Buscar

aPOSTILA_SEMIOTECNICA-convertido

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOTECNICA E PRIMEIROS SOCORROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
1. PRINCIPIOS BÁSICOS DE SEMIOLOGIA EM ENFERMAGEM 
 
 
Com o passar dos séculos, a humanidade tem acumulado diversos conhecimentos, 
possibilitando assim a evolução técnico-científico. Atualmente, acredita-se que essa evolução 
ocorra quando há reflexão crítica sobre o passado e flexibilidade para mudanças. 
Nesse contexto, as transformações ocorridas na enfermagem contribuíram de forma 
significativa para o progresso da profissão como ciência e prática social. A Enfermagem - 
reconhecida por seu respectivo conselho profissional - é uma profissão que possui um corpo de 
conhecimentos próprios, voltados para o atendimento do ser humano nas áreas de promoção, 
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, composta pelo enfermeiro, técnico e auxiliar de 
enfermagem. 
Na primeira metade do século passado, a área da saúde era composta por cerca de quatro 
profissionais habilitados de maneira formal que dominavam todo o conhecimento e executavam as 
atividades e ações desse setor. No entanto, tendo em vista as necessidades gerais do ambiente 
hospitalar, é praticamente impossível que apenas esse quantitativo de profissionais execute, com 
toda eficiência necessária, as complexas ações de saúde. Nos ambientes de saúde, atuam ainda 
inúmeras profissões formais de nível médio que participam ativamente da atenção à saúde. 
A Enfermagem - reconhecida por seu respectivo conselho profissional - é uma profissão 
que possui um corpo de conhecimentos próprios, voltados para o atendimento do ser humano nas 
áreas de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, composta pelo enfermeiro, 
técnico e auxiliar de enfermagem. 
A Enfermagem realiza seu trabalho em um contexto mais amplo e coletivo de saúde, em 
parceria com outras categorias profissionais representadas por áreas como Medicina, Serviço 
Social, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Nutrição, etc. O atendimento integral à saúde 
pressupõe uma ação conjunta dessas diferentes categorias, pois, apesar do saber específico de cada 
uma, existe uma relação de interdependência e complementaridade. 
A Equipe de enfermagem é um grupo de pessoal (enfermeiro, técnico e auxiliar de 
Enfermagem), sob a supervisão de um enfermeiro, tendo como objetivo prestar cuidados de 
Enfermagem ao indivíduo e família. Segundo a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, nº 
7498, de 1986, são atribuições de cada componente de equipe de Enfermagem: 
Quanto às ações e tarefas afins efetivamente desenvolvidas nos serviços de saúde pelas 
categorias de Enfermagem no país, estudos realizados as agrupam em cinco classes, com as 
seguintes características: 
• Ações de natureza propedêutica e terapêutica complementares ao ato médico e de 
3 
outros profissionais - as ações propedêuticas complementares referem-se às que 
apoiam o diagnóstico e o acompanhamento do agravo à saúde, incluindo 
procedimentos como a observação do estado do paciente, mensuração de altura e 
peso, coleta de amostras para exames laboratoriais e controle de sinais vitais e de 
líquidos. As ações terapêuticas complementares asseguram o tratamento prescrito, 
como, por exemplo, a administração de medicamentos e dietas enterais, aplicação 
de calor e frio, instalação de cateter de oxigênio e sonda vesical ou nasogástrica; 
 
• Ações de natureza terapêutica ou propedêutica de enfermagem - são aquelas cujo 
foco centra-se na organização da totalidade da atenção de enfermagem prestada à 
clientela. Por exemplo, ações de conforto e segurança, atividades educativas e de 
orientação; 
 
• Ações de natureza complementar de controle de risco - são aquelas desenvolvidas 
em conjunto com outros profissionais de saúde, objetivando reduzir riscos de 
agravos ou complicações de saúde. Incluem as atividades relacionadas à vigilância 
epidemiológica e as de controle da infecção hospitalar e de doenças crônico-
degenerativas; 
 
