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Profa. Ma. Ana Lúcia Machado UNIDADE I Letras Integrada Estabelecer relações entre textos literários, teoria literária e artes em geral. Rever conceitos básicos, gerais e específicos da linguística geral e aplicada. Desenvolver o raciocínio abstrato por meio das práticas discursivas. Objetivos Língua materna: é a língua primeira apresentada ao falante. Língua oficial: é a língua que a população de um país precisa saber e usar em todas as ações oficiais, ou seja, nas suas relações com as instituições do Estado. Segunda língua: é o idioma aprendido na escola e tido como uma das línguas oficiais no país. Língua estrangeira: é a língua não aprendida em casa nem usada nas relações com as instituições do Estado. Distinção entre língua Língua portuguesa: língua oficial no Brasil e, concomitante, a língua materna de milhões de brasileiros que nascem e crescem no país. Não há, no Brasil, uma segunda língua. Segunda língua: Libras foi reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil pela Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002 – ser reconhecida não significa ser oficial. O artigo 13, da Constituição Federal, não foi alterado e a lei que reconhece a Libras teria de deixar claro que altera tal artigo 13, da Constituição Federal. Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. Quanto à língua estrangeira, nas escolas do ensino básico são ensinadas a língua inglesa e/ou a língua espanhola. Língua no Brasil Origem das línguas Fonte: autoria própria Língua latina Línguas modernas Língua inglesa Suas fases ou épocas são: inglês antigo: de 450 a 1150; inglês médio: de 1150 a 1500; inglês moderno: a partir de 1500. A língua inglesa é resultado dos dialetos dos povos germânicos jutos, anglos e saxões, que deram início à conquista da Grã-Bretanha; os jutos, os anglos e os saxões, procedentes, respectivamente, da Jultândia (atual Dinamarca), de Schleswing e de Holstein (atual Alemanha). Língua inglesa As línguas portuguesa e espanhola, chamadas línguas neolatinas ou línguas modernas, têm sua origem na língua latina. 218 a.C.: os romanos chegaram à Península Ibérica e fizeram com que os povos da Península adotassem o latim como língua e o cristianismo como religião. Posteriormente, a Península é dividida em Lusitânia ao norte e Bética ao sul. Aproximadamente em 409, invasores germânicos trazem mais guerra à região. Logo a Península é invadida por muçulmanos, em 711. Línguas modernas A reconquista cristã vai gradativamente expulsando os mouros do norte para o sul. Na época da reconquista surgem os reinos independentes de Portugal e Espanha, aproximadamente no século XII. Primeiro momento para converter o castelhano na língua oficial no reino de Castilha e Leon ocorreu no século XIII. A língua portuguesa é oficializada no século XII, marcando suas fases históricas: Arcaica: século XII até XVI. Moderna: a partir do século XVI. Línguas modernas Gramática da Língua Castelhana, de Antonio de Nebrija, 1492. Grammatica da lingoagem portuguesa, de Fernão de Oliveria, lançada em 1536. Pamphlet for Grammar, de William Bullokar, em 1586. Gramatização: fenômeno massivo no Renascimento. Motivo: político (expansão das línguas entre os territórios conquistados). Primeiras gramáticas Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xvi/fernao-de-oliveira.html#.XaUFmkZKjIU Ao conhecer a história das línguas inglesa, espanhola e portuguesa, verifica-se que: I. Sua origem e expansão ocorreram de forma natural nos países de origem e nos países colonizados. II. Sua origem e expansão são marcadas pela luta territorial e, por esse motivo político, foram impostas nos países de origem e nos países colonizados. III. Sua origem e expansão não sofreram qualquer tipo de mudança ou influências. a) Apenas I está correta. b) Apenas II está correta. c) Apenas III está correta. d) Todas estão corretas. e) Todas estão incorretas. Interatividade Ao conhecer a história das línguas inglesa, espanhola e portuguesa, verifica-se que: I. Sua origem e expansão ocorreram de