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1 SEMIOTECNICA E PRIMEIROS SOCORROS 2 1. PRINCIPIOS BÁSICOS DE SEMIOLOGIA EM ENFERMAGEM Com o passar dos séculos, a humanidade tem acumulado diversos conhecimentos, possibilitando assim a evolução técnico-científico. Atualmente, acredita-se que essa evolução ocorra quando há reflexão crítica sobre o passado e flexibilidade para mudanças. Nesse contexto, as transformações ocorridas na enfermagem contribuíram de forma significativa para o progresso da profissão como ciência e prática social. A Enfermagem - reconhecida por seu respectivo conselho profissional - é uma profissão que possui um corpo de conhecimentos próprios, voltados para o atendimento do ser humano nas áreas de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, composta pelo enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem. Na primeira metade do século passado, a área da saúde era composta por cerca de quatro profissionais habilitados de maneira formal que dominavam todo o conhecimento e executavam as atividades e ações desse setor. No entanto, tendo em vista as necessidades gerais do ambiente hospitalar, é praticamente impossível que apenas esse quantitativo de profissionais execute, com toda eficiência necessária, as complexas ações de saúde. Nos ambientes de saúde, atuam ainda inúmeras profissões formais de nível médio que participam ativamente da atenção à saúde. A Enfermagem - reconhecida por seu respectivo conselho profissional - é uma profissão que possui um corpo de conhecimentos próprios, voltados para o atendimento do ser humano nas áreas de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, composta pelo enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem. A Enfermagem realiza seu trabalho em um contexto mais amplo e coletivo de saúde, em parceria com outras categorias profissionais representadas por áreas como Medicina, Serviço Social, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Nutrição, etc. O atendimento integral à saúde pressupõe uma ação conjunta dessas diferentes categorias, pois, apesar do saber específico de cada uma, existe uma relação de interdependência e complementaridade. A Equipe de enfermagem é um grupo de pessoal (enfermeiro, técnico e auxiliar de Enfermagem), sob a supervisão de um enfermeiro, tendo como objetivo prestar cuidados de Enfermagem ao indivíduo e família. Segundo a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, nº 7498, de 1986, são atribuições de cada componente de equipe de Enfermagem: Quanto às ações e tarefas afins efetivamente desenvolvidas nos serviços de saúde pelas categorias de Enfermagem no país, estudos realizados as agrupam em cinco classes, com as seguintes características: • Ações de natureza propedêutica e terapêutica complementares ao ato médico e de 3 outros profissionais - as ações propedêuticas complementares referem-se às que apoiam o diagnóstico e o acompanhamento do agravo à saúde, incluindo procedimentos como a observação do estado do paciente, mensuração de altura e peso, coleta de amostras para exames laboratoriais e controle de sinais vitais e de líquidos. As ações terapêuticas complementares asseguram o tratamento prescrito, como, por exemplo, a administração de medicamentos e dietas enterais, aplicação de calor e frio, instalação de cateter de oxigênio e sonda vesical ou nasogástrica; • Ações de natureza terapêutica ou propedêutica de enfermagem - são aquelas cujo foco centra-se na organização da totalidade da atenção de enfermagem prestada à clientela. Por exemplo, ações de conforto e segurança, atividades educativas e de orientação; • Ações de natureza complementar de controle de risco - são aquelas desenvolvidas em conjunto com outros profissionais de saúde, objetivando reduzir riscos de agravos ou complicações de saúde. Incluem as atividades relacionadas à vigilância epidemiológica e as de controle da infecção hospitalar e de doenças crônico- degenerativas; • Ações de natureza administrativa - nessa categoria incluem-se as ações de planejamento, gestão, controle, supervisão e avaliação da assistência de enfermagem; • Ações de natureza pedagógica - relacionam-se à formação e às atividades de desenvolvimento para a equipe de enferma Pode – se considerar que a enfermagem sempre esteve voltada para atender as necessidades de assistência de saúde da sociedade. Ela originou-se do desejo de manter as pessoas saudáveis, assim como propiciar conforto, cuidado e confiança ao enfermo. “A enfermagem como profissão, é a única na medida, em que se dedica humanista, ás reações dos pacientes e de suas famílias, frente aos problemas reais e potenciais. SAÚDE: é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não meramente a ausência de doença ou enfermidade. DOENÇA: é um processo anormal no qual o funcionamento do organismo de uma pessoa está diminuído ou prejudicado em uma ou mais dimensões. A Semiologia é a investigação e o estudo dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, centrados na realização do exame físico. A Semiotécnica diz respeito ao estudo e ensino da técnica e dos procedimentos necessários ao cuidar que sucedem ao exame físico. O ensino da Semiologia e Semiotécnica demanda conhecimentos integrados às disciplinas do ciclo básico, como Anatomia, 4 Histologia, Fisiologia e Patologia. Diante da complexidade das ações desenvolvidas nos ambientes de saúde, é fundamental que o trabalho em equipe seja efetivado. Esse é compreendido não apenas como o agrupamento de diferentes profissionais, mas sim como a integração de suas ações, isso através de uma comunicação efetiva, com o objetivo maior de somar e efetivar um trabalho de qualidade. A assistência da Enfermagem baseia-se em conhecimentos científicos e métodos que definem sua implementação. Assim, a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é uma forma planejada de prestar cuidados aos pacientes que, gradativamente, vem sendo implantada em diversos serviços de saúde. Os componentes ou etapas dessa sistematização variam de acordo com o método adotado, sendo basicamente composta por levantamento de dados ou histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, plano assistencial e avaliação. O exame físico inicial é realizado nos primeiros contatos com o paciente, sendo reavaliado diariamente e, em algumas situações, até várias vezes ao dia. Como sua parte integrante, há a avaliação minuciosa de todas as partes do corpo e a verificação de sinais vitais e outras medidas, como peso e altura, utilizando-se técnicas específicas. 1.1 ATENDENDO O PACIENTE NO HOSPITAL O paciente procura o hospital por sua própria vontade (necessidade) ou da família, e a internação ocorre por indicação médica ou, nos casos de doença mental ou infectocontagiosa, por processo legal instaurado. A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito hospitalar, por período igual ou maior que 24 horas. Para ele, isto significa a interrupção do curso normal de vida e a convivência temporária com pessoas estranhas e em ambiente não-familiar. Para a maioria das pessoas, este fato representa desequilíbrio financeiro, isolamento social, perda de privacidade e individualidade, sensação de insegurança, medo e abandono. A adaptação do paciente a essa nova situação é marcada por dificuldades pois, aos fatores acima, soma-se a necessidade de seguir regras e normas institucionais quase sempre bastante rígidas e inflexíveis, de entrosar-se com a equipe de saúde, de submeter-se a inúmeros procedimentos e de mudar de hábitos. O tempo de permanência do paciente no hospital dependerá de vários fatores: tipo de doença, estado geral, resposta orgânica ao tratamento realizado e complicações existentes. Atualmente, há uma tendência para se abreviar ao máximo o tempo de internação, em vista de fatores como altos custos hospitalares, insuficiênciade leitos e riscos de infecção hospitalar. O período de internação do paciente finaliza-se com a alta hospitalar, decorrente de melhora em seu estado de saúde, ou por motivo de óbito. Na ocasião da alta, o paciente e seus familiares podem necessitar de orientações sobre alimentação, tratamento medicamentoso, atividades físicas e laborais, curativos e outros cuidados específicos. Após a saída do paciente, há necessidade de se realizar a limpeza da cama e mobiliário; se o mesmo se encontrava em isolamento, deve-se também fazer a limpeza de todo o ambiente (limpeza terminal): teto, paredes, piso e banheiro. As informações do paciente, geradas durante seu período de internação, constituirão o documento denominado prontuário o qual, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 5 1.331/89), consiste em um conjunto de documentos padronizados e ordenados, proveniente de várias fontes, destinado ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente. Uma das tarefas do profissional de enfermagem é o registro, no prontuário do paciente, de todas as observações e assistência prestada ao mesmo - ato conhecido como anotação de enfermagem. 