas manifestações à 
apresentação. 
❖ Tumefação → edema rijo e dor à palpação → enduração vermelho-escura da epiderme e bolhas 
preenchidas com secreção azulada ou arroxeada → pele se torna friável e com uma coloração azulada, 
castanha ou negra (neste estágio a trombose dos vasos sanguíneos nas papilas dérmicas é extensa). 
❖ A extensão da infecção para o nível da fáscia profunda leva esse tecido a adquirir uma aparência cinza-
acastanhada. A disseminação rápida ocorre ao longo dos planos fasciais, através de canais venosos e 
linfáticos. 
❖ Os pacientes nos estágios mais avançados apresentam-se toxêmicos e manifestam com frequência 
choque e falência de múltiplos órgãos. 
Apresentações clínicas: 
❖ Sem porta de entrada: 
o Se iniciam profundamente no local de um traumatismo leve não penetrante, como uma 
contusão ou uma distensão muscular. 
o É provável que a infecção local ocorra a partir de uma bacteremia transitória. 
Daniela Carvalho - TLVI 
o Os pacientes afetados se apresentam apenas com dor intensa e febre. Na evolução tardia, se 
desenvolvem os sinais clássicos de fascite necrosante, como bolhas purpúreas (violáceas), pele 
úmida e toxicidade progressiva. 
❖ Com porta de entrada definida: 
o O S. pyogenes também pode atingir a fáscia profunda por meio de um local de infecção cutânea 
ou traumatismo penetrante. 
o Presença de sinais precoces de infecção cutânea superficial com progressão para fascite 
necrosante. 
❖ Em ambos os casos, a toxicidade é grave e a disfunção renal pode preceder o desenvolvimento de 
choque. Em 20-40% dos casos, há concomitância de miosite e, tal como na gangrena gasosa, os níveis 
séricos de creatinofosfoquinase podem estar acentuadamente elevados. 
❖ A fascite necrosante por associação de bactérias aeróbias e anaeróbias pode estar associada a gás no 
tecido profundo, mas em geral não há gás quando a causa é o S. pyogenes ou o MRSA. 
Tratamento: 
❖ A exploração cirúrgica precoce e agressiva é essencial em casos suspeitos para (1) visualizar estruturas 
mais profundas, (2) remover tecido necrótico, (3) reduzir a pressão compartimental e (4) obter 
material adequado para coloração de Gram e culturas aeróbias e anaeróbias. 
❖ Tratamento antibiótico empírico adequado para infecções mistas aeróbias-anaeróbias. 
❖ O tratamento antibiótico deve continuar até que todos os sinais de toxicidade sistêmica tenha sido 
resolvidos, todos os tecidos desvitalizados tenham sido removidos e o tecido de granulação esteja se 
desenvolvendo. 
 
 
 
Fontes - resumo baseado em: 
• SOARES, Felipe Gomes; PESSANHA, Aguina Lúcia Pimentel; DE BARROS LEMOS, Lara Vianna. Fasciíte 
Necrotizante em paciente diabético. Revista Científica da Faculdade de Medicina de Campos, v. 8, n. 1, p. 28-
32, 2013. 
• Medicina interna de Harrison [recurso eletrônico] / [Dennis L.] Kasper ... [et al.] ; tradução: Ademar Valadares 
Fonseca ... et al. ; [revisão técnica: Alessandro Finkelsztejn ... et al]. – 19. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2017. e-
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