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Arbitragem - Unidade 1

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ASPECTOS GERAIS 
DA ARBITRAGEM
Professora:
Me. Mariane Helena Lopes
Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Editoração Thayla Guimarães 
Qualidade Textual Produção de Materiais
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; LOPES, Mariane Helena; 
 
 Arbitragem. Mariane Helena Lopes; 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 28 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Arbitragem. 2. Aspectos. 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 347
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
06| HISTÓRICO DA ARBITRAGEM E DA ANTIGUIDADE
10| GRÉCIA, ROMA E IDADE MÉDIA
15| A ARBITRAGEM ATUALIZADA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Compreender os acontecimentos históricos. 
 • Analisar os fatores que contribuíram para a arbitragem.
 • Conhecer como funcionava a arbitragem nos principais momentos históricos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Histórico da arbitragem e da antiguidade
 • Grécia, Roma e Idade Média
 • A Arbitragem atualizada
ASPECTOS GERAIS DA ARBITRAGEM
INTRODUÇÃO
introdução
Caro(a) aluno(a), nesta primeira unidade você estudará a respeito do contexto 
histórico da arbitragem, levando-o(a) ao conhecimento, ao longo da história, 
quanto aos meios usados na criação da arbitragem desde a antiguidade até a 
atualidade e, assim, quando foi criada a lei de fato e de direito que trata espe-
cificamente sobre o assunto abordado neste trabalho.
É bom sabermos que a arbitragem é uma forma muito antiga de resolu-
ção de conflitos, existem relatos de sua existência desde 2.500 a. C., e, por essa 
razão, faz-se importante aprendermos um pouco sobre o seu contexto histórico.
Ao falarmos sobre o tema arbitragem na antiguidade, não podemos deixar 
de citar de um dos mais antigos e importantes Códigos de Conduta já existen-
te na história da humanidade, que foi o Código de Hamurabi, em que se tem 
relatos que nos levam a crer que, naquela época, a Arbitragem já era exercida 
pelos anciões e pelo próprio Hamurabi, desta forma concretizamos o pensa-
mento que a arbitragem é mais antiga do que imaginamos.
Na Grécia, a arbitragem era uma instituição conhecida, tanto para a solução 
de disputas entre suas cidades, quanto entre os cidadãos. Já em Roma, a arbi-
tragem era bastante conhecida e praticada em paralelo com a jurisdição estatal.
Ao longo da história, a arbitragem foi se desenvolvendo, deixando de ser 
tratada e executada somente por reis, anciões, etc., e passou a ser exercida 
por um poder estatal, isso veremos acontecer na Idade Média, com o renas-
cimento do comércio, em que o poder estatal passava a determinar e decidir 
conflitos por meio de árbitros.
O Estado como conhecemos hoje, foi uma criação da Idade Moderna, em 
que a jurisdição estatal era e continua, sendo exercida por funcionários públicos. 
Dessa maneira, poderemos constatar, ao longo dos estudos desta unidade, que, 
assim como no passado, a arbitragem veio tomando força de lei, até que, por 
consequência dos seus frutos nos dias atuais, acabou virando lei, e conseguiu 
ser reconhecida e respeitada internacionalmente e, até então, vem conquistan-
do seu espaço dia a dia, e ganhando força no mundo jurídico.
Pós-Universo 6
Histórico da Arbitragem 
e da Antiguidade
Pós-Universo 7
Antes de analisarmos como funciona a arbitragem propriamente dita, deve-se 
fazer uma introdução histórica sobre o surgimento dela. Além disso, também ve-
rificaremos como o instituto jurídico funcionou na Antiguidade, com o intuito de 
compreender melhor o que temos hoje.
A arbitragem é uma das formas mais antigas de resolução de conflitos do mundo. 
Ela já era usada na Antiguidade e na Idade Média, quando representava um caminho 
certo para evitar um confronto bélico, no que diz respeito ao Direito Internacional 
Público, já no que diz respeito aos demais ramos do Direito, a solução de conflitos 
por meio de árbitros é utilizada há muitos anos. Como disse Platão: “que os primei-
ros juízes sejam aqueles que o demandante e o demandado tenham eleito, a que 
o nome de árbitros convêm mais que o de juízes, que o mais sagrado dos Tribunais 
seja aquele em que as partes tenham criado e eleito de comum acordo”. (2012, p. 32)
A evolução da solução de controvérsias é apresentada da seguinte forma: vingan-
ça privada indiscriminada, vingança privada regulada, uso facultativo da arbitragem, 
uso obrigatório da arbitragem e, por fim, o uso da justiça estatal. Porém essa não é 
uma visão unânime sobre esse instituto jurídico. (PASUKANIS, 1989)
A escassez de fontes históricas nos leva a uma divergência de interpretações. Para 
se fazer uma análise histórica do instituto da arbitragem obrigatoriamente deve-se 
passar pelas funções do Estado (DALLA VALLE, 2012).
A criação do Estado como conhecemos hoje é uma obra da Idade Moderna. 
(DALLARI, 1991) Em grande parte dos Estados modernos, a jurisdição estatal é exer-
cida em caráter permanente, por funcionários públicos com dedicação exclusiva, em 
estrutura preexistente ao litígio. De outro lado, a arbitragem moderna caracteriza-se 
pela escolha de pessoas que normalmente não são investidas de qualquer magis-
tratura, para a decisão de um caso específico, ou seja, escolhe-se um a pessoa que 
tenha formação e conhecimento na área do conflito que precisa ser solucionado.
