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Profa Dra. Gladslene Góes COMPOSIÇÃO DO LEITE Composição química do leite Função do leite na natureza: nutrir e fornecer proteção imunológica para mamíferos na primeira fase de sua vida. Vários são os componentes do leite: Água (maior proporção), gordura, proteínas, carboidratos, minerais - Componentes sintetizados a glândula mamária. LIPÍDEOS DO LEITE Grande importância econômica – Preço do leite tem relação com o teor de gordura Gordura do leite: 98% triglicerídeos 2% Di, Monoglicerídeos, Ácidos graxos livres Mais de 95% do total de lipídeos – Glóbulos de gordura LIPÍDEOS DO LEITE Leite em repouso – ascensão de uma camada de gordura (Nata) LIPÍDEOS DO LEITE Glóbulos possuem membrana protetora Evita que os glóbulos floculem com facilidade Protege a gordura do ataque de enzimas lipolíticas A homogeneização destrói parcialmente esta membrana protetora LACTOSE Dissacarídeo (glicose e galactose) 4,8 a 5,2% Corresponde a 52% dos sólidos desengordurados do leite Possui poder edulcorante 6 vezes menor que a sacarose - ↑ viscosidade sem adoçar muito o produto LACTOSE Substrato para fermentação Capaz de adsorver sabores e odores (utilizado na indústria) Intolerância a lactose PROTEÍNAS DO LEITE Conteúdo varia entre 2,65 – 4,25% Classificação: Caseína (80%) Proteínas do soro (20%) PROTEÍNAS DO LEITE Caseína Substância coloidal complexa, associada ao Ca e ao P Coagulação: ação de ácidos, coalho e/ou álcool Principal fração protéica livre – Fabricação de queijo PROTEÍNAS DO LEITE Forma de Micela (partículas coloidais) - cada fração constitui uma sub-micela estabilizada por grupos de fosfatos – se predem aos íons de Cálcio Principais frações: alfa (S1) caseína (muito sensível ao Cálcio – precipita facilmente) alfa (S2) caseína (muito sensível ao Cálcio – precipita facilmente) ß- caseína (menos sensível ao Cálcio) K – caseína (muito resistente ao Cálcio – não precipita) Protege as caseínas internas da micela contra ação do Cálcio solúvel no leite Sub-micela Cadeia protéica Fosfato de Cálcio K-caseína Fosfato (PO4) PROTEÍNAS DO LEITE Micela – mantém solubilidade da caseína no leite Possui centro hidrofóbico (submicelas alfa (S1 e S2) e ß) Parte polar da K-caseína voltada para fora Estabilizadas por Fosfato de Cálcio Impedem agregação das micelas PROTEÍNAS DO LEITE Agregação das micelas de caseína Adição de quimosina (renina) – Rompe a ligação entre aminoácidos PHE 105 – MET 106 da K-caseína - Perda da estabilidade da micela em presença de íons Cálcio – Agregação da micelas – Aprisiona água, lactose, gordura - Coalhada. Coagulação ácida Acidificação (pH = 4,6) – desestabiliza micela - ↑ Solubilidade dos minerais, Cálcio, Fósforo - micela desintegra e precipita. PROTEÍNAS DO LEITE Proteínas solúveis (soro) α-Lactoalbuminas ß-Lactoglobulinas Albumina do soro bovina (BSA) - soroalbuminas Imunoglobulinas (Ig) PROTEÍNAS DO LEITE Proteínas solúveis Permanecem no soro após precipitação das caseínas Soro obtido pela acidificação – soro ácido Soro obtido pela renina – soro de queijo ou soro doce Quando o leite é muito aquecido – Cisteína libera grupos sulfídricos – Cheiro/ gosto de queimado o leite Enzimas Grupos de proteínas que catalisam reações químicas e velocidade destas reações. Importância Agentes de hidrólise Controle de tratamentos térmicos Índice de contaminação microbiana Podem inibir crescimento microbiano Função biológica Enzimas Enzimas exógenas – origem bacteriana (contaminação) Enzimas endógenas Enzimas Amilase Hidrolisa o amido Atividade máxima a 30°C Precipita no leite com fração de caseína ↑ Atividade = Leite proveniente de vaca enferma e Colostro pH ótimo – 5,8 – 6,2 Enzimas Lactase Hidrolisa Lactose pH ótimo – 5,0 – 7,5 Pequena quantidade ou ausente • Intolerância a lactose Enzimas Lipase Hidrolisam glicerídeos em glicerol + Ácidos graxos pH ótimo – 9,0 (6,6 – 6,8) Temperatura 37°C * Sabor amargo ou “ranço” característico Enzimas Tipos de Rancidez: 1- Espontânea (Lipase da membrana) – Leite proveniente de vaca em fim de lactação ou com problemas no