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Exame Fisico Geral PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 7. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2013 BICKLEY, Lynn S. Bates, propedêutica médica. 12. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2018 1 recurso online ISBN 9788527733090. Avaliacao do estado geral E ́ uma avaliac ̧ão subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo paciente e interpretados de acordo com a experie ̂ncia de cada um. Em outras palavras, e ́ o que aparenta o paciente, visto em sua totalidade. Para descrever a impressa ̃o obtida, usa‐se a seguinte nomenclatura: estado geral bom; estado geral regular; estado geral ruim. Avaliacao do nivel de consciencia A percepção consciente do mundo exterior e de si mesmo caracteriza o estado de vigília, que é resultante da atividade de diversas a ́reas cerebrais coordenadas pelo sistema reticulotala ̂mico. Na verdade, entre o estado de vigi ́lia e o estado de coma grau IV, e ́ possível distinguir diversas fases intermediárias em uma graduac ̧ão cujo principal elemento indicativo e ́ o nível de consciência. Pode haver, inclusive, dificuldade para saber em qual ponto comec ̧a e em qual termina o estado de coma, ou seja, qual seria o limite entre a vigi ́lia e o comprometimento da conscie ̂ncia. Por isso, e ́ muito usada a designac ̧ão obnubilado quando o paciente apresenta apenas distu ́rbios de ideação e certa confusão mental. Para o exame do ni ́vel da consciência, deve‐se considerar os seguintes fatores: ■ Perceptividade: capacidade para responder a perguntas simples (p. ex., “Como vai?”) ou informar aspectos corriqueiros, como o nome de familiares ou seu enderec ̧o, fazer cálculos elementares ou atender a ordens do tipo: “Sente‐se na cama”, “Tire a camisa” ■Reatividade: capacidade de reagir a esti ́mulos inespecíficos, como, por exemplo, desviar os olhos e a cabeça para um ponto no qual e ́ provocado um barulho. A reatividade pode ser avaliada, tambe ́m, em relac ̧ão à dor ■Deglutic ̧ão: capacidade de levar alimentos a ̀ boca e degluti‐los ■ Reflexos: resposta a ̀s manobras de alguns reflexos tendinosos (p. ex., patelar), plantares, cutâneos, abdominais e pupilares. A partir desses dados, é possível caracterizar o estado de coma com base na seguinte graduac ̧a ̃o: lucidez, letargia, obnubilação, torpor e coma. Avaliacao do estado de hidratacao Um paciente estará normalmente hidratado quando a oferta de líquidos e eletro ́litos estiver de acordo com as necessidades do organismo e quando na ̃o houver perdas extras (diarreia, vo ̂mitos, febre, taquipneia, sudorese excessiva), sem reposição adequada. No estado de hidratac ̧ão normal, em pessoas de cor branca, a pele e ́ rósea com boa elasticidade e com leve grau de umidade, as mucosas são úmidas, não há alterac ̧ões oculares nem perda abrupta de peso. No caso de crianças, as fontanelas sa ̃o planas e normotensas, e o peso mante ́m curva ascendente. O estado geral e ́ bom, e a crianc ̧a se apresenta alegre e comunicativa, bem como sorri facilmente. Desidratac ̧ão, como o pro ́prio nome indica, e ́ a diminuição de água e eletro ́litos totais do organismo, caracterizando‐se pelos seguintes elementos: ■ Sede ■Diminuiça ̃o abrupta do peso ■Pele seca, com elasticidade e turgor diminui ́dos ■Mucosas secas ■Olhos afundados (enoftalmia) e hipoto ̂nicos ■Fontanelas deprimidas no caso de crianc ̧as ■Estado geral comprometido ■Excitaça ̃o psi ́quica ou abatimento A classificação de acordo com a intensidade baseia‐se na perda de peso. Facies E ́ o conjunto de dados exibidos na face do paciente. E ́ a resultante dos trac ̧os anato ̂micos mais a expressa ̃o fisionômica. Não apenas os elementos esta ́ticos, mas, e principalmente, a expressa ̃o do olhar, os movimentos das asas do nariz e a posic ̧ão da