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BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 1 Todas os exercícios da apostila que tiverem essa câmera , estão gravados em vídeo para você. Nossos professores resolveram as questões, comentando cada detalhe para te ajudar na hora de estudar. Muitas questões trazem dicas preciosas. Não deixe de assistir aos vídeos dentro da plataforma on-line do Perspectiva e bons estudos! Ecologia CARAMUJO-GIGANTE-AFRICANO: TRANSMISSOR DE DOENÇAS “O caramujo-gigante-africano, Achatina fulica, é um molusco oriundo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol- gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante- africano ou rainha-da-África. Esse animal pode pesar 200 gramas, e medir cerca de 10 centímetros de comprimento e 20 de altura. Sua concha é escura, com manchas claras, alongada e cônica. Além disso, sua borda é cortante. Foi introduzido ilegalmente em nosso país na década de 80, no Paraná, com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a destes animais. Levado para outras regiões do Brasil, tal espécie acabou não sendo bem-aceita entre os consumidores, e também proibida pelo IBAMA, fazendo com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus representantes na natureza, sem tomar as devidas providências. Sem predadores naturais, tal fator, aliado à resistência e excelente capacidade de procriação desse animal, permitiram com que esse caramujo se adaptasse bem a diversos ambientes, sendo hoje encontrado em 23 estados. Só para se ter uma ideia, em um único ano, o mesmo indivíduo é capaz de dar origem a aproximadamente 300 crias. Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se de outros caramujos; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias. Felizmente, não foram registrados casos em que essa doença, em nosso país, tenha sido transmitida pelo caramujo-gigante. São elas: - Angiostrongylus costaricensis: responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite; - Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal. Tanto uma quanto outra ocorrem pela ingestão do parasita, seja pelo manuseio dos caramujos, ou ingestão destes animais sem prévio cozimento, ou de alimentos contaminados por seu muco, como hortaliças e verduras. Assim, é importante o uso de luvas ou sacolas de plástico ao manipular os caramujos, cozer antes se comer a sua carne, e desinfeccionar itens alimentares, lavando-os e deixando-os de molho de quinze minutos a meia hora, em aproximadamente uma colher de água sanitária para um litro de água. Quanto ao controle desse molusco, indica-se a catação manual dos indivíduos e de seus ovos, colocando-os em dois sacos plásticos, com a posterior quebra de suas conchas antes de eliminá-los. Isso porque tais estruturas podem acumular água, sendo um criadouro em potencial para os ovos do Aedes aegypti. Depois, recomenda-se a aplicação de cal virgem sobre os caramujos quebrados, e o posterior enterramento, em local longe de lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos.” (Retirado em: http://brasilescola.uol.com.br/doencas/caramujo-transmissor- doencas.htm em 14/02/2017) Definição Área da biologia que estuda a relação entre os seres vivos (alelobiose) e entre os seres vivos e o ambiente (ecobiose) Conceitos Básicos A. Espécie ▪ Definição biológica: Seres intercruzantes com descendência fértil. ▪ Definição ecológica: Seres que ocupam os mesmos nichos ecológicos em determinado ecossistema. ▪ Definição genética: Indivíduos que compartilham um grande pool gênico. B. População ▪ Conjunto de seres de uma mesma espécie que vivem em uma determinada região. C. Comunidade ▪ Conjunto de seres de espécies diferentes que habitam uma mesma região. ▪ No nível de comunidade começamos a observar as relações entre os seres (alelobiose) D. Ecossistema ▪ Conjunto de fatores bióticos ou biocenose (fatores biológicos) e abióticos (fatores físicos e químicos) que atuam sobre uma determinada área. ▪ O ecossistema constitui uma conceito não dimensional e sim relacional, pois tanto uma poça d’agua como uma floresta dependendo dos critérios podem ser enquadrados como ecossistema. E. Bioma ▪ Unidade biológica ou espaço geográfico cujas características específicas são definidas pelo macroclima, a fitofisionomia, o solo e a altitude, dentre outros critérios. F. Ecótone ▪ Região limítrofe entre dois ecossistemas, sendo os locais onde é possível encontrar a maior diversidade, apesar da baixa biomassa. G. Hábitat ▪ São os locais onde o indivíduo se encontra melhor adaptado, sendo o lugar que reúne as melhores condições para a sobrevivência do individuo. H. Biosfera ▪ Conjunto de todos os ecossistemas, sendo composto por todos os locais do planeta onde é possível encontrar vida. ▪ Se encontra na interseção entre litosfera, hidrosfera e atmosfera. BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 2 I. Nicho ecológico ▪ Conjunto de todas as funções desempenhadas por um indivíduo em um ecossistema ▪ O nicho ecológico é um conceito multidimensional visto que leva em consideração todas as condições que limitam o indivíduo nas suas funções em um ecossistema ▪ Dentro de um ecossistema grandes sobreposições de Nicho indivíduos de espécies diferentes tendem a gerar forte competição, levando uma das espécies a extinção local. (teoria de exclusão de Gause) OBS: O nicho ecológico pode ser dividido em nicho fundamental (potencialidade total da espécie) e nicho realizado ou efetivo (nichos efetivamente ocupados como resultado das relações locais estabelecidas) Dinâmica Populacional Área que estuda os fatores que envolvem o aumento ou queda no número de indivíduos de uma espécie. A análise da dinâmica populacional leva em consideração a densidade populacional que é calculada pelo número de indivíduos que ocupam determinada área. Essa densidade pode ser alterada pelas seguintes taxas: ▪ Taxa de mortalidade ▪ Taxa de Natalidade ▪ Taxa de Imigração ▪ Taxa de emigração Em razão dessas taxas a densidade pode aumentar ou diminuir de acordo com os seguintes critérios: N + I > M + E → Aumenta a densidade N + I < M + E → Reduz a densidade N + I = M + E → Densidade estável A taxa de crescimento também constitui um dado importante na dinâmica populacional e pode ser analisado de duas formas ▪ taxa de crescimento absoluto = (Nf - Ni) / t ▪ taxa de crescimento relativo = [(Nf - Ni) / Ni] / t Onde: Ni = número de indivíduos no início do período considerado. Nf = número de indivíduos no final do período considerado. t = duração do período considerado. Quando estudamos a densidade populacional, é possível determinar a ação das pressões evolutivas sobre o crescimento