1.2 BIOSSEGURANÇA NAS AÇOES DE ENFERMAGEM A Biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em serviços de saúde, não só por abordar medidas de Controle de Infecções para proteção da equipe de assistência e usuários em saúde. Ela tem um papel fundamental na promoção da consciência sanitária, na comunidade onde atua, sobre a importância da prevenção do meio ambiente na manipulação e no descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes e na redução geral de riscos à saúde e acidentes ocupacionais. A palavra biossegurança é uma designação genérica da segurança das atividades que envolvem organismos vivos (bio = vida + segurança). É uma junção da expressão "segurança biológica", voltada para o controle e a minimização de riscos advindos da exposição, manipulação e uso de organismos vivos que podem causar efeitos adversos ao homem, animais e meio ambiente. Ao adotarmos procedimentos específicos para evitar ou minimizar os riscos de atividades potencialmente perigosas que envolvem organismos vivos, estamos aplicando a biossegurança. Tais procedimentos são amplamente adotados em hospitais, laboratórios que pesquisam ou produzem patógenos ou outros organismos que apresentam potencial de danos à saúde pública, à vida humana e ao meio ambiente. Segundo a Fiocruz temos a seguinte definição: "Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de ricos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos da qual depende a vida de todos os seres vivos no nível individual e coletivo e do ambiente em geral." No Brasil, a biossegurança passou a ser mais amplamente abordada na questão dos organismos geneticamente modificados, popularmente conhecido por "OGMs" ou transgênicos". Estes organismos são assim conhecidos porque passaram por um processo de melhoramento conhecido como "engenharia genética". A Lei de Biossegurança regula todos os aspectos da manipulação e uso de OGMs no Brasil, incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte, importação, produção, armazenamento e comercialização. Seu escopo limita-se ao uso da engenharia genética, ou uso da técnica do DNA/RNA recombinante, para a troca de material genético entre organismos vivos. Outras técnicas biotecnologias, como fusão celular e cultura de tecidos, não são incluídas. O cerne da questão da biossegurança é a implementação de medidas que previnam os riscos. 6 Vamos adotar como exemplo a questão dos riscos no trânsito. Se vamos atravessar a rua, sempre corremos o risco de atropelamento. Rapidamente analisamos e tomamos a decisão de atravessar ou não esta rua. Usamos, para tanto, as informações disponíveis, neste caso, o fluxo de automóveis (quantidade, velocidade), distância a ser percorrida para atravessar a rua, etc. Com esta atitude estamos, efetivamente, realizando uma análise de risco. Os resultados desta análise serão usados para a tomada de decisão sobre atravessar ou não a rua (correr ou não o risco, dependendo de sua intensidade). A consciência dos profissionais em relação aos riscos a que estão expostos cresceu, adoção de medidas de segurança nos laboratórios e nos serviços de saúde: desinfecção, descartáveis, esterilização, higiene etc. Os riscos são gerados pela ação do homem e nunca é demais a formação continuada dos recursos humanos para criação de uma consciência crítica e precaucionaria. Considerando-se as publicações que tratam da biossegurança, em termos legais, nacionais e internacionais, apresentaremos, em capítulos posteriores, as recomendações da biossegurança referentes às medidas de prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde, com a finalidade de proteger os trabalhadores e pacientes expostos. Abordaremos as recomendações relativas à higiene das mãos, ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e à imunização dos trabalhadores. 7 2. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE A geração de resíduos pelas diversas atividades humanas constitui-se atualmente em um grande desafio a ser enfrentado pelas administrações municipais, sobretudo nos grandes centros urbanos. Como toda atividade desenvolvida pelo ser humano, as relacionadas aos cuidados em saúde desenvolvidos no hospital, em unidades de atenção básica ou mesmo no domicílio, geram resíduos. Esses, por sua natureza, podem representar riscos ao ambiente, à população, aos profissionais da área da saúde e àqueles responsáveis pela limpeza e coleta desses resíduos. Assim, o cuidar na perspectiva de promoção e proteção da saúde é, também, cuidar dos resíduos gerados durante a prestação de atendimentos. A análise do resíduo é uma forma diferente de contar a história dos hábitos de uma pessoa, uma família, uma instituição. Além disso, por representar costumes, também deixa implícito o posicionamento de vida frente a si, aos outros e ao meio ambiente. Essa análise é difícil de ser contestada, por ser baseada em fatos e possuir muitos detalhes. Ainda, nos permite descobrir até comportamentos que, muitas vezes, as pessoas tentam ocultar, desprezando no lixo. Em instituições de saúde, em especial, nas quais atuam trabalhadores de diferentes formações acadêmicas e de vida, a análise dos resíduos gerados é ainda mais importante. Nesses locais, há regras especificas para o descarte de resíduos. A segregação, ou seja, o descarte de determinado grupo de resíduos em local apropriado, deve ocorrer no momento de sua geração, por quem os gera. A normatização do gerenciamento dos RSSS é regulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 306/044, e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a Resolução n° 358/055, que definiram as diretrizes sobre o gerenciamento dos RSSS, considerando princípios da biossegurança, preservação da saúde pública e do meio ambiente. De acordo com a Resolução nº 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, de 2005, art. 1º, os resíduos de serviços de saúde foram definidos como todos aqueles que resultam de atividades exercidas nos serviços que têm relação com o atendimento à saúde, tanto humana quanto animal, o que inclui os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias, serviços de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação), medicina legal; drogarias e farmácias (incluindo as de manipulação); estabelecimentos de ensino e pesquisa que abrangem a áreade saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, 8 distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, tatuagem e outros similares. O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. Os resíduos dos serviços de saúde - RSS se inserem dentro desta problemática e vêm assumindo grande importância nos últimos anos. Resíduos sólidos e lixo são termos utilizados indistintamente por autores de publicações, mas na linguagem cotidiana o termo resíduo é muito pouco utilizado. Na linguagem corrente, o termo lixo é usualmente utilizado para designar tudo aquilo que não tem mais utilidade, enquanto resíduo é mais utilizado para designar sobra (refugo) do beneficiamento de produtos industrializados. Resíduos de Serviços de Saúde - RSS, é o nome técnico de: • Lixo Hospitalar • Lixo Branco • Lixo Infectante • Lixo Séptico • Lixo Biológico Riscos potenciais existentes nos resíduos de saúde: • Biológicos • Químicos • Radioativos Que podem colocar em risco a Saúde Pública e/ ou o Meio Ambiente. São os estabelecimentos de assistência a saúde humana ou animal, inclusive: • Os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos em campo; • Laboratórios analíticos de produtos para a saúde; • Necrotério, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embalsamamento; • Serviços de medicina legal; • Drogaria e farmácias inclusive as de manipulação; • Ensino e pesquisa na área de saúde; • Centro de controle de zoonoses; 9 • Distribuidores e importadores de produtos farmacêuticos, materiais e controles para diagnóstico; • Unidades móveis para atendimento à saúde; • Serviços de acupuntura, e • Serviços de tatuagem, dentre outros similares Os estabelecimentos prestadores de serviços de assistência a saúde, são os responsáveis civil administrativa e criminalmente pelos seus resíduos, desde a geração até o destino final. Devido a importância do correto manuseio, toda existência do RSS, está amparada por legislação própria. 2.1 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (PGRSS) O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o documento que relaciona e descreve as ações referentes ao manejo dos resíduos sólidos, ressaltadas suas propriedades, no âmbito dos estabelecimentos, e deve apreciar os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, bem como a proteção à saúde pública. Neste cenário, os efeitos adversos para a saúde das populações à exposição de poluentes ambientais requerem avaliações multidisciplinares, com foco abrangente desta forma, é importante pensar que o estudo dos RSS tem impacto nas ciências relacionadas à Epidemiologia. No PGRSS há 04 (quatro) pontos importantes a serem compreendidos: as 05 (cinco) categorias de resíduos (A, B, C, D, E) as 06 (seis) fases do manuseio (segregação, acondicionamento, identificação, armazenamento, transporte e destinação final), os treinamentos e o monitoramento. E, um documento dinâmico, por meio de um inventário preciso e atualizado do ambiente de trabalho, o qual, em sua aplicação prática, requer o cumprimento de requisitos legais, aliado ao conhecimento do sistema adotado por todos os envolvidos. 