boca. Certas doenc ̧as imprimem na face trac ̧os característicos, e, algumas vezes, o diagno ́stico nasce da simples observação do rosto do paciente. Os principais tipos de fa ́cies são: ■Fácies hipocrática ■Fácies renal ■Fácies leonina ■Fácies parkinsoniana: ■Fácies mixedematosa ■Fácies acromegálica ■Fácies cushingoide ou de lua cheia: ■Fácies etílica ■Fácies esclerode ́rmica Temperatura A temperatura corporal e ́ verificada por meio do termo ̂metro clínico, que no Brasil é graduado em graus Celsius (°C). Os termo ̂metros clínicos registram temperaturas entre 35°C e 42°C. Os termo ̂metros eletrônicos te ̂m como limites 32°C e 43°C. A temperatura corporal pode apresentar variac ̧ões na dependência do local em que sera ́ procedida a sua mensurac ̧ão. Desse modo, ele pode ser: axilar, oral, retal, timpa ̂nico, arterial pulmonar, esofa ́gico, nasofaringiano e vesical. No Brasil, o local habitual e ́ o oco axilar. Para utilizac ̧a ̃o correta desse me ́todo é necessária a higiene da axila e do termômetro, evitando‐se a presença de umidade no local. O termo ̂metro deve ser conservado em a ́lcool absoluto ou álcool iodado. Febre ou pirexia consiste em elevação da temperatura corporal. (acima de 37,8°C) Sinais de sofrimento Apresenta sensação de opressão torácica, palidez, diaforese, respiração laboriosa, sibilos e/ou tosse? Apresenta sudorese, atitude de proteção em relação a uma área dolorosa, faz caretas ou existe postura anormal favorecendo um membro ou uma região do corpo? Apresenta expressões faciais de ansiedade, movimentos irrequietos, palmas das mãos frias e úmidas, face inexpressiva, desinteresse, não faz contato visual ou exibe lentidão psicomotora? Coloração da pele Inspecione alterações na coloração da pele, cicatrizes, placas ou nevos. Palidez, cianose, icterícia, erupções cutâneas, equimoses ou mosqueteamento nos membros devem ser pesquisadas. Vestuário Como o paciente está vestido? As roupas são apropriadas para a temperatura e para o clima? Está limpo e em condições apropriadas para o local? Pressão arterial É importante que os profissionais de saúde e os pacientes usem uma braçadeira adequada ao braço do indivíduo. As diretrizes aqui apresentadas são importantes para a seleção do tamanho correto da braçadeira: A largura da bexiga inflável da braçadeira deve ter, aproximadamente, 40% da circunferência do braço (cerca de 12 a 14 cm no adulto de porte médio) O comprimento da bexiga inflável deve ter cerca de 80% da circunferência do braço (quase o suficiente para envolver o braço) A braçadeira padrão tem 12 × 23 cm, apropriada para circunferências da parte média do braço de até 28 cm. 1.O paciente deve evitar tabagismo, consumo de cafeína ou praticar exercícios 30 minutos antes da aferição. 2.Assegure-se de que a sala de exame seja um local tranquilo e com temperatura agradável. 3.O paciente deve se sentar tranquilamente durante 5 min em uma cadeira com os pés apoiados no chão, em vez de colocá-los na mesa de exame. 4.Assegure-se de que o braço escolhido esteja desnudo. Esse braço não deve ter fístulas arteriovenosas para diálise, cicatrizes de dissecção de artéria braquial prévia nem sinais de linfedema consequente a dissecação de linfonodo axilar ou radioterapia. 5.Palpe a artéria braquial para confirmar que exista pulso viável e posicione o braço do paciente de modo que a artéria braquial, no sulco antecubital, encontre-se no mesmo nível do coração, aproximadamente ao nível do 4o espaço intercostal em sua junção com o esterno. 