• Ações de natureza administrativa - nessa categoria incluem-se as ações de 
planejamento, gestão, controle, supervisão e avaliação da assistência de 
enfermagem; 
 
• Ações de natureza pedagógica - relacionam-se à formação e às atividades de 
desenvolvimento para a equipe de enferma 
Pode – se considerar que a enfermagem sempre esteve voltada para atender as necessidades 
de assistência de saúde da sociedade. Ela originou-se do desejo de manter as pessoas saudáveis, 
assim como propiciar conforto, cuidado e confiança ao enfermo. “A enfermagem como profissão, 
é a única na medida, em que se dedica humanista, ás reações dos pacientes e de suas famílias, frente 
aos problemas reais e potenciais. 
SAÚDE: é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não meramente a 
ausência de doença ou enfermidade. 
DOENÇA: é um processo anormal no qual o funcionamento do organismo de uma pessoa 
está diminuído ou prejudicado em uma ou mais dimensões. 
A Semiologia é a investigação e o estudo dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, 
centrados na realização do exame físico. A Semiotécnica diz respeito ao estudo e ensino da técnica 
e dos procedimentos necessários ao cuidar que sucedem ao exame físico. O ensino da Semiologia e 
Semiotécnica demanda conhecimentos integrados às disciplinas do ciclo básico, como Anatomia, 
4 
Histologia, Fisiologia e Patologia. 
Diante da complexidade das ações desenvolvidas nos ambientes de saúde, é fundamental 
que o trabalho em equipe seja efetivado. Esse é compreendido não apenas como o agrupamento de 
diferentes profissionais, mas sim como a integração de suas ações, isso através de uma comunicação 
efetiva, com o objetivo maior de somar e efetivar um trabalho de qualidade. 
A assistência da Enfermagem baseia-se em conhecimentos científicos e métodos que 
definem sua implementação. Assim, a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é uma 
forma planejada de prestar cuidados aos pacientes que, gradativamente, vem sendo implantada em 
diversos serviços de saúde. Os componentes ou etapas dessa sistematização variam de acordo com 
o método adotado, sendo basicamente composta por levantamento de dados ou histórico de 
enfermagem, diagnóstico de enfermagem, plano assistencial e avaliação. 
O exame físico inicial é realizado nos primeiros contatos com o paciente, sendo reavaliado 
diariamente e, em algumas situações, até várias vezes ao dia. Como sua parte integrante, há a 
avaliação minuciosa de todas as partes do corpo e a verificação de sinais vitais e outras medidas, 
como peso e altura, utilizando-se técnicas específicas. 
 
1.1 ATENDENDO O PACIENTE NO HOSPITAL 
O paciente procura o hospital por sua própria vontade (necessidade) ou da família, e a 
internação ocorre por indicação médica ou, nos casos de doença mental ou infectocontagiosa, por 
processo legal instaurado. A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito hospitalar, 
por período igual ou maior que 24 horas. Para ele, isto significa a interrupção do curso normal de 
vida e a convivência temporária com pessoas estranhas e em ambiente não-familiar. Para a maioria 
das pessoas, este fato representa desequilíbrio financeiro, isolamento social, perda de privacidade e 
individualidade, sensação de insegurança, medo e abandono. A adaptação do paciente a essa nova 
situação é marcada por dificuldades pois, aos fatores acima, soma-se a necessidade de seguir regras 
e normas institucionais quase sempre bastante rígidas e inflexíveis, de entrosar-se com a equipe de 
saúde, de submeter-se a inúmeros procedimentos e de mudar de hábitos. 
O tempo de permanência do paciente no hospital dependerá de vários fatores: tipo de 
doença, estado geral, resposta orgânica ao tratamento realizado e complicações existentes. 
Atualmente, há uma tendência para se abreviar ao máximo o tempo de internação, em vista de 
fatores como altos custos hospitalares, insuficiênciade leitos e riscos de infecção hospitalar. 
O período de internação do paciente finaliza-se com a alta hospitalar, decorrente de melhora 
em seu estado de saúde, ou por motivo de óbito. Na ocasião da alta, o paciente e seus familiares 
podem necessitar de orientações sobre alimentação, tratamento medicamentoso, atividades físicas 
e laborais, curativos e outros cuidados específicos. 
Após a saída do paciente, há necessidade de se realizar a limpeza da cama e mobiliário; se 
o mesmo se encontrava em isolamento, deve-se também fazer a limpeza de todo o ambiente 
(limpeza terminal): teto, paredes, piso e banheiro. 
As informações do paciente, geradas durante seu período de internação, constituirão o 
documento denominado prontuário o qual, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 
5 
1.331/89), consiste em um conjunto de documentos padronizados e ordenados, proveniente de 
várias fontes, destinado ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente. 
Uma das tarefas do profissional de enfermagem é o registro, no prontuário do paciente, de 
todas as observações e assistência prestada ao mesmo - ato conhecido como anotação de 
enfermagem. 
 