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RSS Os riscos epidemiológicos resultantes da disposição inadequada dos resíduos de Serviços de Saúde associam-se a importância que os RSSS têm na via indireta de transmissão de doenças, pois os resíduos podem conter agentes patogênicos, resíduos tóxicos ou ainda, radioativos, que proporcionam condições facilitadoras para a ação de múltiplos fatores prejudiciais à saúde do homem. Os RSS apresentam riscos e dificuldades especiais no seu manuseio devido ao caráter infectante de alguns de seus componentes, além de apresentarem uma grande heterogeneidade e a presença frequente de objetos perfurantes e cortantes e, ainda quantidades menores de substâncias tóxicas, inflamáveis e radioativas de baixa intensidade. A classificação dos RSSs objetiva destacar a composição desses resíduos segundo as suas características biológicas, físicas, químicas, estado da matéria e origem, para o seu manejo seguro. 10 A classificação adotada é baseada na Resolução CONAMA nº 5, Resolução CONAMA 283, na NBR - 10004 e na NBR – 12808 da ABNT. Grupo “A” – Infectantes Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos (bactérias, fungos, vírus, microplasmas, parasitas, outros organismos e toxinas). Ex.: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dializadores, bolsas transfusionais de sangue ou hemocomponentes, meios de cultura, vacina vencida ou inutilizada, filtros de ar e gases, tecidos, membranas, órgãos, placentas, fetos, peças anatômicas, animais, carcaças e vísceras, objetos perfurantes ou cortantes, excreções, secreções, líquidos orgânicos, ou outro que tenha tido contato, materiais descartáveis que tenham entrado em contato com paciente Grupo “B” – Químicos Resíduos que contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade. Drogas quimioterápicas e outros produtos que possam causar mutagenicidade e genotoxicidade e os materiais por elas contaminados; Medicamentos vencidos, interditados, não utilizados, alterados e impróprios para o consumo, reagentes de laboratórios, resíduos contendo metais pesados, antimicrobianos e hormônios sintéticos, etc. Grupo “C” – Radioativos Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características de radiações Ionizantes, radiação cósmica; radiação natural dos materiais. Enquadram-se neste grupo os resíduos radioativos ou contaminados com radionucleídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia. Grupo “D” - Comuns São todos os resíduos que não oferecem qualquer tipo de perigo à saúde ou ao meio ambiente, equivalem-se ao lixo doméstico ou os Resíduo Sólido Urbanos - RSU. Ex.: Papeis, Restos de Alimentos e etc. Nota: É nesse grupo que se enquadram os resíduos recicláveis. Atenção: Qualquer resíduo comum se for contaminado com resíduos perigoso, torna- se igualmente perigoso. Grupo “E” – Perfurocortantes Materiais perfurocortantes ou escarificantes tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lamina de bisturi... etc. 2.3 PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RSS Os geradores de RSS devem adotar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) constituindo-se de um conjunto de procedimentos a partir de bases científicas, normativas e legais, tendo por objetivo minimizar a produção de resíduos e proporcionar o encaminhamento seguro e eficiente, visando proteger o trabalhador, preservar a saúde pública (SCHNEIDER, 2001; COELHO, 2002) e os recursos naturais do meio ambiente (ANVISA). O gerenciamento deve abranger o planejamento de recursos físicos, recursos materiais e a capacitação de recursos humanos envolvidos no manejo dos RSSs. Baseado nas características e no volume dos 11 RSSs gerados deve ser elaborado um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSS7-8 Acondicionamento Consiste no ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamento e resistam as ações de puncturas e rupturas. Embalagens Grupo A Tipo: Saco plástico com Identificação do gerador, data, símbolo e Inscriçãode infectante, devendo serem substituídos quando atingirem 2/3 ou 24 horas, fechado com forte nó, sem esvaziamento ou reaproveitamento. Nota: optando pela classificação única “Grupo ´A´ Infectante” e envio para tratamento, utilizar apenas o Saco Branco. Embalagens Grupo - B Os líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. Os sólidos devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, adequados para cada tipo de substância química, respeitadas as suas características físico-químicas e seu estado físico. Os RSS do grupo “B” devem ser acondicionados individualmente e dispor de uma ficha guia, identificado através do símbolo de risco. 12 Embalagens Grupo - C Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com a natureza física do material e do radionuclídeo presente, e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação. Embalagens Grupo - D Para os resíduos recicláveis: A identificação deve ser feita nos Abrigos ou Recipientes de guarda, usando código de cores correspondentes Resolução CONAMA nº. 275/2001. Embalagens Grupo - E Estes resíduos devem ser armazenados separadamente dos demais. Estes resíduos devem ser armazenados em recipientes estanques, rígidos, com tampa e identificação. Armazenamento Externo Abrigo Local apropriado para a guarda dos recipientes de resíduos até a realização da coleta externa. Estes abrigos devem obedecer as definições previstas na NBR 12.809 e conter os seguintes requisitos: • Piso e paredes revestidos com material liso, resistente, lavável e impermeável. • Ralo sanfonado ligado ao esgoto sanitário. • Ponto de luz e água. • Portão e abertura de ventilação com fechamento de tela. Coleta e Transporte de RSS Consiste na remoção dos RSS previamente armazenados em abrigo externo até as centrais de tratamento, através de procedimentos que garantam a preservação das condições de acondicionamento, a integridade dos funcionários envolvidos no processo, da população e do meio ambiente. A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT. Coleta de RSS Para a realização da coleta de RSS são necessários tomar os seguintes cuidados: • Utilização de profissionais treinados e habilitados para exercer a função. • Utilização de EPI’S: Uniforme, Botas, Luvas e Máscara. • Utilização de equipamentos e materiais adequados. Equipamentos de segurança obrigatórios 13 Para o transporte dos RSS, os veículos devem possuir carrocerias estanques, totalmente fechadas com revestimento interno em material liso e impermeável para facilitar a limpeza, coletores de líquidos, pás com cabos longos, extintores, calços, cones de sinalização, fitas refletivas, etc. Tratamento e Destinação Final de RSS Termodesinfecção = incineração É um processo de tratamento de resíduos sólidos que se define como a reação química em que os materiais orgânicos combustíveis são gaseificados, num período de tempo prefixado. O processo se dá pela oxidação dos resíduos com a ajuda do oxigênio contido no ar. A incineração dos resíduos é um processo físico-químico de oxidação a temperaturas elevadas que resulta na transformação de materiais com redução de volume dos resíduos, destruição de matéria orgânica, em especial de organismos patogênicos. Após a incineração dos RSS, os poluentes gasosos gerados devem ser processados em equipamento de controle de poluição (ECP) antes de serem liberados para a atmosfera, atendendo aos limites de emissão estabelecidos pelo órgão de meio ambiente. Desinfecção = micro-ondas É uma tecnologia relativamente recente de tratamento de resíduo de serviços de saúde e consiste na descontaminação dos resíduos com emissão de ondas de alta ou de baixa freqüência, a uma temperatura elevada (entre 95 e 105ºC). Os resíduos devem ser submetidos previamente a processo de trituração e umidificação. Após processados, esses resíduos tratados devem ser encaminhados para aterro sanitário licenciado pelo órgão ambiental. Esterilização - autoclavagem É um tratamento que consiste em manter o material contaminado em contato com vapor de água, a uma temperatura elevada, durante período de tempo suficiente para destruir potenciais agentes patogênicos ou reduzi-los a um nível que não constitua risco. O processo de autoclavagem inclui ciclos de compressão e de descompressão de forma a facilitar o contato entre o vapor e os resíduos e a temperatura atinge os 135ºC. Este processo tem a vantagem de ser familiar aos técnicos de saúde, que o utilizam para processar diversos tipos de materiais hospitalares. Após processados, esses resíduos sólidos tratados devem ser encaminhados para disposição final licenciada pelo órgão ambiental competente. Destinação Final - Aterro Sanitário Consiste no confinamento definitivo do resíduo em local especialmente concebido para recebê-lo. O Aterro Sanitário é uma obra de engenharia, aliada a conhecimentos de geologia, topografia, química e uma série de técnicas operacionais que procura eliminar ou reduzir os impactos que a decomposição dos resíduos possa gerar. Monitoramento de um Aterro Sanitário vai desde da implantação, o monitoramento podendo chegar, segundo o projeto, a ocorrer por até 50 anos após o encerramento da atividade do Aterro. 