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FACULDADE WENCESLAU BRAZ ANA CAROLINA MOREIRA ANAESTER RIBEIRO DO ESPIRITO SANTO CHRISTIANE RAQUEL RAMOS DE SOUZA CINTHIA CRISTINA CUSTÓDIO LARISSA CRISTINA RAMOS PEREIRA MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ANESTESIA ITAJUBÁ - MG 2020 ANA CAROLINA MOREIRA ANAESTER RIBEIRO DO ESPIRITO SANTO CHRISTIANE RAQUEL RAMOS DE SOUZA CINTHIA CRISTINA CUSTÓDIO LARISSA CRISTINA RAMOS PEREIRA MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ANESTESIA Trabalho da disciplina de Enfermagem em situação de Transoperatório, com o intuito de obtenção de nota e conhecimento a respeito dos medicamentos utilizados na anestesia. Profª. Me. Oyara de Castro ITAJUBÁ - MG 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 12 2. MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ANESTESIA .................................. 13 2.1 PRÉ-ANESTÉSICOS ............................................................................... 13 2.1.1 Benzodiazepínicos ................................................................................. 13 2.1.1.1 Diazepam ................................................................................................. 13 2.1.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 13 2.1.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 14 2.1.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 14 2.1.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 14 2.1.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 15 2.1.1.2 Midazolam ................................................................................................ 15 2.1.1.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 15 2.1.1.2.2 Ação ......................................................................................................... 15 2.1.1.2.3 Indicações ............................................................................................... 15 2.1.1.2.4 Contraindicações ................................................................................... 16 2.1.1.2.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 16 2.1.1.3 Lorazepam................................................................................................ 16 2.1.1.3.1 Nome do medicamento .......................................................................... 16 2.1.1.3.2 Ação ......................................................................................................... 17 2.1.1.3.3 Indicações ............................................................................................... 17 2.1.1.3.4 Contraindicações ................................................................................... 17 2.1.1.3.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 18 2.1.2 Antagonistas de receptores colinérgicos muscarínicos .................... 18 2.1.2.1 Atropina .................................................................................................... 18 2.1.2.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 18 2.1.2.1.2 Ação ......................................................................................................... 18 2.1.2.1.3 Indicações ............................................................................................... 19 2.1.2.1.4 Contraindicações ................................................................................... 19 2.1.2.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 19 2.1.2.2 Hioscina .................................................................................................... 19 2.1.2.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 19 2.1.2.2.2 Ação ......................................................................................................... 20 2.1.2.2.3 Indicações ............................................................................................... 20 2.1.2.2.4 Contraindicações ................................................................................... 20 2.1.2.2.4 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 20 2.2 FÁRMACOS COADMINISTRADOS COM ANESTÉSICO ........................ 21 2.2.1 Bloqueadores musculares ..................................................................... 21 2.2.1.1 Atracúrio ................................................................................................... 21 2.2.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 21 2.2.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 21 2.2.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 21 2.2.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 22 2.2.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 22 2.2.1.2 Pancurônio ............................................................................................... 22 2.2.1.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 22 2.2.1.2.2 Ação ......................................................................................................... 23 2.2.1.2.3 Indicações ............................................................................................... 23 2.2.1.2.4 Contraindicações ................................................................................... 23 2.2.1.2.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 23 2.2.1.3 Rocurônio ................................................................................................. 24 2.2.1.3.1 Nome do medicamento .......................................................................... 24 2.2.1.3.2 Ação ......................................................................................................... 24 2.2.1.3.3 Indicação ................................................................................................. 24 2.2.1.3.4 Contraindicação ..................................................................................... 25 2.2.1.3.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 25 2.2.1.4 Cisatracúrio .............................................................................................. 26 2.2.1.4.1 Nome do medicamento .......................................................................... 26 2.2.1.4.2 Ação ......................................................................................................... 26 2.2.1.4.3 Indicação ................................................................................................. 27 2.2.1.4.4 Contraindicação ..................................................................................... 27 2.2.1.4.5 Cuidados de enfermagem ......................................................................27 2.2.1.5 Succinilcolina ............................................................................................ 28 2.2.1.5.1 Nome do medicamento .......................................................................... 28 2.2.1.5.2 Ação ......................................................................................................... 28 2.2.1.5.3 Indicação ................................................................................................. 29 2.2.1.5.4 Contraindicação ..................................................................................... 29 2.2.1.5.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 29 2.3 FÁRMACOS UTILIZADOS PARA REVERSÃO DA ANESTESIA............. 30 2.3.1 Anticolinesterásicos .............................................................................. 30 2.3.1.1 Neostigmina.............................................................................................. 30 2.3.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 30 2.3.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 30 2.3.1.1.3 Indicação ................................................................................................. 31 2.3.1.1.4 Contraindicação ..................................................................................... 31 2.3.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 31 2.4 ANESTÉSICOS ENDOVENOSOS........................................................... 32 2.4.1 Barbitúricos ............................................................................................ 32 2.4.1.1 Tiopental sódico ....................................................................................... 32 2.4.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 32 2.4.1.1.3 Ação ......................................................................................................... 33 2.4.1.1.2 Indicação ................................................................................................. 33 2.4.1.1.4 Contraindicação ..................................................................................... 33 2.4.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 34 2.5 ANESTÉSICOS INALATÓRIOS .............................................................. 35 2.5.1 Gases ....................................................................................................... 35 2.5.1.1 Óxido nitroso ............................................................................................ 