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ANÁLISE DE NEGÓCIOS HARVARD – A REVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA MÉDICA LIDERADA PELO EMPREGADOR Referência: MCDONALD, Patricia A. MECKLENBURG, Robert S. MARTIN, Lindsay A. Análise de Negócios Harvard – A Revolução da Assistência Médica Liderada pelo Empregador, agosto/2015. Disponível em: file:///C:/Users/engal/Downloads/TrabalhosSuplementos_estudo%20de%20Cas o%20GESTA&%23771%3BO%20DA%20ATUA&%23769%3BRIA%20EM%20SAU &%23769%3BDE%20(1).pdf. Acesso em: 19, fevereiro, 2021. A área de gestão dos serviços de saúde é bastante complexa, porém possibilita uma experiência muito interessante pois um dos maiores desafios na prestação dos serviços é que ela só acontece de modo adequado quando há profundo interesse pelas pessoas. Durante a prestação de um serviço há fluxos no setor da saúde que frequentemente fazem o cliente percorrer uma verdadeira via crucis para obter a resolução de seus problemas. O artigo “A Revolução da Assistência Médica Liderada pelo Empregador”, relata a iniciativa da empresa Intel na busca de abordagens que pudessem diminuir os custos com a assistência médica, porém ainda assim ofertar assistência de qualidade e resolutividade nos tratamentos. Inicialmente a Intel investiu em estratégias para melhorar o acesso. Abriu mais clínicas de tratamento nas unidades, com o objetivo de promover o bem estar e incentivar hábitos de vida saudáveis como a prática de ginástica, realização de exames de saúde anuais opcionais, orientadores de saúde e aulas de ginástica grátis no local. Essas são iniciativas que várias operadoras de saúde no Brasil, tem buscado aprender com o sistema público de saúde pois perceberam o quanto a medicina preventiva e o cuidado centrado no paciente é essencial na gestão dos custos. Porém nenhuma dessas ações, realizadas pela Intel, reduziam o constante aumento do custo da assistência médica que os funcionários e familiares estavam recebendo. A empresa queria encontrar uma estratégia eficiente para resolução dos problemas com menor custo para todos os entes envolvidos, para que não necessitasse aumentar file:///C:/Users/engal/Downloads/TrabalhosSuplementos_estudo%20de%20Caso%20GESTA&%23771;O%20DA%20ATUA&%23769;RIA%20EM%20SAU&%23769;DE%20(1).pdf file:///C:/Users/engal/Downloads/TrabalhosSuplementos_estudo%20de%20Caso%20GESTA&%23771;O%20DA%20ATUA&%23769;RIA%20EM%20SAU&%23769;DE%20(1).pdf file:///C:/Users/engal/Downloads/TrabalhosSuplementos_estudo%20de%20Caso%20GESTA&%23771;O%20DA%20ATUA&%23769;RIA%20EM%20SAU&%23769;DE%20(1).pdf seu gasto e repassar esse custo para a base: seus funcionários; pois isso dificultaria a atração e retenção de novos talentos. Visão bastante interessante da empresa, preocupada com seus colaboradores e entendendo o quanto este seria um diferencial para não ter rotatividade de bons profissionais. Então, a Intel usou seu poder no mercado para unificar forças com outros empregadores, planos de saúde e seguradoras com o objetivo de melhorar a qualidade, eliminar desperdícios e reduzir custos em ambos os lados clínicos e administrativos das empresas locais de assistência médica. Essa foi uma iniciativa muito articulada da empresa, deixando de lado a competitividade, compartilhando conhecimentos e dados a fim de chegar a um denominador comum: colocar as necessidades de seus clientes - pacientes – no centro de tudo o que faziam. A Intel se uniu a um sistema de saúde situado em Seatle, o Virginia Mason Medical Center, pois este empregava uma versão do famoso Sistema Toyota de Produção, para fazer seus processos “lean” – livres de atividades que não agregavam valor e causavam atrasos ou espera no atendimento dos pacientes. Investir em estratégias como essa fazem toda a diferença na busca pela gestão de qualidade e no efetivo gerenciamento de recursos. Após várias pesquisas, estudos e treinamentos, o modelo de Colaboração do Mercado de Assistência (HMC), fora efetivado. Cinco anos após traçado esses objetivos, de otimizar custos com maior qualidade; novos processos clínicos foram implantados para o tratamento de seis problemas médicos e para o diagnóstico de pacientes de estado de imunização e doenças como diabetes e pressão alta. Doenças que podem ser manejadas com recursos básicos e acompanhamento contínuo. Também foi enfatizado o atendimento com base em evidências - decisões clínicas baseadas em pesquisas validadas, eliminando atendimentos desnecessários e permitindo o acesso dos pacientes ao atendimento e retorno ao trabalho mais rápido. Essas ações resultaram em altos níveis de satisfação e reduziram mais de dez mil horas perdidas em processos administrativos. Para manter o nível de qualidade todos os fornecedores de equipamentos eram rigorosamente administrados e avaliados, sendo realizado o monitoramento da segurança, qualidade e custos. Somente ainda não havia o monitoramento dos fornecedores de assistência médica