6.Se o(a) paciente estiver sentado(a), coloque o braço dele(a) sobre uma mesa um pouco acima da cintura; se estiver em pé, apoie o braço dele(a) no nível do meio do tórax. Posicione o esfigmomanômetro e o braço. Com o braço do paciente no nível do coração, coloque a bexiga inflável sobre a artéria braquial. A borda inferior da braçadeira deve estar, aproximadamente, 2,5 cm acima do sulco antecubital. Ajuste bem o esfigmomanômetro. Posicione o braço do paciente de modo que fique discretamente flexionado na altura do cotovelo. Estime a pressão sistólica e adicione 30 mmHg. Para decidir até quanto se deve elevar a pressão na braçadeira, primeiro faça uma estimativa da pressão sistólica por meio de palpação. Assim que palpar a artéria radial com os dedos de uma mão, insufle rapidamente a braçadeira até o pulso radial desaparecer. Verifique a pressão no manômetro e acrescente 30 mmHg. Usar esse valor para insuflações subsequentes evita o desconforto associado a pressões desnecessariamente elevadas na braçadeira. Isso também evita o erro ocasional causado pelo hiato auscultatório – um intervalo de silêncio que pode ocorrer entre as pressões sistólica e diastólica. Desinfle a braçadeira, de modo rápido e completamente; em seguida, espere de 15 a 30 segundos. Posicione a campânula do estetoscópio na artéria braquial. Agora, coloque a campânula do estetoscópio delicadamente sobre a artéria braquial, tomando o cuidado de formar um “selo de ar” com sua borda. Identifique a pressão arterial sistólica. Mais uma vez, insufle rapidamente o esfigmomanômetro até o nível- alvo e, depois, desinfle lentamente (cerca de 2 a 3 mmHg por segundo). Observe o nível tensional enquanto ausculta os sons de, pelo menos, dois batimentos consecutivos. Essa é a pressão sistólica. Identifique a pressão arterial diastólica. Continue a desinflar a braçadeira lentamente até os ruídos se tornarem abafados e desaparecerem. Para confirmar o ponto de desaparecimento, ausculte a pressão cair por outros 10 a 20 mmHg. A seguir, desinfle a braçadeira rapidamente até zero. O ponto de desaparecimento, que, habitualmente, é apenas alguns mmHg abaixo do ponto de abafamento dos ruídos, propicia a melhor estimativa da pressão diastólica verdadeira em adultos. Normal: Sistólica – <120; Diastólica - <80 Pré-hipertensão: 120-139; 80-89 Hipertensão: Estágio 1 - entre 18 e 60 anos; diabetes/doença renal: 140-159; 90-99 Estágio 1 - maiores de 60 anos: 150-159; 90-99 Estágio 2 - 160-179; 100-109 Estágio 3 - >180; >110 Frequência cardíaca e ritmos cardíacos Uma frequência cardíaca em repouso elevada é associada a maior risco de doença cardiovascular e mortalidade. Frequência cardíaca. O pulso radial é palpado comumente para a avaliação da frequência cardíaca. Comprima a artéria radial com as polpas dos seus dedos indicador e médio até detectar a pulsação máxima. Se o ritmo for regular e a frequência parecer normal, conte-a a durante 30 segundos e multiplique-a por dois. Se a frequência for incomumente rápida ou lenta, conte durante 60 segundos. A variação comum da normalidade é de 60-90-100 bpm. Ritmo. Comece pela palpação do pulso radial. Se houver alguma irregularidade, verifique o ritmo de novo auscultando o ápice cardíaco com o estetoscópio. Extrassístoles de baixa amplitude podem não ser transmitidas para os pulsos periféricos, levando a uma frequência cardíaca subestimada. O ritmo é regular ou irregular? Se irregular, tente identificar um padrão: (1) As extrassístoles aparecem em um ritmo basicamente regular? (2) A irregularidade varia de modo consistente com a respiração? (3) O ritmo é totalmente irregular? Frequência respiratória e ritmos respiratórios Observe a frequência, o ritmo, a profundidade e o esforço respiratórios. Conte o número de incursões respiratórias durante um minuto, seja por inspeção visual ou pela ausculta sutil com o estetoscópio pousado na traqueia. Normalmente, a frequência respiratória normal dos adultos é 20 incursões por minuto em um padrão regular e tranquilo. Um suspiro ocasional é normal. Verifique se a expiração é prolongada.
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