A solução de controvérsias é uma função muito mais antiga que o próprio Estado 
Moderno. Nos primórdios o soberano tomou para si a função da administração da 
justiça ou, pelo menos, o modo em que a solução de controvérsias deveria desen-
rolar (DALLA VALLE, 2012).
No Código de Hamurabi, há menção à figura dos “anciãos”, como a do “juiz” para a 
solução de controvérsias. De outro lado, o mesmo Código fala que Hamurabi seria “o 
árbitro perfeito, que designa pastos e água para Lagash e Girsu” (DALLA VALLE, 2012).
Pós-Universo 8
Pode-se observar que, desde o surgimento da arbitragem, ela já foi consi-
derada um método alternativo de solução de conflitos, servindo como uma 
forma secundária para se resolver os problemas da sociedade. Historicamente, 
a arbitragem se evidenciava nas duas formas do processo romano agrupa-
das na ordo judiciorum privatorum, ou seja, o processo das legis actiones 
e o processo per formulas. Em ambos os casos que vão desde as origens 
históricas de Roma, sob a Realeza (754 a.C.) ao surgimento da cognitio ex-
traordinária sob Diocleciano (século III d.C.) (TEIXEIRA)
fatos e dados
Em diversos momentos da história, a jurisdição estatal era exercida por particula-
res, nomeados por determinado mandato, como no caso da Grécia clássica (DELLA 
VALLE, 2012). O fato de esses cidadãos privados exercerem funções públicas por no-
meação ou por mandato tornava incerta a configuração de determinado meio de 
solução de controvérsia como puramente jurisdicional ou de arbitragem.
Na Antiguidade, a arbitragem surgiu anteriormente à jurisdição estatal. Ela seria 
uma evolução direta da vingança de sangue para a jurisdição estatal, embora possaser verdadeira em algumas sociedades, não considera as formas iniciais de tentativa 
de intermediação de conflitos fora dos quadros estatais, principalmente de cunho 
religioso ou com o recurso aos sábios ou anciãos. (DELLA VALLE, 2012)
Martin Domke afirma que o uso de arbitragem já era mencionado em escritos 
cuneiformes de Ur, datados de 2.500 a.C. O citado autor, ainda, menciona que o Código 
de Hamurabi como uma fonte de várias menções ao uso da arbitragem (DOMKE, 
1997). Todavia as traduções do Código utilizam-se da palavra “juiz” para aquele que 
julga, prevendo formas públicas de sua destituição em caso de erro.
 “
Em outras passagens, o Código refere-se aos anciãos como julgadores. Aquele 
próprio autor ressalva que, naquele momento histórico, é difícil fazer uma 
clara separação entre o que seja arbitragem e o que seja julgamento estatal. 
Entretanto, considera razoável assumir que diversas disputas fossem resolvi-
das fora dos tribunais do rei (DOMKE, 1997, p.2).
Pós-Universo 9
O citado autor, ainda, refere-se ao uso comum da arbitragem no antigo Egito, contudo, 
sobre isso existem poucos registros escritos, possivelmente por se desenrolarem fora 
do sistema oficial de solução de controvérsias (DOMKE, 1997).
Destarte, deve-se ressaltar que os exemplos citados são esparsos e não permitem 
afirmar a existência de evidência histórica suficiente para um estudo aprofundado 
da arbitragem na antiguidade. Dessa forma, pode-se perceber que, como o mate-
rial sobre o instituto jurídico é escasso, não se tem grandes notícias sobre o mesmo 
no período histórico.
Pode-se citar dois exemplos do uso da arbitragem, em oposição ao sistema 
de solução de controvérsias do Estado. Em meados de 2.700 a.C., o chefe 
de Nekheb criou um fundo para as oferendas fúnebres após a sua morte. O 
fundo seria administrado por sacerdotes e as disputas entre os sacerdotes 
e os leigos seriam resolvidas pela jurisdição normal. Todavia, caso houvesse 
disputas entre os sacerdotes, elas seriam dirimidas pelos demais sacerdotes 
administradores do fundo, que decidiriam como árbitros.
Outro exemplo que pode ser citado sobre a utilização da arbitragem é datado 
em 2.300 a.C., e também envolve a criação e administração de um fundo 
para homenagens fúnebres de uma pessoa chamada Senu-Ankh. Ainda 
existem referências aos sacerdotes e chefes de comunidades menores que 
agiram como juízes durante diversos períodos da história do Egito.
Fontes: Domke (1997) e Della Valle (2012).
fatos e dados
Pós-Universo 10
Grécia, Roma e 
Idade Média
Pós-Universo 11
Nesta aula será feita uma análise de três momentos históricos diferentes. Analisaremos 
como funcionava a arbitragem na Grécia, Roma e na Idade Média. Além disso, também 
será feita uma diferenciação entre esses três períodos.
Na Grécia, a arbitragem era uma instituição conhecida, tanto para a solução de 
disputas entre suas cidades, quanto entre os cidadãos (DELLA VALLE, 2012). Essa 
forma de solução de conflitos fazia parte da vida cotidiana dos gregos e, ao mesmo 
tempo, de Demóstenes, haveria uma considerável sofisticação sobre o procedimen-
to de arbitragem compulsória (DOMKE, 1997).