35 2.5.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 35 2.5.1.1.3 Ação ......................................................................................................... 35 2.5.1.1.2 Indicação ................................................................................................. 36 2.5.1.1.4 Contraindicação ..................................................................................... 36 2.5.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 36 2.5.2 Vapores ................................................................................................... 37 2.5.2.1 Halotano ................................................................................................... 37 2.5.2.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 37 2.5.2.1.3 Ação ......................................................................................................... 37 2.5.2.1.2 Indicação ................................................................................................. 38 2.5.2.1.4 Contraindicação ..................................................................................... 38 2.5.2.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 38 2.5.2.2 Enflurano .................................................................................................. 39 2.5.2.3.1 Nome do medicamento .......................................................................... 39 2.5.2.3.2 Ação ......................................................................................................... 39 2.5.2.3.3 Indicações ............................................................................................... 40 2.5.2.3.4 Contraindicações ................................................................................... 40 2.5.2.3.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 40 2.5.2.3 Isoflurano .................................................................................................. 40 2.5.2.3.1 Nome do medicamento .......................................................................... 40 2.5.2.3.2 Ação ........................................................................................................ 40 2.5.2.3.3 Indicações .............................................................................................. 41 2.5.2.3.4 Contraindicações .................................................................................. 41 2.5.2.3.5 Cuidados de enfermagem ..................................................................... 41 2.5.2.4 Sevoflurano .............................................................................................. 41 2.5.2.4.1 Nome do medicamento ......................................................................... 41 2.5.2.4.2 Ação ......................................................................................................... 42 2.5.2.4.3 Indicações ............................................................................................... 42 2.5.2.4.4 Contraindicações ................................................................................... 42 2.5.2.4.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 42 2.6 OUTROS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ANESTESIA GERAL ..... 43 2.6.1.1 Propofol ................................................................................................... 43 2.6.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 43 2.6.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 43 2.6.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 43 2.6.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 44 2.6.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 44 2.6.1.2 Ketamina .................................................................................................. 44 2.6.1.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 44 2.6.1.2.2 Ação ......................................................................................................... 44 2.6.1.2.3 Indicações ............................................................................................... 45 2.6.1.2.4 Contraindicações ................................................................................... 45 2.6.1.2.5 Cuidados de enfermagem......................................................................45 2.6.1.3 Etomidato ................................................................................................. 45 2.6.1.3.1 Nome do medicamento .......................................................................... 45 2.6.1.3.2 Ação ......................................................................................................... 46 2.6.1.3.3 Indicações ............................................................................................... 46 2.6.1.3.4 Contraindicações ................................................................................... 46 2.6.1.3.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 46 2.7 OPIÓIDES ................................................................................................ 47 2.7.1.1 Fentanil ..................................................................................................... 47 2.7.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 47 2.7.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 47 2.7.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 47 2.7.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 47 2.7.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 48 2.7.1.2 Alfentanil ................................................................................................... 48 2.7.1.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 48 2.7.1.2.2 Ação ......................................................................................................... 48 2.7.1.2.3 Indicações ............................................................................................... 48 2.7.1.2.4 Contraindicações ................................................................................... 49 2.7.1.2.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 49 2.7.1.3 Sufentanil ................................................................................................. 49 2.7.1.3.1 Nome do medicamento .......................................................................... 49 2.7.1.3.2 Ação ......................................................................................................... 49 2.7.1.3.3 Indicações ............................................................................................... 49 2.7.1.3.4 Contraindicações ................................................................................... 50 2.7.1.3.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 50 2.7.1.4 Morfina ..................................................................................................... 50 2.7.1.4.1 Nome do medicamento .......................................................................... 50 2.7.1.4.2 Ação ......................................................................................................... 51 2.7.1.4.3 Indicações ............................................................................................... 51 2.7.1.4.4 Contraindicações ................................................................................... 51 2.7.1.4.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 51 2.7.1.5 Meperidina ................................................................................................ 52 2.7.1.5.1 Nome do medicamento .......................................................................... 52 2.7.1.5.2 Ação ......................................................................................................... 52 2.7.1.5.3 Indicações ............................................................................................... 52 2.7.1.5.4 Contraindicações ................................................................................... 52 2.7.1.5.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 52 2.8 ANTAGONISTA DOS OPIÓIDES ............................................................. 53 2.8.1.1 Naloxona .................................................................................................. 53 2.8.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 53 2.8.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 53 2.8.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 53 2.8.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 53 2.8.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 53 2.9 ANTAGONISTA DOS BENZODIAPEPÍNICOS ........................................ 54 2.9.1.1 Flumazenil ................................................................................................ 54 2.9.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 54 2.9.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 54 2.9.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 54 2.9.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 54 2.9.