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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Instituto de Química Relatório QG 109 – Química Geral Experimental Determinação da Variação de Entalpia de um Processo Cristielen de Souza Marques RA: 195761 Lívia de Cássia Franco RA: 182167 Disciplina: QG 109 – Química Geral Experimental Turma: A Professor: Edvaldo Sabadini Campinas, 5 de Outubro de 2017. 2 1. INTRODUÇÃO Termodinâmica é a ciência que estuda as quantidades de calor liberados ou absorvidos durante as reações químicas. Grande parte das reações envolve perda ou ganho de calor (energia). As reações químicas que liberam calor são chamadas de exotérmicas, enquanto as que consomem calor são chamadas de endotérmicas. O calor é uma forma de energia em transito, que surge sempre que existe uma diferença entre as partes de um sistema. A energia flui como calor de uma região de temperatura alta a uma região de temperatura baixa. Portanto, em um sistema com paredes sem isolamento térmico, se o sistema está mais frio que suas vizinhanças, a energia flui das vizinhanças para o sistema e a energia interna do sistema aumenta (ATKINS). Sendo assim a primeira Lei da Termodinâmica (lei da conservação da energia) pode ser escrita como: Calor ganho + Calor cedido = 0 Qganho + Qcedido = 0 Evidentemente percebemos que calor Q é proporcional a temperatura t e a massa m: Q αt Q α m Portanto: Q α 𝑚 × t Quando um corpo recebe ou cede energia sofre uma mudança de temperatura e uma das formas de se relacionar Calor e Temperatura é através do Calor Específico (c) (uma propriedade intrínseca dos materiais envolvidos no processo de troca de calor). Calor Específico é definido como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 grama de substância de 1oC. Pode-se então dizer que o Calor Específico (c) é uma constante de proporcionalidade entre as duas grandezas Calor e Temperatura e a unidade do calor específico é J g-1grau-1 [1]. 𝑄 = 𝑐 × m × t 3 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2.1. OBJETIVO Estudo das trocas de calor entre dois corpos iguais e dois diferentes, determinação da entalpia de sublimação do gás carbônico, assim como verificar experimentalmente os princípios termodinâmicos. 2.2. PROCEDIMENTOS Materiais e Reagentes: Água destilada Cerca de 5 gramas de gelo seco Balança analítica 1 copo de plástico, tipo descartável de 180 ml 1 copo de plástico, tipo descartável de 50 ml 1 copo térmico de isopor com tampa de 200 ml 2 termômetros 1 béquer de vidro de 250 ml 1 manta de aquecimento 1 amostra metálica de cobre 1 amostra metálica de alumínio Barbante (Imagem 1- Materiais - Fonte: Arquivo pessoal) 4 2.2.1. Contato entre dois corpos a temperaturas diferentes Experimento 1: Inicialmente, pesou-se um copo plástico vazio (180 ml) em uma balança analítica. Em seguida, tarou-se a balança e pesou-se 50 gramas de água destilada no mesmo. Transferiu-se o conjunto copo + água para o copo térmico de isopor. Mediu-se a temperatura da água colocando-se o termômetro no centro deste copo plástico. Prontamente em um béquer de 250 ml pesou-se 50 gramas de água em uma balança analítica, posteriormente está foi aquecida em uma manta elétrica (vide imagem 2) até se atingir a temperatura de 35 ⁰C (um termômetro foi usado para o controle da temperatura). Logo após a mesma foi transferida para o copo plástico que estava disposto dentro do copo térmico de isopor. Agitou-se a mistura com o termômetro e imediatamente fechou-se o com a tampa (vide imagem 3 abaixo) e mediu-se a temperatura após a estabilização da mesma. Após esta medida, verificou-se a massa final da mistura pensando-se o copo plástico em uma balança analítica. Esse procedimento foi realizado mais algumas vezes, mas desta vez as massas iniciais assim como suas temperaturas foram modificadas, como descritas abaixo: Experimento 2: as duas massas iniciais de água foram de 50 gramas e a temperatura da água quente aproximadamente 15°C superior à da água em