forma natural nos países de origem e nos países colonizados. II. Sua origem e expansão são marcadas pela luta territorial e, por esse motivo político, foram impostas nos países de origem e nos países colonizados. III. Sua origem e expansão não sofreram qualquer tipo de mudança ou influências. a) Apenas I está correta. b) Apenas II está correta. c) Apenas III está correta. d) Todas estão corretas. e) Todas estão incorretas. Resposta Articular o próprio conhecimento teórico com a realidade de ensino. A necessidade de aliar, no ensino, a teoria e a prática. A inclusão da prática reflexiva diz respeito a um espaço de formação em que profissionais da educação tenham oportunidade de refletir constantemente sobre os problemas e a dinâmica gerados por sua ação cotidiana. Professor de língua Teorias da língua Paradigma Objeto Estruturalismo Fonema e morfema Gerativo-transformacional Sintagma nominal Sintagma verbal Linguística textual Texto Pragmática Relações Língua portuguesa: fenômeno gírio Gíria: eficiente recurso expressivo, que contribui para o processo natural de renovação da língua, ocasionado pelas transformações socioculturais. As aglomerações urbanas propiciam uma maior rapidez no surgimento das variantes linguísticas, por ex., gírias. O ensino de língua portuguesa precisa servir de instrumento para promover maior respeito à diversidade linguística/ social. Aplicação da teoria: exemplo Língua espanhola: a ordem da palavra. A ordem em que aparecem os constituintes de uma sentença em espanhol é alterada segundo a situação discursiva e do conhecimento de mundo dos falantes. Em espanhol, são comuns sentenças que seriam ininteligíveis para falantes exclusivos de português; não devido ao desconhecimento das palavras, mas pela possibilidade de distinguir a ordem delas na sentença: Denuncian Profepa y Energia a PEMEX por la fuga de amoníaco (Jornada, México, 15 de abr. 2005). Aplicação da teoria: exemplo A leitura – de Profepa y Energia como agentes e Pemex como tema – resulta possível, porque no sistema da língua é lícita essa inversão de ordem das palavras. Essa ordem verbo-sujeito-complemento (v+s+c), considerada estranha ao falante de português, está presente não apenas em jornal (como no exemplo), mas também na fala espontânea: Todos los días compra Juan el diario. Aplicação da teoria: exemplo Língua inglesa: complexidade em perguntas A pró-forma what é a primeira a ser ensinada na maioria das aulas de inglês, cujo referente pode ser muito variado. Outra pró-forma é who, que ora pede como resposta um nome que tem a função de sujeito no texto, ora pede uma predicação de um sujeito. How old...? What colour...? / What’s... work? What’s the name of...? What time…? Who is… (nome)? What material…? / Which city…? What kind of work…? Why…? When…? Which country…? + óbvias - óbvias Aplicação da teoria: exemplo As dificuldades para responder perguntas podem ser causadas: pela falta de conhecimento de mundo A resposta, na verdade, não é encontrada no texto, exigindo do leitor conhecimentos sobre diversos assuntos. Aplicação da teoria: exemplo Do professor de língua, espera-se que ele: a) Articule o próprio conhecimento teórico com a realidade de ensino. b) Não tenha a necessidade de aliar, no ensino, a teoria e a prática. c) Exclua prática reflexiva. d) Desconsidere a formação profissional. e) Aja, sem reflexão, sobre os problemas e a dinâmica gerados por sua ação cotidiana. Interatividade Do professor de língua, espera-se que ele: a) Articule o próprio conhecimento teórico com a realidade de ensino. b) Não tenha a necessidade de aliar, no ensino, a teoria e a prática. c) Exclua prática reflexiva. d) Desconsidere a formação profissional.e) Aja, sem reflexão, sobre os problemas e a dinâmica gerados por sua ação cotidiana. Resposta No Brasil Colônia, a língua falada constitui-se de: No oeste do Paraná e nas margens orientais do rio Paraguai: língua geral guarani (do século XVI até XVII). São Paulo até o Nordeste: língua brasílica (tupinambá) (século XVI). São Paulo: língua geral do sul, isto é, língua dos índios