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2021 * *Hábitos e comportamentos alimentares, *o uso de medicações e suplementos alimentares, *comportamento social, históricos familiares *entre outros, são aspectos que comprometem o nosso funcionamento físico, mental e emocional desencadeamento das doenças crônicas não transmissíveis que afetam mais de 50% da população desde o nascimento. A semiologia analisa em detalhes sinais e sintomas que o organismo expressa. *Esses sinais e sintomas permitem que se faça uma leitura integral para validar causas funcionais de origem nutricional. *Uma terapia nutricional que corrija desequilíbrios nutricionais através de mudanças de hábitos e comportamento alimentar com um aporte de nutrientes e compostos bioativos específicos irão resgatar funções orgânicas, origem de grande parte de doenças crônicas afim de aperfeiçoar o raciocínio clínico durante uma orientação nutricional. Sintoma é toda informação subjetiva descrita pelo paciente, pois não é passível de confirmação pelo examinador, uma vez que é uma sensação individual, como por exemplo uma dor de cabeça ou uma tontura; Sinais são alterações apresentadas pelos pacientes que podem ser observadas pelo examinador, seja a olho nu ou mesmo com o auxílio de algum equipamento. É importante ressaltar que para uma semiologia de qualidade ser desenvolvida é necessário ter um objetivo, saber o que se está procurando. é fundamental ter domínio da fisiologia de órgãos e dos sistemas, pois a partir deste entendimento a avaliação semiológica poderá ser realizada com maior assertividade. *Uma avaliação clínica minuciosa, cuidadosa e detalhada, requer um raciocínio clínico integrativo uma vez que o paciente não é uma mera soma de sintomas, com funções prejudicadas, órgãos feridos e emoções ásperas. o paciente é um ser humano, que está procurando alívio e apoio. *A busca pela alimentação saudável, pela dieta e pelo alimento como forma de entretenimento tem nos distanciado da principal função da nossa alimentação, a nutrição de todo o nosso organismo para nos manter com saúde física, mental e emocional, livre de doenças. renovação celular *A maneira como os nutrientes se tornam parte integrante do nosso organismo e determinam a sua formação e o seu funcionamento depende dos processos bioquimicos e fisiológicos que determinam suas ações. *Os nutrientes executam funções específicas e intransferíveis; se um faltar, mesmo que seja em quantidades irrisórias, outro nutriente não executará sua função. Para cada nutriente específico executar a sua função, ele precisa da sinergia de no mínimo 5 a 6 outros nutrientes. *A simples ingestão do alimento não garante que seus nutrientes estarão biodisponíveis, isto é, que estes nutrientes possam estar disponíveis para serem utilizados pelas células, e assim executarem as suas funções. *quantidade e qualidade ideal de alimentos *que forneça, essa matéria prima adequada *condições químicas e fisiológicas ideais para o alimento ser quebrado *os micronutrientes serem ionizados no meio ácido *os nutrientes resultantes desse processo serem absorvidos *transportados *utilizados pelas células do organismo. *os produtos resultantes deste processo assim como as substancias toxicas que possam ter sido ingeridas junto com os alimentos consigam ser excretados * Principais informações que devem ser consideradas para a elaboração de um diagnóstico clínico nutricional: *Avaliação do hábito e comportamento alimentar; *Histórico pessoal e social; *Histórico familiar; *Uso de medicamentos e suplementos; *Atividade física; *Fatores ambientais; *Análise de sinais e sintomas; *Antropometria; *Exames complementares. * *Ingestão *O que, quando, como, quanto e com o que comer. *Avaliar o hábito alimentar: considerando a qualidade e a quantidade dos alimentos ingeridos intervalo entre as refeições, a frequência de consumo, monotonias alimentares, equilíbrio entre os grupos alimentares, preferencias, aversões, ingestão hídrica, adequação da utilização de ingredientes culinários, consumo frequente de legumes, verduras, frutas e cereais integrais nos darão indicadores do equilíbrio nutricional. avaliação da ingestão frequente do consumo de alimentos ultra processados (aditivos químicos), agrotóxicos, nicotina, poluentes ambientais, metais pesados, excesso de cafeína, açúcar refinado, álcool, a presença de estresse oxidativo, consumo regular de alto potencial inflamatório (laticínios, glúten, soja, amendoim, e outros individuais), fatores que facilitam o aumento de endotoxinas (nitrosaminas). *Todas estas substancias poderão desencadear o aparecimento de mediadores como: eicosanoides, citocinas pró inflamatórias, histaminas, desequilíbrios na formação e ação de hormônios reguladores, células imunológicas, enzimas, neuropeptídios e neurotransmissores, promovendo desequilíbrios orgânicos que podem se traduzir em condições clínicas disfuncionais e por consequência, levar a processos patológicos. Avaliar o comportamento alimentar, considerando horários da alimentação, Local...faz alimentação fora de casa, existe um tempo dedicado para o preparo da alimentação e para se alimentar, é comum se alimentar nervoso, preocupado, estressado, apressado, é