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 55 2.10 ANESTÉSICOS UTILIZADOS NA ANESTESIA RAQUIDIANA ................ 55 2.10.1.1 Bupivacaína .............................................................................................. 55 2.10.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 55 2.10.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 55 2.10.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 55 2.10.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 56 2.10.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 56 2.10.1.2 Bupivacaína pesada ................................................................................. 56 2.10.1.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 56 2.10.1.2.2 Ação ......................................................................................................... 56 2.10.1.2.3 Indicações ............................................................................................... 57 2.10.1.2.4 Contraindicações ................................................................................... 57 2.10.1.2.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 57 2.11 OUTROS MEDICAMENTOS QUE PODEM SER UTILIZADOS EM ASSOCIAÇÃO COM ANESTESIA RAQUIDIANA ..................................................... 58 2.11.1.1 Epinefrina ................................................................................................. 58 2.11.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 58 2.11.1.1.2 Ação .........................................................................................................58 2.11.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 58 2.11.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 58 2.11.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 59 2.11.1.2 Fenilefrina ................................................................................................. 59 2.11.1.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 59 2.11.1.2.2 Ação ......................................................................................................... 59 2.11.1.2.3 Indicações ............................................................................................... 60 2.11.1.2.4 Contraindicações ................................................................................... 60 2.11.1.2.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 60 2.12 ANESTÉSICOS UTILIZADOS NA ANESTESIA EPIDURAL .................... 60 2.12.1.1 Ropivacaína.............................................................................................. 60 2.12.1.1.1 Nome do medicamento .......................................................................... 60 2.12.1.1.2 Ação ......................................................................................................... 61 2.12.1.1.3 Indicações ............................................................................................... 61 2.12.1.1.4 Contraindicações ................................................................................... 61 2.12.1.1.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 61 2.12.1.2 Cloroprocaína ........................................................................................... 62 2.12.1.2.1 Nome do medicamento .......................................................................... 62 2.12.1.2.2 Ação ......................................................................................................... 62 2.12.1.2.3 Indicações ............................................................................................... 62 2.12.1.2.4 Contraindicações ................................................................................... 62 2.12.1.2.5 Cuidados de enfermagem ...................................................................... 62 3. CONCLUSÃO .......................................................................................... 64 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 65 1. INTRODUÇÃO Procedimentos cirúrgicos necessitam de inconsciência, analgesia, amnesia, exposição visceral, relaxamento neuromuscular, bloqueio da condução dos impulsos nervosos, controle da respiração e dos reflexos autonômicos. Para que se atinjam esses objetivos, a anestesiologia utiliza uma associação de medicamentos tendo em vista que apenas um fármaco não é capaz de produzir todos esses efeitos. Esses fármacos podem ser administrados desde o período pré-operatório até o período pós- operatório (SOBECC, 2013). Ao longo deste trabalho discutiremos os medicamentos utilizados na anestesia, bem como sua ação, indicações, contraindicações e os principais cuidados de enfermagem relacionados a cada um deles. 2. MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ANESTESIA Diferente dos demais fármacos os anestésicos, que abrangem desde substâncias diversas até gases simples, como óxido nitroso, hidrocarbonetos halogenados, como isoflurano e barbitúricos, como tiopental. Estes não pertencem a uma classe química muito reconhecível (RANG et al., 2016). A prática moderna da anestesiologia é baseada em uso associado de fármacos intravenosos e inalatórios, onde há o aproveitamento das propriedades favoráveis de cada agente farmacológico e minimização dos efeitos colaterais. A escolha da técnica anestésica é determinada pelo tipo de intervenção diagnóstica, terapêutica ou cirúrgica. Casos de cirurgia superficial e menor ou procedimentos diagnósticos invasivos, é utilizado sedativos por via oral ou parenteral, em conjunto com anestésicos locais. Já procedimentos cirúrgicos mais extensos, a anestesia pode se iniciar com a administração pré-operatória de benzodiazepínicos, ser induzida com anestésico intravenoso e ser mantida com uma junção de fármacos inalatórios ou intravenosos, ou ambos (KATZUNG, 2017). 2.1 PRÉ-ANESTÉSICOS 2.1.1 Benzodiazepínicos Os Benzodiazepínicos são pré-anestésicos que tem como mecanismo de ação o aumento da frequência de abertura de receptores GABA. Possuem efeito ansiolítico, hipnótico e produz amnésia. Os representantes do grupo são: Diazepam, Midazolam e Lorazepam (SOBECC, 2013). 2.1.1.1 Diazepam 2.1.1.1.1 Nome do medicamento Valium®, Diazepam, Compaz® e Relapaz®. (SILVA, 2013). 2.1.1.1.2 Ação Ansiolítico, anticonvulsivante, sedativo, antiepilético e anestésico. Benzodiazepínico; modula a atividade dos receptores GABA-A (SILVA, 2013). 2.1.1.1.3 Indicações Terapêutica de estados ansiedade e sintomas ansiosos; Relaxante muscular; Anticonvulsivante; Tratamento sintomático da ansiedade, tensão e outros distúrbios físicos ou psicológicos associados à ansiedade (por exemplo, alterações de comportamento ou esquizofrenia); Diminuição dos espasmos musculares reflexos devido a trauma local (inflamação, ferimento, lesão do desporto, posições incorretas durante o sono, torcicolos); Combater espasticidade resultante de ferimentos na coluna vertebral ou nos interneurónios da supra-espinal; Tratamento da abstenção alcoólica e no tétano; Exames de endoscopia e broncoscopia. Só estão indicadas quando a doença é grave, incapacitante ou sujeita o doente a uma angústia extrema (SILVA, 2013). 2.1.1.1.4 Contraindicações De acordo com SILVA (2013), as contraindicações para o uso de Diazepam são: Hipersensibilidade a substância ativa, excipientes da formulação ou às benzodiazepinas; Insuficiência respiratória grave; Insuficiência hepática grave; Síndrome de apneia do sono e miastenia gravis; Tratamento de primeira linha da doença psicótica; Utilizadas isoladamente no tratamento da depressão ou ansiedade, podendo levar ao suicídio. 2.1.1.1.5 Cuidados de enfermagem Para Santos, Torriani e Barros (2013), os cuidados de enfermagem ao utilizar Diazepam são: Não é o benzodiazepínico de escolha para os idosos, pois estes estão sujeitos a efeitos adversos mais graves e agitação paradoxal com o diazepam; Evitar extravasamento pelo risco de necrose e tromboflebite; Não administrar rapidamente pelo risco de hipotensão e depressão respiratória; Monitorar pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória e nível de sedação. 2.1.1.2 Midazolam 2.1.1.2.1 Nome do medicamento Maleato de midazolam, Midazolam, Dormire, Induson, Sonolam, Hipnazolam®, Fenelom, Dormant, Dormium e Dormonid (ANVISA, 2013). 2.1.1.2.2 Ação É benzodiazepínico com propriedades hipnótica, ansiolítica, amnésica, relaxante muscular por ação central e anticonvulsivante que propiciam seu uso em sedação consciente ou profunda, pré-medicação, indução ou manutenção da anestesia (ANVISA, 2013). 2.1.1.2.3 Indicações De acordo com a ANVISA (2013), as indicações ao uso de Midazolam são: Distúrbios do sono e todas as formas de insônia, principalmente a dificuldade em iniciar o adormecimento ou despertares precoces; Sedação da pré-medicação antes de procedimentos cirúrgicos ou Diagnósticos. 2.1.1.2.4 Contraindicações De acordo com a ANVISA (2013), as contraindicações ao uso de Midazolam são: Alérgicosa benzodiazepínicos ou a qualquer dos componentes da fórmula do produto; Não administrar em pacientes com miastenia, doença grave no fígado, insuficiência respiratória grave e apnéia do sono; Não deve ser utilizado nos 3 primeiros meses de gravidez, porque pode causar danos ao feto; Mulheres que estejam amamentando. 