tupi de São Vicente e rio Tietê, língua geral do tupinambá (até a metade do século XVIII). Maranhão, Pará, vale amazônico: língua geral da Amazônia, surgida a partir do século XVII (tupinambá). Língua e leitura na história do Brasil Os jesuítas perceberam que não podiam doutrinar em português nem aceitar confissões. Assim, Passaram a ter tradutores e estudaram tupinambá; Traduziram cantigas sacras para o tupinambá; Fizeram gramáticas da língua tupinambá (José de Anchieta em 1595 e Pe. Luís Figueira em 1621); José de Anchieta escreveu poemas em tupinambá. Papel dos jesuítas De forma geral, a língua geral tornou-se hegemônica em todas as camadas sociais e a língua portuguesa existia apenas no âmbito oficial. Enquanto a LP era aprendida por poucos que frequentavam escolas dos padres e era empregada em documentos escritos e cerimônias, a língua tupi era falada em público. LP foi imposta na 2ª metade do século XVIII, quando a Coroa, sob o governo de Marquês de Pombal, desenvolveu política de língua, impondo o uso do português e priorizando ensino da gramática portuguesa. Língua Geral e Língua Portuguesa No século XVI, os livros eram escassos, levando os jesuítas a copiar à mão para que os alunos pudessem estudar e, também, os religiosos solicitavam pedidos de remessa de livros da metrópole. Na época, os livros mais procurados eram os religiosos: manuais de confissão, catecismo, sobre vida de santos; e os clássicos com trechos expurgados, uma vez que havia censura. Leitura no Brasil Colonial Paulo IV, com a Constituição de 21 de dezembro de 1558, atribui à Congregação do Santo Ofício a compilação do índice dos livros proibidos, revisto, mais tarde, pelo Concílio de Trento. Pio IV, então, com a famosa Constituição Dominici gregis, de 24 de março de 1564, promulgou o Índice dos livros proibidos, estabelecendo para isso dez regras segundo as quais dever-se-iam ter como condenados, em geral, todos os livros que respondessem determinadas condições. Leitura e censura O Índice foi modificado no decorrer dos séculos posteriores, sendo a última em 1948; a partir dessa data, nenhum outro título foi acrescentado. Congregação publica até hoje “títulos de livros desaconselhados”, a exemplo do que faz o Centro Cinematográfico Católico com relação aos filmes. Na primeira década do século XXI, duas obras famosas foram postas na lista de livros “desaconselhados” pela Igreja Católica: série Harry Potter, de Rowling, e O código da Vinci, de Brown. Índice Fontes: https://www.amazon.com.br/Harry-Potter-Pedra-Filosofal-Rowling/dp/8532511015 https://br.pinterest.com/yasmin_cury/livros-que-amo-ler/ A leitura – privada e silenciosa feita em bibliotecas escolares, conventos ou residências – convivia com a leitura oral feita no lar ou em público feita na Igreja, sociedade literária e salas de aula. Por causa do grande índice de analfabetismo, a leitura oral, pública ou privada, proliferou. Com tanto acesso que possuímos hoje, não concebemos a existência de contrabando de livros. Porém, no Brasil Colônia, livros e jornais eram contrabandeados. Devido à censura, inúmeros livros estavam no Índice de livros proibidos. Leitura no Brasil Colonial Fonte: https://www.slideserve.com/keran/a-reforma-protestante-e-a-contra-reforma-cat-lica O que as obras Harry Potter, Bíblia e O código da Vinci têm em comum? a) Tratam de assuntos religiosos. b) São destinados a públicos infantis. c) São fábulas. d) Foram censurados pela Igreja Católica. e) São histórias fantásticas. Interatividade O que as obras Harry Potter, Bíblia e O código da Vinci têm em comum? a) Tratam de assuntos religiosos. b) São destinados a públicos infantis. c) São fábulas. d) Foram censurados pela Igreja Católica. e) São histórias fantásticas. Resposta A Igreja Católica criou o Índice, que proíbe determinadas obras, desde 1564. Necessitamos usar os conhecimentos literários e linguísticos inseparadamente para um crescimento da língua e cultural e, também, para reflexão sobre o exercício da cidadania. Podemos compreender as relações constitutivas entre linguagem e vida, língua