de uma espécie. A partir dessa análise é possível compararmos o crescimento potencial de uma espécie [na ausência de fatores limitantes] e o crescimento real [limitado pela capacidade de suporte do meio (K)]. DINÂMICA DAS POPULAÇÕES A. População Qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma Comunidade Biótica. Propriedades Inerentes à População Densidade Natalidade Mortalidade Distribuição etária Potencial biótico Taxa de dispersão Taxa de natalidade É a descrição do número de nascimentos ocorridos em um ano. Taxa de mortalidade É a descrição do número de mortes ocorridas em um ano. Taxa de imigração É o numero de indivíduos que ingressam em uma população por unidade de tempo. Taxa de emigração É o número de indivíduos que saem de uma população por unidade de tempo. É válidolembrar que como fator crescimento temos: natalidade (N) e a imigração (I), e como fator decrescente temos: a mortalidade (M) e a emigração (E). Assim temos: ▪ População em desenvolvimento: N + I > M + E ▪ População em repouso: N + I = M + E ▪ População em decadência: N + I < M + E BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 3 B. As Oscilações Populacionais Uma população está em constante mudança. Embora pareça que um ecossistema não mudou, as propriedades relativas às suas populações, como densidade, natalidade, estrutura etária e outras, flutuam constantemente, em consequência do ajuste destas às estações, forças físicas e umas às outras. C. O tamanho de uma população pode ser avaliada pela sua densidade A densidade populacional pode sofrer alterações. Mantendo-se fixa a área de distribuição, a população pode aumentar devido a nascimentos e imigrações. A diminuição da densidade pode ocorrer como consequência de mortes ou de emigrações. D. Curvas de crescimento A curva S é a de crescimento populacional padrão, a esperada para a maioria das populações existentes na natureza. Ela é caracterizada por uma fase inicial de crescimento lento, em que ocorre o ajuste dos organismos ao meio de vida. A seguir, ocorre um rápido crescimento, do tipo exponencial, que culmina com uma fase de estabilização, na qual a população não mais apresenta crescimento. Pequenas oscilações em torno de um valor numérico máximo acontecem, e a população, então permanece em estado de equilíbrio. Observe o gráfico abaixo para entender melhor: ▪ Fase A: crescimento lento, fase de adaptação da população ao ambiente, também chamada de fase lag. ▪ Fase B: crescimento acelerado ou exponencial, também chamada de fase log. ▪ Fase C: a população está sujeita aos limites impostos pelo ambiente, a resistência ambiental é maior sobre a população. ▪ Fase D: estabilização do tamanho populacional, onde ocorre oscilações do tamanho populacional em torno de uma média. ▪ Fase E: é a curva teórica de crescimento populacional sem a interferência dos fatores de resistência ambiental. A curva J é típica de populações de algas, por exemplo, na qual há um crescimento explosivo, geométrico, em função do aumento das disponibilidades de nutrientes do meio. Esse crescimento explosivo é seguido de queda brusca do número de indivíduos, pois, em decorrência do esgotamento dos recursos do meio, a taxa de mortalidade é alta, podendo, inclusive, acarretar a extinção da população do local. E. Fatores que regulam o crescimento populacional A fase geométrica do crescimento tende a ser ilimitada em função do potencial biótico da espécie, ou seja, da capacidade que possuem os indivíduos de se reproduzir e gerar descendentes em quantidade ilimitada. Há porém, barreiras naturais a esse crescimento sem fim. A disponibilidade de espaço e alimentos, o clima e a existência de predatismo e parasitismo e competição são fatores de resistência ambiental (ou, do meio que regulam o crescimento populacional. O tamanho populacional acaba atingindo um valor numérico máximo permitido pelo ambiente, a chamada capacidade limite, também denominada capacidade de carga. A curva (a) representa o potencial biótico da espécie; a curva (b) representa o crescimento populacional padrão; (c) é a capacidade limite do meio. A área entre (a) e (b) representa a resistência ambiental. Relações Alimentares A. Estrutura trófica A estrutura e a dinâmica de uma comunidade também dependem das relações alimentares entre organismos – a estrutura trófica da comunidade. A transferência de energia do alimento aos níveis tróficos superiores a partir da sua fonte nas plantas e outros autótrofos (produtores primários), passando pelos herbívoros (consumidores primários) e os carnívoros (consumidores secundários, terciários e quaternários), e finalmente aos decompositores é chamada de cadeia alimentar. B. Níveis tróficos Produtores: Organismos produtores são aqueles que, através de moléculas inorgânicas, são capazes de sintetizar seu próprio alimento (chamados autótrofos). Os autótrofos, na maioria, são organismos fotossintetizantes que utilizam a energia luminosa para sintetizar açúcares e outros compostos orgânicos, que eles empregam como combustível para matéria-prima para o crescimento. Os autótrofos mais comuns são as plantas, as algas e os procariotos fotossintetizantes, embora os procariotos quimiossintetizantes sejam os produtores primários em ecossistemas como os respiradouros hidrotermais nas profundezas oceânicas ou lugares profundos abaixo do solo ou do gelo. https://www.infoescola.com/biologia/seres-autotrofos/ BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 4 Consumidores: seres vivos que se alimentam de outros seres vivos para conseguirem a energia e os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Organismos consumidores são, portanto, heterotróficos. Os herbívoros, que consomem plantas e outros produtores primários, são os consumidores primários. Os carnívoros que se alimentam de herbívoros são consumidores secundários e os carnívoros que comem outros carnívoros são consumidores terciários e assim sucessivamente. Decompositores: desempenham um papel crucial na ciclagem de elementos químicos para os produtores primários. Eles convertem matéria orgânica de todos os níveis tróficos em compostos inorgânicos utilizáveis pelos produtores primários, fechando o círculo de ciclagem química de um ecossistema. Os produtores reciclam esses elementos em compostos orgânicos. Se a decomposição parasse, a vida cessaria à medida que os detritos fossem acumulados e a reserva de ingredientes necessários à síntese de matéria orgânica fosse esgotada. São exemplos de organismos decompositores os fungos e as bactérias. Cadeia alimentar: Linear. Cada ser vivo ocupa somente um nível trófico. O sentido da seta indica o sentido do fluxo de energia