Para que se possa compreender a arbitragem nesse sistema jurídico, deve-se 
considerar a existência de dois tipos de arbitragens paralelas (DOMKE, 1997). A pri-
meira era a arbitragem pública, que era um procedimento formal que servia como 
uma espécie de primeira instância civil. Nesse tipo os árbitros eram os cidadãos que 
estavam em seu 60º ano de vida (no fim do serviço militar). Nessa época o serviço 
realizado pelo árbitro era um serviço público, cuja desobediência acarretava a sansão 
de perda dos direitos civis. Caso a parte fosse prejudicada por um árbitro, poderia 
apresentar uma queixa acarretando a perda dos direitos civis do árbitro, caso fosse 
comprovado (DELLA VALLE, 2012; DOMKE, 1997).
A segunda era a arbitragem privada. Esta era desenvolvida por comum acordo 
entre as partes, sem envolvimento direto do Estado. A partir de 4 a.C., existem provas 
de que as partes contrataram a arbitragem privada não poderiam levar o caso para 
o sistema judicial (ROEBUCK Apud DALLA VALLE, 2012).
Contudo, no que diz respeito a essas formas de arbitragem, havia uma diferença 
em razão da matéria e no sistema recursal. Os árbitros de caráter público conheciam 
causas de direito público, criminal, capacidade das pessoas. Já os árbitros de caráter 
privado, aqueles que eram escolhidos pelas partes, apenas tratavam de matérias con-
tratuais. As primeiras decisões eram objeto de recurso; já as segundas decidiam de 
definitivo (DALLOZ Apud DALLA VALLE, 2012). E em Roma, a arbitragem era bastan-
te conhecida e praticada em paralelo com a jurisdição estatal.
Pós-Universo 12
São de particular interesse dois legisladores atenienses: Drácon e Sólon. O pri-
meiro fornece a Atenas o seu primeiro Código de leis, que ficou conhecido 
por sua severidade e cuja lei relativa ao homicídio foi mantida pela reforma 
de Sólon. Deve-se a Drácon a introdução de importante principio de Direito 
Penal: a distinção entre os diversos tipos de homicídio, diferenciando entre ho-
micídio voluntário, homicídio involuntário e o homicídio em legítima defesa.
Sólon não só cria um Código de leis, que alterou o Código criado por Drágon, 
como também procede a uma reforma institucional, social e econômica. No 
campo econômico, Sólon reorganiza a agricultura, incentivando a cultura da 
oliveira e da vinha e, ainda, a exportação do azeite. No aspecto social, entre 
as várias medidas, são de particular interesse aquelas que obrigavam os pais 
a ensinarem um ofício aos filhos; caso contrário, eles ficariam desobrigados 
de os tratarem na velhice; a eliminação de hipotecas por dívidas e a liberta-
ção dos escravos pelas mesmas e a divisão da sociedade em classes. Atrai 
também artífices estrangeiros com a promessa de concessão de cidadania.
Apesar de ter sido o berço da democracia, da filosofia, do teatro e da escrita 
alfabética fonética, a civilização grega tinha algumas características bastan-
te particulares. Duas delas podem ter contribuído para o obscurecimento do 
direito grego ao longo da história. A primeira é a recusa do grego em aceitar 
a profissionalização do direito e da figura do advogado que, quando existia, 
não podia receber pagamento. A segunda é a de que preferia falar a escrever. 
Parece até um paradoxo que o povo que inventou a escrita desse primazia à fala.
A característica dos gregos de dar preferência à fala em detrimento da escrita 
era também reforçada pelas dificuldades que a escrita ainda apresentava, 
mesmo no século V a.C., com a disponibilidade e custo do material para 
escrita e produção de obras para consumo.
Fonte: Dalla Valle (2012)
saiba mais 
No período clássico, o processo civil romano era bifásico, em que começava perante um 
pretor que, se concedesse a ação, que era feita por meio de uma fórmula, encaminhava 
o caso para o julgamento de um cidadão, que, então, decidiria o mérito (MOREIRA ALVES, 
2005, p. 205). Esta segunda fase era chamada de apud iudicem. Um cidadão comum que era 
indicado a proferir a decisão do conflito em questão. Embora fosse nomeado pelo pretor, 
as partes poderiam indicar uma pessoa de sua confiança para decidir (GUILHERME, 2012).
No direito romano, também existiu a figura da arbitragem a parte do procedimento 
estatal, nela o árbitro era chamado pelas partes a decidir uma controvérsia nos moldes 
por ela colocados. Assim, poderia ser chamado tanto a decidir um litígio como também 
poderia apenas declarar ou integrar determinado aspecto do negócio (CRIGO, 1958).
Pós-Universo 13
Desde o ano de 446 a.C., com a prática da arbitragem entre cidades, até o 
Código Justiniano, quase um milênio após, Roma praticou a arbitragem em 
mais de uma forma.
Alguns autores mencionam que, na Lei das Doze Tábuas, existiria a determi-
nação para o uso da arbitragem, ao prescrever que as famílias interviessem na 
impossibilidadede resolução de uma controvérsia entre as partes interessadas.
Fontes: Della Valle (2012) e Guilherme (2012).
fatos e dados
A fonte da investidura do árbitro era a vontade das partes e não a fórmula do pretor: 
ela advinha de um negócio jurídico denominado compromisso (GUILHERME, 2012; 
DALLA VALLE, 2012). A palavra compromisso indica a existência de uma promessa 
dupla, destinada a dar ao pacto a força que lhe faltaria (DALLA VALLE, 2012).
A referência a um terceiro para decidir não tinha efetividade no direito romano. 
Seria um pacto nu, uma obrigação natural e não uma obrigação civil. Inicialmente, 
o direito romano conheceu o arbitrium boni viri feito por um arbitrator, no quadro 
da boa-fé, ou seja, sem execução própria (DALLA VALLE, 2012).
