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Alice Bastos HIV e gestação Consequências O HIV não provoca malformações embriofetais; O bebê pode adquirir a infecção de prognóstico desfavorável, que, apesar dos avanços terapêuticos, ainda não tem cura; Entre as crianças infectadas, metade morre até os 2 anos de vida na ausência de tratamento adequado. Transmissão vertical É a transmissão de uma infecção ou doença a partir da mãe para o seu feto; Modos de transmissão vertical A transmissão vertical do HIV pode ocorrer em três períodos: Intrauterino; No nascimento (intraparto); Durante a amamentação natural (pós-parto). O HIV é transmitido pelo transporte celular transplacentário por meio de: Uma infecção progressiva dos trofoblastos da placenta até que o vírus atinja a circulação; Rupturas na barreira placentária seguidas de microtransfusões da mãe para o feto; 1° e 2° trimestre: praticamente não existe transmissão; 3° trimestre: maior ocorrência de transmissão; A integridade vascular da placenta é significativamente reduzida e a maior parte das infecções parecem ocorrer semanas antes do parto. É a principal forma de transmissão vertical; Ocorre em razão da exposição da mucosa do recém- nascido ao sangue materno e outras secreções infectadas durante a passagem do bebê pelo canal de parto. Ç Os primeiros dias de vida são mais suscetíveis à transmissão vertical; Ausência de suco gástrico, capaz de inativar o vírus; Ingestão de macrófagos infectados pelo HIV presentes no colostro materno. Fatores que aumentam o risco de transmissão Carga viral elevada (fator de risco mais importante); Ausência de tratamento com terapia antirretroviral; É um dos fatores mais importantes no controle da transmissão perinatal, pois, seu uso diminui a carga viral; Vaginose; Ocorrerá a redução do Lactobacillus crispatus, principal lactobacilo da flora vaginal normal; Sífilis; Causa a inflamação da placenta, facilitando a passagem do HIV para o feto; Uso de drogas ilícitas; Ocasiona a imunodepressão materna (com consequente aumento da carga viral) e a imunodepressão fetal, que aumentam a suscetibilidade à infecção; Relações sexuais sem preservativo. Amniorrexe (rompimento das membranas ovulares e amnióticas durante o trabalho de parto) há mais de 4 horas; Procedimentos obstétricos invasivos; Ao se passar a agulha através dos tecidos maternos, por exemplo, ocorre a contaminação desse instrumento, crescendo os riscos de infecção fetal; Trabalho de parto prolongado; Parto vaginal operatório. Alice Bastos Prematuridade; RNs pré-termo apresentam um sistema imunológico imaturo; Baixo peso do recém-nascido. Amamentação natural. Triagem sorológica e diagnóstico O rastreamento deve ser realizado em duas etapas: Teste de rastreamento: testes de imunoensaio (Elisa) com alta sensibilidade; Teste confirmatório: testes específicos que detectam antígenos virais (Western blot, Imuno blot) e/ou testes moleculares que quantificam a carga viral; Pacientes com teste de rastreamento negativo: consideradas não infectadas, devem colher novo teste no último trimestre; Teste rápido de HIV: utilizado quando a gestante não coletou sorologia para HIV durante o pré-natal, quando não se tem acesso ao resultado do exame ou quando a paciente está sob o risco de exposição constante e não repetiu a sorologia ao fim da gestação. Prevenção Estratégias pré-natais Ç A identificação das gestantes permite o atendimento pré- natal diferenciado e a adoção de uma série de medidas que resultam em benefícios maternos e perinatais. Ç Terapia antirretroviral: é uma combinação de fármacos antirretrovirais que agem em diferentes pontos da replicação viral; Principais objetivos do ARV são: inibir a replicação viral, evitar o aparecimento de resistência, retardar a progressão da doença e a imunodeficiência. Ç Promove o retorno da normalidade biológica no meio vaginal; A presença de outras infecções associa-se ao aumento da carga viral do HIV. Ç São contraindicados durante o pré-natal e o parto, sob o risco de transmissão vertical do vírus; OBS.: Se houver necessidade da realização de algum procedimento, o ARV deve ser administrado antes. Ç Fumo e drogas ilícitas devem ser evitados; Preservativo deve ser utilizado em todas as relações sexuais, para evitar exposição repetitiva ao vírus. Estratégias ligadas ao parto O parto cesáreo reduz a transmissão vertical; Reduz a exposição do neonato às secreções vaginais; Se realizado antes do início de trabalho de parto, reduz também a exposição ao sangue materno. Deve ser utilizado em todos os casos em que a carga viral da gestante se mostre detectável após 34 semanas ou seja desconhecida. Devem ser evitadas, uma vez que aumentam o risco de transmissão vertical do HIV. Estratégias pós-natais O aleitamento materno natural deve ser contraindicado, pois pode ocorrer a persistência do HIV no leite materno, mesmo após a instituição dos antirretrovirais.
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