e matéria orgânica, ou seja, do animal que é consumido em direção a quem o consumiu. Teia Alimentar: Não é linear. Um organismo pode ser alimento para mais de um outro ser vivo. Isso faz com que um mesmo indivíduo possa ocupar mais de um nível trófico. C. Dinâmica entre Energia e Matéria A energia entra, flui através do ecossistema e sai dele; os nutrientes químicos apresentam ciclagem, principalmente dentro do ecossistema. Neste esquema generalizado, a energia (setas alaranjadas) entra pela radiação solar, move-se com a transferência de energia química ao longo da cadeia alimentar e sai para o espaço como calor irradiado. A maioria das transferências de nutrientes (setas azuis) pelos níveis tróficos resulta por fim em detritos; após, os nutrientes voltam aos produtores primários. Por isso, dizemos que o fluxo de energia é unidirecional, ou seja, nele não há o reaproveitamento da energia liberada (diferente da matéria orgânica, que retorna aos produtores). https://brasilescola.uol.com.br/biologia/fungi.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/bacterias.htm BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 5 D. Pirâmides Ecológicas D.1 Pirâmide de números Representa a quantidade de indivíduos em cada nível trófico da cadeia alimentar proporcionalmente à quantidade necessária para a dieta de cada um desses. Em alguns casos, quando o produtor é uma planta de grande porte, o gráfico de números passa a ter uma conformação diferente da usual, sendo denominado “pirâmide invertida”. Outro exemplo de pirâmide invertida é dada quando a pirâmide envolve parasitas, sendo assim os últimos níveis tróficos mais numerosos. D.2 Pirâmide de biomassa Pode-se também pensar em pirâmide de biomassa, em que é computada a massa corpórea (biomassa) e não o número de cada nível trófico da cadeia alimentar. O resultado será similar ao encontrado na pirâmide de números: os produtores terão a maior biomassa e constituem a base da pirâmide, decrescendo a biomassa nos níveis superiores (a).Tal como no exemplo anterior, em alguns casos pode ser caracterizada como uma pirâmide invertida, já que há a possibilidade de haver, por exemplo, a redução da biomassa de algum nível trófico, alterando tais proporções (b). Pirâmide de Energia A quantidade de energia disponível para cada nível trófico é determinada pela produção primária líquida e pela eficiência de produção, que representa a eficiência com que a energia do alimento é convertida em biomassa em cada elo da cadeia alimentar. d A porcentagem de energia transferida de um nível trófico para o próximo, denominada eficiência trófica, é geralmente 10%. As pirâmides de produção líquida e a biomassa baixam a eficiência trófica. E. A energia e outros fatores limitantes controlam a produção primária nos ecossistemas A produção primária estabelece o limite de gastos dos recursos energéticos globais. A produção primária bruta é a energia total assimilada por um ecossistema em um determinado período. A produção primária líquida, a energia acumulada na biomassa autótrofa, é igual à produção primária bruta menos a energia utilizada pelos produtores primários para a respiração. A produção líquida no ecossistema é a biomassa total nele acumulada, definida a diferença entre a produção primária bruta e a respiração total no ecossistema. Em ecossistemas aquáticos, a luz e os nutrientes limitam a produção primária. Em ecossistemas terrestres, fatores primários como a temperatura e a umidade afetam a produção primária em grandes escalas, mas um nutriente do solo muitas vezes é localmente o fator limitante. A SUCESSÃO ECOLÓGICA Sucessão Ecológica é a substituição de um tipo de ambiente por outro, e assim sucessivamente. Em geral, é direcionada e previsível, resultando da modificação do ambiente físico pela comunidade, e de interações de competição e coexistência à nível de população. As Comunidades na Sucessão Ecológica: Ecesis: é a primeira etapa de uma SERE, que corresponde à chegada ao local dos primeiros organismos vivos que vão colonizar a região. BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 6 Sere: é a seqüência inteira de comunidades que se substituem umas às outras numa dada área. Estádios Serais, Estádios de Desenvolvimento ou Estádios Pioneiros: são as comunidades relativamente transitórias. Clímax: é o estádio terminal mais estabilizado, onde a comunidade atinge o desenvolvimento máximo que as condições físicas permitem. Classificação das Sucessões quanto à Origem da Ocupação do Ambiente Sucessão Primária: é a sucessão em um substrato previamente desocupado. Os organismos pioneiros seriam as cianofíceas, pois são autótrofos e têm a capacidade de fixar o nitrogênio diretamente do ar. Em seguida viriam os líquens, que desagregariam as rochas, permitindo que a água se infiltrasse nas fendas, revolvendo os grãos e formando uma camada de solo. A partir deste solo rudimentar, se instalariam vegetais intermediários, superiores e consequentemente, chegar-se-ia ao clímax. Sucessão Secundária: é a sucessão que começa num local anteriormente ocupado por uma comunidade Associações Ecológicas Os indivíduos das Comunidades podem interagir com outros de mesma espécie ou de espécies diferentes. ALELOBIOSE (Relação das espécies entre si) CENOBIOSE Relação entre indivíduos da mesma espécie. ALOIOBIOSE Relação entre indivíduos de espécies diferentes. A. Relações Intraespecíficas ● Sociedade Sociedade é uma união permanente de indivíduos que fazem divisão de tarefas e que não são completamente dependentes uns dos outros. Como exemplo de animais que vivem em sociedade podemos citar abelhas, formigas e cupins, entre muitos outros. ● Colônia As colônias são um tipo de cooperação intra- específica (associação entre indivíduos de uma mesma espécie) onde os indivíduos vivem agrupados, ligados entre si. A integração desses organismos é mutualística e vantajosa, e podem ou não apresentar uma divisão de trabalho, com grau variando de acordo com as espécies envolvidas. A variedade de colônias, grau de complexidade, tamanho e modo de convivência também variam muito. Existem 2 tipos de colônias: ⇒ Colônia isomorfa: os indivíduos coloniais são semelhantes. Os recifes de corais são exemplos de colônia isomorfa. São formados por corais, que são celenterados que secretam esqueletos de carbonato de cálcio. Esses recifes podem ter vários quilômetros de comprimento, contendo de centenas até milhões de indivíduos semelhantes. ⇒ Colônia heteromorfa: os indivíduos coloniais são diferentes entre si. BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 7 As caravelas são exemplos de colônia heteromorfa. Cada caravela é uma colônia constituída por indivíduos de vários tipos, que se alimentam e se reproduzem, além de protegerem a caravela. ⇒ Gregarismo O gregarismo é um fenômeno observado em diversos grupos de animais. Ele consiste na tática de vida em bando, permanente ou temporária, utilizada por uma(s) população(ões) de uma ou mais espécies. Esta tática protetora, permite a sobrevivência dos indivíduos mais integrados ao bando. Nos lepidópteros podemos constatar exemplos de gregarismo em todos os seus estágios de vida (ovo, larva, pupa e imago). B. Relações Interespecíficas Desarmônicos 1. Neutralismo 0 0 Nenhuma população afeta a outra. 