1.2 BIOSSEGURANÇA NAS AÇOES DE ENFERMAGEM 
A Biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em 
serviços de saúde, não só por abordar medidas de Controle de Infecções para proteção da equipe de 
assistência e usuários em saúde. Ela tem um papel fundamental na promoção da consciência 
sanitária, na comunidade onde atua, sobre a importância da prevenção do meio ambiente na 
manipulação e no descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes e na redução geral de riscos 
à saúde e acidentes ocupacionais. 
A palavra biossegurança é uma designação genérica da segurança das atividades que 
envolvem organismos vivos (bio = vida + segurança). É uma junção da expressão "segurança 
biológica", voltada para o controle e a minimização de riscos advindos da exposição, manipulação 
e uso de organismos vivos que podem causar efeitos adversos ao homem, animais e meio ambiente. 
Ao adotarmos procedimentos específicos para evitar ou minimizar os riscos de atividades 
potencialmente perigosas que envolvem organismos vivos, estamos aplicando a biossegurança. Tais 
procedimentos são amplamente adotados em hospitais, laboratórios que pesquisam ou produzem 
patógenos ou outros organismos que apresentam potencial de danos à saúde pública, à vida humana 
e ao meio ambiente. 
Segundo a Fiocruz temos a seguinte definição: 
"Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou 
eliminação de ricos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento 
tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos 
animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos da qual depende a vida de 
todos os seres vivos no nível individual e coletivo e do ambiente em geral." 
No Brasil, a biossegurança passou a ser mais amplamente abordada na questão dos 
organismos geneticamente modificados, popularmente conhecido por "OGMs" ou transgênicos". 
Estes organismos são assim conhecidos porque passaram por um processo de melhoramento 
conhecido como "engenharia genética". 
A Lei de Biossegurança regula todos os aspectos da manipulação e uso de OGMs no Brasil, 
incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte, importação, produção, 
armazenamento e comercialização. Seu escopo limita-se ao uso da engenharia genética, ou uso da 
técnica do DNA/RNA recombinante, para a troca de material genético entre organismos vivos. 
Outras técnicas biotecnologias, como fusão celular e cultura de tecidos, não são incluídas. 
O cerne da questão da biossegurança é a implementação de medidas que previnam os riscos. 
6 
Vamos adotar como exemplo a questão dos riscos no trânsito. Se vamos atravessar a rua, sempre 
corremos o risco de atropelamento. Rapidamente analisamos e tomamos a decisão de atravessar ou 
não esta rua. Usamos, para tanto, as informações disponíveis, neste caso, o fluxo de automóveis 
(quantidade, velocidade), distância a ser percorrida para atravessar a rua, etc. Com esta atitude 
estamos, efetivamente, realizando uma análise de risco. Os resultados desta análise serão usados 
para a tomada de decisão sobre atravessar ou não a rua (correr ou não o risco, dependendo de sua 
intensidade). 
A consciência dos profissionais em relação aos riscos a que estão expostos cresceu, adoção 
de medidas de segurança nos laboratórios e nos serviços de saúde: desinfecção, descartáveis, 
esterilização, higiene etc. Os riscos são gerados pela ação do homem e nunca é demais a formação 
continuada dos recursos humanos para criação de uma consciência crítica e precaucionaria. 
Considerando-se as publicações que tratam da biossegurança, em termos legais, nacionais 
e internacionais, apresentaremos, em capítulos posteriores, as recomendações da biossegurança 
referentes às medidas de prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde, com a finalidade 
de proteger os trabalhadores e pacientes expostos. Abordaremos as recomendações relativas à 
higiene das mãos, ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e à imunização dos 
trabalhadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
2. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
 