14 Principais Itens a serem observados: Lençol Freático, Águas, Ar, Ruídos, Chorume, Gases, Vetores e até o Isolamento da área. Ocorrências: Cada item tem uma periodicidade específica de monitoramento, que pode ser diferente em cada etapa do empreendimento e do projeto 15 3. HIGIENE E PROFILAXIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento pode ser entendido como o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. Neste enfoque, o saneamento tem por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que interferem na saúde da população, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental. Também é fator essencial para saúde, economia e produção de um país. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas - ONU (2008), a população mundial ultrapassa a marca impressionante de mais de 6 bilhões de habitantes. Destes, 2,6 bilhões, ou seja, 40% não têm acesso à rede de coleta de tratamento de esgotos. São 200 milhões de toneladas de dejetos humanos lançados anualmente em nossos rios e lagos. Como consequência, a cada 20 segundos uma criança morre em função de doenças como (diarreia, cólera, tifo, etc.). Isto significa 1,5 milhões de mortes de crianças a cada ano. O saneamento básico, considerado uma das mais importantes Metas do Milênio, ainda inexiste para uma parcela significativa da população mundial. No caso específico do Brasil, país de destaque no cenário econômico mundial ainda não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir saneamento básico a sua população. Compreender as noções básicas de higiene e profilaxia possibilita nossa melhor atuação, tanto do ponto de vista individual quanto coletivo. Higiene É um conjunto de conhecimentos e técnicas para evitar doenças infecciosas usando desinfecção, esterilização e outros métodos de limpeza com o objetivo de conservar e fortificar a saúde. Profilaxia É a aplicação de meios tendentes a evitar as doenças ou a sua propagação. Uma doença tem um ou mais agentes causadores. Estes necessitam de alguma maneira interagir com o organismo para gerar a doença. Toda e qualquer medida que procure impedir esta interação pode ser chamada de medida profilática.16 Muitas pessoas acreditam que para se ter saúde basta manter uma boa alimentação e evitar vícios que afetam o organismo. Outras, que a saúde depende de acesso a bons serviços de prestação de assistência pública ou privada. Apesar de esses fatores - e muitos outros, em conjunto - serem indispensáveis para alcançarmos condições ideais de vida com saúde, faz-se necessário ressaltar que a higiene é um dos mais importantes para assegurar tais condições. Quando nos referimos à higiene, falamos não apenas da individual, no dia-a-dia, como tomar banho e escovar os dentes. Além dessas ações, voltadas para o cuidado e preservação do corpo, todas aquelas direcionadas à manutenção da saúde mental também integram o que denominamos higiene pessoal. Nessa perspectiva, o homem deve ser orientado a buscar uma vida equilibrada, reconhecendo, porém, que a saúde física e mental dependem de ações tanto individuais como coletivas. No nível das ações individuais, para que as pessoas optem por adotá-las, faz-se necessário que saibam de sua importância e tenham condições de utilizá-las. Daí a relevância da educação e orientação para a saúde transmitidas nas esferas familiar, cultural e das ações governamentais. Considerando-se o permanente inter-relacionamento do homem com os seus semelhantes e o meio ambiente, amplia-se sua responsabilidade no campo da higiene. Assim, ao nos referimos à higiene e sua relação com as condições de saúde da população não podemos pensar apenas na dimensão da responsabilidade individual. Prevenir doenças e manter a saúde humana não depende apenas de campanhas de vacinação em massa ou acesso aos serviços de saúde. É preciso planejar e investir de forma a permitir uma efetiva integração de ações nas áreas da saúde, educação e meio ambiente. 3.1 ASSEPSIA Conjunto de medidas que permitem manter um ser vivo ou um meio inerte isento de bactérias. A antissepsia refere-se à desinfecção de tecidos vivos com antissépticos. Antissépticos A sua concentração não pode ser tóxica para as células. São exemplos o álcool etílico (70º), peróxido de hidrogênio (10 volumes), eosina (para gram-positivos), permanganato de potássio, hipoclorito de sódio (0,48%) e iodopovidona (derivado do iodo, altamente eficaz, exceto no caso da hepatite B). Métodos de Assepsia • Degermação • Desinfecção 17 • Esterilização • Antissepsia Descontaminação Descontaminação e desinfecção não são sinônimos. A descontaminação tem por finalidade reduzir o número de micro-organismos presentes nos artigos sujos, de forma a torná-los seguros para manuseá-los, isto é, ofereçam menor risco ocupacional. O uso de agentes químicos desinfetantes como glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sódio e outros no processo de descontaminação, prática largamente utilizada, não tem fundamentação. O agente químico é impedido de penetrar nos micro-organismos, pois há tendência das soluções químicas ligarem-se com as moléculas de proteínas presentes na matéria orgânica, não ficando livres para ligarem-se aos micro-organismos nas proporções necessárias dando uma “falsa segurança” no manuseio do material como descontaminado. Além disso o uso desses agentes na prática da descontaminação causa uma aderência de precipitado de matéria orgânica no artigo, prejudicando sobremaneira a posterior limpeza. Desinfecção O termo desinfecção deverá ser entendido como um processo de eliminação ou destruição de todos os microrganismos na forma vegetativa, independente de serem patogênicos ou não, presentes nos artigos e objetos inanimados. A destruição de algumas bactérias na forma esporulada também pode ocorrer, mas não se tem o controle e a garantia desse resultado. No seu espectro de ação, a desinfecção de alto nível deve incluir a eliminação de alguns esporos, o bacilo da tuberculose, todas as bactérias vegetativas, fungos e todos os vírus. A desinfecção de alto nível é indicada para itens semi-críticos como lâminas de laringoscópios, equipamento de terapia respiratória, anestesia e endoscópio de fibra ótica flexível. O agente mais comumente utilizado para desinfecção de alto nível é o glutaraldeído. Na desinfecção de nível intermediário não é esperada ação sobre os esporos bacterianos e ação média sobre vírus não lipídicos, mas que seja tuberculicida, elimine a maioria dos fungos e atue sobre todas as células vegetativas bacterianas. Cloro, iodóforos, fenólicos e alcoóis pertencem a este grupo. Os desinfetantes desta classificação, juntamente com os de baixo nível, são tipicamente usados para artigos que entrarão em contato somente com a pele íntegra ou para desinfecção de superfícies. Na desinfecção de baixo nível não há ação sobre os esporos ou bacilo da tuberculose, podendo ter ou não ação sobre vírus não lipídicos e com atividade relativa sobre fungos, mas capaz de eliminar a maioria das bactérias em forma vegetativa. Compostos com quaternário de amônia são exemplos de desinfetantes de baixo nível. Esterilização É o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de micro- organismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de esterilização pode ser físico, químico, físico- químico. Entretanto, considerando o comportamento dos micro-organismos num meio de cultura e sob ação de um agente esterilizante (morte em curva logarítmica), o processo de esterilização assume um entendimento mais complexo. Sendo assim, esterilização é o processo pelo qual os 18 micro-organismos são mortos a tal ponto que não seja mais possível detectá-los no meio de cultura padrão no qual previamente haviam proliferado. Os métodos de esterilização podem ser físicos e químicos. Dentre os físicos há o calor, sob a forma úmida e seca, a radiação e a filtração. Dentre os métodos químicos, há os agentes químicos sob a forma líquida e gasosa. Nas instituições de saúde, os métodos de esterilização disponíveis rotineiramente são o calor, sob a forma úmida e seca, e os agentes químicos. Vapor Saturado Sob Pressão O calor úmido na forma de vapor saturado sob pressão é o processo de esterilização mais seguro, eficiente, rápido e econômico disponível. O mecanismo de esterilização pelo vapor saturado sob pressão está relacionado com o calor latente e o contato direto com o