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RENATA- Nutrição na saúde mental

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2
Instituto de Ciência da Saúde
Curso de Nutrição
 
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA SAÚDE MENTAL
Campinas
Outubro/2020
Instituto de Ciência da Saúde
Curso de Nutrição
 
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA SAÚDE MENTAL
Data: 28/10/2020
Curso: Nutrição
Período: Noturno
Disciplina: Nutrição em Saúde Pública
Professora Responsável: Renata Marques
 
Campinas
Outubro/2020
Sumário
INTRODUÇÃO	1
Quadro 1: Reforma psiquiátrica brasileira.	1
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)	3
Quadro 2: Princípios para cuidados na RAPS.	4
Atenção básica em saúde	5
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)	5
Quadro 3: Passo a passo para o atendimento psicossocial.	5
Atenção residencial de caráter transitório	6
Atenção de urgência e emergência	6
Atenção hospitalar	6
Estratégia de desinstitucionalização	6
Estratégia de Reabilitação Psicossocial	7
PRINCIPAIS TRANTORNOS MENTAIS	7
Transtornos mentais e comportamentais	7
Depressão	8
Ansiedade	9
Dependência de substâncias psicoativas	9
Somatizações	10
Psicoses	11
OBJETIVO	12
OBJETIVOS ESPECÍFICOS	12
METODOLOGIA	13
RESULTADOS	14
DISCUSSÃO	15
CONCLUSÃO	16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	17
INTRODUÇÃO
A assistência aos doentes no Brasil colonial era extremamente precária. A maior parte dos cuidados era prestada por curandeiros de todos os matizes, inclusive sacerdotes católicos (especialmente os jesuítas). Os médicos formados eram raríssimos, e mesmo os cirurgiões e barbeiros licenciados dificilmente eram encontrados, a não ser nos centros maiores, e serviam principalmente as pessoas importantes. (SALVADOR, 2007)
Não havia especialistas em psiquiatria. Os hospitais, até o século XVIII, confundiam-se com albergues para pessoas doentes que não tivessem quem cuidasse delas. Foi entre o fim do século XVIII e início do XIX, com o avanço do conhecimento científico e da consciência social, que a medicina começou a tomar a forma atual. (SALVADOR, 2007)
Quadro 1: Reforma psiquiátrica brasileira.
Fonte: http://redehumanizasus.net/quais-foram-as-mudancas-na-reforma-psiquiatrica-brasileira/
A assistência à saúde mental no Brasil teve início na década de 1930, a partir da institucionalização de indivíduos diagnosticados com psicopatias em estabelecimentos psiquiátricos públicos ou privados. Entretanto, a atenção à saúde mental no Brasil tem seu caminhar ainda recente, conquistada a partir do processo de Reforma Psiquiátrica na década de 1970. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
A Reforma Psiquiátrica foi uma ampla mudança de atendimento em saúde mental garantindo acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade. Nos anos 1990, a Reforma Psiquiátrica resultou na implementação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), redirecionando o cuidado das pessoas em sofrimento psíquico para um novo modelo de assistência interdisciplinar. Modelo este, pautado no cuidado humanizado e na (re) inserção do indivíduo na sociedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Nesse sentido, os CAPS incorporam princípios que se diferenciam de um modelo manicomial. São serviços de cuidado em saúde mental que compõe uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), cujo trabalho visa construir estratégias que possibilitem o enfretamento destes problemas, através de ações intersetoriais que promovam a inserção social e aumento da qualidade de vida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
O cuidar em saúde mental contemporâneo à Reforma Psiquiátrica envolve uma complexa rede de saberes, procedimentos, ações, rotinas e fluxos. Contudo, o novo modelo de cuidado ainda reproduz um fazer em saúde advindo do modelo hospitalocêntrico, caracterizado por tecnologias ditas duras, onde o paciente ainda não é protagonista do seu tratamento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Merhy & Feuerwerker (2009) ressaltam ainda a importância do cuidado pautado nas tecnologias leves, sendo aquelas que envolvem duas pessoas, perpassando a fala e a escuta, produção de vínculo, acolhimento, produzindo corresponsabilização e aceitação entre os sujeitos. Por essa razão, é necessário estar atento para a promoção de cuidado, de forma a criar um novo cenário. Os CAPS devem oferecer diferentes tipos de atividades terapêuticas, utilizando recursos que vão além das consultas médicas, em uma perspectiva clínica ampliada, com abertura e pluralidade, trabalho interdisciplinar, transversalidade do cuidado e o protagonismo do sujeito em seu plano terapêutico. É notório que apesar do desenvolvimento tecnológico e da alta complexidade, muitos usuários dos serviços de saúde têm buscado um tratamento mais humanista, centrado nesse cuidado proximal – menos tecnológico – onde os desejos do paciente sejam de fato respeitados. Abre-se a discussão sobre metodologias eficientes de cuidado no tratamento psicossocial de pessoas em sofrimento psíquico decorrente do uso abusivo de substâncias psicoativas, álcool e outras drogas, sob um contexto de vulnerabilidade social, e visando proporcionar um tratamento humanizado.
