Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIO- LOGIA Adrenal Histologicamente, é dividida em: córtex e medula adrenal. O córtex é dividido em 3 zonas (glomerulosa, fasciculada e reticular). O termo insuficiência adrenal diz respeito ao córtex adrenal. A síntese de hormônios corticais é feita a partir do colesterol, em uma sequência de reações enzimáticas. Qualquer defeito enzimático terá como consequência a não formação do produto final. 1. Mineralocorticóides: • Aldosterona: é o principal mineralocorticóide. Corresponde a 90% do total da atividade mineralocorticóide. • desoxicorticoesterona: (1/3 da potência da aldosterona) • corticoesterona: (fraca atividade). • 9alfa-fludrocortisona: sintético. Utilizado na reposição em caso de insuficiência. (Medicamento: Florinefe) • cortisol:: atividade fraca, porém secretado em grandes quantidades. • hidrocortisona:: sintético. Atividade fraca, porém, quando em doses altas, possui bom efeito. Ação → manutenção volêmica, manutenção pressórica. Sua síntese e secreção são estimuladas pela Angiotensina II, pelos altos níveis de K e Acth. Em casos de desidratação importante: há queda volêmica; sistema justaglomerular detecta a queda volêmica/pressórica Há liberação de renina e ativação do SRAA. A aldosterona retém Na e líquidos, secretando K (tentativa de compensação volêmica). A hipercalemia (ex: K exógeno): também ativa aldosterona para compensar. 2. GLICOCORTICÓIDES: • CORTISOL: é o principal. Corresponde a 95% do total da atividade glicocorticóide.. • corticosterona: (1/3 da potência da aldosterona) • hidrocortisona: sintética; quase tão potente quanto o cortisol endógeno. • PREDNISONa: sintética. 4x mais potente que o cortisol. • METILPREDNISONA:: sintética. 5x mais potente que o cortisol. • dexametasona:: sintética. 30x mais potente que o cortisol.. Ação → importantes no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Fazem com que estes combustíveis estejam disponíveis para o corpo. No metabolismo do carboidrato: estimulam a gliconeogênese, diminuem a taxa de utilização de glicose, sempre guardando na corrente sanguínea para um outro momento (é hiperglicemiante!). Na insuficiência adrenal, tende à hipoglicemia. No metabolismo de lipídios: mobilização de ácidos graxos = aumento de ácidos graxos livres no plasma e aumento da sua utilização para a geração de energia. No metabolismo de proteínas: redução dos depósitos de proteínas em todas as células corporais (exceto fígado). No fígado, essas proteínas servem para a gliconeogênese. Há redução da síntese proteica, maior catabolismo das proteínas presentes nas células (se em excesso, há muito catabolismo). → Aumento da concentração plasmática e hepática de proteínas. Em altas doses os glicocorticóides possuem efeitos anti-inflamatórios: reduzem migração leucocitária, diminuem a proliferação linfocitária, diminuem a febre, aceleram a resolução da inflamação. Eixo hippotálamo-hipófise-adrenal • estressores: estresse físico, estresse emocional, dor, frio, hipoglicemia. → O cortisol AUMENTA a glicemia. Estimula a gliconeogênese -> aumenta a glicogenólise. A indução da hipoglicemia, ao avaliar o aumento do cortisol, permite avaliarmos se o eixo está funcionando adequadamente. A hipoglicemia induz o aumento do cortisol! 3. androgênios adrenais • desidroepiandrosterona (DHEA) • androstenodiona No homem adulto, os androgênios adrenais não possuem tanto efeito, uma vez que a testosterona (produção testicular) é mais ativa e mais potente. → Na mulher, são a principal fonte de andrógenos, que são convertidos em testosterona nos tecidos periféricos. São importantes para o desenvolvimento da libido e dos pêlos axilares e pubianos. Se em insuficiência adrenal: queda de pelos axilares e pubianos, queda da libido. INSUFI- CIÊNCIA ADRENAL Condição clínica causada pela diminuição da produção ou liberação dos hormônios adrenocorticais. → Evento final: ↓ na produção de cortisol pelo córtex adrenal + consequências clínicas decorrentes. O principal hormônio que causa os sintomas é o cortisol. Obs: pode ou não haver deficiência concomitante de aldosterona, bem como deficiência ou excesso de androgênios adrenais. CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: Doença de Addison (causada por doenças que afetam diretamente o córtex adrenal). Há ↓ da síntese ou secreção dos glicocorticóides e mineralocorticoides. Com aumento da síntese e secreção de ACTH (mecanismo compensatório, pela ausência do feedback negativo). Manifestações tornam-se presentes quando há perda da função de 90% ou mais do córtex adrenal. É uma doença, portanto, insidiosa. Causas: doenças autoimunes - adrenalites (são as principais nos países desenvolvidos), infecciosas - mais comuns nos países em desenvolvimento (TB, paracoco, blastomicose, histoplasmose, criptococose, SIDA → vírus que tem tropismo pelo córtex adrenal, pelo fato de que o cortisol reduz a imunidade → vírus se salvam da defesa humana no córtex). Outras causas: hemorragias, infiltração neoplásica, sarcoidose/amiloidose, adrenalectomia bilateral, genéticas, fármacos). 