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Glomerulonefrites primárias ⇨ São a terceira principal causa de doença renal crônica no mundo, responsável por 15% de todos os casos de DRC terminal, atrás apenas da nefropatia diabética e das lesões renais associadas à HAS. ⇨ Podem ser classificadas de acordo com: o A presença ou não de doença sistêmica o Apresentação clínica o Tempo de instalação e progressão o Primárias ▪ Quando aparecem isoladamente (a GN por si) o Secundárias ▪ Quando decorrentes de alguma doença sistêmica ● LES, hepatite, DM As principais consequências da agressão glomerular são proteinúria, hematúria, cilindrúria, queda da TFG e retenção de sódio. ⇨ Síndrome nefrítica (o protótipo é a GNPE) o Edema súbito o HAS o Hematúria (macro ou micro) o GNPE, IgA, Lúpica, GNMP ⇨ Síndrome nefrótica (o protótipo é a DLM) o Proteinúria de 24h >3,5g o Hipoalbuminemia o Hipercolesterolemia o Edema o DLM, GESF, NM, GNMP Fisiopatologia dos sinais e sintomas das glomerulonefrites Proteinuria ⇨ Estrutura de filtração o Endotélio: barreira altamente permeável o Membrana basal glomerular (MBG): rede com carga elétrica negativa; ▪ Apresenta grande quantidade de poros pequenos (poros discriminantes) ▪ Baixa densidade de poros grandes ▪ Altamente permeável à água e moléculas pequenas (ur, cr, glicose) ▪ Praticamente impermeável a macromoléculas (Ig) o Podócito: recobre a MBG e tem pedicelos unidos; ▪ São seletivos e se opõem à passagem de proteínas. ▪ Lesões nos podócitos > grandes proteinúrias ⇨ Nas glomerulopatias em que ocorre lesão podocitária e perda de carga (DLM), as proteínas encontradas são basicamente de baixo peso molecular (proteinúria seletiva). ⇨ Quando ocorre aumento da densidade de poros não discriminantes da MBG (NM, GNMP, GESF) há proteínas de baixo e alto peso. ⇨ Reações do sistema imune (como na maioria das GN) podem ativar o sistema complemento, que leva ao aumento da permeabilidade da MBG; ⇨ Há aumento da pressão hidrostática dentro do capilar glomerular, levando à proteinúria. Hematuria No curso da agressão renal, acabam ocorrendo soluções de continuidade na MBG que, associadas ou não à reação inflamatória local com vasodilatação, possibilitam a passagem de hemácias para o espaço de Bowman. ⇨ A passagem se dá por diapedese, o que altera sua forma (dismorfia eritrocitária) Retenção de sódio, edema e hipertensão Uma alteração muito frequente nas glomerulopatias é a retenção de sódio, que se manifesta clinicamente por edema e hipertensão arterial. O edema é explicado por dois mecanismos diferentes – underfill e overflow. UNDERFILL – SE DÁ NOS PACIENTES COM SD NEFRÓTICA ⇨ Há perda de proteínas pela urina, havendo hipoalbuminemia e diminuindo a pressão oncótica do plasma. ⇨ Há extravasamento do líquido intravascular para o interstício, com formação de edema. ⇨ Essa hipovolemia relativa ativa diferentes sistema de retenção de sódio (SRAA, SNS, diminuição do fator natriurético), que irão agravar o edema e formar um círculo vicioso. ⇨ O paciente se apresenta com palidez cutânea e taquicardia (sinais de ativação simpática). OVERFLOW – SE DÁ NOS PACIENTES SEM HIPOALBUMINEMIA ⇨ O rim lesado retendo sódio é a fonte do problema. ⇨ Com o sódio, há aumento da retenção de água, causando hipervolemia; ⇨ Com o espaço intravascular cheio (e pressão hidrostática alta) há extravasamento de líquido para o interstício. ⇨ O paciente se apresenta com hipertensão, edema, hipervolemia e sinais de ICC. Queda da TFG A filtração glomerular depende de vários fatores, entre os quais a pressão intraglomerular, a área disponível para a filtração e o coeficiente de permeabilidade da MBG. ⇨ Nas GN, há aumento da pressão hidrostática e queda do coeficiente de filtração. ⇨ Com a