Pagassini et al. (2015) expressam que oficinas terapêuticas são bons recursos de tratamento, uma vez que estimulam a capacidade de produção, integração e convivência em grupo. Os mesmos autores aplicaram a horticultura como temática principal de oficinas, devido à alta capacidade de ocupação física e mental pelo público.
Acompanhando essa questão, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a perspectiva de Promoção da Saúde procura desenvolver ações que atuem em aspectos que incidam sobre o processo saúde-doença, incentivando formas mais amplas de intervenção sobre os condicionantes e determinantes sociais de saúde, de forma intersetorial e com participação popular, favorecendo escolhas saudáveis por parte dos indivíduos e coletividades no território onde vivem e trabalham (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Nesta perspectiva, para além da produção de alimentos, o cultivo de plantas medicinais e comestíveis pode agregar dimensões e significados associados à área da saúde. Políticas públicas que tenham abordagem de assistência integral, tais como a Política Nacional de Promoção da Saúde, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, a Política Nacional de Plantas Medicinais e a Política Nacional de Educação em Saúde, todas recentemente implementadas, demandam investigações acerca da inserção de tais práticas (RASBRAN, 2018).
Portanto, a horticultura – apesar de não fazer, oficialmente, parte do elenco de práticas que compõem a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) – segue os mesmos princípios que sustentam essas práticas. É guiada por um profissional de saúde e consiste em atividades ligadas ao cultivo de plantas, de horta, estufa, pomar e jardim, que visam proporcionar benefícios para a saúde e bem-estar humano a partir do contato com a natureza, da interação social, da ocupação útil do tempo e da valorização pessoal, além da consciência ambiental e social (RASBRAN, 2018).
No entanto, ainda é pouco discutida a inserção do nutricionista no contexto da horticultura como prática terapêutica em saúde mental. A responsabilidade de promover diálogos sobre práticas alimentares saudáveis nos serviços de saúde foi estabelecida na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e é atribuída a todos os profissionais, entendendo a alimentação como parte do cuidado integral em saúde. Essa relação de trabalho se mostra desafiadora, uma vez que a nutrição e a alimentação nem sempre são foco de intervenção nos serviços de saúde brasileiros que não contam com o profissional nutricionista na sua estrutura mínima de trabalhadores (RASBRAN, 2018).
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
A Rede de Atenção Psicossocial é destinada às pessoas em sofrimento psíquico ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Foi instituída pela Portaria n° 3.088, de 23 de dezembro de 2011, republicada em 21 de maio de 2013 e revogada pela portaria de Consolidação n°3, de 28 de setembro de 2017, que trata da consolidação das normas sobre as redes do Sistema Únicode Saúde (BRASIL, 2017).
Essa política surgiu com a finalidade de criar, ampliar e articular os pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2017).
 Os objetivos específico da RAPS é promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis, prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas, promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária, desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil (BRASIL,2017). 
Os princípios que norteiam os serviços de base territorial e comunitária para o cuidado da RAPS são:
Quadro 2: Princípios para cuidados na RAPS.