2.1.1.2.5 Cuidados de enfermagem Para Santos, Torriani e Barros (2013), os cuidados de enfermagem ao utilizar Midazolam são: O uso parenteral deve ser feito com cuidado em pacientes idosos e/ ou com insuficiência respiratória, circula tória e renal. Nessas situações, reduzir a dose; Uso IV, evitar extravasamento; Monitorar saturação de oxigênio, pressão arterial, frequência respiratória e cardíaca, nível de sedação. 2.1.1.3 Lorazepam 2.1.1.3.1 Nome do medicamento Lorax®, Lorapan®, Lorazefast® e Lorazepam® (ANVISA, 2012). 2.1.1.3.2 Ação É um benzodiazepínico que interage com o complexo receptor do ácido gama- aminobutírico (GABA), aumentando a afinidade pelo GABA. Efeitos ansiolíticos, sedação e redução da atividade convulsiva (ANVISA, 2012). 2.1.1.3.3 Indicações De acordo com a ANVISA (2012), as indicações ao uso de Lorazepam são: Controle dos distúrbios de ansiedade ou para alívio, a curto prazo, dos sintomas de ansiedade associados à depressão; A ansiedade ou tensão associadas ao estresse da vida cotidiana não requerem, usualmente, tratamento com um ansiolítico; Tratamento da componente ansiedade em estados psicóticos e de depressão intensa, quando estiver indicada terapia adjuvante; Como medicação pré-operatória, tomada na noite anterior e/ou uma a duas horas antes do procedimento cirúrgico. 2.1.1.3.4 Contraindicações Segundo Santos, Torriani e Barros (2013), as contraindicações ao utilizar lorazepam são: Em pacientes idosos ou debilitados, a dose diária inicial não deve exceder 2 mg, para evitar sedação excessiva ou falta de coordenação dos movimentos do corpo; Não deve ser utilizado durante a gravidez e amamentação, exceto sob orientação médica; 2.1.1.3.5 Cuidados de enfermagem Para Santos, Torriani e Barros (2013), os cuidados de enfermagem ao utilizar lorazepam são: Usar com cautela em pacientes com comprometimento da função respiratória, miastenia grave, depressão com risco de suicídio e história de abuso de drogas; Recomendar que o paciente evite o consumo de bebidas alcoólicas. Limitar o uso de cafeína e de bebidas alcoólicas. 2.1.2 Antagonistas de receptores colinérgicos muscarínicos Os antagonistas de receptores colinérgicos muscarínicos são pré-anestésicos que tem como mecanismo de ação o bloqueio de receptores colinérgicos muscarínicos. Possuem efeito de inibir secreções glandulares, proteger contra broncoespasmo, limita bradicardia e hipotensão, associadas a diversos anestésicos gerais. Os representantes do grupo são: atropina e hioscina (SOBECC, 2013). 2.1.2.1 Atropina 2.1.2.1.1 Nome do medicamento Sulfato de atropina, Novaton®, Santropina®, Atrofarma®, Pasmodex®, Hytr Novaton®, Santropina®, Atrofarma®, Pasmodex®, Hytropin® e Atropion® (ANVISA, 2015). 2.1.2.1.2 Ação É um alcaloide natural da beladona e possui ação anticolinérgica e antiespasmódica. Atua inibindo a atividade muscarínica da acetilcolina nos sítios neuroefetores parassimpáticos pós- ganglionares, inclusive nos músculos lisos, glândulas secretoras e sistema nervoso central (ANVISA, 2015). 2.1.2.1.3 Indicações Segundo Santos, Torriani e Barros (2013), as indicações ao utilizar Atropina são: Medicamento usado no pré-operatório para inibição da salivação e secreções; Tratamento de bradicardia; Antídoto para inibidores da acetilcolinesterase (organofosforados); Produção de midríase e ciclopegia; Espasmos do trato gastrointestinal; Uveíte; Bronco espasmo. 2.1.2.1.4 Contraindicações Hipersensibilidade à atropina, glaucoma, taquicardia, doença hepática, doença renal, miastenia grave, asma e refluxo esofágico (SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013). 2.1.2.1.5 Cuidados de enfermagem Monitorização cardíaca, balanço hídrico, administrar em veia calibrosa, observar arritmias, alterações pupilares e cutânea e diminuição de débito urinário (SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013). 2.1.2.2 Hioscina 2.1.2.2.1 Nome do medicamento Butilbrometo de escopolamina, Hioscina butilbromida, Scopolamina, Scopolamine, butylbromide, Hyoscine butylbromidum, Scopolamini Butylbromidum, Butylscopolamine bromide, Hyoscine N-Butyl Bromide, Buscapina, Scopolamine N- Butyl Bromide, Scopolamine Bromobutylate, N-Butylscopolammonium e Bromide (FURP, 2017). 2.1.2.2.2 Ação Este fármaco é um anticolinérgico, antimuscarínico, antiespasmódico e diminui a dor e o desconforto gastrointestinal (FURP, 2017). 2.1.2.2.3 Indicações Tratamento de náuseas e vômitos induzidos por cianetose. Tratamento sintomático de cólicas dos tratos gastrintestinal e geniturinário, assim como cólicas e discinesias das vias biliares (FURP, 2017). 2.1.2.2.4 Contraindicações Segundo Santos, Torriani e Barros (2013), as contraindicações ao utilizar Hioscina são: Glaucoma de ângulo fechado; Hemorragia aguda; Íleo paralítico; Obstrução do trato gastrintestinal; Tireotoxicose; Taquicardia secundária a insuficiência cardíaca; Miastenia grave. 2.1.2.2.4 Cuidados de enfermagem Para Santos, Torriani e Barros (2013), os cuidados de enfermagem ao utilizar Hioscina são: Deve-se evitar a prescrição para idosos sensíveis aos efeitos secundários dos antimuscarínicos; Monitorar pressão arterial, frequência cardíaca e efeitos anticolinérgicos tóxicos. 2.2 FÁRMACOS COADMINISTRADOS COM ANESTÉSICO 2.2.1 Bloqueadores musculares Os bloqueadores musculares são fármacos coadministrados com anestésicos que tem como mecanismo de ação o bloqueio de receptores colinérgicos nicotínicos na região da placa motora. Os representantes do grupo são: Atracúrio, Pancurônio, Rocurônio, Cisatracúrio e Succinilcolina (SOBECC, 2013). São fármacos relaxantes musculares que prejudicam a transmissão neuromuscular e garantem um relaxamento da musculatura esquelética proporcionando condições favoráveis para o procedimento (RANG et al., 2016; O’CONNOR; GWINNUTT, 2013). 2.2.1.1 Atracúrio 2.2.1.1.1 Nome do medicamento Tracrium e Tracur (SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013). 2.2.1.1.2 Ação Bloqueador neuromuscular, atua sobre a junção neuromuscular causando relaxamento muscular esquelético por bloqueio da transmissão nervosa. (SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013; BPR, 2017). 2.2.1.1.3 Indicações Na intubação endotraqueal, como adjuvante na anestesia geral e como relaxamento da musculatura esquelética durante a cirurgia e a ventilação mecânica (SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013). 2.2.1.1.4 Contraindicações Hipersensibilidade ao atracúrio ou a outros componentes da fórmula (álcool benzílico). Mulheres grávidas, ou que estejam amamentando, sem orientação médica ou do cirurgião-dentista (SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013). 2.2.1.1.5 Cuidados de enfermagem Para Santos, Torriani e Barros (2013), os cuidados de enfermagem ao utilizar Atracúrio são: Deve ser usado por profissionais hábeis em obtenção de via aérea e suporte respiratório. Equipamentos e pessoal devem estar imediatamente disponíveis para intubação endotraqueal e suporte da ventilação. A adequação da respiração deve ser assegurada por meio de ventilação assistida ou controlada. Agentes de reversão anticolinesterase devem estar imediatamente disponíveis; Tem um pH ácido (3,25 a 3,65), não deve ser misturado com soluções alcalinas (p. ex., soluções de barbitúricos) na mesma seringa ou administrado simultaneamente durante a infusão intravenosa pela mesmaagulha ou sítio. Dependendo do pH resultante dessas misturas, o atracúrio pode ser inativado, e um ácido livre pode ser precipitado. 2.2.1.2 Pancurônio 2.2.1.2.1 Nome do medicamento Brometo de Pancurônio e Pancuron (BRASIL, 2006). 2.2.1.2.2 Ação Bloqueador neuromuscular, é um agente que produz relaxamento muscular (BRASIL, 2006). 2.2.1.2.3 Indicações Segundo Santos, Torriani e Barros (2013), as indicações ao utilizar Pancurônio são: Promover relaxamento da musculatura esquelética durante a cirurgia após a indução anestésica; Aumentar a complacência pulmonar durante a ventilação mecânica assistida; Facilitar a intubação endotraqueal. 2.2.1.2.4 Contraindicações Segundo Brasil (2006), as contraindicações ao utilizar Pancurônio são: Miastenia grave; Hipersensibilidade ao fármaco e a brometos. 2.2.1.2.5 Cuidados de enfermagem Para Santos, Torriani e Barros (2013), os cuidados de enfermagem ao utilizar Pancurônio são: Em pacientes que têm miastenia, pequenas doses de pancurônio podem ter efeitos profundos. Nesses pacientes, um estimulador de nervo periférico e a utilização de uma dose-teste podem ser de valor no acompanhamento da resposta à administração de relaxantes musculares; Reações anafiláticas graves a agentes bloqueadores neuromusculares, incluindo o pancurônio, foram relatadas. Devido à potencial gravidade dessas reações, as precauções necessárias, como a disponibilidade de imediata do tratamento de emergência apropriado, devem ser tomadas. 2.2.1.3 Rocurônio 2.2.1.3.1 Nome do medicamento Podem receber outras denominações como esmeron, brometo de rocurônio e rocuron (AME, 2017; BARROS, 2016). 