2. Competição: tipo interferência direta – – Inibição direta de cada espécie pela outra. 3. Competição: tipo utilização de recursos – – Inibição indireta quando o recurso comum está limitado. 4. Amensalismo ou Antibiose 0 – Uma população é inibida e a outra não é afetada. 5. Parasitismo + – A população de parasitas é menor que a do hospedeiro. 6. Predação + – População do predador menor que a da presa. Harmônicos 7. Comensalismo + 0 ...população do comensal é beneficiada, e a do hospedeiro não é afetada. 8. Protocooperação + + ... interação favorável às duas espécies, sem ser obrigatória. 9. Mutualismo + + ... interação favorável às duas populações, sendo obrigatória. A) As Causas da Competição A Competição se deve à uma escassez de recursos utilizados pelas duas espécies como espaço, alimento ou nutrientes, luz, dejetos, sucetibilidade à carnívoros, doenças etc. B) As Conseqüências da Competição ▪ resulta em ajustamentos no equilíbrio pelas duas espécies; ▪ se for intensa, pode fazer com que a população de uma espécie substitua a outra, forçando-a a ocupar outro espaço ou outro recurso (e.g., alimento). ▪ a competição interespecífica em plantas no campo, leva à uma sucessão de espécies. — consiste no ataque de uma espécie à outra, para matá-la e devorá-la. O predatismo só se caracteriza quando a vitíma é devorada pelo agressor. A Herbivoria se dá quando o predador é um consumidor primário e a presa um produtor. Parasitismo — ocorre quando uma espécie se instala no corpo da outra, dela retirando material para sua nutrição e causando-lhe danos. O hospedeiro é o organismo que abriga o parasita. Os parasitas podem ser classificados sob vários critérios em: a) Ectoparasitas: São parasitas que vivem externamente no corpo do hospedeiro. Ex: Pulgas, Piolhos, Carrapatos, mosquitos, entre outros. b) Endoparasitas: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro. Ex: Bactérias, protozoários, vermes, entre outros. c) Holoparasitas e Hemiparasitas: São parasitas de vegetais. Holoparasitas parasitam vegetais superiores extraindo sua seiva elaborada. Ex.: Cipó chumbo Os Hemiparasitas parasitam vegetais extraindo sua seiva bruta. Ex.: Erva de passarinho Amensalismo — é um tipo de competição onde a influência sobre a outra população se dá por meio de elementos químicos inibidores. Exemplo 1: Arbustos aromáticos na Califórnia, inibem o crescimento de plantas herbáceas. Estesarbustos produzem toxinas voláteis (cânfora) em suas folhas; quando estas caem e se acumulam no chão, inibem o crescimento de outras plantas. Exemplo 2: A penicilina, antibiótico produzido por fungos, é um inibidor bacteriano de largo uso. OBS. A alelopatia é por vezes confundida com o amensalismo. A diferença é que na alelopatia as espécies envolvidas são competidoras em potencial, portanto, uma das espécies obtém vantagem em relação à outra, diferente do amensalismo, no qual não existe qualquer benefício para a espécie inibidora. — um indivíduo se beneficia e o outro não é afetado(e.g.; no interior de esponjas vivem uma série de crustáceos que ai se alimentam na água circulante, sem causar prejuízos ao porífero. Outro exemplo é a remora e o tubarão onde o primeiro come os restos alimentares do tubarão sem causar danos ao mesmo). — provavelmente evolui do Comensalismo; neste caso, as duas espécies se beneficiam, mas continuam a ser independentes. Exemplo: o carangueijo ermitão (paguro) que vive no interior de conchas abandonadas, deposita sobre a mesma uma ou mais actíneas (anemonas-do-mar); neste caso, a actínea com seus tentáculos providos de substâncias tóxicas, protege o ermitão, enquanto que a mesma recebe restos de alimentos providos do crustáceo, além de ser transportada todo o tempo, e consequentemente, explorando novos locais com mais alimentos. BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 8 — provavelmente evolui da protocooperação; neste caso, a remoção de uma das duas espécies simbióticas resultará na morte de ambas. Exemplo 1: Ungulados (e.g., boi) e bactérias do rúmen (estômago). O boi, fornece condições de temperatura controlada, ótimo meio de altura para as bactérias; em contraposição, as bactérias degradam o celulose em ácidos graxos, substância possível de ser assimilada por parte do boi. Exemplo 2: Cupim e protozoários flagelados intestinais (ordem Hypermastigina). Os flagelados digerem a celulose proveniente da madeira ingerida pelos cupins. Exemplo 3: Micorrizas (fungos em raízes de vegetais). Compreendem os micélios de fungos, que vivem em associação mutualística com as raízes vivas de plantas. Os fungos aumentam a capacidade do vegetal de retirar minerais do solo; em contrapartida, os fungos recebem uma parte do produto fotossintetizado da planta. Exemplo 4: Bactérias e raízes de leguminosas — Certas bactérias, como o Nitrobacter e Azotobacter, transformam o nitrito em nitratos, produtos estes capazes de serem assimilados pelos vegetais (leguminosas). Exemplo 5: Os Líquens — são associações entre algas e fungos. As algas produzem hidratos de carbono (glicose) e os fungos assimilam o nitrogênio do ar, produzindo compostos nitrogenados. Em alguns líquens mais primitivos, os fungos chegam a penetrar as células da alga. ● Inquilinismo O inquilinismo é uma relação ecológica interespecífica harmônica em que apenas uma das partes obtém benefício, sem prejuízo da outra. Geralmente essa associação ocorre como mecanismo de proteção, vivendo uma espécie (inquilina) sobre a superfície ou no interior da outra (hospedeira). Uma interação de inquilinismo bem evidente, é a situação existente entre o peixe-agulha e os pepinos-do-mar (Equinodermos). Quando em perigo, esses pequenos peixes procuram abrigo no aparelho digestório desses equinodermos. ● Epifitismo Epifitismo é o modo de vida das plantas epífitas, que são as que vivem sobre outras plantas, sem retirar nutrientes delas, mas apenas se apoiando nelas (se retirassem nutrientes, não seriam epífitas, mas parasitas). BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 9 O epifitismo