 
A geração de resíduos pelas diversas atividades humanas constitui-se atualmente em um 
grande desafio a ser enfrentado pelas administrações municipais, sobretudo nos grandes centros 
urbanos. Como toda atividade desenvolvida pelo ser humano, as relacionadas aos cuidados em 
saúde desenvolvidos no hospital, em unidades de atenção básica ou mesmo no domicílio, geram 
resíduos. Esses, por sua natureza, podem representar riscos ao ambiente, à população, aos 
profissionais da área da saúde e àqueles responsáveis pela limpeza e coleta desses resíduos. Assim, 
o cuidar na perspectiva de promoção e proteção da saúde é, também, cuidar dos resíduos gerados 
durante a prestação de atendimentos. 
A análise do resíduo é uma forma diferente de contar a história dos hábitos de uma pessoa, 
uma família, uma instituição. Além disso, por representar costumes, também deixa implícito o 
posicionamento de vida frente a si, aos outros e ao meio ambiente. Essa análise é difícil de ser 
contestada, por ser baseada em fatos e possuir muitos detalhes. Ainda, nos permite descobrir até 
comportamentos que, muitas vezes, as pessoas tentam ocultar, desprezando no lixo. 
Em instituições de saúde, em especial, nas quais atuam trabalhadores de diferentes 
formações acadêmicas e de vida, a análise dos resíduos gerados é ainda mais importante. Nesses 
locais, há regras especificas para o descarte de resíduos. A segregação, ou seja, o descarte de 
determinado grupo de resíduos em local apropriado, deve ocorrer no momento de sua geração, por 
quem os gera. 
A normatização do gerenciamento dos RSSS é regulada pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 306/044, e 
o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a Resolução n° 358/055, que definiram 
as diretrizes sobre o gerenciamento dos RSSS, considerando princípios da biossegurança, 
preservação da saúde pública e do meio ambiente. 
De acordo com a Resolução nº 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, 
de 2005, art. 1º, os resíduos de serviços de saúde foram definidos como todos aqueles que resultam 
de atividades exercidas nos serviços que têm relação com o atendimento à saúde, tanto humana 
quanto animal, o que inclui os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; 
laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias, serviços de 
embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação), medicina legal; drogarias e farmácias 
(incluindo as de manipulação); estabelecimentos de ensino e pesquisa que abrangem a áreade 
saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, 
8 
distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de 
atendimento à saúde; serviços de acupuntura, tatuagem e outros similares. 
O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes de colocar 
em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. Os 
resíduos dos serviços de saúde - RSS se inserem dentro desta problemática e vêm assumindo grande 
importância nos últimos anos. 
Resíduos sólidos e lixo são termos utilizados indistintamente por autores de publicações, 
mas na linguagem cotidiana o termo resíduo é muito pouco utilizado. Na linguagem corrente, o 
termo lixo é usualmente utilizado para designar tudo aquilo que não tem mais utilidade, enquanto 
resíduo é mais utilizado para designar sobra (refugo) do beneficiamento de produtos 
industrializados. 
Resíduos de Serviços de Saúde - RSS, é o nome técnico de: 
• Lixo Hospitalar 
• Lixo Branco 
• Lixo Infectante 
• Lixo Séptico 
• Lixo Biológico 
Riscos potenciais existentes nos resíduos de saúde: 
• Biológicos 
• Químicos 
• Radioativos 
Que podem colocar em risco a Saúde Pública e/ ou o Meio Ambiente. São os 
estabelecimentos de assistência a saúde humana ou animal, inclusive: 
• Os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos em campo; 
• Laboratórios analíticos de produtos para a saúde; 
• Necrotério, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embalsamamento; 
• Serviços de medicina legal; 
• Drogaria e farmácias inclusive as de manipulação; 
• Ensino e pesquisa na área de saúde; 
• Centro de controle de zoonoses; 
9 
• Distribuidores e importadores de produtos farmacêuticos, materiais e controles para 
diagnóstico; 
• Unidades móveis para atendimento à saúde; 
• Serviços de acupuntura, e 
• Serviços de tatuagem, dentre outros similares 
Os estabelecimentos prestadores de serviços de assistência a saúde, são os responsáveis civil 
administrativa e criminalmente pelos seus resíduos, desde a geração até o destino final. Devido a 
importância do correto manuseio, toda existência do RSS, está amparada por legislação própria. 
 