Posteriormente, foi-se criando a possibilidade de conjugar uma pena como 
forma de garantir o pactuado. Com isso, mesmo que a parte não cumprisse a 
sentença, poderia ser aplicada uma multa. Nesse momento fala-se dos árbitros 
ex compromisso, ou seja, aqueles que são investidos conforme o compromisso 
(DECLAREUIL, 1850 Apud DELLA VALLE, 2012).
Os poderes do árbitro eram fixados no compromisso, que servia como a fórmula 
do pretor ao juiz. O árbitro tinha que conservar a liberdade de julgar de acordo com 
a sua consciência. As partes não podiam impor que decidisse em um sentido deter-
minado. Assim, pode-se dizer que o compromisso regulava toda a parte externa da 
arbitragem, devendo deixar livre seu lado interno, ou seja, o conteúdo da sentença 
(DECLAREUIL, 1850 Apud DELLA VALLE, 2012).
O pretor não tem o poder de proferir a sentença arbitral nem mesmo de ve-
rificar o conteúdo da mesma. Tal vedação decorria de duas razões principais: a) o 
compromisso era feito sem intervenção do pretor; e b) o árbitro não tinha o dever 
de observar as regras de direito. Ao julgar, o árbitro obedecia ao compromisso e a 
sua consciência (GUILHERME, 2012).
Pós-Universo 14
Na Idade Média, a sociedade feudal também utilizou a arbitragem e a me-
diação na solução de conflitos, inclusive internacionais, tendo-se em vista 
a intervenção da Igreja Católica em todos os principados, que era a divisão 
política da época. O Papa era considerado o árbitro supremo, enquanto que 
os bispos e senhores feudais se valiam mais da mediação.
Fonte: TASP (2011).
fatos e dados
O aparecimento da arbitragem ex compromisso é bastante posterior ao surgimento da ar-
bitragem. Contudo, suas raízes foram fincadas na tradição romana e, embora conhecendo 
algum declínio no tocante às formas de execução, com ela chegou até o direito justiniano, 
a Idade Média e mesmo aos tempos modernos (DALLA VALLE, 2012; GUILHERME, 2012).
Já na Idade Média, além da sobrevivência por meio do direito romano, a arbitragem 
também era encontrada nas compilações “bárbaras” da Idade Média. Alguns autores 
chegam mesmo a afirmar que as sentenças arbitrais eram mais frequentes que as senten-
ças judiciais, em razão da perda de credibilidade do sistema judicial feudal (MORTARI, 1958).
Com o renascimento do direito romano, todas as disposições do Corpus Iuris relativas 
à arbitragem voltaram a ser estudadas, com contribuições do direito canônico (MORTARI, 
1958). Vários estatutos das cidades previram a existência da arbitragem, sendo esta objeto 
de vários estudos, que modificaram o instituto com o passar do tempo.
Por conta do renascimento do comércio, tribunais de comerciantes, a maioria ligada 
às respectivas corporações de ofícios, foram criados e tinham jurisdição inicialmente sobre 
os comerciantes (GUILHERME, 2012).
É nesse período que surgiu a arbitragem comercial típica, que cria as caracterís-
ticas do instituto que prevalecem até os dias de hoje (DELLA VALLE, 2012). Tratava-se 
de uma jurisdição paralela a das cortes estatais que aplicavam o direito civil comum. 
Os tribunais dos comerciantes, em geral, atuavam sem grandes formalidades proces-
suais, aplicando somente o costume dos comerciantes (MORTARI, 1958).
Embora esses tribunais sejam considerados “arbitrais”, estes apontavam algumas 
dificuldades de definição da arbitragem em um contexto de pluralismo jurídico. Uma 
vez aceita a existência de órgãos institucionalizados e permanentes, onde deveria 
ser traçada a linha entre arbitragem e jurisdição?
Para tanto, pode-se considerar tais órgãos como tribunais arbitrais por constituí-
rem uma atividade judicante não estatal, composta por particulares e, embora fosse 
praticamente compulsória a todos os comerciantes, se pressupunha um grau voliti-
vo mínimo das partes (GUILHERME, 2012; DELLA VALLE, 2012).
Pós-Universo 15
A Arbitragem 
Atualizada
Pós-Universo 16
O desenvolvimento histórico que levou à unificação do Estado e das fontes de direito pro-
duziu o fenômeno da codificação dentro da tradição jurídica romano-germânica. A edição 
do Código Civil francês, no início do século XIX, marca o início de tal era, que se caracteri-
zou por uma unificação das fontes e a abordagem sistemática da regulação da vida social.
 “
Embora houvesse códigos editados anteriormente, como o da Prússia, o 
francês detém a primazia de uma abordagem sistemática da matéria, razão 
pela qual o autor também o considera o marco inicial do movimento de co-
dificação (DELLA VALLE, 2012, p. 29).
Os Códigos não deixaram de seguir o substrato jurídico existente na sociedade. 
Diversos deles recepcionaram o compromisso romano já na forma elaborada na 
Idade Média, como estudamos anteriormente (DELLA VALLE, 2012).
Desde o Código de Processo Civil francês ao Código Civil brasileiro de 1916, houve 
uma ampla adoção da figura do compromisso arbitral. O direito de base europeia foi 
adotado em toda a América Latina, nas ex-colônias africanas e asiáticas, de indepen-
dência mais recente, e por países que pretendiam realizar esforços de modernização 
de seus sistemas jurídicos, como foi o caso do Japão e da Turquia (DALLA VALLE, 2012).