e literatura, homem e mundo, homem, mundo e linguagem, as quais não se apresentam separadas, mas conjugadas e imbricadas umas nas outras. Relação entre língua e literatura Temos a crença de que o universo foi criado a partir da palavra – “no princípio era o verbo, o verbo se fez carne” – admitindo que a linguagem se estenda a toda realidade sensível. As crônicas seculares, os compêndios da literatura medieval e a Divina comédia empenham- se em circunscrever “a totalidade da experiência humana, os registros de seu passado, sua condição de presente e expectativas de futuro” (STEINER), prestando testemunho à convicção de que toda realidade e verdade, com pequena exceção, podem ser contidas pela linguagem. Relação entre língua e literatura A língua é marcada pela subjetividade e, por conseguinte, pela cultura. Esta é derivada de valores, que se imprimem na língua. Por isso, Sousa Filho, ao seguir os linguistas Sapir e Whorf na concepção da relatividade linguística, considera que: Somente podemos experimentar a realidade que nos cerca por meio da língua com suas categorias e distinções próprias; Essas categorias são únicas em cada língua, por serem partes de um sistema particular. Relação entre língua e literatura As contribuições da linguística à literatura são: As concepções de sistema e signo. As noções de fonema e de relação de um termo ao outro. A noção de processo. As explicações de linguagem de denotação e conotação. A concepção de literatura como parte de uma teoria geral dos signos. Relação entre língua e literatura A teoria da literatura forneceu à linguística as seguintes contribuições: Matéria-prima, uma vez que há um número razoável de línguas que só podem ser estudadas mediante os registros literários. A descrição de elementos linguísticos empregados na arte da Retórica. A noção de modalidade/gênero textual. A elaboração das categorias de dialogismo ou polifonia e a noção de gêneros discursivos. A reflexão sobre oralidade e a diversidade linguística. Relação entre língua e literatura Críticas que não são bem aceitas hoje: Biográfica, determinista, psicológica. Crença de que a obra reflete o temperamento do autor. São críticas que se voltam para elementos externos para explicar a obra. Essa visão é rompida somente na segunda metade do século XX, quando surgem críticas preocupadas com a obra em si. Críticas literárias Críticas: formalista, estilística, estética da recepção, semiótica etc. Críticas preocupadas com a obra: estrutura, recursos linguísticos, relação com o leitor (recepção), recursos visuais, relação com a sociedade, relação entre a temática e a forma e outros aspectos. Críticas literárias O trecho poético é de Drummond: “Ganhei (perdi) meu dia. E baixa a coisa fria também chamada noite, e o frio ao frio em bruma se entrelaça, num suspiro.” I. Segundo a crítica biográfica é importante saber se o poeta D. preocupava-se com a morte. II. A crítica biográfica verifica, por exemplo, rima e o jogo semântico. III. De acordo com a crítica biográfica, a expressão “chamada noite” é metáfora de morte. a) Apenas I é correta. b) Apenas II é correta. c) Apenas III é correta. d) Apenas I e II são corretas. e) Apenas II e III são corretas. Interatividade O trecho poético é de Drummond: “Ganhei (perdi)meu dia. E baixa a coisa fria também chamada noite, e o frio ao frio em bruma se entrelaça, num suspiro.” I. Segundo a crítica biográfica é importante saber se o poeta D. preocupava-se com a morte. II. A crítica biográfica verifica, por exemplo, rima e o jogo semântico. III. De acordo com a crítica biográfica, a expressão “chamada noite” é metáfora de morte. a) Apenas I é correta. b) Apenas II é correta. c) Apenas III é correta. d) Apenas I e II são corretas. e) Apenas II e III são corretas. Resposta SOUZA, L. de (Org.). História da vida privada no Brasil. 4. reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. STEINER, G. Linguagem e silêncio. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. Referências bibliográficas ATÉ A PRÓXIMA!
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