vapor, promovendo a coagulação das proteínas. Calor latente: é o calor que um corpo “recebe” sem variação de temperatura e sim de estado físico. É o calor necessário para converter uma umidade de água em vapor. O vapor sob pressão, ao entrar em contato com a superfície fria dos materiais colocados na autoclave, se condensa liberando o calor latente, que é o responsável pela desnaturação dos microrganismos. A esterilização está fundamentada nessa troca de calor entre o meio e o objeto a ser esterilizado. É necessário o estabelecimento de padrões no preparo e no acondicionamento dos artigos a serem esterilizados, além do perfeito funcionamento do equipamento. O acondicionamento dos artigos deve ser feito com embalagens permeáveis ao vapor, além de resistentes a condições úmidas e secas, flexíveis e que não permitam a penetração do micro-organismo após o processo de autoclavação. Não devem conter na sua composição produtos tóxicos, corantes ou liberar resíduos. Devem favorecer o fechamento ou selagem e apresentarem facilidade na abertura sem ocasionar risco de contaminação do seu conteúdo. Para que ocorra o contato do vapor com o material, há necessidade da remoção do ar presente na câmara, pois sendo o ar um bom isolante térmico, impedirá a penetração do vapor nos materiais, reduzindo a eficácia ou impossibilitando o processo de esterilização. A remoção do ar da autoclave pode ser prejudicada pelo tamanho e posição dos pacotes, das embalagens muito apertadas e pela carga excessiva. 3.2 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS As infecções relacionadasà assistência à saúde constituem um problema grave e um grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada. A meta de redução da infecção no hospital depende do ato simples de lavagem das mãos, da motivação e orientação dos profissionais da equipe de Saúde. As mãos são consideradas ferramentas principais dos profissionais que atuam nos serviços de saúde, pois são as executoras das atividades realizadas. Assim, a segurança do paciente nesses serviços depende da higienização 19 cuidadosa e frequente das mãos destes profissionais Potter e Perry (2004) definem lavagem das mãos como atrito, breve, de todas as superfícies das mãos com o auxílio de sabão, seguidas pelo enxágue sob um jato de água. Potter e Perry 2004, diz ainda que a finalidade da lavagens das mãos é remover toda a sujidade e os micro-organismos transitórios das mãos, bem como reduzir as contagens microbianas totais com o passar do tempo. A higienização das mãos é responsabilidade de todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado. As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo: Uso de Água e Sabão Indicação • Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. • Ao iniciar o turno de trabalho. • Após ir ao banheiro. • Antes e depois das refeições. • Antes de preparo de alimentos. • Antes de preparo e manipulação de medicamentos. • Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. Uso de Preparação Alcoólica Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir: Antes de contato com o paciente Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto. 20 Após contato com o paciente Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos. Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal). Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos. Após risco de exposição a fluidos corporais Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente. Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada área para outras áreas de seu corpo. Exemplo: troca de fraldas e subsequente manipulação de cateter intravascular. Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente. Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa. Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com frequência na rotina profissional. Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na sequencia: sítio menos contaminado para o mais contaminado. 21 Antes e após remoção de luvas Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos. Uso de Antissépticos Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização antisséptica das mãos e degermação da pele. Indicação: • Higienização antisséptica das mãos; • Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes; • Nos casos de surtos. Degermação da Pele • No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). • Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter, intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros. • Insumos necessários Água A água utilizada em serviços de saúde deve ser livre de contaminantes químicos e biológicos, obedecendo aos dispositivos da Portaria n. 518/GM, de 25 de março de 2004, que estabelece os procedimentos relativos ao controle e à vigilância da qualidade deste insumo. Os reservatórios devem ser limpos e desinfetados, com realização de controle microbiológico semestral. Sabão Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de 23 de setembro de 1999. Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância leve e não resseque a pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar ressecamentos e dermatites. 22 A compra do sabão padronizado pela instituição deve ser realizada segundo os parâmetros técnicos definidos para o produto e com a aprovação da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Para confirmar a legalidade do produto, pode-se solicitar ao vendedor a comprovação de registro na Anvisa/MS. Agentes Antissépticos São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Entre os principais antissépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam- se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. Papel-Toalha O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitável e não liberar partículas. Na utilização do papel-toalha, deve-se dar preferência aos papéis em bloco, que possibilitam o uso individual, folha a folha. As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se destinam. Podem ser divididas em: • Higienização simples das mãos. • Higienização antisséptica das mãos. • Fricção de antisséptico nas mãos. • Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos Técnica deLavagem das Mãos Fonte: Manual de Higienização das mãos - Anvisa. A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada. 23 24 4. CHOQUE CIRCULATÓRIO A síndrome do choque circulatório, chamada comumente apenas de choque, é a expressão clínica da falência circulatória aguda que resulta na oferta deficitária de oxigênio para os tecidos. O choque, em que pese o avanço da terapêutica, ainda apresenta altas taxas de mortalidade. Além disso, é uma condição bastante comum, respondendo por cerca de um terço das internações em unidades de terapia intensiva. A compreensão da fisiopatologia do choque circulatório perpassa conceitos básicos da fisiologia normal do sistema cardiovascular. Sem essas bases fisiológicas, como estrutura e funcionamento, seria impossível definir, classificar e diferenciar os diversos tipos e subtipos de choque. Para a caracterização e o diagnóstico do estado de choque circulatório, há a necessidade da presença de hipotensão (absoluta ou relativa) e sinais e/ou sintomas de inadequação da perfusão tecidual, explicitados e discutidos adiante. A classificação do choque circulatório obedece a uma finalidade estritamente didática, tendo em vista que a maioria dos quadros de choque mostra mais de um componente em sua evolução Hipovolêmico - caracterizado por baixo volume intravascular, relativo a sua capacitância, ou seja, hipovolemia relativa ou absoluta. O volume contido no compartimento intravascular é inadequado para a perfusão tecidual. Cardiogênico - existe limitação primária no desempenho cardíaco, decorrente de interferências sobre o biotropismo e/ou cronotropismo. A função de bomba do coração é insuficiente para manter o débito cardíaco em níveis compatíveis com as necessidades metabólicas. Obstrutivo - resulta de bloqueio mecânico ao fluxo sanguíneo na circulação pulmonar ou sistêmica. Distributivo - caracterizado por inadequação entre a demanda tecidual e a oferta de oxigênio por uma alteração na distribuição do fluxo sanguíneo. Dessa forma, temos tecidos com fluxo sanguíneo elevado em relação à necessidade e outros com fluxo sanguíneo elevado em termos numéricos, mas insuficiente para atender às necessidades metabólicas. A vasodilatação periférica que ocasiona o choque distributivo tem quatro causas distintas, as quais dão nome aos quatro principais subtipos de choque distributivo: o séptico, o anafilático, o neurogênico e o decorrente de 25 crise adrenal. Por questão de interesse, trataremos abaixo, especificamente, do choque anafilático, causado durante o uso de contrastes radiológicos 4.1 CHOQUE ANAFILÁTICO POR CONTRASTES RADIOLÓGICOS Os meios de contraste são compostos utilizados para dar melhor definição de imagem nos distintos métodos de diagnóstico radiológicos e incluem o sulfato de bário, a fluoresceína, o gadolíneo e os meios de contraste iodados (MCI)1. Os