Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM UNIVERSIDADE SAVE Faculdade de Ciências Naturais e Exactas Notas de Aulas de Calculo Integral em Rn para o Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática Aula Teórica 5 Aula Teórica 5 Integrais triplas em coordenadas cilíndricas e esféricas Quando um cálculo em física, engenharia ou geometria envolve um cilindro, um cone ou uma esfera, podemos frequentemente simplificar nosso trabalho utilizando coordenadas cilíndricas ou esféricas. O procedimento para transformação dessas coordenadas e cálculo das integrais triplas resultantes é semelhante ao da transformação para polares no plano. Integração em Coordenadas Cilíndricas Obtemos coordenadas cilíndricas para o espaço combinando coordenadas polares no plano xy com o eixo z usual. Isso associa a cada ponto no espaço uma ou mais triplas coordenadas da forma , ,r z , conforme mostrado na Figura seguinte. DEFINIÇÃO As coordenadas cilíndricas representam um ponto P no espaço por triplas coordenadas , ,r z , nas quais r e são coordenadas polares para a projecção vertical de P no plano xy e z é a coordenada vertical rectangular. 2 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM Figura 9: Ilustração de Coordenadas Cilíndricas de um ponto no espaço são ,r e z . Os valores de , ,x y r e em coordenadas rectangulares e cilíndricas são relacionados pelas equações usuais. Equações relacionando coordenadas rectangulares (x, y, z) e cilíndricas ,r e z são: 2 2 2cos , , , y x r y rsen z z x y r e tg x = = = + = = A integral tripla de uma função ƒ sobre D é obtida tomando-se um limite de tais somas de Riemann com partições cujas normas se aproximam de zero: ( , , ) ( cos , , ) D D f x y z dV r rsen z dzrdrd = As integrais triplas em coordenadas cilíndricas são então avaliadas como integrais iteradas, como no exemplo a seguir. Exercício Encontre os limites de integração em coordenadas cilíndricas para a integração de uma função ( , , )f r z sobre a região D delimitada inferiormente pelo plano z = 0, lateralmente pelo cilindro circular 2 2( 1) 1x y+ − = e superiormente pelo paraboloide 2 2z x y= + . 2 2 2 2 2( 1) 1 2 1 1 2 0 2x y x y y r rsen r sen + − = + − + = − = = 2 2 2z x y z r= + = 3 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM Encontramos os limites de integração, começando com os limites de z. Uma recta M passando por um ponto típico r e em R paralela ao eixo z entra em D em 0z = e sai em 2 2 2z x y z r= + = . Em seguida, encontramos os limites de integração de r. Um raio L passando por ( ,r ) a partir da origem entra em R em r = 0 e sai em 2r sen= . Por fim, encontramos os limites de integração de . À medida que L varre R, o ângulo que ele forma com o eixo positivo x varia de 0 a = = . A integral é 22 0 0 0 ( , , ) ( , , ) sen r D f r z dV f r z dzrdrd = Figura 10: Ilustração Gráfica das Funções Indicadas Coordenadas esféricas e integração Coordenadas esféricas posicionam pontos no espaço com dois ângulos e uma distância, conforme demonstrado na Figura 11. A primeira coordenada, OP = , é a distância do ponto à origem. Diferentemente de r, a variável nunca é negativa. A segunda coordenada, , é o ângulo que OP forma com o eixo z positivo. É necessário que esteja no intervalo 0, . A terceira coordenada é o ângulo , como medido em coordenadas cilíndricas. 4 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM Figura 11: Gráfico que ilustra Coordenadas esféricas , , e sua relação com , ,x y z e . DEFINIÇÃO Coordenadas esféricas representam um ponto P no espaço por triplas ordenadas ( , , ) , nas quais: 1. é a distância entre P e a origem. 