temperatura ambiente. Experimento 3: a massa de água em temperatura ambiente foi de 25 gramas, enquanto que a massa inicial de água quente foi de 50 gramas. A temperatura da água quente foi de 10°C superior à da água em temperatura ambiente. Experimento 4: a massa de água em temperatura ambiente foi de 50 gramas, enquanto que a massa inicial de água foi de 25 gramas. A temperatura da água quente foi de 10°C superior a da água em temperatura ambiente. Os experimentos de 1 ao 4 foram realizados em duplicatas, ou seja, duas vezes consecutivas cada. 5 (Imagem 2-Aquecimento da água em manta elétrica - Fonte: Arquivo pessoa) (Imagem 3- Copo térmico com a mistura l - Fonte: Arquivo pessoal) 2.2.2. Contato entre dois corpos de materiais e temperaturas diferentes Em uma balança analítica pesou-se a amostra de cobre metálico, em seguida pesou-se uma massa igual de água destilada em um copo plástico (180 ml), transferiu-se o conjunto copo + água para o copo térmico de isopor. Mediu-se a temperatura da água colocando-se o termômetro no centro deste copo plástico. Amarrou-se um barbante na amostra metálica a qual posteriormente foi mergulhada por 5 minutos em um béquer de 250 ml contendo água destilada em ebulição. Após decorrido o tempo descrito anteriormente mediu-se a temperatura máxima da água (que é a temperatura do metal também), e retirou-se a amostra metálica da água em ebulição e rapidamente mergulhou-se a na água do copo plástico que se encontrava dentro do copo térmico, o copo foi fechado com uma tampa com um termômetro. Agitou-se o copo fechado e esperou-se a estabilização da temperatura. Este procedimento foi realizado por duas vezes consecutivas. 2.2.3. Entalpia de sublimação do gás carbônico (CO2) A princípio pesou-se cerca de 100 gramas de água destilada em copo plástico (180 ml) em uma balança analítica, logo após o conjunto copo + água foi introduzido no copo térmico de isopor, seguidamente mediu-se a temperatura da água com o termômetro. Posteriormente pesou-se em um copinho de café (50 ml) cerca de 5 gramas de gelo seco. Imediatamente após a pesagem transferiu-se o gelo para o conjunto copo + água + copo térmico o qual foi fechado rapidamente. Acionou-se um cronômetro neste momento e a cada 60 segundos 2 registrou-se a temperatura até que o gelo se sublimasse por completo e sua temperatura se estabilizasse após a sublimação (cerca de 5 min), como pode ser visto na tabela 10. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1. Contato entre dois corpos a temperaturas diferentes Abaixo estão dispostos em quatro tabelas de 1 a 4 os dados obtidos nos experimentos 1, 2, 3 e 4 que foram usados para os cálculos de equilíbrio teórico: Amostra Massa de água no copo (g) Massa de água no béquer (g) Temperatura no copo (°C) Temperatura no béquer (°C) Temperatura de Equilíbrio (ºC) 1 50,01 50,01 25,0 35,0 30,5 2 50,01 50,01 25,0 35,0 30,5 Média 50,01 50,01 25,0 35,0 30,5 Tabela 1: Valores das massas e temperaturas do experimento 1. Amostra Massa de água no copo (g) Massa de água no béquer (g) Temperatura no copo (°C) Temperatura no béquer (°C) Temperatura de Equilíbrio (ºC) 1 50,04 50,02 26,8 41,8 33,2 2 50,00 50,02 26,8 41,8 33,0 Média 50,02 50,02 26,8 41,8 33,1 Tabela 2: Valores das massas e temperaturas do experimento 2. Amostra Massa de água no copo (g) Massa de água no béquer (g) Temperatura no copo (°C) Temperatura no béquer (°C) Temperatura de Equilíbrio (ºC) 1 24,86 50,12 25,0 35,0 32,0 2 25,02 50,03 25,0 35,0 32,0 Média 24,94 50,08 25,0 35,0 32,0 Tabela 3: Valores das massas e temperaturas do experimento 3. 6 3 Os procedimentos de 1 ao 4 visam comprovar a primeira lei da termodinâmicaque trata do balanço energético entre as energias inicial e final do sistema, a energia fornecida e o trabalho realizado pelo sistema, ou seja, podemos afirmar que em qualquer processo termodinâmico analisado, a quantidade de calor Q recebida pelo sistema é igual ao trabalho realizado por ele mais a variação da energia interna [2]. Para se comprovar a primeira lei nos experimentos os dados foram tratados com a seguinte equação: Teq = T1m1c1 + T2m2c2 m1c1 + m2c2 Onde 𝑇𝑒𝑞 é a temperatura (°C) no equilíbrio teórico, 𝑇1 (°C) é a média das temperaturas da água no copo plástico, 𝑚1 (g) é a média das massas de água no copo plástico, 𝑐1 e 𝑐2 (cal/ (g °C)) são os calores específicos para água e possuem o valor igual a 1. 