úbere. • Ação ↑ - resfriamento do leite (Adsorção do glóbulo de gordura), Ração concentrada • Ação ↓ - forrageiras verdes, mistura do leite suscetível ao leite normal (remover a vaca) Enzimas Tipos de Rancidez: 2- Induzida (Lipase do plasma) – Necessita do tratamento mecânico (Agitação, Homogeneização) para se associar ao glóbulo de gordura. • Acontece quando ocorre variação de temperatura – Leite da ordenha da tarde (mantido a 5°C) com o leite da ordenha da manhã (37°C) • Ação ↑ = Homogeneização do Leite cru Enzimas Inativação das Lipases • Luz, Oxigênio, Peróxido de Hidrogênio, Formaldeído, Calor • Desnaturada a 58°C – 30min; 63°C – 8min; 72°C – 10 seg → Inativada durante a pasteurização (evita possibilidade de rancidez) Enzimas Catalase Oxida Peróxido de hidrogênio até Oxigênio, reduzindo, ao mesmo tempo, outra molécula do próprio Peróxido até a água pH ótimo 6,0 – 9,0 Colostro e leite provenientes de vaca com mastite (níveis ↑ Catalase) devido a presença de maior n° de Leucócitos no produto Enzimas Catalase Utilização: • Teste preliminar na identificação de animais com mastite • Remoção de resíduos de Peróxido de hidrogênio (H2O2) no leite Enzimas Fosfatase alcalina Catalisa a hidrólise de fosfatos orgânicos (ésteres) liberando Ácido fosfórico e Álcool pH 9,6 Usada como enzima de referência – Indicador monitoração – processo pasteurização Ausência desta enzima – Tratamento térmico Enzimas Fosfatase alcalina Temperatura de Inativação pelo calor Temperatura °C Tempo 62 12 a 20 min 70 3 min 71,5 15 a 20 seg 75 instantâneo Enzimas Fosfatase alcalina Pode ser parcialmente reativada quando o leite pasteurizado é estocado a 30 – 40°C O leite de cabra não pode ser submetido a prova desta enzima, pois após estocada – microrganismo (flora normal) a produzem – Falso positivo. Enzimas Peroxidase Catalisa a decomposição de Peróxido de hidrogênio na presença de um doador de hidrogênio Presença desta enzima – Pasteurização Utilizada para testar se a intensidade do tratamento térmico foi mais elevada que o processo de pasteurização – Perda Nutritiva Enzimas Peroxidase Inativação da Peroxidase pelo calor Temperatura de Inativação pelo calor Temperatura °C Tempo 70 55 min 75 15 a 19 min 80 25 seg 82 15 a 20 seg Enzimas Proteases Degradam proteína pH ótimo 6,4 – 7,2 Enzimas Lisozimas Hidrolisam os mucopolissacarídeos constituintes da parede celular das bactérias gram-positivas Exerce controle na flora intestinal das crianças Leite humano 3.000 vezes mais de lisozimas que leite de vaca Enzimas Xantina - Oxidase Catalisa a transferência do hidrogênio de substânciasreceptoras Encontra-se associada com a fosfatase alcalina VITAMINAS Lipossolúveis (A, D, E, K) – grandes quantidades Hidrossolúveis (B1, B2, B6, B12) – boa quantidade Vitamina C – pequena quantidade no leite cru (destruída pela pasteurização) Composição do leite varia: Espécies – não somente quanto as proporções em que se encontram os diferentes componentes mas também na estrutura química deles Espécie animal EST Gordura Açúcares Substâncias nitrogenadas Caseína Albumina Sais Vaca 125-130 35-40 47-52 27-30 4-5 9-9,5 Ovelha 170-185 35-70 43-50 45-50 8-10 9-10 Cabra 125-145 35-50 40-50 30-32 5-7 7-9 Mulher 117-120 32-35 65-70 10-12 5-6 2-3 Égua 95-100 9-15 60-65 10-12 7-8 3-4 Fonte: Veisseyre, R. 1980 Composição dos principais tipos de leite (g/litro) Composição aproximada do leite de vaca 3,5% Gordura (2,4 – 5,5%) 8,8% Sólidos desengordurados (7,9 – 10,0%) Proteínas 3,25% Caseína – 80% total de proteínas Lactose – 4,9% Minerais – 0,75% - Ca, P, Mg, K, Na, Zn, Cl, Fe, ... Ácidos – 0,14 – 0,18% - Citrato, Formato, Acetato, Lactato, Oxalato Enzimas – Peroxidase, Catalase, Fosfatase, Lipase Gases – Oxigênio, Nitrogênio Vitaminas – A, C, D, Tiamina, Riboflavina... Fatores que afetam a composição: Espécie, raça, indivíduo, estágio de lactação, ordem de parição, manejo, alimentação, estações do ano, variações geográficas, primeira e segunda ordenha, estado de saúde da vaca, sistema de ingestão de água, dentre outros
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