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Proliferação Celular Câncer de Esôfago CONCEITO DE CÂNCER DE ESÔFAGO O câncer de esôfago não é uma neoplasia muito comum, porém extremamente letal. É dividido em dois tipos: • Adenocarcinoma esofágico – desenvolve-se no interior do epitélio colunar displásico. • Carcinoma de células escamosas esofágicas – derivado do epitélio estratificado não queratinizado. EPIDEMIOLOGIA → A distribuição mundial do ca de esôfago não é homogênea – as maiores taxas ocorrem na China e no Irã. → Em países desenvolvidos (EUA e países europeus) é um tumor raro – inci. 5 casos a cada 100.000 hab. → No Brasil a maior incidência é no sudeste e sul (calor do chimarrão). → A maioria dos casos aparecem a partir dos 40 anos. → O tipo escamoso é mais comum em negros enquanto que o adenocarcinoma é mais comum em brancos. → A maioria dos casos é atribuído ao uso de álcool e fumo (aumenta em até 4x o risco), enquanto que no caso do álcool, o uísque é o que está mais ligado devido seu maior teor alcoólico. FATORES DE RISCO Idade → A chance de contrair ca de esôfago aumenta com a idade – principalmente acima dos 40 anos. Gênero → O homem tem maior probabilidade do que a mulher. Refluxo esofágico → Pessoas com refluxo apresentam maior risco de adenocarcinoma de esôfago. Esôfago de Barrett → O refluxo pode desenvolver o esôfago de Barrett, que é resultado da exposição recorrente ao ácido estomacal. Costuma ser diagnosticado em pessoas que sofrem com a doença do refluxo por muito tempo. → O esôfago de Barrett aumenta o risco de adenocarcinoma do esôfago, porque as células do esôfago de Barrett podem se tornar anormais ao longo do tempo. Tabagismo e alcoolismo → Tabagismo – cigarros, charutos e tabacos de mascar. → O álcool – aumenta o risco para células escamosas (mais grave) do que para o adenocarcinoma. Proliferação Celular Obesidade → As pessoas acima do peso ou obesas têm uma maior chance de ter adenocarcinoma de esôfago. → Isto é em parte explicado pelo fato de que os obesos são mais propensos a ter refluxo gastroesofágico. Dieta → Dieta rica em carne processada pode aumentar a probabilidade. → Beber líquidos muito quentes com frequência (chimarrão). Acalásia → Resultado de danos nos nervos do esôfago, impedindo que o esôfago direcione o alimento para o estômago. → Pessoas com acalasia tem maior risco de câncer, sendo diagnosticado de 15 a 20 anos após a acalasia. Exposição ocupacional → Exposição a vapores químicos (solventes para limpeza a seco). Lesão no esôfago → Causada por soda cáustica, que é encontrada em produtos de limpeza e prova queimadura química no esôfago. → A queimadura provoca uma cicatriz e um estreitamento do esôfago, que após décadas pode levar um ca de esôfago. Histórico pessoal → Pessoas que já tiveram outros tipos de câncer, como de pulmão, boca e garganta. Genética → Doença hereditária que predispões ao ca de esôfago – tilose palmar e plantar, que é genético. → O risco de ca nesse paciente aproxima a 95%. Tilose – hiperceratose nas palmas das mãos e plantas dos pés. Leva o desenvolvimento de carcinoma de células escamosas. Infecção pelo Papiloma Vírus Humanao (HPV): → Infecção por determinados tipos de HPV está associado ao ca de esôfago. FISIOPATOLOGIA Carcinoma escamoso/ epidermoide: → Ocorre tipicamente em adultos com mais de 45 anos e acomete mais os homens que as mulheres. → A maioria das etiologias dos carcinomas de células escamosas é atribuído ao uso de álcool e tabaco, cujos efeitos aumentam o risco para o câncer. → No entanto, o carcinoma de células escamosas do esôfago também é comum em algumas regiões onde o uso de álcool e tabaco é incomum. → Assim, temos também que deficiências nutricionais, como a ingestão de componentes com hidrocarbonetos nitrosaminas e outros compostos mutagênicos, têm sido considerados possíveis fatores de risco também. → A patogenia molecular do carcinoma de células escamosas de esôfago permanece indefinida. → Com relação a morfologia: o Mais da metade do ca atingir as células escamosas do terço médio do esôfago. o As lesões inicialmente vão aparecer como espessamentos semelhantes a placas pequenas, branco acinzentadas. o Vão demorar de meses a anos para crescer até formar massas que vão se projetar para dentro da luz, obstruindo-o. o Pode invadir estruturas adjacentes, incluindo a árvore respiratória, causando pneumonia; Adenocarcinoma: → O adenocarcinoma de esôfago geralmente surge em devido a fatores como o esôfago de Barrett e refluxo gastroesofágico de longa data. → E ainda tem risco em paciente com uso de tabaco, obesidade e radioterapia anterior. → A progressão do esôfago de Barrett leva a aquisição gradual de alterações genéticas e epigenéticas, que acumulam mutações (gene TP53) durante a progressão formando uma displasia e posteriormente um carcinoma. → Morfologia: o Geralmente ocorre no terço final do esôfago e pode invadir a cárdia gástrica. o As lesões podem aparecer como placas planas ou elevadas na mucosa o Os tumores podem se infiltrar ou ulcerar e invadir o tecido profundamente. o Acontecem de esses tumores produzirem mucina e formam glândulas. Proliferação Celular QUADRO CLÍNICO → O quadro clínico vai está relacionado com o crescimento do tumor e a obstrução da luz esofágica. → Normalmente, no início, os pacientes são assintomáticos ou apresentam queixas inespecíficas como indigestão. → Com o evoluir o paciente pode apresentar: o Disfagia – é o sintoma mais comum, caracterizado por dificuldade de engolir, alimentos ou líquidos. Em caso de disfagia cerca de 2/3 da luz do esôfago vai estar obstruída pelo tumor. o Emagrecimento – causado principalmente pela disfagia. o Odinofagia – dor ao deglutir. o Sialorreia – excesso de salivar pela obstrução do esôfago. o Tosse crônica, rouquidão e hematêmese – são sintomas mais graves que vão está associados ao acometimento de estruturas adjacentes ao esôfago. DIAGNÓSTICO Anamnese → analise conjunta de uma esofagografia baritada + endoscopia digestiva alta com biópsia (esofagoscopia). Esofagografia baritada → Conhecido como deglutição de bário. → Procedimento radiografia comum do TGI alto com administração de contraste. → No exame é possível ver o lúmen do esôfago diminuído, caracterizando uma “mordida de maçã”. Endoscopia digestiva alta com biópsia (esofagoscopia) → É possível observar o tecido formado e fazer biospsia para identificar o tipo histológico. LOCALIZAÇÃO DO TUMOR 50% - no terço médio do esôfago; 25% - no terço superior 25% - no terço inferior Outros exames: → Radiografia de tórax – pode evidenciar sinais da doença avança, principalmente caso atinja o pulmão. → Tomografia computadorizada – do tórax e abdome, para observar o estágio de metástase e sua extensão. → Taqueobroncoscopia – indicado em casos de tumores na região superior do esôfago, com o objetivo de avaliar infiltrações na parede da traqueia. ESTADIAMENTO → O câncer de esôfago tem um comportamento agressivo e acaba rapidamente se disseminando ao redor do órgão e a distância. → A disseminação ocorre do epitélio → submucosa → muscular → linfonodos regionais. → 75% dos pacientes diagnosticados com ca de esôfago já apresentam algum tipo de invasão linfática. → Os tumores na região superior e média, normalmente, atingem a árvore brônquica, a aorta e o nervo laríngeo. → Já os tumores da parte inferior acabam por avançar para o diafragma, pericárdio e estômago. → Com isso, vê se a importância do estadiamento para definir a evolução da doença e chegar ao tratamento adequado. TRATAMENTO O tratamento vai depender da localização do tumor, ou seja, do estadiamento. Proliferação Celular Cirúrgico: → Tem caráter curativo → Ocorrepela realização de uma esofagectomia (retirada do esôfago) + linfadenectomia regional (retirada dos linfonodos regionais) com margens de segurança de até 8 cm. Terapia neoadjuvante: → Terapia neoadjuvante é a administração de agentes terapêuticos antes do tratamento principal (tec. operatória). → Sua principal utilidade é o controle local do tumor. mas por si só não. → É feito pela associação, ou seja, em conjunto, a radioterapia e a quimioterapia. → É indicado em paciente, segundo a tabela de estadiamento, nos estágios IIA, IIB e III. → A combinação de ambos tem potencial de aumenta a sobrevida. Terapia paliativa: → Como grande parte dos ca de esôfago são diagnosticados na fase tardia, muitas vezes não é possível realizar um tratamento radical. → Com a terapia paliativa o objetivo é restaurar a capacidade de deglutição e de nutrição do paciente (odinofagia, disfagia e perda de peso). → Um dos exemplos são as cirurgias que desviam o trânsito alimentar de passar pelo local do tumor, com a colocação de uma prótese ou uma via endoscópica. → Na colocação da prótese, as complicações ultrapassam 20% dos casos e ainda oferecem uma paliação insatisfatória. → Tem também a associação de radioterapia e quimioterapia com o intuito de limitar ou reduzir o crescimento da massa tumoral, podendo melhorar a condição da disfagia. PROGNÓSTICO → O prognóstico depende muito do estadiamento, mas em geral é ruim. → Normalmente a sobrevida de 5 anos - inferior a 5% dos pacientes diagnosticados, isso devido muitos pacientes já se apresentam com a doença avança no diagnóstico. → Os pacientes com câncer restrito à mucosa têm cerca de 80% de taxa de sobrevida, que cai para menos de 50% com o envolvimento da submucosa, 20% com a extensão para a muscular própria.
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