No Brasil, a arbitragem é conhecida desde os tempos da colonização portugue-
sa. Inicialmente, a arbitragem foi prevista pelas Ordenações Filipinas, no seu Livro II, 
Títulos XVI, LIII, XVII. A partir desta, o Código Comercial Brasileiro, de 1850, estabele-
ceu o arbitramento obrigatório para as causas entre sócios de sociedades comerciais, 
durante a existência legal, liquidação ou partilha da sociedade ou companhia. Contudo, 
o Regulamento 737, de 1850, que foi o primeiro diploma processual codificado, res-
tringiu tal obrigatoriedade estritamente às causas comerciais. Ainda assim, surgiram 
inúmeras críticas a esse caráter compulsório (GUILHERME, 2012).
Surgiu, então, a Lei 1.350, de 1866, que revogou tais dispositivos, e o Código Civil, 
de 1916, reduzindo a arbitragem a mero compromisso. Os Códigos de Processo Civil 
de 39 e 73 também dispuseram da mesma forma, em seus arts. 1.031 a 1.040 e 1.072 
a 1.102, respectivamente, garantindo ao instituto uma versão facultativa em vigor 
até o advento da lei (MORAIS; SPENGLER, 2008).
Uma vez que a arbitragem foi convencionada, ela passa a ser de cunho 
forçado. Os artigos citados anteriormente dispunham somente sobre o compro-
misso arbitral e não sobre a cláusula compromissória ou cláusula de arbitragem, 
diferentemente do que temos hoje.
Pós-Universo 17
Foi com a Constituição de 1946 que se consagrou pela primeira vez o prin-
cípio da ubiquidade da jurisdição, art. 141, §4º, e a partir daí foi reiterado nas 
subsequentes: Constituição de 1967, art. 150, §4º; na Emenda Constitucional 
de 1969, art, 153, §4º e finalmente na Constituição de 1988, art. 5º, XXXV.
Fonte: Morais e Spengler (2008, p. 170)
fatos e dados
No que diz respeito ao plano internacional, houve um crescimento vertiginoso e dife-
renciado das relações comerciais externas impulsionadas pela globalização econômica 
que contribuiu para revestir de importância os juízos arbitrais. Estes acompanharam 
de perto o desenvolvimento e incremento das relações entre Estados e entre par-
ticulares, repercutindo na formaçãode tratados na área internacional, bem como 
novas codificações no que se refere à arbitragem entre particulares em cada país 
(MORAIS; SPENGLER, 2008).
Com relação ao Brasil, a integração deu-se a partir da assinatura do “Protocolo 
de Genebra”, de 24 de setembro de 1923, sendo ratificado e internalizado no Brasil 
e da Convenção de Panamá, de 1975, à qual foi aderida em maio de 1996 (MORAIS; 
SPENGLER, 2008).
Com a assinatura do Protocolo, de 1923, conferiu-se validade à cláusula arbitral 
em contratos comerciais internacionais, com a garantia da execução das sentenças 
arbitrais e a condução de causas aos tribunais arbitrais, quando as partes tivessem 
se comprometido em aceitar tal procedimento (MORAIS; SPENGLER, 2008).
Passados alguns milênios desde o início de seu uso, a arbitragem parece estar consolida-
da como uma forma de solução de controvérsias amplamente aceita (DELLA VALLE, 2012).
A arbitragem parece ter ganhado um reconhecimento unânime em todos os sis-
temas de direito atuais. Em alguns campos, como no caso do comércio internacional, 
a arbitragem é um método de solução de conflitos, como veremos no decorrer do 
nosso estudo (DELLA VALLE, 2012).
Apenas a Convenção de Nova Iorque, de 1958, sobre o reconhecimento e execução 
de sentenças arbitrais estrangeiras, conta com 143 países signatários em janeiro de 2009.
Pós-Universo 18
Em 1990, foi a primeira vez que o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a 
eficácia da cláusula compromissória em contrato internacional, sendo dis-
pensado o compromisso arbitral anterior.
Somente depois da promulgação da Convenção do Panamá, de 1975, em 
maio de 1996, que acabou sendo sedimentada a mentalidade sobre a arbi-
tragem. Por conta disso, não se faz mais nenhuma distinção entre arbitragem 
interna e internacional, não sendo exigida mais, no caso da última, a homo-
logação judiciária dela, assim como não se exige mais, como condição de 
validade do juízo arbitral nacional, a existência do “compromisso arbitral” ce-
lebrado entre as partes envolvidas na arbitragem.
Sobre o assunto, a jurisprudência já decidiu, como podemos observar abaixo:
ARBITRAGEM. EXISTÊNCIA. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. ANÁLISE 
DE CONTROVÉRSIA DECORRENTE DO CONTRATO. JUÍZO ARBITRAL. 
POSSIBILIDADE. MÉRITO DA DECISÃO ARBITRAL. ANÁLISE NO STJ. 
IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO À ORDEM PÚBLICA. 