2.1 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE (PGRSS) 
O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o documento que 
relaciona e descreve as ações referentes ao manejo dos resíduos sólidos, ressaltadas suas 
propriedades, no âmbito dos estabelecimentos, e deve apreciar os aspectos referentes à geração, 
segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, 
bem como a proteção à saúde pública. Neste cenário, os efeitos adversos para a saúde das 
populações à exposição de poluentes ambientais requerem avaliações multidisciplinares, com foco 
abrangente desta forma, é importante pensar que o estudo dos RSS tem impacto nas ciências 
relacionadas à Epidemiologia. No PGRSS há 04 (quatro) pontos importantes a serem 
compreendidos: as 05 (cinco) categorias de resíduos (A, B, C, D, E) as 06 (seis) fases do manuseio 
(segregação, acondicionamento, identificação, armazenamento, transporte e destinação final), os 
treinamentos e o monitoramento. E, um documento dinâmico, por meio de um inventário preciso e 
atualizado do ambiente de trabalho, o qual, em sua aplicação prática, requer o cumprimento de 
requisitos legais, aliado ao conhecimento do sistema adotado por todos os envolvidos. 
 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RSS 
Os riscos epidemiológicos resultantes da disposição inadequada dos resíduos de Serviços 
de Saúde associam-se a importância que os RSSS têm na via indireta de transmissão de doenças, 
pois os resíduos podem conter agentes patogênicos, resíduos tóxicos ou ainda, radioativos, que 
proporcionam condições facilitadoras para a ação de múltiplos fatores prejudiciais à saúde do 
homem. 
Os RSS apresentam riscos e dificuldades especiais no seu manuseio devido ao caráter 
infectante de alguns de seus componentes, além de apresentarem uma grande heterogeneidade e a 
presença frequente de objetos perfurantes e cortantes e, ainda quantidades menores de substâncias 
tóxicas, inflamáveis e radioativas de baixa intensidade. 
A classificação dos RSSs objetiva destacar a composição desses resíduos segundo as suas 
características biológicas, físicas, químicas, estado da matéria e origem, para o seu manejo seguro. 
10 
A classificação adotada é baseada na Resolução CONAMA nº 5, Resolução CONAMA 283, na 
NBR - 10004 e na NBR – 12808 da ABNT. 
Grupo “A” – Infectantes 
Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença 
de agentes biológicos (bactérias, fungos, vírus, microplasmas, parasitas, outros organismos e 
toxinas). 
Ex.: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dializadores, bolsas transfusionais de 
sangue ou hemocomponentes, meios de cultura, vacina vencida ou inutilizada, filtros de ar e 
gases, tecidos, membranas, órgãos, placentas, fetos, peças anatômicas, animais, carcaças e 
vísceras, objetos perfurantes ou cortantes, excreções, secreções, líquidos orgânicos, ou outro 
que tenha tido contato, materiais descartáveis que tenham entrado em contato com paciente 
Grupo “B” – Químicos 
Resíduos que contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública e ao meio ambiente devido as suas características de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade e toxidade. 
Drogas quimioterápicas e outros produtos que possam causar mutagenicidade e 
genotoxicidade e os materiais por elas contaminados; Medicamentos vencidos, interditados, 
não utilizados, alterados e impróprios para o consumo, reagentes de laboratórios, resíduos 
contendo metais pesados, antimicrobianos e hormônios sintéticos, etc. 
Grupo “C” – Radioativos 
Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas 
características de radiações Ionizantes, radiação cósmica; radiação natural dos materiais. 
Enquadram-se neste grupo os resíduos radioativos ou contaminados com 
radionucleídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina 
nuclear e radioterapia. 
Grupo “D” - Comuns 
São todos os resíduos que não oferecem qualquer tipo de perigo à saúde ou ao meio 
ambiente, equivalem-se ao lixo doméstico ou os Resíduo Sólido Urbanos - RSU. 
Ex.: Papeis, Restos de Alimentos e etc. 
Nota: É nesse grupo que se enquadram os resíduos recicláveis. 
Atenção: Qualquer resíduo comum se for contaminado com resíduos perigoso, torna-
se igualmente perigoso. 
Grupo “E” – Perfurocortantes 
Materiais perfurocortantes ou escarificantes tais como: lâminas de barbear, agulhas, 
escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lamina de 
bisturi... etc. 
2.3 PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RSS 
Os geradores de RSS devem adotar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de 
Saúde (PGRSS) constituindo-se de um conjunto de procedimentos a partir de bases científicas, 
normativas e legais, tendo por objetivo minimizar a produção de resíduos e proporcionar o 
encaminhamento seguro e eficiente, visando proteger o trabalhador, preservar a saúde pública 
(SCHNEIDER, 2001; COELHO, 2002) e os recursos naturais do meio ambiente (ANVISA). O 
gerenciamento deve abranger o planejamento de recursos físicos, recursos materiais e a capacitação 
de recursos humanos envolvidos no manejo dos RSSs. Baseado nas características e no volume dos 
11 
RSSs gerados deve ser elaborado um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, 
estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSS7-8 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acondicionamento 
Consiste no ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem 
vazamento e resistam as ações de puncturas e rupturas. 
Embalagens Grupo A 
Tipo: Saco plástico com Identificação do gerador, data, símbolo e Inscriçãode infectante, 
devendo serem substituídos quando atingirem 2/3 ou 24 horas, fechado com forte nó, sem 
esvaziamento ou reaproveitamento. 
Nota: optando pela classificação única “Grupo ´A´ Infectante” e envio para tratamento, 
utilizar apenas o Saco Branco. 
 