GN, ocorre retração dos podócitos, infiltração de neutrófilos, depósito de IC e proliferação endocapilar, que podem ocluir as fenestração do endotélio e diminuir a área filtranta da MBG. Alterações metabólicas As alterações lipídicas da sd nefrótica decorrem da hipoalbuminemia, que é um estímulo para a síntese proteica pelo fígado. ⇨ Há também redução do catabolismo dos lipídios. ⇨ Ocorre também hipocalcemia. o Pois parte do cálcio está ligado à albumina. Abordagem inicial do paciente com glomerulopatia ⇨ Confirmar a lesão glomerular ⇨ Elaborar e descartar dd ⇨ EAS é o melhor exame inicial o Proteinuria de 24h ajuda ⇨ Procurar evidências de doenças sistêmicas Indicações de biópsia renal ⇨ Nefrotica em adultos ⇨ Toda nefrítica, desde que não associada a infecções ⇨ Proteinúria assintomática, com ou sem alteração de função renal; ⇨ GNRP ⇨ Outros Tratamento inespecífico Busca o controle pressórico, da pressão intraglomerular, do edema, da retenção de sódio, da hiperlipidemia e das demais alterações metabólicas. ⇨ Proteinúria, PA e pressão intraglomerular o O controle da PA influencia diretamente a pressão hidrostática intraglomerular. o O controle da PA é feito com redução da ingestão de sal, medicamentos anti-hipertensivos e MEV. ▪ Diuréticos tiazídicos ou de alça ● IECA e BRA também são bons; seu uso pode ser combinado. ▪ O uso de DIU pode levar à IRA. ⇨ Edema o Preferencialmente com diuréticos de alça, com perdas diárias máximas de 1mg/kg. o Associar mais diuréticos, se necessário; o Reduzir ingesta de sódio e líquidos ⇨ Dislipidemia o O uso de hipolipemiantes é benéfico. ⇨ Insuficiência renal o Piora progressiva da Cr associada a proteinúria sugere GNRP. o Abordagens específicas que serão discutidas no problema adequado. Glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica ⇨ Acomete mais homens (2-3:1) o Dos 6-10 anos. o Nos adultos, está relacionada ao DM e alcoolismo. ⇨ Importante causa de IRA em crianças. ⇨ Após período de incubação; por IgA a infecção pode ser concomitante. Etiopatogenia ⇨ Apenas algumas cepas dos estreptococos são nefritogênicas e nem todos os indivíduos infectados por essas cepas desenvolvem a doença. ⇨ A lesão renal pós-estreptocócica envolve, basicamente, mecanismos imunes: o Reação imune cruzada, gerando AC contra a MBG, destruindo a laminina e o colágeno. o Após a formação de IgG antiestrepto, ela sofre alteração que a faz ser reconhecida como antígeno; forma-se, então, um imunocomplexo que pode se depositar no rim e dar início à lesão. o Estruturas da bactérias ou proteínas produzidas por ela se ligam ao glomérulo e ativam mecanismos imunes que o lesam. ⇨ Com a ativação do sistema imune e do complemento, há quimiotaxia para leucócitos, recrutamento de neutrófilos e macrófagos, que completam a reação tecidual. Quadro clínico ⇨ Precedido, em 7-21 dias, por infecção estreptocócica (escarlatina, piodermite ou IVAS). o Strepto pyogenes e dos grupos C e G ⇨ A apresentação clínica pode ser de uma nefrítica aguda, GNRP ou assintomática subclínica. o Os quadros assintomáticos são quase 10x mais comuns que os sintomáticos. ⇨ Edema o Geralmente pré-tibial e/ou bipalpebral, de pequena a moderada intensidade. ⇨ Hematúria macro o Quando é intensa, pode apresentar disuria ⇨ HAS o Casos mais graves podem evoluir com hipervolemia, crise hipertensiva, edema agudo de pulmão ou convulsão. ⇨ Eventualmente, dor lombar ⇨ Função renal geralmente normal ou discretamente alterada. Laboratório ⇨ 2/3 dos casos apresenta marcadores de infecção pregressa. o Antiestreptolisina O o Anti-hialuronidase o Antiestreptoquinase ⇨ EAS o Hematúria ▪ Hemácias dismórficas o Cilindros hemáticos o Leucocitúria o Cilindros leucocitários ⇨ Proteína de 24h o Em 90% dos casos é <3g ⇨ Complemento o Diminuição de CH50 e C3 em quase 100% dos casos. ▪ Níveis voltam ao normal em 4-12 semanas. Tratamento ⇨ Suporte o Sintomático o Diminuir sobrecarga hidrossalina ▪ Restrição de sal na dieta ▪ Uso de diuréticos de alça ⇨ O tto da infecção só é feito em caso de infecção vigente. Glomerulonefrite crescêntica ⇨ Também chamada de GNRP ⇨ É uma urgência nefrológica ⇨ Seu diagnóstico é anatomopatológico ⇨ Aumento progressivo da Cr, em associação à proteinúria, e sedimento rico: hematúria e/ou leucocitúria.