2. é o ângulo que OP forma com o eixo z positivo 0 . 3. é o ângulo das coordenadas cilíndricas 0 2 . A equação a = descreve a esfera de raio a centrado na origem. A equação 0 = descreve um cone simples cujo vértice está na origem e cujo eixo está ao longo do eixo z. (Ampliamos nossa interpretação para incluir o plano xy como o cone 2 = Se é maior que 2 o cone 0 = tem sua abertura para baixo. A equação 0 = descreve o semiplano que contém o eixo z e forma um ângulo 0 com o eixo x positivo. Figura 12: Equações de coordenadas constantes em coordenadas esféricas 5 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM resultam em esferas, cones simples e semiplanos Equações relacionando coordenadas esféricas a coordenadas cartesianas e coordenadas cilíndricas ; cos cos cos ; r sen x r sen z y rsen sen sen = = = = = = 2 2 2 2 2x y z r z = + + = + Exercício Encontre uma equação em coordenadas esféricas para a esfera 2 2 2( 1) 1x y z+ + − = . Resolução Utilizamos as Equações anteriores para substituir x, y e z: 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ( 1) 1 cos ( cos 1) 1 2 cos 2cos x y z sen sen sen + + − = + + − = = = O ângulo varia entre 0 no polo norte da esfera e 2 no polo sul; o ângulo não aparece na expressão para , reflectindo a simetria em relação ao eixo z. Figura seguinte. Exercício Encontre uma equação em coordenadas esféricas para o cone 2 2z x y= + 6 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM Resolução: Utilize a geometria. O cone é simétrico em relação ao eixo z e corta o primeiro quadrante do plano yz ao longo da recta z = y. O ângulo entre o cone e o eixo z positivo é, portanto, 4 radianos. O cone consiste nos pontos cujas coordenadas esféricas têm igual a 4 , portanto sua equação é 4 = . Utilize a álgebra. Se utilizarmos as Equações 1 para substituir x, y e z, obtemos o mesmo resultado: 2 2z x y= + 2 2cos cos 4 sen sen = = = As coordenadas esféricas são úteis para descrever esferas centradas na origem, semiplanos com fronteira no eixo z e cones cujos vértices estão na origem e cujos eixos estão ao longo do eixo z. Superfícies como essas têm equações de valor de coordenada constante: 4; , 4, . ; , , . 3 3 ; , , , . 3 3 esfera raio centro na origem cone abrindo se da origem formando um angulo radianos com o eixo z positivo semiplano com fronteira ao longo do eixo z formando um angulo radianos com o eixo x positivo = = − = Cálculo de integrais triplas sobre uma região D em coordenadas esféricas 2 2 ( , , ) ( cos , , cos ) D D f x y z dV f sen sen sen sen d d d dV sen d d d = = 7 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologiade Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM Para calcular integrais em coordenadas esféricas, geralmente integramos primeiro com relação a . O procedimento para encontrar os limites de integração é mostrado a seguir. Limitamos nossa atenção à integração sobre domínios que são sólidos de revolução sobre o eixo z (ou porções destes) e para os quais os limites para e são constantes. Para calcular ( , , ) D f dV Sobre uma região D no espaço em coordenadas esféricas, integrando primeiro com relação a , em seguida com relação a e por fim com relação a , siga os seguintes passos: 1. Um esboço. Esboce a região D juntamente com sua projecção R no plano xy. Identifique as superfícies que delimitam D. 2. Encontre os limites de integração de . Desenhe uma recta M a partir da origem passando por D e formando um ângulo com o eixo z positivo. Desenhe também a projecção de M no plano xy (chame a projecção de L). O raio L forma um ângulo com o eixo x. À medida que cresce, M entra em D em 1( , )g = e sai em 2 ( , )g = . Esses são os limites de integração de . 