MCI foram introduzidos na prática clínica em 1950 e desde então têm sido amplamente empregados, principalmente depois do advento da tomografia computadorizada. Estima-se que aproximadamente 75 milhões de doses de MCI são aplicadas por ano no mundo inteiro2. Existem quatro tipos de MCI comercialmente disponíveis. Os compostos podem ter um anel de benzeno tri-iodado (monômeros) ou dois anéis de benzeno ligados por um grupo funcional orgânico (dímeros). Além disso, a tendência iônica é determinada pela presença ou não de um grupo funcional carboxilato (-COO-), diferenciando-os em iônicos e não-iônicos, respectivamente. O choque anafilático é a forma mais grave de reação de hipersensibilidade, desencadeada por diversos agentes como drogas, alimentos e contrastes radiológicos. Os sinais e sintomas podem ter início após segundos à exposição ao agente ou até uma hora depois. O quadro típico é o de colapso cardiorrespiratório em poucos minutos. A avaliação e o tratamento imediatos são fundamentais para evitar a morte. As reações de hipersensibilidade são denominadas imediatas quando ocorrem em até 1h após a administração do contraste, e têm se tornado menos frequentes com o uso de compostos não- iônicos. Além do tipo de contraste, a história de reação prévia é um fator de risco importante para recorrência destas reações. As principais manifestações clínicas são cutâneas, como urticária e/ou angioedema, porém quadros graves de anafilaxia também podem ocorrer. Se o choque anafilático ocorreu durante a infusão de uma droga ou contraste radiológico, estes devem ser imediatamente suspensos. Tratamento: O tratamento do choque anafilático deve ser iniciado com rapidez nos serviços de saúde de urgência e emergência. É importante saber que, apesar de ser uma situação de emergência, é controlável e reversível desde que diagnosticada e tratada a tempo. O esclarecimento e a correta orientação do paciente e de seus familiares, bem como a prevenção, constituem o melhor tratamento da anafilaxia, reduzindo sua mortalidade. Prevenção: A principal medida para prevenir a anafilaxia é bloquear o contato com os elementos que podem desencadear a reação alérgica, como alimentos, medicamentos, produtos químicos ou insetos. 26 As reações de hipersensibilidade são denominadas imediatas quando ocorrem em até 1h após a administração do contraste, e têm se tornado menos frequentes com o uso de compostos não- iônicos. Além do tipo de contraste, a história de reação prévia é um fator de risco importante para recorrência destas reações. As principais manifestações clínicas são cutâneas, como urticária e/ou angioedema, porém quadros graves de anafilaxia também podem ocorrer. O diagnóstico correto, através da história e testes cutâneos, pode auxiliar na prevenção de novas reações. Além disso, a identificação do paciente sob risco, e a minimização deste risco através da utilização de outros métodos radiológicos ou do uso de contrastes alternativos, pode ser útil na redução da incidência destas reações. Outra medida profilática que pode ter impacto positivo é a utilização das pré-medicações. 27 5. INFECÇÕES RELACIONADAS AOS SERVIÇOS DE SAÚDE – IRAS O desenvolvimento de doenças infecciosas é caracterizado pela ocorrência de uma série de eventos sucessivos e ordenados chamados de ciclo das relações patógeno x hospedeiro. Relação entre os seres vivos onde um organismo (parasito) não só vive as custas de outro organismo (hospedeiro), mas depende bioquimicamente deste. • Patógeno: É um agente com potencial agressivo ao homem. Por exemplo, uma bactéria ou um vírus podem ser patógenos. • Hospedeiro: O hospedeiro da doença é o homem. Medidas que visem a tornar o organismo mais resistente a agressão dos patógenos, também são exemplos de medidas profiláticas de doenças. Os micro-organismos são classificados de acordo com: • Grau e patogenicidade • Poder de invasão • Resistência a processos de esterilização • Virulência • Capacidade mutagênica. Conhecer o agente patogênico e os riscos de contagio, infecção e transmissão são fundamentais. A classificação dos micro-organismos por classe de risco é: Quatro grupos: • Baixo risco individual ou coletivo (Baccilus cerus); • Moderado risco individual e coletivo limitado (Schistosoma mansoni); 28 • Elevado risco individual e baixo coletivo (HIV; Mycobacterium • Elevado risco individual e coletivo (Vírus Ebola). 5.1 PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR Infecção é a invasão e a multiplicação dos microrganismos nos tecidos do corpo, produzindo sinais e sintomas e também uma resposta imunológica. A reprodução desses micróbios produz lesões no hospedeiro, seja por competirem com o metabolismo endógeno, seja por causarem lesões celulares devidas às toxinas produzidas pelo microrganismo ou à multiplicação intracelular. A resposta imunológica do próprio hospedeiro podeagravar essa lesão tecidual, que pode ser localizada como um úlcera de pressão infectada) ou sistêmica. A gravidade da infecção varia segundo a capacidade de produzir doença e a quantidade de microrganismos invasores, segundo a resistência das defesas do hospedeiro e segundo vários outros fatores. Critérios para Confirmação • Análise do prontuário • Exames laboratoriais • Toda infecção apresentada após 72h da internação • Pacientes transferidos de outros hospitais • Infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas pela placenta entre outros. Formas de Infecção • Endógeno: Infecção da flora do próprio paciente que convertem-se em patógenos pela manipulação ou ato terapêutico que modifica sua estrutura. • Exógeno: Infecção originada da flora de outro paciente, transmitida por contato físico direto ou objetos contaminados. As internações hospitalares longas e frequentes colocam alguns pacientes em risco particularmente alta de adquirir infecções resistentes aos antibióticos. Os mais suscetíveis são os paciente muito jovens, muito idosos, portadores de enfermidade graves e indivíduos que estiverem usando equipamentos invasivos (como drenos e equipamentos para respiração artificial). Alguns desses pacientes já têm sistemas imunológicos debilitados, que o tornam mais suscetíveis. É aquela que pode ser adquirida após a internação do cliente/paciente em um hospital ou ainda, quando da sua alta, se essa infecção estiver relacionada com a sua internação. 29 Muitas doenças infecciosas podem ser evitadas ou tratadas com antibióticos e outras medidas terapêuticas eficazes. Contudo, ainda enfrentamos o problema das infecções. As infecções podem ser transmitidas por quatro mecanismos: contato, ar, veículo e vetor. Transmissão por contato É o mecanismo mais comum para transmissão das infecções e pode ser subdividida em: • Direta: A disseminação dos micro-organismos de um individuo ao outro, através do contato físico real. Os micróbios cujo mecanismo de transmissão é direto podem ser transferidos durante as atividades de assistência aos pacientes tais como: banho, troca de curativos e introdução de dispositivos invasivos, caso as mão dos profissionais de saúde ou suas luvas estejam contaminadas. Ex.: escabiose e herpes simples. • Indireta: Ocorre quando um indivíduo entra em contato com um objeto contaminado. Como por exemplo: termômetros, endoscópios, equipamentos e etc. Transmissão por ar Acontece quando as partículas microbianas ou partículas de poeira contendo germes permanecem suspensas no ar por um período prolongado e em seguida são disseminadas pelas correntes de ar e inaladas. Ex. Bacilo da tuberculose. Transmissão por veículo Veículo é uma substância que mantém a vida do microorganismo, até que seja ingerido ou inoculado em um hospedeiro suscetível. Ex. sangue, soro, água, alimentos. A transmissão ocorres comumente na comunidade. Transmissão por vetor Ocorre quando um portador intermediário (pulga, mosquito) transfere o agente patogênico para outro ser vivo. 5.2 RISCOS OCUPACIONAIS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Para reduzir a ocorrência de lesões e acidentes evitáveis, as instituições de assistência a saúde tem criado programas de controle dos riscos. Os programas de controle de riscos tem como objetivo a manutenção e melhoria das instituições e dos equipamentos, assegurando um ambiente seguro aos empregados e pacientes. RISCO BIOLÓGICO • Enfermagem: principal categoria para exposição RISCO: Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo ou número de ciclos operacionais. 