é algo comum nas florestas tropicais, onde a competição por luz e espaço não permite que plantas herbáceas prosperem sobre o solo. Desta forma, certas espécies que conseguiam germinar sobre a casca das árvores, acima do nível do solo, foram selecionadas, e hoje encontram-se milhares de espécies com hábito epifítico. São epífitas as orquídeas e as bromélias que, vivendo sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz solar. ● Epizoismo Ocorre quando um animal vive na superfície de outro sem prejudicá-lo ou trazer-lhe benefícios. Ex.: as cracas (artrópodes crustáceos) constroem seus esqueletos externos (semelhantes a conchas calcárias) sobre as conchas de ostras ou sobre a superfície ventral de baleias. ● Foresia É a denominação das relações de transporte que uma espécie faz com outra, ou seja, quando um animal conduz outro ou uma planta sem tirar proveito ou prejuízos deste transporte. Ex.: O carrapicho que é conduzido pela pelagem de um animal, facilitando seu processo de dispersão ● Sinfilia É uma associação em que uma das espécies se beneficia com as atividades de outra espécie. Lineu descreveu essa associação com certa graça, afirmando: Aphis formicarum vacca (o pulgão, do gênero Aphis, é a "vaca" das formigas). Por um lado, o esclavagismo tem características de hostilidade, já que os pulgões são mantidos cativos dentro do formigueiro. Não obstante, pode-se considerar uma relação harmônica, pois os pulgões também são beneficiados pela facilidade de encontrar alimentos e até mesmo pelos bons tratos a eles dispensados pelas formigas (transporte, proteção, etc). Essa associação é considerada harmônica e um caso especial de protocooperação por muitos autores, pois a união não é obrigatória à sobrevivência. Observação: A camuflagem é uma estratégia de defesa na qual os seres vivos assemelham-se com o ambiente em que vivem. Nesse caso, os indivíduos de uma espécie podem apresentar coloração, formato ou textura semelhante ao do ambiente e assim passar despercebidos por seu predador. Porém, o mesmo mecanismo também pode ser utilizado por alguns predadores para surpreender as suas presas. A camuflagem é um resultado da seleção natural e representa uma adaptação que garante a sobrevivência das espécies no ambiente. Existem dois tipos de camuflagem: ● Homocromia: Quando o indivíduo apresenta coloração semelhante a do ambiente. ● Homotipia: Quando o indivíduo apresenta a estrutura corporal que confunde-se com elementos do ambiente. O pássaro urutau pode permanecer horas imóvel sob um tronco de árvore BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 10 — Definição bastante controvertida. Aurélio B. de Holanda (1977) define como sendo “ o fenômeno de tomarem vários animais a cor e a configuração dos objetos em cujo meio vivem”. Tal definição vai de encontro a de camuflagem. José Luiz Soares (1991) cita que só é mimetismo, caso uma espécie se assemelhe à outra e leve vantagem com a semelhança, quando não leva vantagem é considerada convergência adaptativa. Contudo, achamos que convergência adaptativa também se refere à mimetismo, isto é, com ou sem proveito da semelhança esta ocorre. Logo: No Mimetismo um ser “imita” outro para tirar proveito. O mimetismo batesiano ocorre quando a espécie mimética e o modelo vivem no mesmo espaço geográfico ao mesmo tempo, mas não interagem de forma direta. O mimetismo batesiano é conhecido como o fenômeno onde um animal inofensivo ou palatável evolui semelhante a um animal perigoso ou desagradável (modelo). Peckhamiano Ocorre quando a espécie mimética é o predador, que engana sua presa para se aproximar o suficiente a ponto de capturá-la. Mimetismo mülleriano, em zoologia, é como se descreve o fenômeno de seleção natural onde duas espécies venenosas distintas se beneficiam por serem semelhantes entre si, seja na aparência física ou por compartilharem do mesmo habitat. são cores que indicam que o animal ou vegtal é um ser “perigoso”, devendo ser evitado pelos predadores; em geral esta coloração é vermelho, laranja e amarelo, ou uma combinação destas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mimetismo_batesianoBIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 2 Exercício 1. Ervas-de-passarinho são plantas que retiram de outras plantas água e sais minerais. Seus frutos atraem aves que, por sua vez, irão dispersar as suas sementes. Os tipos de interações entre seres vivos exemplificadas acima também são desenvolvidas, respectivamente, pelas seguintes duplas: a) carrapato e cachorro; boi e anu b) boi e anu; tamanduá e formiga c) orquídea e árvore; tamanduá e formiga d) orquídea e árvore; carrapato e cachorro 2. A produtividade primária em ambientes marinhos pode ser medida por meio da análise da concentração de oxigênio dissolvido em amostras de água do mar. Indique o grupo de seres vivos produtores responsáveis pela liberação da maior parte do oxigênio em ambientes marinhos e explique por que a concentração de oxigênio na água do mar é utilizada como um indicador de produtividade primária. Aponte, ainda, duas condições abióticas em que se espera encontrar maior produtividade primária em ambientes marinhos. 3. Nicho ecológico é o conjunto de recursos e condições em que um indivíduo ou população vive e se reproduz. Todo nicho apresenta uma faixa de tolerância aos fatores ecológicos dentro da qual a existência da espécie é possível. Alterações nessa faixa podem ocorrer quando duas espécies diferentes exploram nichos ecológicos semelhantes. Os gráficos abaixo exemplificam uma dessas alterações em determinada população. A relação ecológica interespecífica capaz de provocar o estreitamento do nicho preferencial apresentado nos gráficos é denominada: a) predação b) parasitismo c) mutualismo d) competição 4. A figura abaixo ilustra o estudo conduzido por Joseph Connell sobre a distribuição de duas espécies de craca. Com base na Figura, verifica-se que: a) Chthamalus sp. tem mecanismo de osmorregulação mais eficiente que Balanus sp. b) Chthamalus sp. e Balanus sp. competem pelo mesmo tipo de comida. c) Balanus sp. é menos adaptada à dessecação que Chthamalus sp. d) Balanus sp. suporta temperaturas mais altas que Chthamalus sp. e) Chthamalus sp. é sensível à salinidade. 5. A partir da observação do gráfico acima, que mostra diferentes tipos de crescimento populacional, é correto afirmar que as letras a, b e c representam, respectivamente: a) uma curva de crescimento real, uma curva de crescimento exponencial e a resistência ambiental. b) uma curva de crescimento real, uma curva de potencial biótico e a resistência ambiental. c) uma curva de potencial biótico, uma curva de crescimento real e a resistência ambiental. d) uma curva de potencial biótico, uma curva de crescimento exponencial e a resistência ambiental. e) uma curva de potencial biótico, uma curva de crescimento real e a capacidade de suporte do ambiente. 