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S3 Medicina Alina Villela Infecção de vias aéreas superiores Resfriado comum Processo inflamatório (processo infeccioso viral) da mucosa do nariz, seios paranasais e faringe; Etiologia: mais de 200 sorotipos diferentes de vírus são responsáveis pelo resfriado comum. O rinovírus é o mais prevalente, sendo o responsável por cerca de 30-50% das infecções, enquanto o coronavírus é o segundo mais prevalente, responsável por 10-15% dos quadros. Outros vírus citados são o parainfluenz, sincicial respiratório (quadro mais grave=assemelha-se a gripe), adenovírus, enterovírus (quadros diarreicos com vômito); Transmissão normalmente ocorre por via direta: Gotículas de secreção nasal ou oral (tosse ou espirros); Contaminação através das mãos ou fômites (menos frequentes). Quadro clínico: ▪ Período porodrômico (lactentes): inespecífico. 12 a 24 horas; irritabilidade; anorexia; vômitos; amolecimento das fezes; dificuldade para sugar. ▪ Crianças e adultos: febre; coriza nasal fluida e hialina; obstrução nasal; lacrimejamento ocular; mal-estar geral; inapetência; mialgia; dor de garganta; tosse e espirro. ▪ Fácies “Gripal”: ▪ Olhos congestos e lacrimejantes ▪ Nariz avermelhado e edemaciado ▪ Respiração bucal ▪ Aspecto de prostração ▪ Obstrução nasal: voz anasalada, prejuízo da alimentação e do sono. Exame Físico: ▪ Mucosa nasal e faríngea hiperemiadas ▪ Aspecto congesto das membranas timpânicas Evolução: é uma doença benigna e auto- limitada, a qual os sintomas duram de 3 a 5 dias. Complicações: ▪ faringotonsilite; rinossinusite; otite média aguda; celulite periorbitária; laringite aguda. ▪ Extensão do processo viral às vias aéreas inferiores causando: traqueobronquite, bronquiolite e pneumonia. Tratamento: “não atrapalhar” ▪ Sintomáticos: Analgésico e antitérmico; fluidificar secreções nasais: solução fisiológica nasal; aumentar ingestão de líquidos, manter aleitamento materno; ▪ Retornar em caso de piora: Persistência da febre (mais de 3 dias); Recusa alimentar; Sonolência; Convulsão; Estridor inspiratório; Taquipneia ou dificuldade respiratória; Sibilância. S3 Medicina Alina Villela Influenza (gripe) A gripe é causada exclusivamente pelos vírus influenza, que são responsáveis por 5-15% das IVAS. É uma doença mais grave!! Causado pelo vírus da influenza (A, B ou C): possui grande variação antigênica, capacidade de mutação em novos subtipos, infecções periódicas- sazonalizade (período do inverno é maior). Transmissão: gotículas de secreção eliminadas pela tosse, as quais permanecem no ar por várias horas; podem atingir vias aéreas inferiores. ▪ Incubação de 1 a 5 dias após o contato com o vírus (média de 2 dias); ▪ Transmissibilidade: 2 dias antes até 7 dias depois do inícios dos sintomas. Quadro clínico: ▪ Período prodrômico: 2 a 3 dias ▪ Sinais e sintomas mais graves em relação ao resfriado comum; ▪ Comprometimento do estado geral, das vias aéreas superiores e inferiores. Sintomas mais intensos!! ▪ Lactentes: febre, coriza, tosse, obstrução nasal, anorexia, dor de garganta, adenites cervicais, vômito e diarreia. (é mais grave). ▪ Crianças maiores: febre alta, calafrios, fáscies congestionado, cefaleia, dor de garganta, mialgia, mal-estar geral, tosse, coriza, obstrução nasal. Diagnóstico: clínico (e epidemiológico); coleta de secreção nasal -> pesquisa de vírus. Complicações: infecções bacterianas secundárias; laringotraqueobronquite; pneumonia. Fisiopatologia: ocorre uma lesão direta na célula epitelial, essa célula fica edemaciada a qual produz mediadores inflamatórios que geram vasodilatação, extravasamento vascular, obstrução nasal, coriza... A diferença do coronavirus é que o mesmo atinge a mucosa dos túbulos renais. Tratamento: analgésico/ antitérmico; hidratação; desobstrução nasal; repouso; Antiviral (Tamiflu); prevenção; vacinas seguras e efetivas. S3 Medicina Alina Villela COVID-19 Por que o mundo parou nesta pandemia? → O SARS-CoV-2 é um vírus geneticamente modificado, o qual se liga com proteínas do ECA 2 (se liga de 10 a 20 x mais), que se encontra em grande quantidade no pulmão e fígado. → Taxa de replicação (R0) é 2x maior que o da gripe; → O período de incubação é mais longo; A resposta inflamatória se torna exacerbada com esse vírus; Letalidade direta (a própria inflamação leva ao óbito), sem necessidade de superinfecção bacteriana; Por que os idosos são tão susceptíveis? ▪ Influenza: possuem imunidade recorrente; ▪ Coronavírus: não possuem células de memória. Quadro clínico: ▪ febre, dor no