Embalagens Grupo - B 
Os líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível 
com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. 
Os sólidos devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, adequados para 
cada tipo de substância química, respeitadas as suas características físico-químicas e seu estado 
físico. 
Os RSS do grupo “B” devem ser acondicionados individualmente e dispor de uma ficha 
guia, identificado através do símbolo de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Embalagens Grupo - C 
Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com a natureza física do material e 
do radionuclídeo presente, e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação. 
Embalagens Grupo - D 
Para os resíduos recicláveis: A identificação deve ser feita nos Abrigos ou Recipientes de 
guarda, usando código de cores correspondentes Resolução CONAMA nº. 275/2001. 
Embalagens Grupo - E 
Estes resíduos devem ser armazenados separadamente dos demais. Estes resíduos devem 
ser armazenados em recipientes estanques, rígidos, com tampa e identificação. 
Armazenamento Externo 
Abrigo 
Local apropriado para a guarda dos recipientes de resíduos até a realização da coleta externa. 
Estes abrigos devem obedecer as definições previstas na NBR 12.809 e conter os seguintes 
requisitos: 
• Piso e paredes revestidos com material liso, resistente, lavável e impermeável. 
• Ralo sanfonado ligado ao esgoto sanitário. 
• Ponto de luz e água. 
• Portão e abertura de ventilação com fechamento de tela. 
Coleta e Transporte de RSS 
Consiste na remoção dos RSS previamente armazenados em abrigo externo até as centrais 
de tratamento, através de procedimentos que garantam a preservação das condições de 
acondicionamento, a integridade dos funcionários envolvidos no processo, da população e do meio 
ambiente. A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de 
acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT. 
Coleta de RSS 
Para a realização da coleta de RSS são necessários tomar os seguintes cuidados: 
• Utilização de profissionais treinados e habilitados para exercer a função. 
• Utilização de EPI’S: Uniforme, Botas, Luvas e Máscara. 
• Utilização de equipamentos e materiais adequados. 
Equipamentos de segurança obrigatórios 
13 
Para o transporte dos RSS, os veículos devem possuir carrocerias estanques, totalmente 
fechadas com revestimento interno em material liso e impermeável para facilitar a limpeza, 
coletores de líquidos, pás com cabos longos, extintores, calços, cones de sinalização, fitas refletivas, 
etc. 
Tratamento e Destinação Final de RSS 
Termodesinfecção = incineração 
É um processo de tratamento de resíduos sólidos que se define como a reação química em 
que os materiais orgânicos combustíveis são gaseificados, num período de tempo prefixado. O 
processo se dá pela oxidação dos resíduos com a ajuda do oxigênio contido no ar. 
A incineração dos resíduos é um processo físico-químico de oxidação a temperaturas 
elevadas que resulta na transformação de materiais com redução de volume dos resíduos, destruição 
de matéria orgânica, em especial de organismos patogênicos. Após a incineração dos 
RSS, os poluentes gasosos gerados devem ser processados em equipamento de controle de 
poluição (ECP) antes de serem liberados para a atmosfera, atendendo aos limites de emissão 
estabelecidos pelo órgão de meio ambiente. 
Desinfecção = micro-ondas 
É uma tecnologia relativamente recente de tratamento de resíduo de serviços de saúde e 