2.2.1.3.2 Ação É um fármaco bloqueador neuromuscular, tem sua ação no bloqueio reversível. Tem ligeiros efeitos sobre o sistema circulatório e, excepcionalmente, produz liberação de histamina. Causa paralisia dos músculos esqueléticos (BPR, 2017; AME, 2017). Quando é necessária uma intervenção cirúrgica, os músculos devem estar completamente relaxados, para auxiliar o cirurgião. Fisiologicamente os nervos mandam mensagens aos músculos por impulsos para realizar diversas funções. O rocurônio vai agir bloqueando tais impulsos, relaxando a musculatura. Lembrando que os músculos que realizam a função respiratória também serão afetados é necessária respiração artificial durante e após a cirurgia, até o paciente recuperar o controle das funções musculares (ANVISA, 2020). O brometo de rocurônio tem sua atuação baseada na competição pelos colinorreceptores nicotínicos da placa motora terminal e esta ação é antagonizada pelos inibidores da acetilcolinesterase, como por exemplo neostigmina, edrofônio e piridostigmina (ANVISA, 2020). 2.2.1.3.3 Indicação O rocurônio promove o relaxamento da musculatura esquelética no decorrer de procedimentos cirúrgicos logo após a indução anestésica, também promove o aumento da complacência pulmonar durante a ventilação mecânica assistida, auxiliando assim na intubação endotraqueal. Seu uso é muito indicado aliado a anestesia geral (BARROS, 2016; SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013). Do mesmo modo é indicado para pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), procurando facilitar e auxiliar a intubação e a respiração artificial. Em relação a população pediátrica, o brometo de rocurônio é utilizado como adjuvante à anestesia geral buscando a facilitação a intubação traqueal e relaxamento dos músculos esqueléticos desde recém-nascidos a termo até adolescentes (ANVISA, 2020). 2.2.1.3.4 Contraindicação Segundo Santos, Torriani e Barros (2013), Barros (2016), ANVISA (2020) e AME (2017), as contraindicações são: Pacientes que tenham hipersensibilidade ao fármaco, ao íon brometo ou a qualquer outro componente da fórmula; Miastenia grave; Enfermidades neurológicas; Doenças pulmonares ou insuficiência respiratória; Desequilíbrio eletrolítico, acidose ou alcalose; Hipertireoidismo e hipotireoidismo; Colagenoses; Hipertensão arterial; Asma brônquica; Doença cardiovascular. 2.2.1.3.5 Cuidados de enfermagem De acordo com AME (2017), BPR (2017) e ANVISA (2020) são listados alguns cuidados de enfermagem, sendo eles: Dar suporte e instruções ao paciente, informando ao paciente sobre as reações adversas mais frequentes relacionadas ao uso da medicação e demais informações pertinentes; Avaliar o paciente; Manter prontamente disponível equipamento de ressuscitação cardiorrespiratória, antes da administração; Avaliar reações adversas durante e após a administração, principalmente alterações no ECG ou no SNC como por exemplo marcha, tremores, tontura, disfunção respiratória ou reações alérgicas; Suspender o uso da droga no caso de superdosagem e toxicidade; Realizar a diluição do fármaco na infusão intravenosa com cloreto de sódio 0,9% ou glicose 5% ou ringer lactato; A medicação após diluída deve ser utilizada dentro de 24 horas, após este prazo desprezar; Como este paciente necessita de ventilação de suporte até recuperação da respiração espontânea, oferecer toda a assistência necessária; Pode ocorrer ligeira hipertensão, tensão no tórax, broncoespasmo e fraqueza muscular esquelética estar atento ao aparecimento de tais ocorrências; 2.2.1.4 Cisatracúrio 2.2.1.4.1 Nome do medicamento Pode receber também os nomes de mimbium e besilato de cisatracúrio (AME, 2017; BPR, 2017). 2.2.1.4.2 Ação O fármaco é um relaxante muscular esquelético benzilisoquinolínio, não- despolarizante e de duração intermediária. Têm sua ação na diminuição da resposta da acetilcolina na junção neuromuscular do músculo esquelético, pois se liga aos receptores colinérgicos na placa motora terminal, antagonizando a ação da acetilcolina e resultando em bloqueio competitivo da transmissão neuromuscular, levando ao relaxamento muscular. Essa ação é revertida pelo uso de inibidores da acetilcolinesterase, como a neostigmina (ANVISA, 2018; BPR, 2017). 2.2.1.4.3 Indicação Indicado para ser empregado durante procedimentos cirúrgicos e outros procedimentos que necessitem e na terapia intensiva. É usado em conjunto com a anestesia ou na sedação em Unidade de Tratamento Intensiva (UTI). Utilizado para promover o relaxamento da musculatura esquelética, manutenção do bloqueio neuromuscular e para facilitar a intubação orotraqueal e a ventilação mecânica (BPR, 2017; ANVISA, 2018). 2.2.1.4.4 Contraindicação Corroborando BPR (2017), ANVISA (2018) e AME (2017) as contraindicações são: Caso de hipersensibilidade ao cisatracúrio, atracúrio ou ácido benzenossulfônico ou a outro componente da formulação; Durante o período de gestação e lactação; Crianças menores de 2 anos 2.2.1.4.5 Cuidados de enfermagem Rang et al. (2016), ANVISA (2018) e BPR (2017), afirmam que os cuidados de enfermagem devem ser os seguintes: Diluir em cloreto de sódio 0,9% ou glicose 5% em IV; Manter em temperatura ambiente (15-30°C); Fármaco necessita de proteção contra luz; Não combinar o cisatracúrio com soluções alcalinas com pH maior que 8,5, como por exemplo o barbiturato; Pode ocorrer diminuição rubor, exantema cutâneo, coceira, hipotensão, bradicardia e broncospasmo; Disponibilizar material de intubação orotraqueal com equipo de oxigênio sob pressão positiva, manutenção da ventilação pulmonar e oxigenação arterial adequada; Manter monitorização do paciente; Não administrar por via intramuscular; Não administrar utilizando a mesma seringa e agulhas; Avaliar a possibilidade de depressão respiratória no recém-nascido quando administrado durante o trabalho de parto ou parto; Besilato de cisatracúrio injetável não possui conservantes antimicrobianos e é produzido com a finalidadede uso em um único paciente, estar atento a tal especificidade; A diluição deve ser realizada imediatamente antes do uso e a administração deve ocorrer o mais rápido possível após sua preparação. Qualquer solução remanescente deve ser descartada, estando diluída ou não; Atentar-se a efeitos adversos ao se administrar besilato de cisatracúrio em pacientes que possuem hipersensibilidade a outros bloqueadores neuromusculares, por conta das altas taxas de sensibilidade cruzada entre agentes bloqueadores neuromusculares. 2.2.1.5 Succinilcolina 2.2.1.5.1 Nome do medicamento Também denominado de Suxametônio (ANVISA, 2013). 2.2.1.5.2 Ação Fármaco relaxante muscular de velocidade de início rápida, que atua realizando o bloqueio da transmissão do impulso nervoso na placa mioneural, levando a paralisia dos músculos esqueléticos. Não possui efeitos sobre a consciência e nem sobre o limiar da dor (BPR, 2017). A succinilcolina se liga às duas subunidades alfa do receptor, mimetizando a ACh acetilcolina, resultando na despolarização da placa terminal, tendo efeito agonista nicotínico. A paralisia é precedida de fasciculações musculares transitórias com duração da ação curta em razão da hidrólise pela colinesterase plasmática, até o final de sua ação o músculo permanece em um estado de relaxamento flácido. Só há ação prolongada nos pacientes com doença hepática ou deficiência genética de colinesterase plasmática (RANG et al., 2016; O’CONNOR; GWINNUTT, 2013). 2.2.1.5.3 Indicação Fármaco indicado para propiciar relaxamento muscular esquelético em cirurgia ou procedimentos hospitalares curtos como intubação traqueal, eletroconvulsoterapia, sendo a droga de escolha para anestesia quando é empregada uma indução em sequência rápida (ISR) nos casos de pacientes sob risco de aspiração ou quando a intubação orotraqueal rápida se faz necessária em situações de emergência. É também indicada nas ocorrências onde a recuperação do bloqueio neuromuscular se faz necessária (RANG et al., 2016; BPR, 2017). 2.2.1.5.4 Contraindicação É contraindicado por BPR (2017) em: Pacientes com doença genética da pseudocolinestase plasmática; Ferimentos penetrante no olho; Pacientes com glaucoma; Paciente com história pessoal ou familiar de aumento anormal da temperatura do corpo; miopatia associada a elevados valores plasmáticos de creatina- quinase. 2.2.1.5.5 Cuidados de enfermagem Santos, Torriani e Barros (2013), O’Connor e Gwinnutt (2013) e BPR (2017) trazem alguns cuidados de enfermagem, sendo estes listados abaixo. Administrar após a indução da inconsciência; Não realizar o uso deste fármaco em pacientes grávidas ou em lactação; Monitorização rigorosa da frequência e ritmo cardíaco, da pressão arterial e da velocidade de infusão; Estar atento e preparado para as possíveis intercorrências como aumento da pressão intraocular, arritmia, bradicardia, taquicardia, hipertensão, hipotensão, erupção na pele, salivação excessiva e rigidez mandibular; O fármaco deve ser armazenado a 4ºC para prevenir a hidrólise. 