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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ... PROCESSO N.. MARCOS DA SILVA JÚNIOR, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, neste ato representado por sua genitora Isaura da Silva, também já devidamente qualificada nos autos, por seu advogado regularmente constituído, vem, tempestivamente à presença de Vossa Excelência, interpor: APELAÇÃO Nos autos da Ação de reparação de danos morais e materiais que move em face de WALTER COSTA, também já qualificado nos autos, com fulcro nos arts.1.009 e seguintes, do CPC, conforme razões anexas. Requer o recebimento do recurso em seu efeito devolutivo e suspensivo (art.1.012 e art.1.013, CPC), a juntada do comprovante de preparo (art.1.007, §3º, CPC), inclusive porte de remessa e retorno, a intimação do recorrido para contrarrazões em 15 dias (art.1.010, §1º, CPC) e a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal ..., independentemente de juízo de admissibilidade (art.1.010, §3º, CPC) para processamento e julgamento do recurso. Nesses termos, pede deferimento. Local e data. Advogado. EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RAZÕES DO RECRUSO DE APELAÇÃO PROCESSO DE N APELANTE: MARCOS DA SILVA JUNIOR APELADO: WALTER COSTA ORIGEM: ... CARA CIVEL DA COMARCA DE EGREGIO TRIBUNAL COLENDRA CAMARA I. DOS FATOS Em janeiro de 2010, Marcos da Silva Júnior, 7 anos, voltava da escola para casa, caminhando por uma estrada de terra da região rural onde morava, quando foi atingindo pelo coice de um cavalo que estava em um terreno à margem da estrada. O golpe causa sérios danos à saúde do menino, cujo tratamento se revela longo e custoso. Em ação de reparação por danos patrimoniais e morais, movida em Agosto de 2015 em face do proprietário do cavalo, o juiz profere sentença julgando improcedente a demanda, ao argumento de que Walter Costa, proprietário do animal, “empregou o cuidado devido, pois mantinha o cavalo amarrado a uma árvore no terreno, evidenciando-se a ausência de culpa, especialmente em uma zona rural onde é comum a existência de cavalos”. Além disso, o juiz argumenta que já teria ocorrido a prescrição trienal da ação de reparação, quer no que tange aos danos morais, quer no que tange aos danos patrimoniais, já que a lesão ocorreu em 2010 e a ação somente foi proposta em 2015. II. DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO Antes de expor as razões meritórias do presente recurso, demonstra o apelante que estão presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, tendo em vista que o recurso de apelação é o cabível à sentença recorrida (art.1.009, CPC), o recorrente é parte legítima (art.996, CPC), uma vez ter sido parte vencida na ação e há interesse recursal (art.17, CPC) em virtude da sucumbência do apelante, ou seja, pretende o recorrente, por meio da apelação, situação jurídica de maior vantagem. O recurso é tempestivo, uma vez que interposto dentro do prazo de 15 dias que a lei faculta para a interposição dessa modalidade de recurso (art.1.003, §5º, CPC), formalmente regular (art.188, CPC) e o apelante anexa a guia de preparo, devidamente recolhida, no ato da interposição (art.1.007, CPC), o que justifica o conhecimento do recurso. III. DO DIREITO Como já destacado, o juízo a quo julgou totalmente improcedente a pretensão do apelante, ocorre que tal decisão não pode ser mantida III.I DA RESPONSABILIDADE CIVIL: Um dos argumentos utilizados pelo juiz de instância singela para justificar a improcedência do pedido do apelante foi de que não havia dever de indenizar, já que não fora demonstrada culpa do dono do animal, ora apelado. Ocorre que, em conformidade com o art.936, do CC, o dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Verifica-se, pois, que o legislador cuidou dessa espécie de responsabilidade como sendo objetiva, sendo, portanto, completamente desnecessária a prova de culpa, bastando a demonstração do dano, nexo causal e de que o dano não foi provocado por força maior ou por culpa exclusiva da vítima, o que não ocorreu no caso dos autos. Requer-se, portanto, a reforma da sentença para que sejam julgadas procedentes a pretensões do autor, ora apelante, quanto à indenização por dano moral e material III.II DA PRESCIÇÃO: Outro argumento que não prospera e que fora utilizado na motivação da vergastada sentença é o de que a pretensão do apelante estava prescrita em razão da prescrição de três anos aplicada ao caso. Ocorre que o recorrente tem 07 anos de idade e em razão disso, ou seja, em razão de ser menor absolutamente incapaz o prazo prescricional não corre em desfavor dele, isso segundo expressa dicção do art.198, I, do CC. Verifica-se, assim, que a decisão merece reforma também sob esse aspecto, em virtude de não ter ainda se iniciado o prazo prescricional para exercício da pretensão do apelante, menor impúbere. III.III DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS: Conforme demonstrado, o apelante sofreu graves danos à sua saúde sendo obrigado a passar por tratamento longo e difícil o que é dispendioso, além de causar, independentemente de outras demonstrações, significativo dano moral ao apelante. Em conformidade com o art.186, do CC, aqueles que por ação ou omissão causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Por força do art.927, do mesmo Código, aquele que por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Sendo assim, e uma vez demonstrado o dano, a conduta do apelado e o nexo causal, fica este obrigado a indenizar o apelante nos danos materiais e morais. Requer-se, portanto, a reforma da sentença para que sejam julgadas procedentes as pretensões do autor, ora apelante, quanto à indenização por dano moral e material. IV. DOS PEDIDOS Diante dos fatos e diretos expostos, requer: A) Que o presente recurso seja conhecido, uma vez se encontrarem presentes os pressupostos extrínsecos e intrínsecos de admissibilidade; B) E, no mérito, totalmente provido para: reformar a sentença recorrida, no sentido de dar procedência ao pleito do autor, ora apelante, condenando o apelado à reparação dos danos morais e materiais sofridos pelo apelante; C) Que seja o apelado condenado ao pagamento das custas e honorário advocatícios, invertendo-se o ônus da sucumbência. Nestes termos, pede e espera deferimento. Local, dia, mês ano, ADVOGADO, OAB
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