⇨ Média de 50-60 anos; ⇨ Predileção por homens (2:1) Quadro clinicolaboratorial ⇨ Instalação aguda ou subaguda ⇨ HAS quando presente é leve (ocorre em 10-20%) ⇨ Oligúria e edema (60%) ⇨ Sd nefrótica é rara ⇨ Sinais gerais em mais de 90% dos casos o Febre o Astenia o Perda de peso o Dor muscular o Dor articular ⇨ Lesões em órgãos o Pulmonares o Cutâneas ⇨ EAS o Hematúria (quase sempre) ▪ Consequência da ruptura das alças capilares com extravasamento de hemácias para a luz dos túbulos renais. o Cilindros o Proteinúria (em 100% dos casos) ▪ Nefrotica em 10-30% ⇨ Cr plasmática elevada já na primeira consulta ⇨ Evolução da função renal depende da quantidade e tamanho das crescentes. Tipos etiopatogênicos ⇨ GN por anticorpo anti-MBG (tipo 1) o Acometimento pulmonar grave, com hemorragia alveolar, insuficiência respiratória e anemia (Sd de Goodpasture) ▪ Os mesmos ac podem reagir contra a membrana alveolar o Caracterizada por presença de anticorpo antimembrana basal glomerular ⇨ GN por deposição de imunocomplexos (tipo 2) o Nefrite lúpica o GN associada a infecção o Lesão renal da púrpura de Henoch-Schonlein o Crioglobulinemia o Caracterizada pelo consumo de complemento (c3 e ch50) e achado de imunocomplexos ⇨ GN do tipo 3 o Vasculites ANCA positivo ▪ Granulomatose de Wegener ▪ Poliangiíte microscópica o Presença de ANCA Etiopatogenia ⇨ O padrão linear reflete uma reação antígeno-ac e caracteriza a doença por ac-antiMBG ⇨ O padrão granular caracteriza a deposição de IC ⇨ A ausência de depósitos caracteriza a tipo III, refletindo alterações da imunidade celular. Apesar de o mecanismo de lesão da MBG ser diferente nos 3 tipos, a patogênese da formação das crescentes não difere entre eles. ⇨ Após a agressão à MBG, ocorre sua ruptura, havendo passagem de fibrinogênio para o espaço de Bowman; ⇨ O fibrinogênio se polimeriza e dá origem à fibrina; que estimula a proliferação de células epiteliais e infiltração de células imunes (LinfT, Macrof, fibroblastos). Anatomopatológico Caracteriza-se pela presença de crescentes, lesão proliferativa que preenche o espaço de Bowman em forma de meia-lua. ⇨ Resulta da proliferação de células epiteliais da cápsula de Bowman e da infiltração por mononucleares. ⇨ É cosniderado GN crescêntica quando há comprometimento de >50% dos glomérulos. ⇨ Nos tipos I e III o principal achado é: o Presença de necrose fibrinoide do tufo glomerular com ruptura das alças capilares e cápsula de Bowman o Inflamação periglomerular ⇨ No tipo II: o Hipercelularidade mesangioendotelial com exsudato de polimorfonucleares. ⇨ A diferenciação entre os 3 é pela imunofluorescência. o Tipo I: deposição linear de IgG e complemento ao longo da MBG; o Tipo II: depósitos granulares de Ig e C3 em alças capilares e mesângio; o Tipo III: IF negativa. Tratamento ⇨ Tratamento inespecífico ⇨ Descartar quadros infecciosos (pulmonares e renais) ⇨ Imunossupressã0 o Casos não associados a infecções ▪ Metilprednisolona, pulso, 1g/dia IV, por 3-4 dias seguidos) ▪ Após pulso, ciclofosfamida oral ou pulso, associada a prednisona VO. o No tipo I ▪ Associar plasmaférese precocemente. Nefropatia por IgA (doença de Berger) ⇨ Muito comum na Ásia; no Brasil tem prevalência em torno de 10-15% dentre