2.3 FÁRMACOS UTILIZADOS PARA REVERSÃO DA ANESTESIA 2.3.1 Anticolinesterásicos Há três tipos principais de fármacos anticolinesterásicos, os de ação curta, como o edrofônio, de duração média como a neostigmina e os irreversíveis, como o organofosforados. Se diferenciando em relação à natureza da interação química que estabelecem com o ponto ativo da colinesterase. Os efeitos destes fármacos são resultantes principalmente da intensificação da transmissão colinérgica nas sinapses colinérgicas autonômicas e na junção neuromuscular (RANG et al., 2016). 2.3.1.1 Neostigmina 2.3.1.1.1 Nome do medicamento Recebe outras denominações como normastig e prostigmine (AME, 2017). 2.3.1.1.2 Ação Inibidor da acetilcolinesterase, vai atuar inibindo a colinesterase, estabilizando a acetilcolina, por conta destes fatores sua ação será reforçada e prolongada. Ao nível dos sistemas digestivo e geniturinário, assim como outros nos órgãos com musculatura lisa, provoca contrações e aumento do peristaltismo (ANVISA, 2016; AME, 2017; SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013). É o fármaco anticolinesterásico mais empregado em anestesia. É um composto amônio quaternário que se liga de modo reversível ao sítio esterásico da acetilcolinesterase, tornando-a inativa por aproximadamente 30 minutos. O início de sua ação é de cerca de 2 minutos e seu pico máximo ocorre em torno de 5 a 7 minutos (RANG et al., 2016). 2.3.1.1.3 Indicação Indicado para casos de constipação intestinal, distensão abdominal, meteorismo, para realização de exame radiológico por exemplo. Indicado também para atonia intestinal pós-operatória, retenção urinária e miastenia grave pseudoparalítica (BPR, 2017; SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013; (ANVISA, 2016). Têm utilização ainda na reversão da ação de fármacos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes ao término de uma cirurgia (RANG et al., 2016). 2.3.1.1.4 Contraindicação Santos, Torriani e Barros (2013) e (ANVISA, 2016), expõem algumas contraindicações, sendo elas: Não deve ser administrado em pacientes que tenham hipersensibilidade à neostgmina ou a um de seus componentes; Casos de obstrução intestinal mecânica; Casos de obstrução do trato urinário ; Fármaco não deve ser administrado em associação com os miorrelaxantes despolarizantes, como por exemplo o suxametônio. 2.3.1.1.5 Cuidados de enfermagem De acordo com Santos, Torriani e Barros (2013), AME (2017) e ANVISA (2016), alguns dos cuidados de enfermagem essenciais são: Administrar a medicação exatamente conforme recomendado e o tratamento não deve ser interrompido; Informar ao paciente as reações adversas mais frequentes relacionadas ao uso desse medicamento como por exemplo vômito, diarreia, tontura e sonolência; Orientar ao paciente que evite realizar a condução de veículos por conta do fármaco e seus efeitos colaterais como sonolência e tontura; Estar atento quanto as possíveis intercorrências e prestar assistência pois há o aumento das secreções brônquicas, hipersalivação, lacrimejamento, bradicardia, paradaa cardíaca, convulsões, disartria, disfonia, miose, artralgia, espasmos musculares, contrações e fraqueza muscular; É recomendada a administração simultânea de metilsulfato de neostigmina e sulfato de atropina por conta de reações colinérgicas. 2.4 ANESTÉSICOS ENDOVENOSOS Os anestésicos não opióides intravenosos possuem uma função essencial na pratica da moderna anestesia. Esses anestésicos são muito utilizados quando se deseja uma rápida indução da anestesia. Os agentes intravenosos também costumam ser utilizados para produzir sedação durante cuidados anestésicos monitorados, e também nos pacientes internados na UTI (KATZUNG, 2017). 2.4.1 Barbitúricos São fármacos depressores do SNC, com propriedades anticonvulsivantes, sedativas e hipnóticas por conta da combinação de aumento da neurotransmissão inibitória e inibição da neurotransmissão excitatória. Ocasionam perda de consciência rápida. Empregados para anestesia basal, obtendo assim um certo grau de inconsciência, antes de ser administrado outros anestésicos de escolha (KATZUNG, 2017; AME, 2017). 2.4.1.1 Tiopental sódico 2.4.1.1.1 Nome do medicamento Tiopental sódico é também conhecido como amental e thiopentax (AME, 2017; BPR, 2017). 2.4.1.1.3 Ação É um fármaco de ação curta, que tem sua ação na depressão do SNC, aumentando as respostas ao ácido gama-aminobutírico (GABA), diminuindo as respostas do glutamato (GLU), e deprimindo assim excitabilidade pelo aumento na condutância da membrana. Ocorrendo assim uma significativa diminuição na excitabilidade neuronal levando a produção de ação anestésica (BPR, 2017; ANVISA, 2017).Já a ação dos barbitúricos como sedativos-hipnóticos ocorre devido a sua atuação no tálamo, onde há inibição da condutância ascendente na formação reticular, interferindo deste modo com a transmissão dos impulsos ao córtex. O tiopental liga-se à albumina plasmática e possui natureza lipossolúvel, levando a alta velocidade de início da ação e pela transitoriedade de seus efeitos, quando usado intravenosamente (BPR, 2017; ANVISA, 2017). O efeito anestésico está diretamente ligado a concentração do tiopental no sangue que chega ao cérebro, pois em razão de sua alta lipossolubilidade o fármaco ultrapassa a barreira hematoencefálica sem atrasos reais. Sua distribuição é primeiramente para os tecidos com amplo fluxo sanguíneo e mais lentamente, para os músculos (RANG et al., 2016). 2.4.1.1.2 Indicação Indicado para indução de anestesia geral, sendo apenas um agente indutor, anestesia para procedimentos cirúrgicos de curta duração, auxiliar em anestesia regional, suplementação de outros anestésicos, hipnose durante anestesia equilibrada, tratamento de convulsões, tratamento da pressão intracraniana aumentada nos pacientes com vias aéreas monitorizadas, tratamento da hipóxia e isquemia cerebral (AME, 2017; RANG et al., 2016; ANVISA, 2017). 2.4.1.1.4 Contraindicação As contraindicações segundo AME (2017), Rang et al. (2016) e ANVISA (2017), são: Hipersensibilidade a barbiturato ou a qualquer componente da formulação; Paciente com broncopneumonia; Paciente com diminuição da função pulmonar grave; Casos que a anestesia geral é contraindicada; Casos de porfiria latente ou manifesta e estado asmático; Paciente com doença cardiovascular grave, hipotensão ou choque; Casos onde há condições que levará ao prolongamento do efeito hipnótico como excesso de medicação pré-anestésica, doença de Addison, disfunção renal ou hepática e mixedema. 2.4.1.1.5 Cuidados de enfermagem Segundo AME (2017), Rang et al. (2016) e ANVISA (2017) os cuidados são: Providenciar equipamento de ressuscitação cardiorrespiratória antes da administração; Deixar disponíveis as instalações para intubação, respiração assistida e administração de oxigênio sempre que utilizar o fármaco; Manter paciente monitorizado; Proteger as vias aéreas durante a anestesia, os efeitos produzidos pelo tiopental necessitam uma atenção estrita para as vias aéreas; Estar atento a possíveis intercorrências e prestar assistência; Suspender o uso da droga em caso de superdosagem e toxidade, e administrar vasopressores ou anticolinérgicos; Se houver injeção acidental de tiopental no entorno da veia, ou dentro de uma artéria, prestar assistência pois pode causar dor, necrose tecidual local, ulceração, espasmo arterial grave, levando a gangrena; O fármaco em pó para solução injetável, deve ser conservado à temperatura ambiente, entre 15ºC e 30°C, protegido da luz, e a solução reconstituída conservar em refrigerador, entre 2°C a 8°C por até 24 horas; Há risco de precipitar a porfiria em pacientes suscetíveis, estar atento. 2.5 ANESTÉSICOS INALATÓRIOS Os anestésicos inalatórios podem ser gases ou líquidos voláteis. Há variações quanto a potência, segurança e sua capacidade de indução a analgesia e ao relaxamento muscular. Os principais são gases e vapores (AME, 2017). Uma particularidade importante dos anestésicos inalatórios é sua velocidade com relação a concentração sanguínea arterial, que comanda o efeito farmacológico no cérebro. Os pulmões são a única via quantitativamente importante pela qual os anestésicos inalatórios vão adentrar e sair do organismo (RANG et al., 2016). 2.5.1 Gases Os anestésicos gasosos, como por exemplo o óxido nitroso, possuem elevadas pressões de vapor e pontos de ebulição baixo, levando estes a ocorrerem na forma de gases em temperatura ambiente (KATZUNG, 2017). 2.5.1.1 Óxido nitroso 2.5.1.1.1 Nome do medicamento Não possui outras denominações, contudo é reconhecido pela sua fórmula química N2O e por outras denominações populares como gás hilariante e gás do riso (RANG et al., 2016; LADEWIG et al, 2016). 2.5.1.1.3 Ação O anestésico inalatório vai ter sua atuação no sistema nervoso causando uma leve depressão no córtex cerebral, contudo não há depressão do centro respiratório, ou seja, é mantido o reflexo laríngeo. O fármaco vai tranquiliza o paciente de uma forma rápida e segura e diminuir a sensibilidade à dor. Por conta de sua baixa afinidade lipídica, vai ocorrer uma rápida absorção e dessa maneira a velocidade de transporte é considerável e significativa, o que resulta em eficazes efeitos específicos e globais no sistema nervoso central (LADEWIG et al., 2016; (RANG et al., 2016). 