8 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM 3. Encontre os limites de integração de . Para qualquer dado , o ângulo que M forma com o eixo z vai de min maxa Esses são os limites de integração de . 4. Encontre os limites de integração de . O raio L varre R à medida que varia de a a b. Esses são os limites de integração de . A integral é 1 min 1 ( , ) 2 ( , ) ( , , ) ( , , ) Max g D g f dV f d sen d d = == = = = = Exercícios Encontre o volume da “casquinha de sorvete” D cortada da esfera sólida 1 pelo cone 3 = . Resolução: O volume é 2( , , ) D V f sen d d d = , a integral de ( , , ) 1f = sobre D. Para encontrar os limites de integração para calcular a integral, primeiro esboçamos D e sua projecção R no plano xy (Figura seguinte). 9 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM Limites de integração de . Desenhamos um raio M a partir da origem passando por D e formando um ângulo com o eixo positivo z. Também desenhamos L, a projecção de M no plano xy, juntamente com o ângulo que L forma com o eixo x positivo. O raio M entra em D em = 0 e sai em = 1. Limites de integração de . O cone 3 = forma um ângulo de 3 com o eixo z positivo. Para qualquer dado , o ângulo pode variar entre 0 = e 3 = . Limites de integração de . O raio L varre R à medida que varia entre 0 2e . O volume é 2 13 2 2 0 0 0 2 2 23 33 3 1 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 ( , , ) 1 1 [ ] [ ] [cos ] 3 3 3 3 1 1 1 ( ) (2 ) 6 3 6 3 D V f sen d d d sen d d d sen d d sen d d d d = = = = = = − = = − + = = Aula Pratica 5 1. Calcule as integrais seguintes dadas em coordenadas cilíndricas: 2 2 2 2 1 2 2 3 242 0 0 0 0 0 1 1 2 1 22 2 2 2 2 2 10 0 0 0 0 2 ) ) ) 3 ) ( ) r r r r a dzrdrd b dzrdrd c dzrdrd b r sen z dzrdrd − + − − + Mudando a ordem de integração em coordenadas cilíndricas As integrais que vimos até agora sugerem que existem ordens preferenciais de integração para coordenadas cilíndricas, mas outras ordens em geral funcionam bem e são ocasionalmente mais fáceis de calcular. 1. Calcule as integrais seguintes: 2 3 1 23 2 3 2 2 0 0 0 0 0 0 ) ) ( cos ) z z a r drdzd b r z rd drdz + 10 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM 2. Seja D a região delimitada abaixo pelo plano z = 0, acima pela esfera 2 2 2 4x y z+ + = e dos lados pelo cilindro 2 2 1x y+ = . Monte as integrais triplas em coordenadas cilíndricas que fornecem o volume de D, utilizando as seguintes ordens de integração. ) ) )a dzdrd b drdzd c d dzdr 3. Seja D a região delimitada abaixo pelo cone 2 2z x y= + e acima pelo parabolóide z 2 22z x y= − − . Monte as integrais: ) ) )a dzdrd b drdzd c d dzdr 4. Converta a integral seguinte em uma integral equivalente em coordenadas cilíndricas e calcule o resultado. 211 2 2 1 0 0 ( ) y x x y dzdxdy − − + 5. Monte a integral iterada para calcular ( , , ) D f r z dzrdrd sobre a região D dada., onde: a) D é o cilindro circular reto cuja base é a circunferência 2r sen= no plano xy e cujo topo está no plano z = 4 – y b) D é o cilindro circular reto cuja base é a circunferência 3cosr = e cujo topo está no plano z = 5 – x. 11 Docente: Alberto Filimão Sitoe, Doutorando da UEM do Curso de Ciências e Tecnologia de Energia, Mestrado em Educacão/Ensino de Física pela UP e Licenciado em Oceanografia pela UEM c) D é o cilindro circular recto sólido cuja base é a região no plano xy que está dentro da cardioide 1 cosr = + e fora da circunferência r = 1 e cujo topo está no plano z = 4. Chongoene, 18 de Fevereiro de 2021
Compartilhar