6. Os pássaros a seguir são de espécies diferentes e coexistem na mesma floresta. Cada um deles se alimenta de insetos de espécies diversas que vivem em diferentes locais da mesma árvore. Isto é possível porque: a) apresentam protocooperação. b) competem entre si. c) ocupam nichos ecológicos diferentes. d) ocupam diferentes habitats. e) apresentam parasitismo. BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 3 7. Leia o texto e analise, a seguir, a representação gráfica de duas curvas de crescimento populacional 1 e 2 ao longo do tempo. Não há exceção à regra segundo a qual organismos aumentam em uma taxa tão elevada que, se não forem destruídos, a Terra logo seria coberta pela progênie de apenas um par. Adaptado de: DARWIN, C. A origem das espécies. Feedbooks, 1872. p. 73. Disponível em: <www.feedbooks.com>. Acesso em: 20 jun. 2016. Com base nessas informações, responda aos itens a seguir. a) Explique o que significam as curvas 1 e 2 e qual delas melhor representa a ideia de Charles Darwin expressa no texto. b) Sabe-se que o crescimento populacional é determinado por taxas. Cite três exemplos de taxas que interferem no tamanho de uma população ao longo de um período de tempo. 8. Em determinados casos, populações de consumidores terciários são menores do que as populações de consumidores primários e secundários. Observe a imagem, que representa a relação entre o número de cada um dos membros de uma mesma cadeia alimentar. A população de falcões é reduzida em comparação com a de tordos e a de caramujos em função do seguinte fator: a) perda energética ao longo dos níveis tróficos b) demanda elevada de vegetais pelos herbívoros c) digestão lenta de celulose pelos decompositores d) competição interna por recursos entre os predadores 9. Observe a cadeia alimentar representada no esquema abaixo. Nomeie o nível trófico no qual é encontrada a maior concentração de energia, indique a letra que o representa no esquema e justifique sua resposta. Nomeie, também, o nível trófico responsável pela reciclagem da matéria no meio ambiente, indique a letra que o representa no esquema e justifique sua resposta. 10. Considere dois ecossistemas, um terrestre e outro marinho. Em cada um deles, é possível identificar o nível trófico em que se encontra a maior quantidade de biomassa por unidade de área, em um determinado período. Para o ecossistema terrestre e para o marinho, esses níveis tróficos correspondem, respectivamente, a: a) produtores − produtores b) consumidores primários − produtores c) produtores − consumidores primários d) consumidores primários − consumidores primários 11. Nos ecossistemas, o fluxo de energia dos organismos produtores para os consumidores pode ser representado por um diagrama. Dentre os diagramas anteriores, o que melhor representa esse fluxo na cadeia alimentar é o de número: a) I b) II c) III d) IV 12. As imagens abaixo retratam besouros de espécies distintas transportando ácaros. Na imagem I, a relação estabelecida entre os ácaros e o besouro é de comensalismo e, na imagem II, de parasitismo. Diferencie os dois tipos de relação ecológica e indique duas vantagens para os ácaros na relação de comensalismo. 13. Na natureza, são frequentes os exemplos de relações benéficas entre indivíduos, mesmo de espécies diferentes, como é o caso do caranguejo paguro e da anêmona. O caranguejo aumenta sua proteção vivendo em conchas abandonadas e permitindo que anêmonas - produtoras de substância urticante contra predadores - se depositem nelas. As anêmonas, por sua vez, ganhando mobilidade, capturam melhor os alimentos. BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 4 O tipo de interação descrito é denominado: a) colônia b) sociedade c) amensalismo d) protocooperação 14. Em um costão da baía de Guanabara existe um tipo de cadeia alimentar que pode ser assim descrito: - a lesma-do-mar se alimenta de um determinado tipo de alga; - microcrustáceos se alimentam do muco que reveste a pele da lesma- do-mar; - pequenos peixes, como o peixe-borboleta e o paru, alimentam-se dos microcrustáceos. Identifique e descreva as relações ecológicas existentes entre: - a lesma-do-mar e a alga; - o peixe-borboleta e o paru. 15. As plantas leguminosas apresentam frequentemente nódulos nas suas raízes causadas por invasão de bactérias fixadoras de nitrogênio nas células vegetais. Podemos afirmar, então, que se estabelece uma relação classificada como mutualismo entre a bactéria e a planta. Justifique esta afirmativa. 16. As teias alimentares são formadas pelo conjunto de cadeias alimentares. Cada nível trófico é interligado aos demais e é através dessa relação que ocorre o fluxo de energia. Gradativamente a energia é dissipada e os níveis tróficos superiores recebem pouco fluxo energético. Existem situações nas quais ocorre acúmulo de substâncias químicas a medida que os níveis tróficos aumentam. Quando isso ocorre chamamos de:a) Bioacumulação b) Magnificação energética c) Decomposição d) Eutrofização 17. Determine abaixo a alternativa correta a respeito de dois impactos ambientais: o primeiro, relacionado ao despejo de matéria orgânica na água e o segundo, relacionado ao acúmulo de substâncias tóxicas nos níveis tróficos das cadeias alimentares. a) Eutrofização – decomposição b) Eutrofização – magnificação trófica c) Bioacumulação – magnificação d) Aquecimento global – bioacumulação 18. Sabe-se que os animais são altamente prejudicados por ações antrópicas. Diversos impactos ambientais gerados pelo homem provocam a extinção ou redução da biodiversidade. Assinale abaixo a opção incorreta a respeito de uma ação humana responsável diretamente pela morte de animais e perda da biodiversidade: a) Biopirataria b) Desmatamento c) Reflorestamento d) Eutrofização 19. As relações ecológicas são essências para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Quando as relações são harmônicas, dizemos que ambos organismos são beneficiados. Assinale abaixo a opção correta para um exemplo de relação harmônica. a) Predatismo b) Inquilinismo c) Mutualismo d) Amensalismo 20. Assinale abaixo a relação ecológica que exemplifica adequadamente um predatismo: a) Leão e tigre competem por uma zebra. b) Zebra e antílope brigam por uma planta. c) Leão ataca uma zebra. d) A aranha viúva negra ataca o macho de sua espécie após a cópula. 