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Lesões ulceradas e vesicobolhosas 
 
A lesão ulcerada é também conhecida como ferida, no entanto com base nas 
características particulares de cada úlcera, pode-se identificar a doença de que 
se trata. A falta de diagnóstico preciso ou o tratamento sem diagnóstico podem 
levar a erro fatais, propiciando o desenvolvimento de um tumor. É fundamental 
estabelecer uma rotina de avaliação, identificação e tratamento das lesões 
ulceradas que frequentemente aparecem na mucosa bucal. 
Afta 
Caracteriza-se por erosões dolorosas na superfície interna da cavidade oral, 
causando lesão aberta no tecido epitelial, atingindo o tecido conjuntivo, expondo 
terminações nervosas, desencadeando um processo inflamatório de intensidade 
leve ou moderada e crônica, se não tratada. A etiologia da afta é desconhecida, 
porém envolve fatores hereditários, psicossomáticos, hormonais e infeccioso. 
As aftas podem ser comparadas a pequenas crateras redondas ou ovais, de 
fundo amarelado e rodeadas por uma borda vermelha inflamada. As formas de 
aftas menores se manifestam através de pequenas úlceras com um diâmetro de 
2 a 5 mm. A cicatrização destas aftas geralmente leva de 7 a 10 dias. 
As aftas gigantes (mais de 1 cm de diâmetro) demoram mais para cicatrizar, 
geralmente de 10 a 40 dias. 
Pode-se notar eritema localizado e uniforme que aos poucos se torna mais 
vermelho. 
A evolução clínica é fator definitivo de diagnóstico, o prognóstico é favorável, 
pois, na maioria das vezes, desaparece espontaneamente em um período de 5 
a 7 dias. 
O tratamento da afta é sintomático e deve ser feito com anestésicos tópicos, anti-
inflamatórios tópicos ou por via oral ou parenteral e vitaminas. 
Úlcera traumática 
É frequentemente confundida com afta, todavia diferencia-se pelo aspecto 
clínico e pela etiologia. 
Na maioria dos casos de ulceração traumática, há uma fonte adjacente de 
irritação, que pode ser física, química, térmica, elétrica. A manifestação clínica 
muitas vezes sugere a causa. Os locais mais afetados são língua, lábio, mucosa 
jugal (geralmente afetados pela dentição). Gengiva, palato e fundo de sulco 
vestíbulo pode ser acometidos por outras fontes de irritação, como trauma pela 
escova de dentes. Deve-se procurar estabelecer a relação causa efeito, eliminar 
os fatores causadores e orientar o paciente para evitar o consumo de alimentos 
e bebidas ácidas, com temperaturas muito quente ou muito fria, evitar novo 
trauma no local. Agentes corticoides tópicos (como Omcilon-A em Orabase) 
podem ser aplicados para alívio dos sintomas. 
É representada por úlcera única, profunda, dimensões variadas e é mais extensa 
que a afta. Seu diagnóstico é clínico e seu prognóstico é favorável. O primeiro 
passo para o tratamento é a remoção do agente traumático. 
As úlceras podem ser causadas por alterações imunológicas, por reações de 
hipersensibilidade, por distúrbios autoimunológicos, por infecção e por tumores. 
 