Os componentes da rede de atenção psicossocial são: Atenção básica em saúde, atenção psicossocial – CAPS e equipe multiprofissional, atenção de urgência e emergência- SAMU e UPA, atenção residencial de caráter transitório, atenção hospitalar, estratégias de desinstitucionalização e estratégias de reabilitação psicossocial.
Atenção básica em saúde
O componente de Atenção Básica é constituído pelas Unidades Básicas de Saúde, Consultório na Rua e Núcleo de Apoio da Família (NASF) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
O CAPS é um ponto de atenção constituído por uma equipe multiprofissional, a qual atua sob a ótica interdisciplinar e realiza, prioritariamente, o acompanhamento de pessoas com sofrimento ou transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, ou outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Esse ponto de atenção atua de forma territorial em situações de crise ou nos diversos momentos do processo de reabilitação psicossocial, e é considerado um serviço estratégico para agenciar e ampliar as ações de saúde mental. O CAPS provê acompanhamento longitudinal de pessoas com problemas graves de saúde mental e de suas famílias. O cuidado é articulado através de Projetos Terapêuticos Singulares, que, em sua construção, envolvem usuários, famílias e seus contextos, requerendo constantes mediações dos profissionais em abordagens territoriais. O Centro também realiza apoio matricial a outros pontos de atenção, garantindo sustentação qualificada tanto nos acompanhamentos longitudinais quanto nas ações de urgência e emergência. Há diversas modalidades de CAPS: I, II, III, álcool e drogas e infanto-juvenil. Os CAPS III e CASPS AD III funcionam 24 horas (MINISTÉRIO AS SAÚDE, 2004).
Quadro 3: Passo a passo para o atendimento psicossocial.
Fonte: http://cidadao.saude.al.gov.br/unidades/caps
Atenção residencial de caráter transitório
O Componente de Atenção Residencial de Caráter Transitório é constituído por dois pontos de atenção: as Unidades de Acolhimento (UA) e os Serviços de Atenção em Regime Residencial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). 
Atenção de urgência e emergência 
Os pontos de atenção de urgência e emergência são responsáveis, em seu âmbito de atuação, pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Entre eles destacam-se o Samu, a sala de estabilização, as portas hospitalares de atenção à urgência/pronto-socorro, a UPA e as unidades básicas de saúde (BRASIL, 2017). 
Além disso, os pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na Atenção de Urgência e Emergência deverão se articular com os CAPS, devendo, nas situações que necessitem de internação ou de serviços residenciais de caráter transitório, articular e coordenar o cuidado (BRASIL, 2017).
Atenção hospitalar
O Componente da Atenção Hospitalar é constituído por Serviços Hospitalares de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (Leitos de Saúde Mental em Hospital Geral).
Estratégia de desinstitucionalização
O componente Estratégias de Desinstitucionalização é constituído por Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Programa de Volta para Casa (PVC) e Programa de Desinstitucionalização (MINISTÉRIO DA SAÚDE).
Estratégia de Reabilitação Psicossocial
O componente Estratégias de Reabilitação Psicossocial é constituído por iniciativas de trabalho e geração de renda, empreendimentos solidários e cooperativas sociais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
PRINCIPAIS TRANTORNOS MENTAIS
Transtornos mentais e comportamentais
Entende-se por transtornos mentais e comportamentais condições clinicamente significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor (emoções) ou por comportamentos associados com a angústia pessoal e/ou deterioração do funcionamento. (RELATÓRIO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001).
Os transtornos mentais e comportamentais caracterizam também por sintomas e sinais específicos e, geralmente, seguem um curso natural mais ou menos previsível, a menos que ocorram intervenções. Nem toda deterioração humana denota distúrbio mental. Transtorno mentais em geral causam considerável impacto em termos de morbidade, prejuízos na funcionalidade e diminuição da qualidade de vida de seus portadores (RELATÓRIO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001).