𝑇2 e 𝑚2 é a média das temperaturas e a média das massas de água no béquer. Abaixo encontra-se um exemplo do cálculo usando os dados da tabela 3: Teq = (24,94) × (25) × (1) + (50,08) × (35) (24,94) × (1) + (50,08) × (1) Teq = 31,7 °C As demais temperaturas teóricas dos experimentos 1,2 e 4 estão dispostas na tabela seguinte: Amostra Massa de água no copo (g) Massa de água no béquer (g) Temperatura no copo (°C) Temperatura no béquer (°C) Temperatura de Equilíbrio (ºC) 1 50,79 25,10 25,0 35,0 27,8 2 50,14 25,01 25,0 35,0 28,6 Média 50,47 25,06 25,0 35,0 28,2 Tabela 4: Valores das massas e temperaturas do experimento 4. 7 4 Analisando-se as temperaturas experimentalmente em relação às teóricas contidas na tabela 5, percebe-se uma pequena variação de uma temperatura para outra, isso pode estar relacionado a uma pequena troca de calor do copo térmico de isopor (calorímetro) com o meio externo. O calorímetro tem como função impedir que o meio externo interfira nas trocas de calor no seu interior, mas se o mesmo não estiver devidamente fechado, pode haver pequenas interferências e possíveis variações de temperatura no sistema. 3.2. Contato entre dois corpos de materiais e temperaturas diferentes Abaixo estão dispostos em duas tabelas os dados obtidos nos experimentos 2.2.2, contato entre dois corpos de materiais e temperaturas diferentes, que foram usados para calcular os calores específicos experimentais dos metais cobre e alumínio: Experimentos Temperatura de equilíbrio experimental (ºC) Temperatura de equilíbrio teórica (ºC) 1 30,5 30,0 2 33,1 34,3 3 32,0 31,7 4 28,2 28,3 Tabela 5: Temperatura de equilíbrio experimental versos teórica. Amostra Massa do metal (g) Massa de água no copo (g) Temperatura do metal (°C) Temperatura da água no copo (°C) Temperatura de Equilíbrio (ºC) 1 48,84 48,82 97,0 25,0 34,0 2 48,84 48,79 96,0 25,0 34,0 Média 48,84 48,81 96,5 25,0 34,0 Tabela 6: Massas e temperaturas para corpos diferentes no Cobre. 8 5 A equação anteriormente utilizada para o cálculo da temperatura de equilíbrio experimental também se aplica neste caso: Teq = T1m1c1 + T2m2c2 m1c1 + m2c2 Onde 𝑇𝑒𝑞 é a média das temperaturas de equilíbrio, 𝑚1 e 𝑚2 são as médias das massas de água e do metal respectivamente, 𝑇1 e 𝑇2 são as médias das temperaturas medidas da água e do metal e 𝑐1 e 𝑐2 são os calores específicos da água e do metal. Abaixo encontra-se um exemplo do cálculo do calor especifico de um metal usando os dados do cobre da tabela 6: 34,0 = (48,81) × (25,0) × (1) + (48,84) × (96,5) × (c2) (48,81) × (1) + (48,84) × (c2) c2 = 0.14 cal/g°C O calor especifico do alumínio obtido nos cálculos assim como o do alumínio estão dispostos abaixo em comparação com os calores específicos encontrados na teoria: Amostra Massa do metal (g) Massa de água no copo (g) Temperatura do metal (°C) Temperatura da água no copo (°C) Temperatura de Equilíbrio (ºC) 1 80,59 80,58 97,0 25,8 38,0 2 80,59 80,59 97,0 25,8 38,1 Média 80,59 80,59 97,0 25,8 38,1 Tabela 7: Massas e temperaturas para corpos diferentes para o Alumínio. Metais Temperatura de equilíbrio experimental (ºC) Temperatura de equilíbrio teórica (ºC) Cobre 0,14 0,09 Alumínio 0,21 0,22 Tabela 8: Comparação entre calor específico experimental e Teórico 9 6 Comparando-se os calores específicos obtidos através dos dados experimentais e os obtidos teoricamente na literatura observa-se uma grande concordância entre os mesmos. Nos experimentos anteriores os corpos que trocaram calores entre si eram iguais e apresentavam o mesmo calor especifico. No presente experimento os corpos são diferentes, portanto seus calores específicos serão diferentes também. Em relação à água percebe-se que o calor de um metal é inferior, isso explica o fato do metal se aquecer mais rapidamente do que a mesma, pois a quantidade de energia necessária para aquecê-lo é menor. O metal também perde energia mais facilmente que a água, logo ele se resfria mais rapidamente, no experimento ele perde energia para a água até sua temperatura se igualarem (equilíbrio). 