as nefropatias; ⇨ Ocorre em qualquer faixa etária o Incomum abaixo de 10 e acima de 50. o Idade média 20-30. ⇨ Predomínio em homens (3:1); ⇨ Incomum em negros. Quadro clínicolaboratorial ⇨ A apresentação típica (30-50%) corresponde a surtos de hematúria macroscópica associada a IVAS ou exercício físico. o Esse quadro pode estar acompanhado de mal-estar generalizado, com dores musculares, acompanhados ou não de disúria. ⇨ Outra forma comum (30-40%) é a sd hematúrica micro + proteinúria assintomática. o Dn por EAS ⇨ Sd nefrótica é rara (5%), HAS variável (10-25%). ⇨ Proteinúria em praticamente todos os pacientes, entre 1-2g-24h. ⇨ A hematúria é característica e está presente em todos os casos. o Dismorfismo eritrocitário positivo. ⇨ Elevação da IgA plasmática (20-50%) ⇨ Nefropatia de evolução lenta e bom prognóstico; o Após 20 anos de seguimento; ⇨ Na maioria dos casos é primária; mas pode ser secundária a cirrose alcoólica, doença celíaca, dermatite herpetiforme, espondilite anquilosante, Crohn, HIV. Etiopatogenia ⇨ Aumento dos níveis de IgA circulantes; o Por aumento da síntese o Diminuição da depuração hepática e/ou esplênica ⇨ Presença de imunocomplexos circulantes; ⇨ Na nefropatia por IgA, há a IgA polimérica com defeito na glicosilação, o que resulta em uma molécula com alto poder antigênico. o Estas também se depositam no mesangio e favorecem a produção de imunocomplexos, que se depositam nos rins. o Estas também favorecem o desenvolvimento de uma resposta inflamatória no rim. Tratamento ⇨ Nefropata com ptn >1g/dia o IECA ou BRA o Alvo 125/75 o Caso ptn não reduza abaixo de 1g após 3-6 meses de tto, para pacientes com TFG >50ml/min/1,73m2 > prednisona ⇨ Nefropata com ptn <1g/dia o Alvo 130/80 ⇨ Nefropatas com TFG <30 o Tto imunossupressor apenas se GNRP Glomeurlonefrite membranoproliferativa (GNMP) ⇨ Caracteriza-se por alteração proliferativa mesangial com inflamação da alça capilar. ⇨ É secundária a outros processos sistêmicos na grande maioria dos casos; ⇨ Consumo persistente de complemento. ⇨ GNMP = padrão complexo de deposição (Ig e frações variadas do complementos); Glomerulopatia do C3 = deposição apenas de C3. ⇨ Acomete indivíduos jovens; o 70% abaixo de 30 anos. Quadro ⇨ Síndrome nefrótica (40-70%) ⇨ Sd nefrítica (20%) ⇨ Hematúria+ptn assintomáticas (15-30%) ⇨ HAS muito frequente (95%) ⇨ Ptn nefrótica ⇨ Hemat micro o Macroscópica em 1/3 ⇨ Alteração da função renal é frequente o A maioria dos pacientes apresenta queda progressiva da função renal. o É uma das gp que mais evoluem para IRC. ⇨ É muito comum a associação com doenças infecciosas, sistêmicas e neoplásicas. o Hep B e C o HIV o Malária o Esquistossomose o Endocardite o LES o Sjogren Anatomopatológico ⇨ Tipo I o Contém depósito de Ig e/ou C3 o Presença de hipercelularidade o Expansão da matriz mesangial o Espessamento das alças capilares o Lesão é difusa o Infiltração de PMN e monocitos ⇨ Tipo II o Geralmente não há depósito de Ig o Doença de depósitos densos o Classificado como glomerulopatia do C3 ⇨ Tipo III o Padrão misto o Proliferação celular e duplicação das alças capilares Etiopatogenia ⇨ É uma doença por deposição de imunocomplexos circulantes. ⇨ Na ausência de regulação inibitória, a C3 convertase determina a degradação contínua do C3, com consequente queda de seu nível sérico. Tratamento ⇨ Inespecífico sempre o IECA ou BRA o Alvo = ptn <1g/dia o Pressórico 125/75 ⇨ Idiopática o Nefrótica e perda da função renal o Ciclofosfamida ou MMF + corticoide em dose baixa por até 6 meses ⇨ Secundárias o Tto da doença de base Glomerulopatia de lesões mínimas ⇨ Causa mais comum de nefrótica em crianças (90%) o 1-6 anos; o 70% sexo masculino; ⇨ Geralmente é primária. Quadro ⇨ Nefrótica clássica o Função