comum não prestar atenção no que está comendo, não jantar, trocar o jantar por lanches, comer e dormir em seguida, tomar líquido com as refeições ou na primeiro hora após as mesmas, sabe cozinhar, etc. *Digestão: Avaliar os fatores que podem interferir na digestão (quebra) dos alimentos, como por exemplo: a mastigação; o meio ácido gástrico, produção e ação adequadas das enzimas digestivas (salivares, gástricas, intestinais e pancreáticas) e sucos digestivos; a liberação e ação do ácido biliar e do bicarbonato; a interferência do estresse (aumento da liberação de adrenalina). Sintomas como: flatulência, eructação, azia, queimação, sensação de empachamento, estufamento, digestão parada, dores e inchaços abdominais indicam uma má digestão gástrica dos alimentos. O entendimento dos fatores que estão causando este processo determinará o tratamento. *Absorção: Avaliar os fatores que poderão interferir na absorção dos nutrientes ingeridos, como por exemplo: Mastigação. A quebra e digestão dos alimentos começam na boca, e só haverá absorção adequada com mastigação adequada. A boa mastigação estimula a continuidade da digestão no estomago, pois os alimentos chegam mais fracionados e facilitam a ação das enzimas gástricas. A ingestão de líquidos com a refeição e na primeira hora após a mesma, além de “empurrar” o alimento, causa uma diluição do meio gástrico necessário para a ação das enzimas digestivas e consequente absorção intestinal dos micronutrientes e para o controle de fungos, más bactérias e parasitas. O ph ácido adequado do quimo gástrico vai estimular a liberação da secretina que leva a produção do bicarbonato (que determinará a ação de enzimas proteolíticas alcalinas), interferindo na digestão e absorção intestinal. A disbiose intestinal pode causar inflamações e infecções que geram transtornos de absorção. A manutenção da integridade da mucosa intestinal é fundamental para a seleção natural dos nutrientes que serão absorvidos, e para a inibição da absorção de toxinas e macromoléculas estranhas ao organismo. Comer rápido, estressado ou nervoso, aumenta a liberação de adrenalina que prepara o organismo para “lutar” ou “fugir”, desviando o sangue para as extremidades do corpo e inibindo a digestão e consequentemente a absorção dos nutrientes. Avaliar a ingestãode drogas que interferem na absorção dos micronutrientes, aumentam a sua exigência para a metabolização ou ainda aumentam sua excreção. Transporte: A deficiência proteica pode promover a diminuição de proteínas transportadoras e mesmo se houver uma ingestão adequada de vitaminas e de minerais, estes podem não ser transportados corretamente até a célula. Utilização: Excessos e carências nutricionais ou mesmo desequilíbrio entre os nutrientes, principalmente entre os micronutrientes, alterações de ph sanguíneo, entre outros fatores podem comprometer a adequada utilização do nutriente no organismo alterando suas funções. *Excreção: Além de uma avaliação de uma excreção adequada via urinária, fecal, trato respiratório e pele, também é determinante a integridade dos órgãos de destoxificação, principalmente do fígado e intestino. Igualmente importante é a avaliação de fatores que podem estar colaborando com o aumento da excreção de micronutrientes, como por exemplo: excesso de sódio, açúcar, cafeína e outros que podem aumentar a excreção urinária de cálcio e de outros micronutrientes. É importante avaliar a adequação do hábito e comportamento alimentar em relação à condição fisiológica do paciente: crianças, adolescentes, gestantes, lactantes, bariátricos, idosos, condições específicas de algumas doenças, principalmente desabsortivas. * Conhecer o histórico pessoal e o meio social do paciente também é importante para compor o diagnóstico. Investigar sua ocupação(risco de intoxicação ambiental e nível de estresse), histórico de doenças e medicamentos já utilizados e ainda em uso, sedentarismo, vícios como tabagismo, álcool e drogas. Avaliar a utilização de suplementos alimentares, fitoterápicos. * É importante um histórico familiar de doenças como: diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares, doenças neuro degenerativas histórico de longevidade, hábitos e comportamentos alimentares dos familiares são idênticos ao hábito alimentar do paciente. A partir do momento em que existe uma pré disposição genética e os fatores epigenéticos permanecem os mesmos a probabilidade de desenvolvimento de doenças familiares tendem a se repetir. * Será fundamental para a composição do diagnóstico clínico nutricional a avaliação dos sinais e sintomas pregressos e atuais do paciente, fazer a relação dos mesmos com as principais causas alimentares e nutricionais, que irão ser confrontadas com os hábitos e comportamentos alimentares, para, a partir daí relacionar os mesmos. Sabemos que um sinal ou sintoma, isoladamente, pode estar relacionado com inúmeras causas. A associação de vários sinais e sintomas que o paciente teve e ainda tem, aliada a uma avaliação e entendimento do comportamento e do hábito alimentar do mesmo, darão parâmetros mais consistentes para entender as causas nutricionais desses transtornos funcionais.
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