consiste na descontaminação dos resíduos com emissão de ondas de alta ou de baixa freqüência, a 
uma temperatura elevada (entre 95 e 105ºC). Os resíduos devem ser submetidos previamente a 
processo de trituração e umidificação. Após processados, esses resíduos tratados devem ser 
encaminhados para aterro sanitário licenciado pelo órgão ambiental. 
Esterilização - autoclavagem 
É um tratamento que consiste em manter o material contaminado em contato com vapor de 
água, a uma temperatura elevada, durante período de tempo suficiente para destruir potenciais 
agentes patogênicos ou reduzi-los a um nível que não constitua risco. O processo de autoclavagem 
inclui ciclos de compressão e de descompressão de forma a facilitar o contato entre o vapor e os 
resíduos e a temperatura atinge os 135ºC. Este processo tem a vantagem de ser familiar aos técnicos 
de saúde, que o utilizam para processar diversos tipos de materiais hospitalares. 
Após processados, esses resíduos sólidos tratados devem ser encaminhados para disposição 
final licenciada pelo órgão ambiental competente. 
Destinação Final - Aterro Sanitário 
Consiste no confinamento definitivo do resíduo em local especialmente concebido para 
recebê-lo. O Aterro Sanitário é uma obra de engenharia, aliada a conhecimentos de geologia, 
topografia, química e uma série de técnicas operacionais que procura eliminar ou reduzir os 
impactos que a decomposição dos resíduos possa gerar. Monitoramento de um Aterro Sanitário vai 
desde da implantação, o monitoramento podendo chegar, segundo o projeto, a ocorrer por até 50 
anos após o encerramento da atividade do Aterro. 
14 
Principais Itens a serem observados: Lençol Freático, Águas, Ar, Ruídos, Chorume, Gases, 
Vetores e até o Isolamento da área. 
Ocorrências: Cada item tem uma periodicidade específica de monitoramento, que pode ser 
diferente em cada etapa do empreendimento e do projeto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
3. HIGIENE E PROFILAXIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento pode ser entendido como o 
controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos 
nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. 
Neste enfoque, o saneamento tem por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que 
interferem na saúde da população, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações 
socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental. Também é fator essencial 
para saúde, economia e produção de um país. 
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas - ONU (2008), a população 
mundial ultrapassa a marca impressionante de mais de 6 bilhões de habitantes. Destes, 2,6 bilhões, 
ou seja, 40% não têm acesso à rede de coleta de tratamento de esgotos. São 200 milhões de toneladas 
de dejetos humanos lançados anualmente em nossos rios e lagos. Como consequência, a cada 20 
segundos uma criança morre em função de doenças como (diarreia, cólera, tifo, etc.). Isto significa 
1,5 milhões de mortes de crianças a cada ano. 
O saneamento básico, considerado uma das mais importantes Metas do Milênio, ainda 
inexiste para uma parcela significativa da população mundial. No caso específico do Brasil, país de 
destaque no cenário econômico mundial ainda não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir 
saneamento básico a sua população. 
Compreender as noções básicas de higiene e profilaxia possibilita nossa melhor atuação, 
tanto do ponto de vista individual quanto coletivo. 
 