3.3. Entalpia de sublimação do gás carbônico (CO2) Abaixo estão dispostos em duas tabelas os dados obtidos nos experimentos 2.2.3 que foram usados para calcular a entalpia de sublimação do CO2: Amostra Massa da água no copo (g) Massa do gelo seco (CO2) (g) Temperatura inicial da água (°C) Temperatura final da água (°C) 1 100,29 5,55 25,0 18,0 2 100,02 5,76 25,0 18,0 Média 100,16 5,66 25,0 18,0 Tabela 9: Massas e temperaturas para cálculo da entalpia de sublimação do CO2. Tempo (min) 1º experimento (ºC) 2º experimento (ºC) 1 25,0 25,0 2 23,0 22,5 3 19,0 20,0 4 18,5 19,0 5 18,0 18,0 6 18,0 18,0 7 18,0 18,0 8 18,0 18,0 Tabela 10: Temperatura do sistema gelo seco e água (a cada minuto). Variação da temperatura ao longo do tempo 10 7 Decorrido o tempo de 5 minutos a sublimação se fez por completa, a partir daqui percebe-se que a temperatura permaneceu constante em 18ºC. Percebe-se que a mesma chegou ao seu fim quando a fumaça esbranquiçada assim como a agitação sentida ao toque no copo se cessam. Para a determinação da sublimação do gás carbônico (CO2) partiu-se da seguinte equação: q = m(água) × c(água) × ∆T(tf − ti) Onde q é o calor transferido em caloria (cal) durante o processo, m é a média das massas em gramas (g) de água no copo, c é o calor específico em caloria por gramas em célsius (cal/gº C) da água (1cal /gº C) e delta tf são as médias das temperaturas finais e ti são as médias das temperaturas inicias. Desta forma substituindo os valores da tabela 9 na equação acima: q = 100,15 × 1 × ∆T(18,0 − 25,0) q = −701,05 cal Sabendo-se o q pode-se usar a seguinte equação para o cálculo da sublimação do CO2: ∆ H = − q n Onde delta H é a sublimação do CO2 𝑞 é o calor transferido durante o processo e 𝑛 é o número de mols de 𝐶𝑂2 sublimado. Para se obter o n faz-se a seguinte relação estequiométrica a partir da equação estequiométrica abaixo: CO2(s) ➔ CO2(g) 1 mol de CO2 − 44,01 g CO2 n − 5,65 g de CO2 n = 0,13 mol de CO2 Substituindo na formula já citada anteriormente temos: ∆ H = − 701,05 0,13 ∆ H = 539,69 cal /mol 11 8 Pode-se obter a entalpia de sublimação em KJ/mol multiplicando-se -539,69 por 4,184 KJ obtendo-se assim 22,56 KJ/mol. Comparando-se o valor encontrado com o da literatura o valor está em concordância, pois se encontra na margem esperada que é de 22,40 a 29,60 KJ/mol (QUÍMICA NOVA, 1989). 4. CONCLUSÃO Após a realização do estudo da termodinâmica através dos experimentos propostos pode-se concluir que o aumento ou diminuição da temperatura influenciará. 5. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ATKINS, P. W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. VOGEL, A.I.; QuímicaAnalítica Qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo, 1981. http://educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/termodinamica.html http://www.soq.com.br/conteudos/em/termoquimica/p5.php http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/primeira-lei-termodinamica.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/calor-especifico.htm http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol12No4_376_v12_n4_(11).pdf 12 http://educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/termodinamica.html http://www.soq.com.br/conteudos/em/termoquimica/p5.php http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/primeira-lei-termodinamica.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/calor-especifico.htm http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol12No4_376_v12_n4_(11).pdf
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