PRECEDENTES DO STF E STJ. 1. As regras para a homologação da sen-
tença arbitral estrangeira encontram-se elencadas na Lei nº 9.307/96, 
mais especificamente no seu capítulo VI e na Resolução nº 9/2005 do 
STJ. 2. As duas espécies de convenção de arbitragem, quais sejam, a 
cláusula compromissória e o compromisso arbitral, dão origem a pro-
cesso arbitral, porquanto em ambos ajustes as partes convencionam 
submeter a um juízo arbitral eventuais divergências relativas ao cum-
primento do contrato celebrado. 3. A diferença entre as duas formas 
de ajuste consiste no fato de que, enquanto o compromisso arbitral 
se destina a submeter ao juízo arbitral uma controvérsia concreta já 
surgida entre as partes, a cláusula compromissória objetiva subme-
ter a processo arbitral apenas questões indeterminadas e futuras, que 
possam surgir no decorrer da execução do contrato. 4. Devidamente 
observado o procedimento previsto nas regras do Tribunal Arbitral 
eleito pelos contratantes, não há falar em qualquer vício que macule 
o provimento arbitral. 5. O mérito da sentença estrangeira não pode 
ser apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça, pois o ato homologa-
tório restringe-se à análise dos seus requisitos formais. Procedentes do 
STF e STJ. 6. Pedido de homologação deferido”. Processo SEC 1210/ EX 
SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA 2006/0185918-6. Relator Min. 
FERNANDO GONÇALVES (1107). Órgão julgador: CE – CORTE ESPECIAL., 
j. 20/06/2007, data da publicação e fonte: DJ 06.08.2007, p. 444.
saiba mais 
Pós-Universo 19
Pode-se afirmar que a arbitragem é uma instituição jurídica. Nas palavras de Friedrich 
Karl von Savigny (1949, p. 31):
 “
Mas da mesma forma que o julgamento em um determinado litígio tem 
apenas uma natureza limitada e dependente e não pode encontrar los mas 
promotoria da relação jurídica enraizada força viva e atraente, está a regra 
legal e cunhagem legal na abordagem instituição legal como los a sua mais 
profunda fundação, cuja natureza orgânica é evidenciado tanto no contex-
to de vida dos elementos quanto no seu desenvolvimento progressivo. Sim, 
para que não pare com o fenômeno imediato, mas nós nos movemos a essên-
cia da questão, sabemos que todo efeito da relação jurídica é o julgamento 
particularmente uma abaixo é dominado pela regra jurídica.
A Constituição Federal, de 1988, consagra, em seu art. 4º, VII, a solução pacífica de 
conflitos para resolver questões oriundas de relações internacionais e, em seu art. 
217, trouxe a arbitragem como um pressuposto processual.
Leis extravagantes posteriores também se ocuparam em prever o instituto. A Lei 
nº 8.078/90, que dispõe sobre a proteção do consumidor, dispõe que, nos contratos 
de fornecimento de produtos e serviços, a inclusão de cláusula relativa à utilização 
compulsória da arbitragem.
A Lei nº 9.099/95 criou os Juizados Especiais, prevendo a possibilidade do julgamen-
to por meio do “juízo arbitral”, com o árbitro escolhido pelas partes, podendo decidir por 
equidade, sujeitando o laudo à homologação judicial por sentença irrecorrível, na qual se 
deve observar se não foi proferido fora dos limites, ou em desacordo com o seu objeto; se 
julgou toda a controvérsia submetida ao juízo; se emanou do árbitro efetivamente escolhido; 
se é exequível, isto é, se contém os fundamentos mínimos da decisão e o seu dispositivo.
A Convenção de Nova Iorque, de 1958, está disponível no site <www.unci-
tral.org>. Alguns países podem não aderir à Convenção por outras razões 
que não o desconhecimento do instituto.
Um exemplo dessa situação seria o do próprio Brasil que somente a ra-
tificou no ano de 2002, muito embora reconheça a arbitragem desde as 
Ordenações de Portugal e da Constituição do Império.
saiba mais 
http://www.uncitral.org
http://www.uncitral.org
Pós-Universo 20
Na década de 80, tramitaram três Anteprojetos de Lei sobre a arbitragem, demons-
trando a preocupação do legislador em aperfeiçoá-lo, dotando o país de moderna 
legislação sobre o tema. Tal comportamento refletiu na edição da Lei nº 9.307/96 
(MORAIS; SPENGLER, 2008, p. 173).
A entrada em vigor da Lei nº 9.307/96 representou uma transformação que adveio, 
em grande parte, da importância do instituto jurídico face às relações comerciais in-
ternacionais, como citado no tópico anterior,
Conclui-se, assim, que a arbitragem é uma instituição jurídica permanente, re-
conhecida em todo o mundo. Ela existe desde os tempos imemoriais. A arbitragem, 
então, é reconhecida no mundo atual em praticamente todos os sistemas de direito 
contemporâneo.
Antes da Lei nº 9.307, de 23-9-96, que introduziu a arbitragem moderna no 
País, sob o prisma contratual e empresarial internacional, éramos conside-
rados uma nação marginalizada ou de segunda classe. Toda negociação 
com pessoas jurídicas do Exterior esbarrava na vetustez e anacronismo do 
Código de 1916, que trouxera o compromisso arbitral no seu bojo como 
um nada jurídico, como algo absolutamente inútil. Esse antigo diploma, ao 
exigir homologação judicial da decisão arbitral, suprimia toda a utilidade do 
instituto e mais do que isso, levantava a celeuma da necessidade de homolo-
gação judicial de laudo arbitral proferido no Exterior, algo que durante muito 
tempo foi palco de infindáveis discussões no Supremo Tribunal Federal e de 
inúmeros constrangimentos, mormente a empresas brasileiras.