Lesões vesiculares e bolhosas 
 
Herpes 
O herpes se apresenta com lesões vesiculares mucocutâneas que ocorrem 
predominantemente no lábio e que ulceram com frequência. Doença causada 
pelo vírus do herpes simples(VHS), a transmissão ocorre por contato direto de 
pessoa para pessoa pela saliva. Nas fases iniciais, surgem vesículas, essas 
vesículas se juntam formando bolhas que se rompem, dando origem a 
ulcerações que formam crostas. O diagnóstico é clínico com prognóstico 
favorável a princípio. Trata-se com anestésicos tópicos, analgésicos por via oral 
ou parenteral, vitaminas e quimioterápicos. 
Zóster 
Lesões vesiculares mucocutâneas que ocorrem principalmente na pele e na 
mucosa, acompanhando uma terminação nervosa periférica. A presenta-se em 
bolhas e crostas na pele peribucal, nariz, pálpebras e no palato causado pelo 
vírus da varicela zoster. O diagnóstico é clínico com prognóstico favorável e tem 
o mesmo tratamento do herpes simples, acrescentando corticoides e 
analgésicos mais potentes. 
Pênfigo vulgar 
É de origem imunológica com aparecimento de bolhas intraepiteliais na mucosa 
a na pele com conteúdo transparente e límpido, as vezes hemorrágico. O 
paciente apresenta mal-estar, febre e linfadenopatia. Para o diagnóstico há uma 
manobra de semiotécnica que serve como um critério: clinicamente, ao se injuriar 
a mucosa bucal normal próxima a uma lesão de pênfigo vulgar com uma espátula 
de madeira, nota-se que imediatamente após essa injúria aparece uma bolha 
hemorrágica que se rompe em segundo, conhecida como sinal de Nikolsky. A 
citologia esfoliativa também é outro método de diagnóstico. Na maioria dos casos 
o pênfigo vulgar pode ser controlado e tratado com corticoides, antibióticos e 
antifúngicos para as complicações infecciosas. 
Mucocele 
Ocorre principalmente na mucosa labial inferior e no ventre anterior da língua 
soo a forma de bolha, deixando transparecer líquido no seu interior. Sua etiologia 
é traumatismo mecânico e manifesta-se como bolha na mucosa labial inferior em 
crianças. 
É diagnosticado por biópsia e aspecto clínico com prognóstico favorável 
removido cirurgicamente. 
Rânula 
Com maiores dimensões, a rânula acomete o soalho da boca, guardando as 
mesmas características da mucocele. É resultante da ruptura de um ducto de 
glândula salivar e do extravasamento de mucina para o interior dos tecidos moles 
adjacentes. O tratamento é cirúrgico, variando desde marsupialização, remoção 
da lesão e até técnicas de descompressão. 
 
Casos Clínicos 
Caso 1 
Lesões ulceradas 
Paciente do sexo masculino, 37 anos, compareceu a clínica odontológica da 
UNP com queixa de feridas na boca há 3 dias. O paciente refere que possui 
depressão e, por isso, encontra-se medicado com mirtazapina. Afirmou não 
possuir nenhuma patologia sistémica, nem ter sido submetido a nenhuma 
intervenção cirúrgica. O paciente realizou exames clínicos em dezembro de 
2019, tendo sido detectado colesterol total elevado. Não possui hábitos 
alcóolicos nem tabagismo. O paciente apresentou, no exame intraoral, lesões 
ulceradas presentes no fundo do vestíbulo localizadas apicalmente aos dentes 
43 e 44 com 4 e 2mm de maior diâmetro, região central branca com halo 
eritematoso, não sangrantes, dolorosas à palpação. Cinco lesões ulceradas 
estavam presentes na mucosa alveolar na região apical entre os dentes 41 e 43. 
Duas com maior diâmetro de 3mm e três com diâmetro de 4mm de centro 
esbranquiçado, halo avermelhado eritematoso, não sangrante, dolorosas à 
palpação. Os lábios apresentavam-se desidratados. O lábio inferior apresentava 
lesão vermelha na região central, circular, de 3mm de diâmetro, não sangrante. 
Realizou-se consulta de controlo após 2 semanas e verificou-se a ausência de 
úlceras orais. A mucosa apresentava-se normal, com ausência de sinais de 
inflamação no local onde estavam previamente localizadas as úlceras orais. O 
paciente não referiu a existência de alterações sistémicas durante o período de 
permanência da ulceração oral. 
 
Caso 2 
Pênfigo Vulgar 
Paciente de gênero feminino, 31 anos, compareceu a clínica odontológica da 
UNP, com relato de aparecimento de múltiplas lesões ulceradas em boca e em 
lábio inferior com sintomatologia dolorosa há 3 meses. O exame físico revelou 
inúmeras ulcerações em mucosa oral (mucosa jugal, labial e gengiva) e em 
tecido cutâneo do corpo. Foi realizado pressão manual em um ponto da mucosa 
oral para identificar sinal de Nikolsky e parte da superfície epitelial destacou-se, 
o que sugere o Pênfigo Vulgar como suspeita diagnóstica. A conduta inicial 
estabelecida foi realização de biopsia incisional e prescrição de Prednisona 
40mg/dia, inicialmente para controle das manifestações agudas da doença e 
aplicação tópica de lidocaína 10% spray na mucosa antes da alimentação para 
minimizar o desconforto da paciente. Após 07 dias da corticoterapia, houve 
cicatrização de quase todas as úlceras em cavidade bucal e melhora do 
desconfortoda paciente. Iniciou-se o desmame da corticoterapia para diminuição 
da dose diária do corticoide. O exame histopatológico apresentou uma fenda 
entre o tecido epitelial e o conjuntivo com infiltrado brando composto por células 
inflamatórias crônicas sugestivo de pênfigo vulgar. A paciente foi encaminhada 
para o dermatologista para acompanhamento e controle das lesões em pele e a 
mesma continua em acompanhamento.

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