renal preservada o Precedida por IVAS o Edema ▪ Face, pálpebras, sacral e MMII ▪ Possível ascite e derrame pleural o Hipoalbuminemia prolongada ▪ Sinal de Muehrcke o Ptn nefrótica (>50mg/kg/dia) e seletiva ▪ Constituída quase que apenas por albumina ● Alb <2,5g/dL ▪ Hiperlipidemia acompnha o Hematúria microscópica é infrequente (<20%) o Cilindros gordurosos ⇨ Elevação inicial discreta da creatinina ⇨ Pode apresentar recidiva, desencadeada por infecção viral. Etiopatogenia ⇨ Redução das cargas negativas da barreira de filtração glomerular; ⇨ A albumina, que naturalmente seria filtrada pelo seu tamanho, não o é pela sua carga; porém, quando a barreira elétrica é perdida, essa é filtrada para o espaço urinário da cápsula. Tratamento ⇨ Inespecífico o Controle do edema o Não está indicado IECA ou BRA para normotensos. ⇨ Específico o Prednisolona até remissão (ou no mínimo 4 semanas) o Se corticorresistente, biópsia renal. o Em adultos,a biópsia é mandatória. ▪ A ciclofosfamida é uma opção à prednisolona e nos casos de recidivas frequentes ● 2 casos de ptn nefrótica 6 meses após resposta inicial; ou ● 4 recidivas em 12 meses. Glomeruloesclerose segmentar e focal ⇨ Grupo heterogêneo de doenças caracterizadas como uma síndrome; o Ptn (geralmente nefrotica) o Retração de processos podocitários o Lesões escleróticas acometendo segmentos de parte dos glomérulos ⇨ Pode ser primária, secundária ou genética ⇨ Responsável por 15% das nefróticas em crianças ⇨ Mais comum em homens e negros Quadro ⇨ Ptn (geralmente nefrótica) ⇨ HAS (45%) ⇨ Hematuria (45%) ⇨ Alteração da função renal (30%) Etiopatogenia ⇨ O componente central da GESF é o insulto ao podócito. ⇨ Sugere-se que há fatores circulantes que contribuem para a etiopatogenia da doença. o Os níveis de receptor solúvel de uroquinase (suPAR) correlacionam-se à taxa de recorrência da doença pós-transplante. Tratamento ⇨ Tto inicial o Prednisona 1mg/kg/dia ou 2mg/kg em dias alternados. o Manter por 4-16 semanas ou até quando for tolerada/atingir remissão completa. o Inibidores da calcineurina são opção (DM, consições psiquiátricas, osteoporose grave) ⇨ Recidiva o Igual ao DLM do adulto ⇨ Corticorresistentes o Ciclosporina por 4-6 meses o Caso haja remissão, manter por 12 meses, com redução gradual da dose. Nefropatia membranosa ⇨ Segunda glomerulopatia mais frequente em biópsias. ⇨ Instalação insidiosa ⇨ Frequente em homens (60-70%) ⇨ Idade média entre 45-50yo ⇨ Predomínio em indivíduos de pele branca. Quadro ⇨ Nefrótica em 80% dos casos o Ptn de 5-10g/dia ⇨ Uma parte (20-30%) apresenta-se assintomático. ⇨ Hematúria (30%) em adultos; 100% em crianças; macro é ausente. ⇨ HAS em torno de 50-70% ⇨ Alto índice de remissão espontânea ⇨ Função renal estável na maior parte dos pacientes ⇨ Doenças associadas o Neoplasias sólidas o Doenças autoimunes o Infecções crônicas ⇨ Complicações trombóticas são comuns. Etiopatogenia ⇨ Depende da reação antígeno-anticorpo; ⇨ Formação e deposição de IC no espaço subepitelial nos glomérulos; ⇨ Formação de AC contra componentes específicos da membrana celular dos podócitos; o Ativação do complemento o Início da resposta inflamatória e oxidativa o Lesão dos podócitos o Ptn Tratamento ⇨ Inespecíficos o BRA ou IECA por 6 meses ⇨ Paciente elegíveis para tto específico o Ptn persistente >4-6g/dia o Sd nefrótica refratária o Piora progressiva da função renal o Altos títulos de antiPLA2R ⇨ Específico o Corticoide EV + VO + ciclofosfamida Nefrite lúpica A doença renal é uma manifestação frequente, acometendo 30-80% dos pacientes com LES. ⇨ De acordo com o critério de ACR, o envolvimento renal no LES é: o Ptn >500mg/dia e/ou o Presença de cilindros celulares ⇨ Mais presente em mulheres jovens. Patogênese ⇨ A nefropatia