1. Primária: doenças que acometem o córtex adrenal diretamente; 2. Secundária: doenças hipofisárias resultam na redução da síntese de ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) 3. Terciária: doenças hipotalâmicas com deficiência do hormônio liberador do ACTH (CRH). Autoimunes: - Isolada: anticorpo anti-21 hidroxilase - Associada a outras doenças autoimunes: síndrome poliglandular autoimune (Ex: tireoidite de hashimoto, DM1, doença celíaca). Genéticas: são mais comuns na faixa etária pediátrica. Principais exemplos: 1- Hiperplasia adrenal congênita (HAC) -> autossômica recessiva. Causada pela deficiência de uma das enzimas necessárias para a síntese de cortisol. A deficiência mais comum é a da enzima 21-hidroxilase, codificada pelo gene CYP21A2. A glândula é hiperplásica pelo fato de que o ACTH hiperestimula a glândula. A prescrição de cortisol inibe esse estímulo exacerbado. 2- Adrenoleucodistrofia: recessiva ligada ao X. Mutações no gene ABCD1. 1 em cada 20.000 homens. Resultam em acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito longa no sistema neural e no córtex adrenal. Além da Insuficiência adrenal, pode ocorrer desmielinização progressiva do SNC e alterações neurológicas decorrentes do quadro (perda de força, audição, visão). tratamento Reposição de glicocorticóide e mineralocorticoide CIÊNCIA ADRENAL central:. 1. Secundárias: doenças hipofisárias 2. Terciárias: doenças hipotalâmicas Causas: mais comum → uso crônico de glicocorticoides (ex: dexametasona). Esse cortisol exógeno inibe a secreção do eixo e a suspensão deste medicamento causa o choque, já que o eixo está inibido, com atrofia das glândulas. A insuficiência adrenal se instala com a interrupção abrupta da administração do glicocorticóide, após sua utilização por um período prolongado. Este período, dependendo da dose, 1 mês já é considerado longo. Causas endógenas: hipopituitarismo congênitos, massas expansivas, tratamento cirúrgico ou radioterápico de tumores na região, causas autoimunes, traumas, doenças infecciosas, entre outras. quadro clínico: apresentação bastante variável. a. Evolução insidiosa e inespecífica (geralmente precede em anos ao diagnóstico definitivo) b. Início abrupto, com quadros graves, com risco imediato à vida, como em casos de crise adrenal aguda. A presença de cefaléia, diminuição do campo visual, sintomas de deficiência de outros hormônios -> indica IA central. Se há outras doenças autoimunes: afastar adrenalite autoimune. Hiperplasia adrenal congênita: presença de síndrome perdedora de sal no neonato ou lactente jovem ou presença de ambiguidade genital. É um quadro de desidratação grave e choque. INSUFICIÊNCIA ADRENAL AGUDA ou crise adrenal Complicação aguda grave, caracterizada por: hipotensão arterial e desidratação grave → pode evoluir rapidamente para choque circulatório. Geralmente acompanha febre e alteração do nível de consciência. → Geralmenteassociado à uma situação que precipitou essa crise (ex: paciente com IA crônica, muitas vezes desconhecida e, quando com uma infecção concomitante, algo que necessite de maior quantidade de cortisol para a defesa. Isso ocorre porque não há cortisol disponível). → Ocorre nas situações de estresse (infecções, traumas) em pacientes não diagnosticados (primodescompensação) ou em pacientes em tratamento que não receberam ajuste adequado (ajuste significativo da dose) do glicocorticóide em uso nas situações de estresse orgânico grave. quadro clínico:. ✴Hipotensão e choque ✴Febre ✴Desidratação e hipovolemia ✴Náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal ✴Fraqueza, apatia, alteração da consciência ✴Hipoglicemia, hiponatremia, hipercalemia ✴Linfocitose com eosinofilia diagnóstico 1a etapa: confirmação do diagnóstico topográfico pela secreção de cortisol inapropriadamente baixa. 2a etapa: determinação do diagnóstico topográfico , definindo se é decorrente de doença primária da adrenal ou patologia central. 3a etapa: investigar doença de base. → Cortisol basal entre 8 e 9h: • < 3,5mcg/dL sugerem diagnóstico • > 18mcg/dL excluem; • Entre 3-5 e 18mcg/dL → necessários testes funcionais: indução da hipoglicemia ou ACTH exógeno (ver se o cortisol aumenta) Dosar pela manhã para o diagnóstico de IA. → ACTH concomitante à coleta de cortisol: • > 100pg/mL + cortisol baixo: IA primária • ACTH plasmático ou inapropriadamente “normal” + [cortisol] sérico ↓ sugere IA secundária. Necessário confirmar com testes funcionais → Deidroepiandrosterona (DHEA) e sua forma sulfatada (DHEA-S): Geralmente abaixo do limite de detecção nas mulheres com IA. Avaliação Etiológica: → Idade, presença de outras doenças, uso de fármacos. → Anticorpos contra o tecido adrenal (anti-21-hidroxilase) → IA Central: demais hormônios hipofisários e RM de sela túrcica. → TC/RM de adrenais: adrenalite autoimune (redução dos volumes adrenais); doenças granulomatosas (ex TB) -> aumento + calcificações ou necrose. → Sexo masculino: dosar ácidos graxos de cadeia muito longa (adrenoleucodistrofia) → Crianças com IA e excesso de androgênio: precursores da via do cortisol. Principal: 17OHprogesterona tratamento Reposição de glicocorticóide
Compartilhar