Os cuidados primários para a saúde mental são um componente essencial de qualquer sistema de saúde que funcione adequadamente. No entanto, para serem totalmente eficazes e eficientes, os cuidados primários para a saúde mental têm que ser complementados por outros níveis de cuidados. Estes incluem componentes de cuidados secundários aos quais os profissionais da atenção primária podem recorrer para referenciamento, apoio e supervisão (RELATÓRIO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001). 
Estudos epidemiológicos mostram que milhões de pessoas sofrem algum tipo de doença mental no mundo e que este número vem sofrendo um aumento progressivo, principalmente nos países em desenvolvimento. Casos com sintomas ansiosos, depressivos ou somatoformes, mesmo não satisfazendo todos os critérios diagnósticos de doença mental, apresentam uma elevada prevalência na população adulta. (MENEZES, 1996; COUTINHO,1996).
Os transtornos mentais comuns (TCM) se referem à situação de saúde de uma população com indivíduos que não preenchem critérios formais para diagnósticos de depressão e/ou ansiedade segundo as classificações DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disordes- Fourth Edition) e CID-10 (Classificação Internacional de Doenças-10ᵃ Revisão), mas que apresentam sintomas proeminentes que trazem uma incapacitação funcional comparável ou até pior do que quadros crônicos já bem estabelecidos. (MENEZES, 1996; COUTINHO,1996).
A integração da saúde mental e atenção primária asseguram que, a população no seu todo, tenha acesso aos cuidados da saúde mental que precisa; essa integração aumenta a probabilidade de resultados positivos, tanto para problemas de saúde mental como para problemas de saúde física e facilitam iniciativas comunitárias junto á população e a promoção da saúde mental, assim, como o monitoramento e a gestão a longo-prazo dos indivíduos afetados. Desta maneira é necessária desenvolver ações conjuntas, articuladas de acordo com o grau de complexidade que a situação exige no atendimento das reais necessidades de saúde de sua família (RELATÓRIO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001).
Depressão
A Depressão ou transtorno depressivo maior é um transtorno psiquiátrico e os sintomas caracterizam-se pela perda de prazer nas atividades diárias, apatia, alterações cognitivas (diminuição da capacidade de raciocinar adequadamente, de se concentrar ou/e de tomar decisões), psicomotoras (lentidão, fadigae sensação de fraqueza), alterações do sono (mais frequente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência), alterações do apetite (mais comumente perda de apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite), redução do interesse sexual, retraimento social, ideação suicida e prejuízo funcional significativo (como faltar muito ao trabalho ou piorar o desempenho escolar) (MINISTÉRIO DA SAÚDE).
A Depressão é, portanto, uma doença afetiva ou do humor e diferencia-se do “humor triste”, pois é mais duradoura e tem como consequência alterações na maneira de valorizar a realidade e a vida. Os sintomas são muito variados, e entre eles se destacam: sensação de tristeza, angústia, pensamentos negativos, ansiedade, crises de choro, baixa autoestima e até alterações da sensação corporal como dores no peito, alta de ar enjoos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
As causas da depressão são inúmeras e controversas. Porém, é possível afirmar que há fatores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas e situações de estresse: o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc. Algumas doenças podem provocar ou facilitar a ocorrência de episódios depressivos ou a evolução para depressão crônica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
O tratamento deve ser realizado considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais do paciente. Baseia-se na mudança do estilo de vida (psicoterapia) e terapia farmacológica. A psicoterapia ajuda o indivíduo a encontrar novas formas de lidar com seus problemas, identificar e entender um pouco mais sobre a depressão e como evita-la no futuro (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Os antidepressivos geralmente são eficazes, bem tolerados, seguros e não causam vício ou dependência, mesmo se utilizados por muito tempo e sem dose elevadas. É muito importante que o paciente e seus familiares compreendam que a depressão é uma doença médica real e que necessita de tratamento específico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Ansiedade
a ansiedade é caracterizada por estado emocional angustiante, acompanhado de alterações somáticas, cardíacas e/ou respiratórias e que o indivíduo prevê situações desagradáveis reais ou imaginárias (FERREIRA, 2001). Existe a ansiedade normal (quase sempre tem uma causa conhecida) e a patológica (a apreensão não tem razão, ou é mais intensa do que se justifica).