corpo, dispneia, diarreia, padrão em vidro fosco na tomografia, alteração no olfato e paladar... Pacientes em quadro crítico-> que requerem ventilação mecânica-> tem mais probabilidade de óbito. Fatores de risco: idoso (>80), diabetes, HAS, doenças cardiovasculares, DPOC, câncer... Tratamento: 1. Suporte 2. Cloroquina e hidroxicloroquina 3. Remdesivir 4. Lopinivir/ ritonavir 5. Tocilizumab Coronavírus X Resfriado X Gripe S3 Medicina Alina Villela Infecções agudas da faringe Faringotonsilites - inflamação do tecido linfóide VADS ▪ duração média - 5 a 10 dias ▪ baixa incidência em cças < 1 ano e após os dois anos ▪ estações frias do ano ▪ 75% das FT são causadas por vírus ▪ Das FT bacterianas, o GABHS (Streptococcus pyogenes) é o mais frequente ▪ As FT manifestam-se com quadro clínico semelhante ▪ Sintomas: mal-estar geral, febre, adenite cervical, disfagia, dor faríngea severa ▪ Autolimitada Se é autolimitada por que necessita de tratamento? ▪ Por conta das complicações supurativas (Abcesso parafaringeo, abcesso periamigdaliano, abcesso mediatinal...) e não supurativas (síndrome do choque toxico, escarlatina, febre reumática...); ▪ E para diminuir o tempo e gravidade da doença. Faringotonsilites virais ▪ Cerca de 75% das FT são causadas por vírus ▪ adenovírus; influenza A e B; Parainfluenza 1, 2 e 3; Epstein-Barr Vírus (EBV); enterovírus, Hespes Simples Vírus (HSV); rhinovírus; coxsacikievírus; Vírus Sincincial respiratório (VSR) e o Reovírus ▪ sintomas leves - dor de garganta e disfagia ▪ febre e eritema na mucosa faríngea ▪ tonsilas palatinas aumentam de volume, sem exsudato EBV: ▪ Febre alta, fraqueza, disfagia, odinofagia e dor intensa ▪ Tonsilas com exsudato acinzentado ▪ Petéquias na junção do palato duro com o palato mole ▪ Hepatoesplenomegalia não é incomum ▪ Complicações: obstrução aérea aguda, trombocitopenia, rash cutâneo após uso de ampicilina, ruptura de baço Herpangina (síndrome mão- boca- pé): mais verão, cefália, vômitos, adenopatia cervical pequenas vesículas com base avermelhada, tendência a ulceração disseminam para palato, pilares e parede faríngea, porém sem gengivite. Coxsackie A, provavelmente pelo Coxsackie B e Echovírus. S3 Medicina Alina Villela Faringotonsilites Bacterianas: GABHS ▪ Suspeita quando faringite exsudativa, linfadenite cervical anterior (nível II), dados epidemiológicos como idade e época do ano (frio); ▪ Manifestação clássica: início súbito, cefaléia, odinofagia, eritema faringotonsilar, exsudato amarelado e adenopatia cervical dolorosa; ▪ No entanto, somente cerca de 30% dos pacientes apresenta a doença clássica. Escala de escores: Wald et al (1998) ▪ idade entre 5 e 15 anos; ▪ estação do ano; ▪ T> 38,2OC; ▪ adenopatia cervical ▪ exsudato; ▪ ausência de sinais IVAS (coriza, obstrução, tosse, lacrimejamento...) ▪ Sensibilidade de 59% (5) e 75% (6) Laringites agudas “Processos inflamatórios agudosda mucosa laríngea de natureza infecciosa viral ou bacteriana, alérgica ou traumática.” Diagnostico diferencial: EPIGLOTITE AGUDA; LARINGOTRAQUEOBRONQUITE AGUDA; LARINGITE DIFTÉRICA; LARINGITE ESTRIDULOSA; EDEMA DE GLOTE. EPIGLOTITE AGUDA ▪ H influenzae tipo B ▪ 3 – 6a ▪ estridor inspiratório ▪ dispnéia piora decúbito ▪ sialorréia ▪ evolução horas Tratamento: sempre manter ambiente hospitalar; Cefalosporina 3a geração (ceftriaxona); Corticoterapia; IOT sn Sinal do polegar S3 Medicina Alina Villela LARINGOTRAQUEOBRONQUITE AGUDA ▪ crupe ▪ evolução benigna ▪ viral -> bacteriano ▪ 6m – 3a ▪ estridor ins e expiratório (bifásico) ▪ sem variação com decúbito ▪ rouquidão e tosse Sinal do V invertido Tratamento: sintomático e antibióticos; → Disfonia + tosse= não usa broncodilator; → Disfonia + tosse + falta de ar= corticoide + broncodilatador. LARINGITE DIFTÉRICA ▪ C diphtheriae ▪ Faz parte do tríplice bacteriano; ▪ secundário faringotonsilite ▪ 1 – 8 anos ▪ falsas membranas branco-azintentadas ▪ odor fétido ▪ febre baixa ▪ toxemia, hipotensão, queda Estado Geral Tratamento: ambiente hospitalar; SAD; PNC G potássica (eritromicina); IOT ou traqueostomia SN. LARINGITE ESTRIDULOSA ▪ subglótico ▪ RGE(refluxo) ? ▪ Descarga pós-nasal ▪ não febril ▪ 1 – 4 anos ▪ sufocação noturna ▪ melhora espontânea EDEMA DE GLOTE ▪ evolução rápida ▪ edema difuso, mais em supra-glote ▪ estridor e dispnéia ▪ adolescentes e adultos (não é comum é crianças) ▪ rápida ▪ estridor bifásico (acometimento de pregas vocais) ▪ antecedentes alérgicos Tratamento: observação; adrenalina sc; corticóide ev; monitorização; IOT sn.
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