é induzida por imunocomplexos; o Estes são cronicamente depositados nos rins. ⇨ A formação de autoanticorpos no LES é consequência direta da hiperatividade de LinfB. ⇨ Uma vez depositados, os complexos ativam a cascata do sistema complemento e toda a série de eventos que daí decorre: o Ativação de fatores procoagulantes o Infiltração de leucócitos o Liberação de enzimas proteolíticas o Liberação de citocinas ⇨ A lesão glomerular e vascular no LES pode ser ampliada por coagulação intravascular. Patologia ⇨ O envolvimento renal no LES se dá em quatro padrões diferentes: o Mesangial o Proliferativo local o Proliferativo difuso o Membranoso 1. Classe I – GN mesangial mínima a. Glomérulos normais à microscopia, porém com depósitos imunes à IF. b. Geralmente não se observa, pois não há indicação de biópsia nesses casos. 2. Classe II – GN proliferativa mesangial a. Lesões glomerulares restritas ao mesângio e depósitos mesangiais de imunocomplexos. b. Hipercelularidade mesangial c. Função renal normal, ptn e hematúria discretas. 3. Classe III – GN lúpica focal a. Proliferação endocapilar em virtude de células mesangiais, além de neutrófilos e monócitos. b. Até 50% do total de capilares com processo inflamatório. c. Depósito de Ig e frações de complemento. 4. Classe IV – GN lúpica difusa a. O processo inflamatório acomete mais de 50% da superfície dos capilares glomerulares. b. Extensos imunodepósitos c. Presença de Ig e complemento d. A GNLD é a classe mais frequente em LES, manifestando-se por proteinúria em nível nefrótico, hematúria e perda de função renal. 5. Classe V – GN lúpica membranosa a. Depósito imunes predominantes no espaço subepitelial do glomérulo b. Hipercelularidade mesangial c. Depósitos de Ig e complemento d. Clínica: síndrome nefrótica com função renal preservada 6. Classe VI – GN esclerosante avançada a. Presença de lesões cicatriciais e esclerosantes avançadas b. Quadro clínico de insuficiência renal crônica. Quadro Depende da natureza e da gravidade das lesões renais. De modo geral, as alterações urinárias ou funcionais são concomitantes a outros sintomas sistêmicos do LES; de maneira rara, sinais de nefrite abrem o quadro de LES. ⇨ Classe I e II o Sedimento urinário inativo o Ptn (1/3 dos casos) menor que 1g/dia ▪ Nunca nefrótica ⇨ Classe III o Hematúria e cilindros hemáticos em ½ o Ptn sempre presente ▪ Nefrótica em 1/3 o HAS ⇨ Classe IV o Forma mais grave o Sedimento sempre alterado o Nefrótica em 50% o Insuficiência renal é comum com perda rápida de função ⇨ Classe V o Sd nefrótica com função preservada o Pode ter sedimento ativo ou HAS o Trombose de veia renal é comum ▪ Piora da função renal (TFG) ▪ Piora da ptn ▪ TEP Laboratório ⇨ Alterados ⇨ VHS ⇨ PCR ⇨ Frações do complemento ⇨ Autoanticorpos ⇨ IC ⇨ Citocinas Tratamento ⇨ Classe I ou II o Tto de suporte ▪ Corticosteroides em doses baixas quando surto de atividade sistêmica o Na classe II ▪ Se ptn >3g/dia ● Corticoides ou ciclosporina ⇨ Classe V o Se função renal normal, não necessita terapêutica imunossupressora agressiva o Se síndrome nefrótica ▪ Corticoide + CFM ⇨ Classe III e IV o Indução: corticosteroides em doses elevadas ▪ Metiprednisolona em pulso 1g/dia por 3 dias ▪ Corticoterapia VO com prednisona durante 6-8 semanas o Indução: ciclofosfamida na maioria dos IV ▪ Em pulsos mensais ou trimestrais, por 18-24 meses o Fase de manutenção ▪ Azatioprina ou MMF + corticoide oral em dose baixa ⇨ Terapeutica adjuvante o Controle da HAS o Controle da obesidade o Controle da dislipidemia o Interrupção do tabagismo o Hidroxicloroquina é indicada para todas nefrites lúpica o Paciente com AC antifosfolípide recebe warfarina o LES e PTT = plasmaférese
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