Os sintomas podem ser emocionais, comportamentais (falhas de memória, dificuldade de concentração, insegurança e medos) e físicos (falta de ar, taquicardia, cefaleia, dor no peito, entre outros) (FERREIRA, 2001).
Dependência de substâncias psicoativas
A dependência de substâncias psicoativas (álcool, opiáceos, tais como ópio ou heroína, canabióides como cannabis, sedativos e hipnóticos, cocaína, outros estimulantes, alucinógenos, tabaco e solventes voláteis) se define pela perda de controle no uso de tais substâncias em razão da necessidade fisiológica e psicológica (BRUNONI, 2008).
Hoje a dependência de qualquer substância química, lícita ou ilícita, é considerada como um transtorno mental. Uma vez estabelecido o hábito do uso de drogas, este pode gerar outros transtornos mentais, devido às alterações neuronais promovidas pelo uso nocivo. Mesmo com esta destruição e todos os prejuízos causados à vida familiar, social, de estudos, de trabalho, o indivíduo afetado pela dependência não para o uso de droga, uma vez que perdeu a liberdade de escolha. A droga mais comum em nosso país é o álcool e constitui o maior problema da saúde pública que temos. Mais da metade dos leitos dos nossos hospitais estão ocupados por alcoolistas, seja pelas consequências diretas ou indiretas ao álcool (doença físicas, acidentes de trabalho, acidentes automobilísticos, atropelamento, etc.) (BRUNONI, 2008). 
A causa para dependência química e multideterminada, ou seja, multifatorial. Existem alguns fatores fortemente associados ao uso abusivo de drogas e dependência química, como por exemplo, os atores genéticos, psicológicos, familiares e sociais (BRUNONI, 2008).
O tratamento da dependência química não tem como único objetivo abandonar o consumo. É um processo terapêutico que implica alterações comportamentais, intervenções psicossociais e muitas vezes, o uso de drogas psicotrópicas de substituição. A dependência pode ser tratada e controlada de maneira afetiva, baixo custo, salvando vidas, melhorando a saúde de indivíduos afetados e de suas famílias, e reduzindo o ônus para a sociedade) (BRUNONI, 2008). 
Somatizações
No serviço de atendimento básico à saúde e de pronto-atendimento é grande a demanda de pacientes com queijas somáticas, sem uma base orgânica identificável. Como processo, a somatização se manifesta como um espectro, que vai desde a expressão de sintomas leves (muito frequentes e que costumam responder à simples tranquilização) até o diagnóstico psiquiátrico dos transtornos somatoformes (MELLO, 2004).
A presença de somatizações não exclui os diagnósticos de outras doenças psiquiátricas e pode ser uma pista para o diagnóstico. Depressão e ansiedade estão frequentemente associadas a somatização (Mello, 2004). 
Os sintomas são mais diversos, acometendo vários sistemas do corpo e variando a intensidade e duração. São alguns exemplos de sintomas físicos somatoformes: dores difusas (corpo inteiro dolorido), náuseas, falta de ar, dor no peito, tonturas, etc. (MELLO, 2004).
Na prática, a somatização costuma ser um diagnóstico de exclusão. Duas condições são necessárias para se estabelecer o diagnóstico de somatização: a primeira é a presença de vários sintomas vagos ou exagerados em sistemas orgânicos diferentes e a segunda é que essas queixas tenham uma evolução crônica de mais de dois anos. O tratamento deve considerar a probabilidade de comorbidade com um transtorno depressivo ou de ansiedade e o uso de farmacoterapia específica, além da psicoterapia (MELLO, 2004).
Psicoses
A psicose pode ser definida como uma desordem mental na qual o pensamento, a resposta afetiva e a capacidade em perceber a realidade estão comprometidas. Somando a estes sintomas, o relacionamento interpessoal costuma estar bastante prejudicado, o que interfere substancialmente no convívio social. As características clássicas da psicose são: prejuízos em perceber a realidade de forma adequada, presença de delírios, alucinações e ilusões (LOPES, 2001).