2.5.1.1.2 Indicação O óxido nitroso é indicado como adjuvante, para ser utilizado em associação com anestésicos voláteis de forma a acelerar a indução anestésica e também na manutenção da anestesia durante o procedimento cirúrgico. O fármaco não é utilizado separadamente pois não produz anestesia (RANG et al., 2016). 2.5.1.1.4 Contraindicação Ladewig et al. (2016), afirma que não há contraindicações absolutas para a utilização da sedação por N2O/ O2, desde que se utilize a concentração correta de oxigênio na mistura dos gases. Já em relação a contraindicações relativas, pode-se citar as seguintes: Obstrução das vias aéreas superiores devido a infecção respiratória, aumento dos linfonodos ou adenoides; Pacientes de medicação psicotrópica; Pacientes com problemas comportamentais severos, que levam a impossibilidade do uso da máscara nasal; Doenças pulmonares crônicas obstrutivas; Recomendações médicas específicas. 2.5.1.1.5 Cuidados de enfermagem Rang et al. (2016), discorrem sobre alguns dos cuidados de enfermagem, sendo eles: O óxido nitroso deve sempre ser administrado associado ao oxigênio; Realizar monitorização constante do paciente em especial dos níveis de saturação de oxigênio; Atentar ao uso prolongado e repetido pois pode levar a anemia; Monitorizar o paciente durante a recuperação da anestesia com óxido nitroso, com foco em possíveis intercorrências como hipóxia transitória, principalmente com pacientes com doença respiratória; Em casos de pneumotórax ou embolismo vascular, ou casos de o intestino estar obstruído, atentar-se a particularidade que o óxido nitroso tende a entrar nas cavidades gasosas, fazendo que se expandam, isso pode levar a um quadro perigoso para o paciente; Não administrar por períodos longos mais de 6 horas, pode levar a efeitos tóxicos podendo causar anemia e leucopenia. 2.5.2 Vapores Os anestésicos voláteis, como o halotano, enflurano, isoflurano, esflurano e sevoflurano possuem baixas pressões de vapor e, deste modo, pontos de ebulição altos, dessa maneira são líquidos quando estão em temperatura ambiente e na pressão ao nível do mar. Por conta de suas especificidades é necessário que os anestésicos voláteis sejam administrados por meio da utilização de vaporizadores (KATZUNG, 2017). 2.5.2.1 Halotano 2.5.2.1.1 Nome do medicamento Também denominado tanohalo e fluothane (ANVISA, 2013; CAVALCANTI; CANTINHO, 2006). 2.5.2.1.3 Ação Fármaco de rápida indução e recuperação por conta de sua baixa solubilidade no sangue o que leva ao equilíbrio relativamente rápido das concentrações alveolares e sanguíneas. É absorvido pelos alvéolos e circula no organismo até chegar ao cérebro, onde tem sua atuação, causando uma depressão progressiva do SNC que se inicia no córtex cerebral e se ramifica para os centros vitais da medula. Este fármaco promove a supressão das secreções salivares brônquicas e gástricas (ANVISA, 2013; CAVALCANTI; CANTINHO, 2006). O efeito deste fármaco vai depender diretamente da obtenção de concentraçãoterapêutica no SNC. Não existe um receptor específico dos anestésicos inalatórios, do mesmo modo como não há um local único de ação, atingindo o sistema reticular ativador, córtex cerebral, núcleo cuneado, córtex olfatório e hipocampo. Vai haver depressão das transmissões excitatórias na medula, nos interneurônios do corno dorsal, e também, no tronco cerebral (CAVALCANTI; CANTINHO, 2006) 2.5.2.1.2 Indicação Indicada para indução e manutenção da anestesia geral. Se utilizados em doses baixas, serve como coadjuvante de outros anestésicos gerais durante uma cesárea, por exemplo (AME, 2017; CAVALCANTI; CANTINHO, 2006). 2.5.2.1.4 Contraindicação AME (2017) e Rang et al. (2016), destacam algumas contraindicações, sendo estas listadas abaixo: Pacientes com arritmia cardíaca, disfunção hepática, gravidez e lactação, hipertermia maligna, icterícia, lesão intracraniana, miastenia grave, aumento da pressão intracraniana; Utilização em procedimentos cirúrgicos obstétricos, por conta do potencial acúmulo de metabólitos tóxicos, que pode levar a um sangramento; Pacientes com sensibilidade ao fármaco ou qualquer componente da formulação; Pacientes com massa expansivas intracranianas, hipovolêmicos e cardiopatas ou feocromocitoma, se muito necessária utilizar com cuidado. 2.5.2.1.5 Cuidados de enfermagem Listados abaixo têm-se alguns cuidados de enfermagem discutidos por Cavalcanti e Cantinho (2006). Manter equipamento de ressuscitação cardiorrespiratória pronta antes da administração; Manter monitorização constante do paciente; Atentar para não ocorrer repetição da anestesia dentro de curto espaço de tempo e se for necessária prestar toda a assistência com redobrada atenção; Estar atento a possíveis intercorrências e prestar assistência; Evitar em pacientes que após exposição ao halotano desenvolveram doença hepática aguda, icterícia ou outras complicações; Monitorizar durante o transoperatório, a pressão arterial pressão arterial, ECG, ventilometria, oximetria de pulso e capnografia. 2.5.2.2 Enflurano 2.5.2.3.1 Nome do medicamento Enflurano e Enfluran (BPR, 2017). 2.5.2.3.2 Ação É um anestésico geral que proporciona indução e recuperação rápida e suave da anestesia, um estímulo moderado das secreções salivares e traqueobrônquicas. Permite fácil intubação traqueal já que os reflexos faríngeos e laríngeos são prontamente abolidos. A intensidade anestésica vai depender da quantidade inalada do medicamento. Assim como em outros agentes inalatórios, o volume respiratório diminui à medida que se aprofunda a anestesia. A pressão sanguínea sofre declínio durante a indução e retorna a valores próximos aos normais sob estimulo cirúrgico. O aumento do nível de dióxido de carbono no sangue arterial não é capaz de alterar o ritmo cardíaco (CRISTÁLIA, 2016). 2.5.2.3.3 Indicações O enflurano é indicado para indução e manutenção de anestesia geral e para promover analgesia em partos normais. Além do mais, em baixas concentrações, complementa a ação de outros agentes anestésicos gerais durante cesáreas (CRISTÁLIA, 2016). 2.5.2.3.4 Contraindicações É contraindicado para pacientes que possuam conhecida sensibilidade ao enflurano, a outros anestésicos halogenados, ou com distúrbios convulsivos; pacientes com conhecida suspeita de suscetibilidade genética a hipertemia maligna (CRISTÁLIA, 2016). 2.5.2.3.5 Cuidados de enfermagem Entre os principais cuidados de enfermagem para o medicamento enflurano podemos citar (AME, 2013): Seguir recomendações do anestesista para administrar conforme orientação; Antes da administração, dispor de equipamento de ressuscitação cardiorrespiratória; Monitorar o paciente durante todo o procedimento. 2.5.2.3 Isoflurano 2.5.2.3.1 Nome do medicamento Isoflurano, Forane e Isoforine (CAVALCANTI; CANTINHO; ASSAD, 2006). 2.5.2.3.2 Ação O isoflurano é um anestésico halogenado; inibe o fluxo simpático, reduz o tônus arterial e venoso e com isso reduz a pressão arterial e venosa; pode causar depressão respiratória. Além do mais, os reflexos da faringe e da laringe são diminuídos rapidamente e facilitam a intubação. Tanto a indução como a recuperação da anestesia com isoflurano ocorrem rapidamente (RANG, 2016; CAVALCANTI; CANTINHO; ASSAD, 2006). 2.5.2.3.3 Indicações É indicado para indução e manutenção da anestesia geral; pode ser usado em caso de pacientes sedados e em ventilação em UTI por até 48 horas (INSTITUTO BIOCHIMICO, 2016). 2.5.2.3.4 Contraindicações Possui poucos efeitos adversos, mas em pacientes suscetíveis, pode causar isquemia coronariana, hipotensão; é irritante para o trato respiratório; pacientes com histórico ou suscetibilidade genética à hipertermia maligna (RANG, 2016; CAVALCANTI; CANTINHO; ASSAD, 2006). 2.5.2.3.5 Cuidados de enfermagem De acordo com Cavalcanti; Cantinho; Assad (2006), alguns dos cuidados de enfermagem são: Monitorizar paciente que vai fazer uso do anestésico; Utilizar com cuidado em pacientes com miastenia gravis, porque estes são sensíveis a drogas que produzem depressão respiratória. 2.5.2.4 Sevoflurano 2.5.2.4.1 Nome do medicamento Sevoflurano, Sevorane e Sevocris (CAVALCANTI; CANTINHO; ASSAD, 2006). 2.5.2.4.2 Ação Proporciona indução anestésica com perda rápida e suave da consciência, recuperação também é rápida após o fim da anestesia; não é um agente irritativo. A indução acompanha uma mínima excitação ou sinais de irritação no trato respiratório. Reduz a pressão arterial média por diminuir a resistência vascular periférica e também o débito cardíaco; deprime a função respiratória, aumenta a frequência respiratória, é um potente broncodilatador não irritante para as vias aéreas (CAVALCANTI; CANTINHO; ASSAD, 2006). 2.5.2.4.3 Indicações É recomendado para cirurgias simples por causa da indução e recuperação rápidas; por conta do rápido início de ação e aroma agradável, é usado em pediatria ou adultos com medo da perspectiva da canulação venosa para induzir a anestesia em algumas circunstâncias (RANG, 2016). 2.5.2.4.4 Contraindicações Risco de toxicidade renal pelo fluoreto, para pacientes com sensibilidade ao sevoflurano ou algum anestésico halogenado, pacientes com suscetíveis à hipertermia maligna, gestantes (RANG, 2016; CRISTÁLIA, 2014). 