21. A avoante, também conhecida como arribaçã (Zenaida auriculata noronha) é uma ave migratória que se desloca no Nordeste, acompanhando o ritmo das chuvas, encontrando-se ameaçada de extinção, em decorrência da caça indiscriminada. A relação do homem com esta ave é: a) harmônica, intra-específica e de predação. b) desarmônica, intra-específica e de comensalismo. c) harmônica, inter-específica e de parasitismo. d) desarmônica, inter-específica e de predação 22. A construção de cidades altera as condições ambientais de uma área natural, provocando a substituição da comunidade biótica original por uma comunidade composta por espécies nativas do local e espécies exóticas (trazidas pelo homem de outras partes do mundo). Nesta nova comunidade, as espécies exóticas interagem com as espécies locais, podendo prejudicá-las, beneficiá-las ou, mesmo, não afetá-las significativamente. Os gatos domésticos, por exemplo, podem comer os ovos de espécies de aves que nidifiquem no chão, ou próximo dele, exterminandoas, assim, de áreas pequenas. Se a área original fosse coberta por uma floresta, algumas de suas plantas e animais nativos poderiam permanecer em parques, enquanto outros desapareceriam. Outras plantas poderiam ser utilizadas em projetos de paisagismo ou de arborização das vias públicas. Contudo, as populações da maioria destas espécies seriam menores e os seus indivíduos estariam mais dispersos espacialmente. Conseqüentemente, os indivíduos de uma dada espécie com população pequena poderiam apresentar um maior grau de parentesco e, por serem mais semelhantes, sua espécie poderia ter uma menor probabilidade de adaptação frente a variações ambientais. Neste novo contexto, no entanto, as interações entre as espécies e entre elas e o meio abiótico continuariam desempenhando um papel fundamental para a manutenção da comunidade. A reprodução de determinadas espécies vegetais, por exemplo, continuaria dependendo do serviço prestado por animais polinizadores (como morcegos e beija-flores) e dispersores de sementes (como sabiás e bem-te-vis). Os trechos sublinhados no texto referem-se aos três níveis de biodiversidade. Esses níveis são, respectivamente, a) a diversidade de espécies, a evolução biológica e a diversidade de processos ecológicos. b) a diversidade de espécies, a diversidade genética e a diversidade de processos ecológicos. c) a diversidade de origens, a diversidade genética e a diversidade de ecossistemas. 23. A erva-de-passarinho e algumas bromélias são plantas que fazem fotossíntese e vivem sobre outras. No entanto, a erva-de-passarinho retira água e sais minerais da planta hospedeira enquanto as bromélias apenas se apóiam sobre ela. As relações da erva-depassarinho e das bromélias com as plantas hospedeiras são, respectivamente, exemplos de: a) parasitismo e epifitismo. b) epifitismo e holoparasitismo. c) epifitismo e predatismo. d) parasitismo e protocooperação. e) inquilinismo e epifitismo. 24. Com relação às interações que ocorrem entre os organismos de uma comunidade, podemos considerar, corretamente, que: a) Na cooperação intra-específica, indivíduos da mesma espécie vivem disputando dentro da colônia por recursos naturais. b) Sociedades são grupos de organismos de mesma espécie em que os indivíduos apresentam algum grau de cooperação, comunicação e divisão de trabalho, conservando relativa independência e mobilidade. BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 5 c) Do ponto de vista ecológico, a predação é uma relação entre organismos da mesma espécie, que altera a densidade populacional de presas e predadores, causando graves desequilíbrios ambientais. d) Para que sejam considerados parasitas os organismos devem viver, necessariamente, no interior do corpo dos hospedeiros. 25. Os macacos vermelhos do Quênia apresentam tempo de vida em torno de 4 a 5 anos no ambiente natural e podem viver até 20 anos em cativeiro. Uma possível explicação para este fato poderia ser a ausência, em cativeiro, de uma das relações ecológicas abaixo relacionadas. Assinale a relação ecológica cuja ausência em cativeiro pode explicar corretamente este fato: a) Predatismo. b) Inquilinismo. c) Mutualismo. d) Simbiose. e) Comensalismo. 26. Peter e Rosemary Grant são pesquisadores norte-americanos que estudam os tentilhões, pássaros comedores de sementes que vivem numa ilha do arquipélago de Galápagos. Esses pesquisadores observaram a modificação do tamanho médio do bico dessas aves devido à disponibilidade de sementes de tamanhos diferentes, das quais esses pássaros se alimentam. Quando há produção abundante de sementes, a espécie residente de tentilhões (Geospiza fortis) prefere se alimentar de sementes menores. Já em período de escassez de alimento, os pássaros dessa espécie que apresentam bicos mais largos passam a se alimentar de sementes maiores, as quais não são acessíveis aos indivíduos dessa população que apresentam bicos menores. Em 1977, ocorreu uma seca de grande intensidade, que reduziu a produção de sementes. Texto adaptado de “Bicos sob medida”. Ciência Hoje – set. 2006. a) Em relação ao tamanho do bico, o que seria esperado acontecer com a população de tentilhões residentes, após a seca de 1977, segundo a teoria da evolução de Darwin? b) Que processo evolutivo estaria ocorrendo nesse evento? Posteriormente, a situação climática da ilha se normalizou e a oferta de sementes tornou-se abundante. Porém, em 1982, um outro fato ocorreu: uma outra espécie de tentilhão (Geospiza magnirostris) chegou à ilha. Esta espécie invasora também se alimenta do mesmo tipo de sementes que a espécie de tentilhões residentes e apresenta um porte mais avantajado e bicos maiores. c) Que tipo de relação ecológica se estabeleceria entre a espécie residente e a invasora? D0 Após novos períodos de seca, que ocorreram em 2004 e 2005, o que se espera que aconteça com a população de tentilhões residente, em relação ao tamanho dos bicos, sabendo-se que os indivíduos com bico menor são mais eficientes em se alimentar de sementes menores? Analise a situação, também, segundo a teoria da evolução de Darwin. 27. Se duas populações de animais de espécies diferentes, que pertencem ao mesmo gênero e ocupam o mesmo nicho ecológico, forem colocadas num mesmo meio, espera-se que: a) ocorra competição entre elas e ambas desapareçam. b) se adaptem ao meio, reduzindo, cada uma, sua população à metade. c) uma delas vença a competição, determinando a eliminação da outra.d) ocorra mutualismo e ambas aumentem suas populações. e) ambas continuem com o mesmo número populacional. 