Fonte: Venosa (2011).
fatos e dados
atividades de estudo
1. Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta:
I. A arbitragem já era usada na Antiguidade e já servia como caminho bélico.
II. A criação do Estado como conhecemos hoje é uma obra da IdadeModerna.
III. Nos primórdios, os anciões tomaram para si a função da justiça do modo em que 
a solução de controvérsias deveria desenrolar ao longo dos conflitos.
IV. Segundo Della Valle (2012), o Código de Hamurabi, fala que Hamurabi seria “o 
árbitro perfeito, porém o mesmo código menciona os “anciãos” que faziam o papel 
do “juiz” para a solução de controvérsias”.
a) As alternativas I e II estão corretas.
b) As alternativas III e IV estão corretas.
c) As alternativas II e IV estão corretas.
d) As alternativas I e III estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
2. Assinale qual das alternativas abaixo está correta:
a) A arbitragem seria uma evolução direta da vingança de sangue para a jurisdição 
estatal.
b) Em relação a modo de jugar, na antiguidade, a arbitragem só julgava problemas 
de cunho religioso e de divórcio.
c) Na antiguidade, os anciões não podiam agir como árbitros, devido à proibição 
que existia no Código de Hamurabi.
3. Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso nas questões abaixo:
( ) Na Grécia, havia dois tipos de arbitragem: arbitragem pública e a privada.
( ) Na Grécia, a arbitragem era conhecida, tanto para a solução de disputas entre 
suas cidades, quanto entre os cidadãos.
( ) A arbitragem era uma forma de solução de conflitos e fazia parte da vida cotidia-
na dos gregos.
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atividades de estudo
4. Assinale a alternativa correta:
a) A palavra compromisso, em Roma, indicava a existência de uma promessa dupla, 
destinada a dar ao pacto a força que lhe faltaria
b) Em Roma, o árbitro não tinha que conservar a liberdade de julgar de acordo com 
a sua consciência, ele julgava em conformidade com a Lei.
5. Leia as afirmações abaixo e assinale as alternativas corretas:
I. A Constituição Federal, de 1988, consagra, em seu art. 4º, VII, a solução pacífica 
de conflitos em questões oriundas de relações internacionais e, em seu art. 217, 
trouxe a arbitragem como um pressuposto processual.
II. A Lei nº 9.099/95 criou os Juizados Especiais, prevendo a possibilidade do julga-
mento por meio do “juízo arbitral”.
III. A Lei nº 8.078/90, que dispõe sobre a proteção do consumidor, dispõe que, nos 
contratos de fornecimento de produtos e serviços, a inclusão de cláusula relati-
va à utilização compulsória da arbitragem.
a) Somente as alternativas I e II estão corretas.
b) Somente as alternativas II e III estão corretas.
c) Somente a alternativa III está correta.
d) Todas as alternativas estão corretas.
6. Assinale qual das alternativas abaixo está correta:
a) Com o surgimento da Lei 1.350, de 1866, e do Código Civil de 1916, a arbitragem, 
que era um mero compromisso, passou a ter força no mundo jurídico.
b) Com relação ao Brasil, a partir da assinatura do “Protocolo de Genebra” conferiu-
-se validade à cláusula arbitral em contratos comerciais internacionais.
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resumo
De acordo com o que estudamos, a arbitragem é uma das formas mais antigas de solução de 
conflitos, impedindo, assim, um confronto bélico entre Estados, no que diz respeito ao Direito 
Internacional.
A falta de fontes históricas sobre a arbitragem, nesse período, nos leva a divergências de interpre-
tações, pois cada autor entende de uma forma diferente, repassando, assim, o seu entendimento 
sobre o assunto. O Estado como conhecemos hoje foi uma criação da Idade Moderna, em que a 
jurisdição estatal era exercida por funcionários públicos.
O uso da arbitragem já era mencionado em escritos cuneiformes, datados de 2.500 a.C. O Código 
de Hamurabi já citava a arbitragem e, muitas vezes, de acordo com a sua tradução, encontrava-
-se a palavra juiz para definir aquele que decidiria a arbitragem.
Na Grécia, como visto, tínhamos duas formas de arbitragem: a) pública: um procedimento formal 
que servia como uma espécie de primeira instância civil. Aqui os árbitros eram os cidadãos; b) 
privada: era desenvolvida por comum acordo entre as partes, sem um envolvimento direto do 
Estado.
No que diz respeito ao período romano, o processo civil era bifásico, ou seja, ele começava perante 
um pretor que, a partir de uma fórmula podia conceder a ação. Nesse caso, então, encaminhava 
o caso para um julgamento de um cidadão.
Nesse período histórico, o árbitro era escolhido pelas partes de acordo com a vontade das mesmas 
e não à fórmula do pretor. Inicialmente, a decisão dada por uma terceira pessoa não tinha efe-
tividade e, por essa razão, não era cumprida pelas partes envolvidas. Posteriormente, criou-se a 
possibilidade de aplicação de uma pena como forma de garantir o cumprimento da decisão.
Todos os poderes do árbitro, nesse período, eram fixados no compromisso que servia como 
fórmula do pretor ao juiz. Como se pode perceber, o árbitro devia conservar a liberdade de julgar 
de acordo com a sua consciência. Ainda, as partes não podiam impor que o mesmo decidisse 
num determinado sentido. Com isso, toda a parte externa da arbitragem era regulamentada.
Diferentemente do árbitro, o pretor não tinha poder para proferir a sentença arbitral, nem mesmo 
verificar o conteúdo dela. Essa vedação decorria das seguintes vedações: a) compromisso era 
feito sem intervenção do pretor; e b) o árbitro não tinha o dever de observar as regras de direito.
resumo
Com relação à arbitragem na Idade Média, a sentença arbitral, nesse período, era mais utiliza-
da do que as sentenças judiciais, por causa da perda de credibilidade do sistema judicial feudal.