30 • Maior grupo nos serviços de saúde • Maior contato direto na assistência à pacientes • Tipo e frequência de procedimentos realizados Devemos ter cuidado com o material biológico e saber como a infecção ocorre pode ajudá- lo a evitar ou controlar sua disseminação. A exposição pode se estabelecer através de: • Sangue, secreção vaginal e sêmen e tecidos; • Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e saliva; • Suor, lágrima, fezes, urina, escarro; • Ar. Por meio da exposição: • Pérfuro-cortante; • Mucosa; • Pele íntegra; • Inalação de gotículas/aerossóis. A prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal medida para que não ocorra contaminação por patógenos de transmissão sanguínea nos serviços de saúde. Precauções básicas ou precauções padrão são normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de artigos médico- hospitalares e na assistência a todos os pacientes, independente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa. Segundo o Manual de Condutas em exposição ocupacional a material biológico MS,1999), em caso de exposição o profissional de saúde deve: 1º passo: Cuidados locais 2º passo: Registro 3º passo: Avaliação da Exposição 4º passo: Avaliação da Fonte 5º passo: Manejo específico HIV, hepatite B e C 6º passo: Acompanhamento clínico-sorológico 31 Os risco são minimizados quando o profissional: Age com Conhecimento/ Conscientização: • Conhecer os possíveis agentes etiológicos e os meios de transmissão • Lavagem das mãos • Imunizações • Manuseio e descarte de perfurocortantes • Conhecer a rotina para atendimento de acidentes com material biológico • Conhecer as limitações da profilaxia pós exposição Utiliza as Precauções Universais: • Evitar contato direto com fluidos ou secreções orgânicas • Profissional com lesão de pele, cobri-la com curativo • Evitar picada de agulhas e lesões que provoquem soluções de continuidade • Lavar sempre as mãos com água e sabão sempre que lidar com pacientes • Lixo hospitalar • Coletado em saco plástico, amarrado, colocado em novo saco plástico e incinerado Usa os Equipamentos de Proteção individual • Luvas (de procedimento, estéreis) • Máscaras (cirúrgicas, N95) • Capotes (limpos, estéreis, plástico, descartáveis), Jaleco • Protetor facial • Sapato, botas Recomenda-se o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais) quando o contato mucocutâneo com sangue ou outros materiais biológicos puder ser previsto. Incluem-se ainda as precauções necessárias na manipulação de agulhas ou outros materiais cortantes, para prevenir exposições percutâneas; e os cuidados necessários de desinfecção e esterilização na reutilização de instrumentos usados em procedimentos invasivos. 32 Precauções padrão Precauções com materiais biológicos devem ser usadas para TODOS pacientes • Precauções de barreira - previsão de contato com material biológico de QUALQUER paciente • Luvas são necessárias para tocar material biológico, mucosas ou pele não intacta de todo paciente e para proceder acesso venoso • Máscaras e protetores oculares – previsão de respingo de material biológico • Capotes são necessários se houver respingos generalizados • Lavagem das mãos é sempre necessária após contaminação com material biológico e imediatamente a retirada das luvas • Precauções dever ser tomadas para prevenir acidentes durante procedimentos, limpeza de instrumentais e descarte de perfurocortantes As precauções também são especificas para: Precauções Respiratórias com Gotículas São indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por gotículas de tamanho superior a 5 microns, que podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação ou realização de diversos procedimentos. (ex: Difteria, coqueluche e Influenza) • Quarto privativo • Máscara cirúrgica para profissional de saúde entrar no quarto • Máscara cirúrgica para o paciente em caso de transporte Precauções Respiratórias com Aerossóis São indicadas para pacientes com suspeita ou infecção comprovadapor microrganismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 microns) que ficam suspensos no ar e que podem ser dispersos a longas distâncias (ex. sarampo e varicela) • Quarto privativo com porta fechada • Máscara N95 para profissional de saúde entrar no quarto • Máscara cirúrgica para o paciente em caso de transporte Precauções de Contato São indicadas para pacientes com infecção ou colonização por microrganismos com importância epidemiológica e que são transmitidos por contato direto (pele-a-pele) ou indireto 33 (contato com itens ambientais ou itens de uso do paciente). Ex. Infecções cutâneas: herpes zoster • Quarto privativo • Capote e luva para contato com pele e mucosas do paciente • Estetoscópio, esfignomanômetro, termômetro de uso individual • Conter secreções em caso de transporte Quando o acidente com material biológico ocorre deve-se tomar as seguintes providencias: • Lavar a área atingida com água e sabão, comunicar o serviço médico da instituição • Emissão de CAT - geralmente sem necessidade de afastamento • Tentar obter a sorologia do paciente-fonte • Sorologia do acidentado - imediatamente após o acidente, 3 semanas, 3 e 6 meses depois • Quimioprofilaxia: terapia anti - retroviral (ideal 2 horas após acidente) e aplicação da HBIG (imunoglobulina hiperimune) seguida da vacinação (3 doses) nos casos suspeitos de contaminação por hepatite Legislação A NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE é uma Norma Regulamentadora (NR) tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. o Regulamenta as atividades relacionadas à saúde e segurança do trabalhador da área da saúde o Propostas que visam a melhoria da qualidade de vida do trabalhador da área da saúde, entre elas a prevenção dos riscos biológicos Além dos riscos biológicos, podem encontrar outros tipos de risco dentro dos serviços, como: 34 Riscos Físicos Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como • Ruído excessivo • PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído) • Efeitos extra-auditivos: carga mental, stress, hipertensão arterial, alterações de sono, alterações hormonais e humorais. Riscos Químicos Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. • Gases anestésicos • Óxido de etileno • Formaldeído • Drogas antineoplásicas • Drogas e medicamentos em geral • Mercúrio Riscos Ergonômicos Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc. • Posturas estáticas e/ou prolongadas • Manipulação e transporte de pacientes • Demandas físicas ou cognitivas excessivas com baixo grau de autonomia • Trabalho em turnos* • Violência explícita, disfarçada ou ameaças 35 O item trabalho em turnos merece atenção especial visto que é nossa forma de trabalho e a sobrecarga pode nos expor ainda mais aos riscos. Quando trabalhamos em turnos, apresentamos: • Distúrbios do sono • Distúrbios digestivos • Irritabilidade • Fadiga física e mental Sendo assim, devemos ter cuidado na quantidade de trabalho que acumulamos, pois é melhor qualidade do que quantidade. A Essência da Prevenção Como profissional de saúde, podemos ajudar a virar a luta contra as infecções aprendendo tudo que puder sobre infecção e aperfeiçoando suas práticas durante a assistência aos pacientes. A cada dia que passa, acumulam-se evidencias que mostram que os profissionais de saúde tem mais tendência a transmitir infecções aos pacientes meio das mãos. Assim, a ação isolada mais importante que você pode fazer para evitar que os pacientes adquiram infecções é lavar as mãos cuidadosamente e em intervalos regulares. A educação é outra estratégia fundamental. Sempre que surgir a oportunidade, lembre-se de orientar os pacientes quanto às medidas que eles podem tomar para evitar infecções e melhorar suas defesas naturais. 36 6. DRENOS, SONDAS E CATETERES A origem da palavra drenar vem do inglês drain – esgoto, escoar. Os objetivos dos Drenos são: • evitar o acúmulo de líquidos em sítios onde se deseja o fechamento de espaços vazios; • promover saída de líquidos ou ar que se acumulam (seromas, hematomas, pus, secreções digestivas); • controle hídrico, como por exemplo, o cateter vesical. Principais Complicações dos Drenos Hemorragia, Inflamação, Migração ascendente de microorganismos, Saída acidental, Dor, Perda de fluidos, proteínas e eletrólitos. Classificação dos Drenos Estrutura (laminar, tubular), Material, Forma de ação e Tipos de sistema de drenagem. 1. Quanto à estrutura: Laminares – em forma de duas lâminas finas e flexíveis unidas entre si, tipo dedo de luva, ex.: Penrose. Tubular – tubo, com comprimento e diâmetro variável, amplamente utilizado, exemplo: dreno de tórax, cateter foley (sonda), tubo de Malecot. 2. Quanto ao material: Borracha – são macios e maleáveis, porém é mais propenso a colonização bacteriana. Cloreto de polivinil (PVC) – rígido, tende a endurecer com o tempo de uso, pode 37 ocasionar traumas mecânicos, irritação e necrose, seu uso como cateter venoso não está indicado, devido risco de trombose e flebite; para drenagem gástrica, descompressão, lavagem deverá ser usado por curto período de tempo. Ex.; sonda Levin. Polietileno – material plástico (polímero) pouco irritante, extremidade multi-fenestrados, geralmente radiopacos. Ex.: pericardiocentese (“pig tail”), marca-passo (ponta em J) e Malecot. Politetrafluoretileno (teflon) – utilizado em alguns tipos de cateter venoso, superfície lisa e hidrofóbica, baixa adesividade e resistente a enzimas, porém não indicado para uso prolongado, pois sua rigidez pode levar a lesão da íntima e formação de trombose. Poliuretano e silicone – flexíveis, biocompatíveis, radiopacos, menos rígidos do que o polietileno e menos relacionado a contaminação bacteriana em relação ao látex. Muito utilizado em cateter venoso de longa permanência (silicone e poliuretano-Vialon), cateter enteral e de gastrostomia (ambos) foley e malecot (silicone). 