Anibal Silveira (apud Krinsky, 1977) define a psicose como o “afastamento temporário ou definitivo da realidade objetiva” e Carp. (apud Krinsky, 1977) refere-se como “uma perturbação psíquica grave, eventualmente irreversível, na qual se observa uma desintegração das funções psíquicas, e que leva, eventualmente, à desintegração na estrutura da personalidade.”
Os antipsicóticos ou neurolépticos são o tratamento de escolha. Eles atuam diminuindo os sintomas (alucinações e delírios), procurando restabelecer o contato do paciente com a realidade; entretanto, não restabelecem completamente o paciente. As medicações antipsicóticas controlam as crises e ajudam a evitar uma evolução mais desfavorável da doença. Em geral, as drogas antipsicóticas apresentam efeitos colaterais que podem ser bem controlados (LOPES, 2001).
As abordagens psicossociais, como acompanhamento psicoterápico, terapia ocupacional e familiar são também muito importantes para diminuir as recaídas e promover o ajustamento social dos portadores da doença (LOPES, 2001).
OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo trazer alternativas referente aos cuidados do nutricionista em pacientes de saúde mental como plantas medicinais e seus benefícios.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Auxílio no tratamento dos pacientes do CAPS, com atividades em hortas.
- Melhoria da qualidade alimentar.
- Incentivar uma alimentação equilibrada
- Reduzir o risco de doenças crônicas não transmissíveis.
METODOLOGIA
Experiência de pacientes do CAPS e com doenças crônicas não transmissíveis em oficina dehorticultura saúde e bem estar. Durante 6 meses de discussão entre nutrição e os pacientes, a idéia de estabelecer uma horta surge como estratégia de promoção a saúde mental e nutricional, até então inexistente em relação ao conhecimento das plantas medicinais.
Durante o processo, foram criadas atividades, que possibilitava a interação e o diálogo entre os pacientes e nutricionistas.
As oficinas eram semanais, os encontros tinham duração de duas horas, com média de 20 pessoas por encontro. Contudo os usuários poderiam trabalhar na horta em qualquer horário do dia.
A administração ficou ao cargo das nutricionistas contando com o apoio dos pacientes. Todos os equipamentos utilizados nas oficinas foram doados por ONGs comunitárias da cidade de Campinas.
Os encontros eram divididos em dois momentos: iniciava-se se por uma roda de conversa para esclarecimento sobre a proposta, planejamento das atividades do dia, sugestões de andamento do projeto, e seguia-se pelo momento prático de cuidados com as plantas medicinais (adubação, colheita e plantio).
As oficinas terapêuticas, surgem num processo que visa restabelecer a cidadania da pessoa com transtornos mentais. De forma, as oficinas passam a exercer papel primordial, tanto como elemento terapêutico quanto como conhecimento de qualidade de vida.
Ao produzir uma oficina, deve-se ter em mente que o mesmo se torne um espaço de criação, produção, operando-se mudanças na diminuição do índice de uso de medicamentos, com o consumo de hortaliças.
RESULTADOS
O setor de “horticultura- saúde e bem estar” da cidade de Campinas, encontra-se instalado em uma chácara, numa área de aproximadamente 10 hectares. No entanto, as áreas de lazer era até então inutilizadas, pois grande parte das atividades terapêuticas se dava em espaços mais tradicionais como salas de atendimento e salas de grupo.
O projeto iniciou com a confecção de cartazes de chamada para o início das atividades. Alguns meses depois foram destinados ao convite, divulgação, e a presença dos pacientes com suas ideias e sugestões da utilização do terreno e da horta.
A mobilização ocorreu e trouxe consigo as primeiras mudas de plantas medicinais (alecrim, camomila, canela, erva cidreira, erva doce) plantadas, assim como as ferramentas comuns na produção em horta. No segundo momento teve início uma organização para retirada dos entulhos, corte de grama e limpeza em geral, e ampliação da área de cultivo da horta.