Por conta do renascimento do comércio que, em sua maioria, era ligado às respectivas corpo-
rações de ofícios, foram criados os tribunais de comerciantes, cuja jurisdição, inicialmente, dizia 
respeito somente aos comerciantes. Pode-se dizer que se tratava de uma jurisdição paralela a das 
cortes estatais que aplicavam o direito civil comum.
Embora esses tribunais fossem considerados arbitrais, existia uma dificuldade de definição com 
relação ao instituto propriamente dito.
Passado por esse estudo histórico, vimos que, no Brasil, a arbitragem é conhecida desde os tempos 
da colonização portuguesa. No direito brasileiro, a Constituição Federal, de 1988, consagrou tal 
instituto como uma solução pacífica de conflitos para resolver questões oriundas de relações in-
ternacionais, bem como trouxe a arbitragem como um pressuposto processual.
Algumas leis extravagantes também trouxeram a previsão de tal instituto, como, por exemplo a 
Lei nº 9.099/95. Contudo, somente com a Lei nº 9.307/96 é que, de fato, ocorreu uma transfor-
mação, mostrando a importância do instituto jurídico face às relações comerciais internacionais.
material complementar
Na Web
Para saber mais sobre o Código de Hamurabi, acesse o site: <http://www.dhnet.org.br/di-
reitos/anthist/hamurabi.htm>. Ele traz, inclusive, o Código de Hamurabi aplicado na época.
Arbitragem e Equidade: uma abordagem internacional
Autor: Martin Della Valle
Editora: Atlas
Sinopse: Publicada a Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307, de 23 de setembro 
de 1996), lançaram-se os estudiosos à tarefa fundamental de informar os 
operadores do direito acerca das vantagens e da potencialidade deste 
meio de resolução de controvérsias. O país, efetivamente, acordava aos poucos, preguiço-
samente, para os métodos ditos alternativos de solução de litígios, movimento que tomou 
corpo no início dos anos 80 e que, no final do século XX, culminou com a revitalização da 
arbitragem. Passados vários anos a partir do advento da Lei, a primeira onda evolutiva da 
arbitragem - informativa - cumpriu seu papel. Nessa obra foi esmiuçado detalhes sobre a ar-
bitragem, mostrando de que forma a mesma deve funcionar na sociedade.
Comentário: Esse livro é interessante visto que demonstra de que forma a arbitragem pode 
ser utilizada na sociedade, bem como as características da mesma. Além disso, a obra em 
questão mostra como a equidade é utilizada no instituto emanálise.
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm
referências
CRIFO, Giuliano. Enciclopedia del diritto. Verbete “. arbitrato – diritto romano”. Milano: Giuffrè, 
1958.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
DALLA VALLE, Martim. Arbitragem e Equidade: uma abordagem internacional. São Paulo: Atlas, 
2012.
GUILHERME, Luiz Fernando do Vale de Almeida. Manual de Arbitragem. São Paulo: Saraiva, 2012.
MORAIS, José Luis Bolzan de; SPENGLER, Fabiana Marion. Mediação e Arbitragem: alternativa 
à jurisdição. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.
MOREIRA ALVES, José Carlos. Direito Romano. 13. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
MORTARI, Vincenzo Piano. Enciclopedia del diritto. Verbete “arbitrato – diritto intermedio”. 
Milano: Giuffrè, 1958.
PASUKANIS, Eugeny B. A teoria geral do direito e o marxismo. Rio de Janeiro: Renovar, 1989.
SANTOS, Paulo de Tarso. Arbitragem e Poder Judiciário: mudança cultural. São Paulo: LTr, 2001.
SANTOS, Ricardo Stersi Soares do. Noções gerais da arbitragem. Florianópolis; Fundação 
Boiteaux, 2004.
SAVIGNY, Friedrich Karl von. Ciencia del derecho. v. 1. Buenos Aires: Losada, 1949.
SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Manual de Arbitragem. São Paulo: R dos Tribunais, 2008.
TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo. In A Arbitragem no Sistema Jurídico Brasileiro. Trabalho apresen-
tado na obra coletiva A arbitragem na Era da Globalização. Forense.
TRIBUNAL ARBITRAL DE SÃO PAULO, Arbitragem no Brasil. Disponível em: <http://www.arbitra-
gem.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=53>. Acesso em: 24 
mar. 2014.
VENOSA, Silvio de Salvo. Arbitragem: presente e futuro. Jornal Carta Forense. Disponível em: <http://
www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/arbitragem-presente-e-futuro/7583>. Acesso em: 
22 mar. 2014.
resolução de exercícios
1. c) As alternativas II e IV estão corretas.
2. a) A arbitragem seria uma evolução direta da vingança de sangue para a jurisdição 
estatal.
3. V, V, V.
4. a) A palavra compromisso, em Roma, indicava a existência de uma promessa dupla, 
destinada a dar ao pacto a força que lhe faltaria.
5. d) Todas as alternativas estão corretas.
6. b) Com relação ao Brasil, a partir da assinatura do “Protocolo de Genebra” conferiu-se 
validade à cláusula arbitral em contratos comerciais internacionais.
	Histórico da Arbitragem e da Antiguidade
	Grécia, Roma e Idade Média
	A Arbitragem Atualizada
	Na Grécia, havia dois tipos de arbitragem: arbitragem pública e a privada