28. Sr. José Horácio, um morador de Ipatinga, MG, flagrou uma cena curiosa, filmou-a e mandou-a para um telejornal. Da ponte de um lago no parque da cidade, pessoas atiravam migalhas de pão aos peixes. Um socozinho (Butorides striata), ave que se alimenta de peixes, recolhia com seu bico algumas migalhas de pão e as levava para um lugar mais calmo, à beira do lago e longe das pessoas. Atirava essas migalhas “roubadas” no lago e, quando os peixes vinham para comê-las, capturava e engolia esses peixes. Sobre os organismos presentes na cena, pode-se afirmar que a) o socozinho é um parasita, os homens e os peixes são os organismos parasitados. b) o socozinho é um predador, que pode ocupar o terceiro nível trófico dessa cadeia alimentar. c) o homem é produtor, os peixes são consumidores primários e o socozinho é consumidor secundário. d) os peixes e o socozinho são consumidores secundários, enquanto o homem ocupa o último nível trófico dessa cadeia alimentar. e) os peixes são detritívoros e o socozinho é consumidor primário. 29. Um estudo recente feito no Pantanal dá uma boa idéia de como o equilíbrio entre as espécies, na natureza, é um verdadeiro quebra-cabeça. As peças do quebra-cabeça são o tucano-toco, a araraazul e o manduvi. O tucano-toco é o único pássaro que consegue abrir o fruto e engolir a semente do manduvi, sendo, assim, o principal dispersor de suas sementes. O manduvi, por sua vez, é uma das poucas árvores onde as araras-azuis fazem seus ninhos. Até aqui, tudo parece bem encaixado, mas... é justamente o tucano-toco o maior predador de ovos de arara- azul — mais da metade dos ovos das araras são predados pelos tucanos. Então, ficamos na seguinte encruzilhada: se não há tucanos-toco, os manduvis se extinguem, pois não há dispersão de suas sementes e não surgem novos manduvinhos, e isso afeta as araras-azuis, que não têm onde fazer seus ninhos. Se, por outro lado, há muitos tucanos-toco, eles dispersam as sementes dos manduvis, e as araras-azuis têm muito lugar para fazer seus ninhos, mas seus ovos são muito predados. Internet: (com adaptações). De acordo com a situação descrita, a) o manduvi depende diretamente tanto do tucano-toco como da arara- azul para sua sobrevivência. b) o tucano-toco, depois de engolir sementes de manduvi, digere-as e torna-as inviáveis. c) a conservação da arara-azul exige a redução da população de manduvis e o aumento da população de tucanos-toco. d) a conservação das araras-azuis depende também da conservação dos tucanos-toco, apesar de estes serem predadores daquelas. e) a derrubada de manduvis em decorrência do desmatamento diminui a disponibilidade de locais para os tucanos fazerem seus ninhos. 30. Sabemos que os organismos se relacionam uns com uns outros de maneira harmônica e desarmônica. Essas relações são importantes para manter o equilíbrio dos ecossistemas e das teias alimentares. Qual a nomenclatura adequada para a relação entre indivíduos de espécies iguais e diferentes, respectivamente? a) Intraespecífica – Interespecífica b) Interespecífica – Intraespecífica c) Comensalismo – Predatismo d) Inquilinismo - Intraespecífico Gabarito: 1. A 2. Seres vivos: fitoplâncton. Explicação: a produtividade primária é o resultado da fotossíntese, na qual ocorre a liberação de oxigênio. Duas das condições: - grande concentração de nutrientes; - grande disponibilidade de luz; - águas mais frias 3. D 4. C 5. E 6. C 7. a) A curva 1 representa o crescimento populacional de acordo com um modelo exponencial de crescimento populacional (ou potencial biótico). Na equação desse modelo, os fatores capazes de regular o crescimento populacional de uma espécie não são incorporados. A curva 2 representa o crescimento populacional de acordo com um modelo logístico (ou curva de crescimento real). Fatores capazes de regular o crescimento populacional de uma espécie são incorporados nesse modelo. A curva 1 BIOLOGIA MÓDULO 01 CBMERJ 6 representa melhor a citação de Darwin, já que nesse caso não haveria fatores capazes de regular o crescimento e, portanto, em teoria, a população poderia ser infinita. b) Taxa de natalidade, taxa de mortalidade, taxa de emigração e taxa de imigração. 8. A 9. A maior quantidade de energia é encontrada nos produtores, representados pelos vegetais e indicados pela letra [A]. A produção de matéria orgânica pela vegetação ocorre por meio da fotossíntese. A reciclagem da matéria no meio ambiente é realizada por fungos, indicados pela letra [F]. Esses organismos são heterótrofos por absorção e secretam enzimas capazes de decompor a matéria orgânica. 10. C 11. C 12. Comensalismo: só uma das partes se beneficia, sem prejudicar a outra. Parasitismo: uma espécie é beneficiada enquanto a outra é prejudicada. Duas das vantagens: - conquistar novos ambientes - escapar de predadores e parasitas - reduzir a competição em novos ambientes - aumentar o fluxo gênico / diversificação da população 13. D 14. Lesma-do-mar e alga: herbivorismo (predatismo). Ocorre entre um animal herbívoro e o vegetal do qual ele se alimenta. Peixe-borboleta e paru: competição. Ocorre quando um mesmo recurso do meio ambiente é disputado por organismos pertencentes ao mesmo nicho ecológico. 15. As bactérias simbiônticas fixam o nitrogênio do ar para as plantas. Em contrapartida, as células vegetais fornecem para as bactérias as substâncias orgânicas produzidas a partir da fotossíntese. A associação beneficia, portanto, ambos os organismos. 16. A 17. B 18. C 19. C 20. C 21. D 22. B 23. A 24. B 25. A 26. Segundo a teoria de Darwin, seria esperado que o número de indivíduos da espécie residente com bico mais largo aumentasse, pois eles conseguiriam se alimentar das sementes maiores; conseqüentemente, apresentariam uma chance maior de sobrevivência e de reprodução, produzindo um maior número de descendentes. Os indivíduos com bicos menores teriam menor quantidade de sementes à disposição, pois não conseguiriam se alimentar das sementes maiores e muitos morreriam de fome, o que ocasionaria um menor número de descendentes. Assim, é esperado que haja um aumento no tamanho médio do bico da população de tentilhões residentes (item A). O processo evolutivo envolvido é a seleção natural (item B). Com o estabelecimento da competição por alimento, os tentilhões invasores, que possuem bico maior, teriam vantagem em relação à obtenção das sementes maiores. O número de indivíduos com bico maior, da espécie nativa, tenderá a diminuir (item C). Os indivíduos de bico menor se alimentarão das sementes menores disponíveis e aumentarão o número de descendentes. Assim, o tamanho médio do bico dos tentilhões residentes diminuiria (item D). A questão está dividida em quatro itens. Os itens A e D valem quatro pontos cada; os itens B e C valem um ponto cada. 27. C 28. B 29. D 30. A
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