3. Forma de Ação: Capilaridade – saída da secreção através da superfície adjacente ao dreno. ex.: Penrose. Gravitacional – é posicionado o frasco coletor a baixo do nível a que se deseja evacuar, o líquido tende para o ponto mais baixo pela força de gravitação. Ex.: drenagem do cateter levin, torácica, biliar; Aspiração – drenagem através de pressão negativa por sucção ou dreno com sistema de vácuo, importante que o dreno tenha múltiplas fenestrações ou suspiro. Ex.: sonda Salem Sump, dreno tórax com pressão negativa, sistema de drenagem Portovac. Algumas literaturas referem ao sistema de drenagem como ativo (presença de sucção) e passivo (ausência de sucção). 4. Sistemas de drenagem: Aberto - é aquele que possui interação com o meio, ou seja, necessário entrada de ar para bom funcionamento do sistema, risco aumentado de infecção dependendo da cavidade a que se destina drenar. Fechado – é aquele na qual não há interação com o meio, ou seja, não requer elementos externos adicionais para seu perfeito funcionamento, como porexemplo, o ar, evitando infecções por microorganismos, utiliza-se um sistema vedado, estéril conectado a extremidade do dreno, pode ser um frasco ou uma bolsa. Ex.: sistema coletor para cateter vesical, dreno de Kehr, dreno de tórax. 38 Tubular – tubo de diversos tamanhos e comprimentos é a forma da maioria dos drenos e cateteres, siliconizado ou não, muito utilizado em associação com o Penrose. Funcionam por capilaridade se forem mantidos com folga na cavidade. Ex.: drenos de tórax, cateter foley ou outro material tubular. Cateter Foley (sonda) - material é borracha siliconizada ou silicone, geralmente utilizado para cirurgias urológicas, cateterismo vesical de demora, como dreno tubular ou para gastrostomia e jejunostomia para drenagem ou alimentação. O calibre varia entre 6 a 26 Fr, pode ter 2 ( balão e drenagem)ou 3 saídas (balão, irrigação e drenagem), volume do balão varia 1,5 cc (pediatria) e 30 cc (adulto). Pode ser utilizado no caso de diarréia, atentar para lesão na mucosa pela insuflação do balão ou retenção de fezes pela obstrução da sonda. Cateter Levin – material PVC, geralmente utilizado para descompressão gástrica e lavagem, em cirurgias abdominais. 39 Cateter de Foley (borracha e silicone) Cateter de Levin Cateter nelaton (borracha vermelha) – macio e flexível e fácil manuseio durante cirurgia, porém induz a intensa reação tecidual. Geralmente utilizado para aspiração traqueal (calibre 10- 12 Fr), como tubo retal no caso de diarréia (calibre 32-38 Fr) e gastrostomia cirúrgica (calibre 18- 26 F), sofrem degradação com suco gástrico. 40 Dreno de Kehr – também conhecido como tubo em T, devido ao seu formato, onde a travessão permanece no ducto biliar comum, geralmente é utilizado no transplante de fígado e cirurgias de vesícula, podem ser de plástico ou de borracha, inseridos nas vias biliares para drenagem ou descompressão. Cateter/ sonda de Malecot – o material poderá ser borracha ou silicone, apresenta um bulbo em sua extremidade a ser colocada internamente a cavidade a ser drenada, que impede a migração do tubo para o meio externo Cateter/ sonda Pezzer ou cateter cogumelo– instalado através de cirurgia ou percutâneo, geralmente de látex, utilizado em nefrostomias, cistostomias e gastrostomias (menos comum). Sua extremidade interna possui um dispositivo em forma de cogumelo Dreno tubular para aspiração continua (sump tube) - tipo de dreno tubular específico para drenagem de ferida cirúrgica, presença de 3 sistemas: drenagem contínua, irrigação e aspiração. 41 Tipos de sondas Sonda de Fouchet - para lavagem na intoxicação exógena Freka Trelumina - sonda com dupla função, lumen distal para alimentação-jejunal e proximal para drenagem – gástrico, material poliuretano, custo alto 42 • Entérica 43 CUIDADOS COM DRENOS • Importante checarmos a localização do dreno, quais os cuidados a serem ministrados pela equipe, se está suturado a pele ou não, tipo de dreno utilizado, como manter a permeabilidade do mesmo, o volume esperado de drenagem e principais complicações com o dispositivo. • Instalação de sistema de drenagem adequada: aberto ou fechado. • Fixar à parte externa do dreno a pele para evitar tração exagerada e desposicionamento. • Avaliar o aspecto do curativo externo. Caso necessário a troca, certificar-se com a equipe cirúrgica, se poderá ser realizada pela enfermagem ou requer avaliação do cirurgião • Sempre que tiver presente uma incisão cirúrgica, próximo de um estoma, devemos isolar o estoma para evitar contaminação da ferida operatória, geralmente utiliza-se bolsa de colostomia. • Na presença de vários drenos, convém identificar a localização através de adesivo no frasco coletor ou na bolsa. • Registrar separadamente o volume de cada dreno na folha de balanço hídrico, isto possibilita avaliação da redução ou aumento anormal da drenagem. • Registrar de forma precisa o aspecto da secreção drenada. • Caso uso de cateter Levin para drenagem gástrica certificar-se da ausência de obstrução, caso cesse a drenagem, injetando ar ou 20 ml de água pela sonda; também poderá ocorrer acotovelamento do sistema. Manter o sistema de drenagem abaixo do nível do abdome, não necessariamente no chão. • Caso o paciente esteja com dreno de Kehr, conectar a um coletor estéril, sistema fechado, atentar para a coloração e aspecto. Lembrar que o dreno muitas vezes não é suturado a pele do paciente, porém sua exteriorização não é comum (formato do dreno), sua drenagem é altamente irritante da pele; pode permanecer no local por períodos de 6 semanas ou mais. • Caso se utilize um dreno tubular juntamente com um Penrose, a opção mais adequada é a utilização de uma bolsa de colostomia. 44 7. PRIMEIROS SOCORROS 7.1 AVALIANDO O LOCAL DO ACIDENTE Para iniciar os primeiros socorros à vítima acidentada ou em situação de urgência, o socorrista (aquele que prestará os primeiros socorros à vítima) deverá assumir o controle da situação rapidamente, obtendo todas as informações possíveis do ocorrido. .Para um atendimento tranquilo, o socorrista deverá seguir algumas regras: • Manter-se calmo; • Usar bom senso; • Pedir ajuda; • Chamar por ajuda: Telefones de emergência: Bombeiro, SAMU, Polícia Militar e outros • Afastar os curiosos; • Atender a vítima com mais uma ou duas pessoas; • Trabalhar com segurança; • Utilizar proteção (luvas), para evitar contato direto com sangue ou outras secreções. Quando se aproximar da vítima, tenha certeza de que tem segurança para o atendimento. É importante observar rapidamente se existem perigos para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro nas proximidades da ocorrência. Por exemplo: Fios elétricos soltos e desencapados; vazamento de gás; máquinas funcionando, etc. 7.2 MANOBRAS EM PRIMEIROS SOCORROS Suporte Básico de Vida (SBV) Os procedimentos de primeiros socorros, ou o Suporte Básico de Vida (SBV) podem determinar a diferença entre a vida e morte. É um conjunto de medidas e procedimentos técnicos com o objetivo de manter o suporte de vida à vítima até a chegada da equipe de emergência. Os procedimentos de emergência visam manter as funções vitais e evitar o agravamento de uma pessoa ferida, inconsciente ou em perigo de morrer, até que ela receba assistência qualificada. Este atendimento imediato poderá ser realizado por qualquer pessoa habilitada. Segundo o dicionário Aurélio, Urgência é a “qualidade do que é urgente; necessidade imediata; aperto”. Em termos médicos é quando há uma situação que não pode ser adiada, que deve 45 ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte. Emergência é a circunstância que necessita de intervenção imediata. Em situações de emergência, a avaliação da vítima e seu atendimento devem ser prontamente realizados de forma objetiva e eficaz. O suporte básico de vida inclui o reconhecimento precoce de pacientes com os primeiros sinais e sintomas de síndrome coronariana aguda, acidente vascular cerebral e obstrução de via aérea. Inclui as manobras de reanimação cardiopulmonar nas vítimas de parada e manobras de desobstrução de vias aéreas por corpo estranho ETAPAS: • Reconhecimento imediato da Parada cardiorrespiratória (PCR) e acionamento do Serviço de Emergência; • A reanimação cardiopulmonar precoce, com ênfase nas compressões torácicas; • Rápida desfibrilação com uso do desfibrilador externo automático (DEA); • Suporte Avançado de vida eficaz; • Cuidados pós-PCR. Desfibrilador Externo Automático – DEA O Desfibrilador Externo Automático – DEA é um equipamento eletrônico portátil que tem como função identificar o ritmo cardíaco. A leitura automática é realizada através de pás adesivas que são
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