Com o crescimento do grupo, houve uma necessidade de ampliação de um espaço para os encontros, no qual ocorria a avaliação, sugestão de atividades posteriores quanto ao horário de regar a horta, e o seu manejo.
Todo o planejamento e execução do cardápio partiam dos participantes e com a utilização dos alimentos cultivados na horta. Preparar alimentos a partir do que se plantou, semeou e colheu tem outro significado para os pacientes, já que os mesmos vão contribuir para a horticultura, sabendo os benefícios nutricionais dos alimentos para a saúde, além de ter o contanto com a natureza.
A participação dos pacientes com distúrbio mental e DCNT no cultivo das plantas medicinais, não visou em si, a produção de grandes volumes de alimento, tendo como foco principal, constituir numa ferramenta que pudesse colaborar com sua qualidade de vida e ganhos significativos em seu tratamento. 
As plantas medicinais produzidas foram destinadas à melhoria da qualidade alimentar dos pacientes e de suas famílias, sendo distribuídas entre estes no final de cada dia de atividade, como forma de incentivo a participação do projeto.
Além de contribuírem para a melhoria dos pacientes, também foram destinadas a doação para comunidade local, que permitiu aproximação dos usuários do serviço com os moradores locais. 
Alguns pacientes traziam livros, revistas e jornais que também trata do tema das plantas medicinais, sobre o tema do “Alimento como Remédio”.
DISCUSSÃO
A “horticultura saúde e bem estar” é um processo de terapia que usa plantas medicinais, a fim de promover melhorias por meio dos sentidos do tato, mente e espírito. 
O modelo psicossocial proporciona uma visão integral do ser e do adoecer que compreende as dimensões física, psicológica e social. Deste modo, na atenção psicossocial afirmamos que a alimentação está presente em todos os contextos vivenciais, devendo ser discutida conforme as realidades, e entendida com uma relação de movimentação social que abarca situações socioeconômicas e políticas frente ao tema da alimentação (LANCETTI, 2006).
Traduz o trabalho no novo paradigma da saúde mental como uma clínica “artesanal”, definida por procedimentos que não cabem nos protocolos clínicos tradicionais, indo ao encontro da prática do cuidado psicossocial que se esforça para produzir um modo de cuidar no qual o sujeito ganha ênfase, sendo protagonista do seu tratamento. Portanto, compreendemos o projeto das oficinas de horticultura como uma entre inúmeras possibilidades de ação terapêutica do nutricionista em serviços de saúde mental (LANCETTI ,2006).
 Os resultados obtidos dos pacientes foram os seguintes: a maioria dos pacientes sentia-se mal antes de participar da oficina terapêutica, metade dos pacientes estava no projeto por indicação da equipe do CAPS; a grande maioria relatou que sua alimentação melhorou com a participação no projeto, e se sentem mais tranquilos em contato com a natureza.
No decorrer do período seis meses em que o projeto se desenvolveu foram observados progressivos avanços e implantação de melhorias na organização e metodologia inicialmente propostas para a pesquisa. Até certo ponto esperado, eventuais ajustes foram necessários em decorrência das características individuais, estado de saúde e interesse dos pacientes participantes do projeto. 
CONCLUSÃO
Nos últimos tempos tem grandes evidencias surgindo de forma positiva quanto a interação do nutricionista em saúde mental, onde sugerem que a garantia de uma dieta de qualidade e a abordagem de deficiências nutricionais possuem um papel importante, a terapias à base de nutrientes podem ajudar no tratamento de transtornos psiquiátricos. Estudos mostram uma série de nutrientes associados com a saúde do cérebro, onde inclui o ômega-3, vitaminas B (especialmente folato e B12), colina, ferro, zinco, magnésio, vitamina D e aminoácidos, entre outros. Já é reconhecido como sendo algo fundamental para saúde física e metal do ser humano. Onde tem grande ajuda contra a ansiedade, estresse entre outros. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Legislação em saúde mental. 5. ed. ampl. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
BRUNNONI, A. R. Transtornos mentais comuns na prática clínica. Revista Médica. Out. 2008; pág:251-63.
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