pois para isso faltava alguém com conhecimento de área. Foi então que a Intel criou uma colaboração de assistência médica na Portland metropolitana, elegendo um RH, um responsável por manufatura e um conselheiro chave que anteriormente era chefe de medicina da Virginia Mason resolvendo assim o empasse de monitoramento da assistência. Envolver no processo de gestão profissionais que tenham conhecimento técnico é primordial para manter a qualidade do serviço prestado. Para envolver cada vez mais entidades nessa estratégia, a Intel convidou a Cigna, Providence Health & Services, um sistema de saúde multi-estadual; e Tuality Heathcare para se juntarem à colaboração. Cada organização trouxe conhecimentos, habilidades e experiências que faltavam às outras e informações que sistemas de saúde convencionais raramente compartilhavam. Essa troca de experiências ajudou a criar uma parceria forte para superar desafios em relação as prioridades. Os empregadores contribuíram com sua profunda experiência na engenharia de sistemas, metodologias de melhorias e gestão de fornecedores. Os provedores demonstraram como os processos lean, padrão para a assistência médica, podiam ser criados e aplicados em uma variedade de setores. As seguradoras e administradoras tiveram um papel mais limitado, porém muito importante, fornecendo informações de reivindicações essenciais para identificar as questões que deveriam ser priorizadas para a melhoria e monitoramento do progresso e o Líder médico – conselheiro ativo, colaborando com seu conhecimento técnico e científico guiando a iniciativa. Diferentes áreas, diferentes instituições, compartilhando informações importantes entre si é uma grande inovação, todos unidos pelo mesmo objetivo. Afinal, no resultado final todos seriam recompensados com a redução de custos e satisfação de seus clientes/colaboradores. Uma iniciativa como essa, liderada pela Intel, deve ser tratada como um empreendimento sério e não como apenas uma atividade comum, pois para a efetivação destes planos foi necessário investir tempo e recursos de pessoal significantes, para que pudesse se estabelecer um ritmo de operação saudável e eficaz. A trajetória de empregadores, planos de saúde e administradoras é a de garantir para si mesmo as melhores negociações, resultando em um sistema falho e que raramente trabalha em conjunto. Para que esse paradigma fosse quebrado os membros da HMC concordaram em focar em um objetivo que seria do interesse de todos, incluindo pacientes: dar o atendimento certo, no lugar certo, na hora certa e pelo custo certo para os funcionários e familiares de todas em instituições envolvidas. As instituições tinham o grande desafio de ter que eliminar desperdícios, atingir zero erros, quando possível focar em manter as pessoas bem para reduzir a necessidade de atendimento reativo. A Intel usou quatro critérios para estabelecer as prioridades para vencer esses desafios: Avaliar as despesas e impacto nos pacientes; o nível de complicaçãoe risco; a facilidade na padronização e os benefícios aos sistemas de saúde pois todos os acionistas precisavam ser beneficiados a partir da implementação do fluxo de valor. Estabeleceu então grandes objetivos para a chegada no resultado final: Atendimento melhor – uma média da qualidade médica e satisfação dos pacientes; Atendimento mais rápido – acesso no mesmo dia ao atendimento e retorno a suas rotinas diárias o mais breve possível; Atendimento mais acessível - comparando custos, taxas de recuperação e taxas pagas a provedores. Esse planejamento e estratégias da Intel teve como resultado uma transformação da assistência médica, na garantia de uma qualidade melhor na saúde, na melhoria das experiências com a assistência médica e na redução de custos para as empresas. Através da prática de trocas de experiências, de trocas de informações e todos os esforços realizados foi possível perceber que várias instituições podem transcender a cultura da concorrência em busca de um objetivo muito maior, o de cooperar para o desenvolvimento de novos modelos de negócio que apresentem melhores resultados de saúde para todos os indivíduos, por um custo menor e mais acessível para todos. De fato, essa iniciativa foi muito importante, por não ter sido regulada apenas por leis econômicas de mercado, pois para se obter qualidade e efetivar custos, inúmeras outras variáveis devem estar presentes na assistência à saúde. A busca pela excelência dos serviços e resolutividade das ações deve ser constante. Conclui-se que é importante que as organizações de serviço de saúde tenham uma visão econômica e de gerenciamento de custos, porém esta deve sempre estar alinhada aos aspectos morais de reputação e relacionamento com seus clientes adotando boas práticas de governança corporativa e unindo forças com outras instituições para desenvolver novas ideias que venham a facilitar e melhorar os indicadores de saúde de toda a população.