2.5.2.4.5 Cuidados de enfermagem Cavalcanti; Cantinho; Assad (2006) listam alguns cuidados de enfermagem que devem ser seguidos quando utilizar o fármaco sevoflurano: Avaliar função respiratória porque o medicamento pode causar depressão respiratória; Dispor de recursos para manutenção das vias aéreas, ventilação mecânica, administração de O2 e ressuscitação cardiopulmonar. 2.6 OUTROS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ANESTESIA GERAL 2.6.1.1 Propofol 2.6.1.1.1 Nome do medicamento Propofol, propovan, propofolen e diprivan (CRISTÁLIA, 2017; BPR, 2017). 2.6.1.1.2 Ação Fármaco lipofílico, que quando administrado por via endovenosa, se distribui de forma rápida do compartimento central para tecidos vascularizados como o cérebro e daí para outros tecidos de menor perfusão; é captado pelos pulmões e depois liberado para a circulação. Graças a rápida distribuição do medicamento, o efeito hipnótico se instala rapidamente e a perda da consciência também é rápida. Sua ação está relacionada com a interação com o ácido gama-aminoburítico, neurotransmissor inibitório do SNC; sua ação inicia em 40 segundos depois da infusão, atinge o pico em um minuto e dura entre cinco e dez minutos. Causa depressão cardiovascular e respiratória podendo levar a hipotensão e bradicardia (PEREIRA, 2004; RANG, 2016; COREN-SP, 2014). 2.6.1.1.3 Indicações O propofol é um dos principais agentes usados para indução anestésicaintravenosa, manutenção de anestesia geral em procedimentos cirúrgicos, sedação de pacientes em ventilação mecânica em unidades de terapia intensiva, sedação consciente para procedimentos de diagnóstico (CRISTÁLIA, 2017; COREN-SP, 2014). 2.6.1.1.4 Contraindicações Causa dor no local da injeção, hipersensibilidade a algum componente da fórmula, sedação em crianças menores de três anos de idade com infecção grave do trato respiratório, não deve ser utilizada em gestantes sem orientação do médico (CRISTÁLIA, 2017). 2.6.1.1.5 Cuidados de enfermagem Rang (2016), Moraes (20??), listam alguns cuidados de enfermagem específicos quando utilizar propofol: Atentar-se a sinais de dor relatados pelo paciente; Pode ser utilizado em infusão contínua; Atentar-se a sinais sugestivos de síndrome da infusão do propofol principalmente se estiver em infusão contínua por longos períodos e caso aconteça, a suspensão do fármaco deve ser imediata; Administrar em cateter central ou em veias periféricas mais calibrosas. 2.6.1.2 Ketamina 2.6.1.2.1 Nome do medicamento Ketamina, cetamina e ketamin (RANG, 2016; CRISTÁLIA, 2015). 2.6.1.2.2 Ação Possui início lento, aumenta a descarga simpática e a concentração plasmática de norepinefrina, aumenta a frequência cardíaca e mantém a pressão sanguínea. Produz uma boa analgesia e amnésia, causando baixa depressão respiratória. Perda sensorial acentuada e analgesia sem perda completa da consciência. A cetamina, além de depressora do SNC, produz efeitos cardiovasculares e respiratórios; a pressão sanguínea e a frequência cardíaca aumentam, não há alteração na respiração (RANG, 2016). 2.6.1.2.3 Indicações É indicado como anestésico em cirurgias e intervenções diagnósticas que não precisam de relaxamento muscular; partos vaginais ou cesáreas; anestésico adjuvante complementar a outros agentes de baixa potência; alguns procedimentos como desbridamento, curativos dolorosos e enxertos de pele em pacientes com queimaduras (CRISTÁLIA, 2015). 2.6.1.2.4 Contraindicações Pacientes com hipertensão intracraniana, hipertensão arterial, pacientes com hipersensibilidade a cetamina, antecedentes de acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca, pacientes com risco de isquemia cerebral; pode causar alucinações, delírio e comportamento irracional (MORAES, 20??; CRISTÁLIA, 2015; RANG, 2016). 2.6.1.2.5 Cuidados de enfermagem Quando utilizar ketamina, deve-se atentar a alguns cuidados de enfermagem (MORAES, 20??; CRISTÁLIA, 2015): Manter equipamento de reanimação disponível; Administração deve ser lenta; Monitorar função cardíaca continuamente durante infusão; Monitorar função respiratória já que pode ocorrer depressão respiratória. 2.6.1.3 Etomidato 2.6.1.3.1 Nome do medicamento Etomidato e hypnomidate (RANG, 2016; JANSSEN-CILAG, 2008). 2.6.1.3.2 Ação É um hipnótico com início de ação rápido e a recuperação também. Possui propriedades anticonvulsivantes e protege o tecido cerebral de alterações celulares. Causa menos risco de depressão cardiovascular e pode causar movimentos involuntários durante a indução. Não possui efeito analgésico (RANG, 2016; CRISTÁLIA, 2017). 2.6.1.3.3 Indicações Indicado para induzir a anestesia geral, cirurgias cardíacas por causar poucos efeitos hemodinâmicos, procedimentos de curta duração como procedimentos diagnósticos e intervenções laboratoriais, quando o objetivo é uma recuperação rápida com boas condições de deambulação, orientação e equilíbrio (CRITÁLIA, 2017). 2.6.1.3.4 Contraindicações Pacientes com hipersensibilidade ao etomidato, gestantes, lactantes, crianças com menos de dez anos de idade, pacientes com risco de insuficiência suprarrenal, sepse, insuficiência circulatória (RANG, 2016). 2.6.1.3.5 Cuidados de enfermagem Rang (2016), Cristália (2017) citam alguns cuidados de enfermagem que devem ser seguidos ao administrar etomidato: Atentar aos sinais de dor evidenciados pelo paciente; Administração intravenosa; Manter paciente deitado durante a indução; Administrar de forma lenta; Dispor de equipamento de ressuscitação para casos de depressão respiratória. 2.7 OPIÓIDES Opiódes são grupos de fármacos, semi-sintético ou sintético que se liga especificamente aos receptores opióides. Os opióides atuam a nível celular ligando- se aos receptores opióides, que estão presentes em todo sistema nervoso central (SNC). Receptores opióides podem também estar presentes também em terminações nervosas aferentes periféricas e em diversos outros órgãos (SBA, 20??). 2.7.1.1 Fentanil 2.7.1.1.1 Nome do medicamento Fentanil e Citrato de Fentanila (ANVISA, 2019). 2.7.1.1.2 Ação Um dos opióides mais utilizados em anestesia e em UTIs por ser potente. É lipossolúvel, o que determina sua velocidade de entrada e saída do fármaco em órgãos e tecidos, como no sistema nervoso central; com isso, a duração da sua ação é curta e início de ação rápido (BENSENOR; CICARELLI, 2003; ARRUDA et al., 2015). 2.7.1.1.3 Indicações Indicado para analgesia de pacientes hemodinamicamente instáveis porque causa menos vasodilatação e hipotensão arterial; analgesia de curta duração no período anestésico e no pós-operatório imediato; analgésico para anestesia geral e suplemento para anestesia regional; pacientes com sensibilidade ou reação alérgica à morfina; pacientes com problemas cardiovasculares e insuficiência renal (BENSENOR; CICARELLI, 2003; SAKATA, 2010; JANSSEN-CILAG, 20??). 2.7.1.1.4 Contraindicações Esse medicamento é contraindicado em casos de pacientes que possuam qualquer tipo de intolerância a um de seus componentes ou de outros opióides (CRISTÁLIA, 20??). 2.7.1.1.5 Cuidados de enfermagem Ao administrar fentanil, deve-se atentar a alguns cuidados de enfermagem específicos (MORAES, 20??): Infusões intravenosas devem ser lentas; Monitorar sinais vitais continuamente; Retirada brusca da medicação em infusão continua pode causar síndrome de abstinência; desmame deve ser gradual; Atentar-se a sinais de dor e irritação no local da aplicação. 2.7.1.2 Alfentanil 2.7.1.2.1 Nome do medicamento Cloridrato de Alfentanila e Rapifen (BPR, 2017). 2.7.1.2.2 Ação A alfentanil é um analgésico opióide potente quimicamente relacionado ao citrato de fentanila, que se liga a receptores opióides do sistema nervoso central, inibindo os trajetos ascendentes da dor (BPR, 2017). 2.7.1.2.3 Indicações É indicado para uso em anestesia geral de longa e curta duração, analgésico opióide para procedimentos cirúrgicos de curta duração e cirurgias ambulatórias, suplemento analgésico em procedimentos cirúrgicos e pode ser empregado como agente primário na indução da anestesia em que sejam necessárias a intubação endotraqueal e a ventilação mecânica (BPR, 2017). 2.7.1.2.4 Contraindicações É contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a droga outros opioides em geral (BPR, 2017). 2.7.1.2.5 Cuidados de enfermagem A medicação só deve ser administrada quando recomendada e conforme recomendado e somente por médicos ou anestesistas (BPR, 2017); Informar ao paciente sobre as possíveis reações adversas e se atentar para caso ela ocorra (BPR, 2017); Antes da administração manter equipamentos para ressuscitação cardiorrespiratória, acesso venoso e medicação antagonista (BPR, 2017); Manter vigilância constante durante e após a administração (BPR, 2017). 2.7.1.3 Sufentanil 2.7.1.3.1 Nome do medicamento Citrato de Sufentanila (BPR, 2017). 2.7.1.3.2 Ação Derivado da imidazo-benzodiazepina, é um antagonista benzodiazepínico que bloqueia especificamente, por inibição competitiva, os efeitos centrais das substâncias que agem via receptores benzodiazepínicos
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