Buscar

Comentários à LGPD: ARTIGO 5º, inciso I - Dados Pessoais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

COMENTÁRIO À LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS 
ARTIGO 5º, inciso I 
 
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: 
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural 
identificada ou identificável; 
Feche os olhos e pense numa lei didática. Pensou? Bem, provavelmente 
você visualizou a LGPD (ou deveria). 
É que o art. 5º se divide em 19 incisos dedicados exclusivamente a nos 
explicar o significado de vários termos que aparecerão ao longo da Lei, na sua 
prova e deverão constar dos documentos regulatórios e como faço isso 
diariamente, sei bem do que estou falando. 
Então se liga! 
Dado pessoas é TODA informação que se relaciona com a PESSOA 
NATURAL. 
Esse é o primeiro ponto! Toda informação que puder ser relacionada à 
pessoa natural, salvo as exceções do art. 4º, já visto aqui, serão dados pessoais. 
Logo, informações de pessoas jurídicas estão fora. 
Além disso, tem que possibilitar que a pessoa seja IDENTIFICADA ou 
IDENTIFICÁVEL. 
Parece um jogo de palavras, mas não é! 
O dado que torna a pessoa identificada é um dado mais direto e 
específico, como o nome completo, o CPF, o documento de identidade. 
O dado que torna a pessoa identificável não descreve diretamente o 
sujeito, mas possibilita que ele seja encontrado. 
Imaginemos um escritório que contenha 8 advogados e advogadas, 4 
estagiários e estagiárias, 1 recepcionista e 2 seguranças que trabalham na 
portaria, de acordo com a tabela abaixo: 
NOME CARGO RELIGIÃO HOBBY RAÇA/COR 
João Advogado Evangélica Escalar Branco 
Maria Advogada Católica Andar de 
bicicleta 
Branco 
Rita Advogada Católica Surfar Preto 
Jussara Advogada Católica Ir à praia Preto 
Guilherme Advogado Evangélica Ir à praia Índio 
José Advogado Católica Cuidar de 
plantas 
Amarelo 
Betina Advogada Evangélica Cozinhar Branco 
Caio Advogado Candomblecista Cozinhar Branco 
Mônica Estagiária Umbandista Escalar Preto 
Carlos Estagiário Budista Cozinhar Pardo 
Jéssica Estagiária Evangélica Surfar Branco 
Marcelo Estagiário Candomblecista Jogar 
Boliche 
Pardo 
Andrea Recepcionista Evangélica Passear no 
bosque 
Branco 
Paulo Segurança Ateu Ir ao cinema Branco 
Soraya Segurança Messiânica Ir ao cinema Pardo 
 
Perceba agora, em primeiro lugar, que nosso escritório é bastante diverso 
(ainda com predominância branca, católica e evangélica, mas em busca de 
equilíbrio). 
Em seguida, percebamos que não é preciso citar o nome para que 
haja identificação dos sujeitos, bastando citar os dados que TORNAM 
ALGUÉM IDENTIFICÁVEL. 
Por exemplo, se falo que a pessoa que procuro é recepcionista, 
saberemos que é Andrea de cara. 
Se falo, por outro lado, que é advogado ou advogada, reduzimos ao 
universo de 8 pessoas. Se dentre eles, o que procuro é candomblecista, 
sabemos que é Caio. De outro lado, se digo que é Evangélico, teremos 3 
pessoas e se acrescento que, dentre eles, escalar nas horas vagas, saberemos 
que é João. 
Não foi preciso dar o nome para identificar o sujeito. 
É claro que apresentei uma lista reduzida, de 15 pessoas, para facilitar o 
exemplo, mas também reduzi o número de dados. Poderia pedir data de 
nascimento, orientação sexual, idioma que fala, instituição em que estudou, se 
tem filhos, o estado civil dentre outros. 
A diferença é muito importante para a vida e para a prova. Para a LGPD, 
ambos os dados, específicos ou não, que tornem a pessoa identificada ou 
identificável, serão importantes e protegidos. Considerados, assim, dados 
pessoais. 
 
 
Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
 
 
 
Advogado na área de Proteção de Dados e Regulatório de Novas Tecnologias do 
Lima ≡ Feigelson Advogados. 
 
Mestrando em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-RIO. 
 
Membro do Grupo de Pesquisa em Liberdade de Expressão no Brasil (PLEB/PUC-RIO)

Outros materiais