 
Higiene 
 
É um conjunto de conhecimentos e técnicas para evitar doenças infecciosas usando desinfecção, 
esterilização e outros métodos de limpeza com o objetivo de conservar e fortificar a saúde. 
Profilaxia 
 
É a aplicação de meios tendentes a evitar as doenças ou a sua propagação. 
Uma doença tem um ou mais agentes causadores. Estes necessitam de alguma maneira interagir 
com o organismo para gerar a doença. Toda e qualquer medida que procure impedir esta interação 
pode ser chamada de medida profilática.16 
Muitas pessoas acreditam que para se ter saúde basta manter uma boa alimentação e evitar 
vícios que afetam o organismo. Outras, que a saúde depende de acesso a bons serviços de prestação 
de assistência pública ou privada. 
Apesar de esses fatores - e muitos outros, em conjunto - serem indispensáveis para 
alcançarmos condições ideais de vida com saúde, faz-se necessário ressaltar que a higiene é um dos 
mais importantes para assegurar tais condições. 
Quando nos referimos à higiene, falamos não apenas da individual, no dia-a-dia, como 
tomar banho e escovar os dentes. Além dessas ações, voltadas para o cuidado e preservação do 
corpo, todas aquelas direcionadas à manutenção da saúde mental também integram o que 
denominamos higiene pessoal. 
Nessa perspectiva, o homem deve ser orientado a buscar uma vida equilibrada, 
reconhecendo, porém, que a saúde física e mental dependem de ações tanto individuais como 
coletivas. 
No nível das ações individuais, para que as pessoas optem por adotá-las, faz-se necessário 
que saibam de sua importância e tenham condições de utilizá-las. Daí a relevância da educação e 
orientação para a saúde transmitidas nas esferas familiar, cultural e das ações governamentais. 
Considerando-se o permanente inter-relacionamento do homem com os seus semelhantes e 
o meio ambiente, amplia-se sua responsabilidade no campo da higiene. Assim, ao nos referimos à 
higiene e sua relação com as condições de saúde da população não podemos pensar apenas na 
dimensão da responsabilidade individual. 
Prevenir doenças e manter a saúde humana não depende apenas de campanhas de vacinação 
em massa ou acesso aos serviços de saúde. É preciso planejar e investir de forma a permitir uma 
efetiva integração de ações nas áreas da saúde, educação e meio ambiente. 
 
3.1 ASSEPSIA 
Conjunto de medidas que permitem manter um ser vivo ou um meio inerte isento de 
bactérias. A antissepsia refere-se à desinfecção de tecidos vivos com antissépticos. 
Antissépticos 
A sua concentração não pode ser tóxica para as células. São exemplos o álcool etílico (70º), 
peróxido de hidrogênio (10 volumes), eosina (para gram-positivos), permanganato de potássio, 
hipoclorito de sódio (0,48%) e iodopovidona (derivado do iodo, altamente eficaz, exceto no caso da 
hepatite B). 
Métodos de Assepsia 
• Degermação 
• Desinfecção 
17 
• Esterilização 
• Antissepsia 
Descontaminação 
Descontaminação e desinfecção não são sinônimos. A descontaminação tem por finalidade 
reduzir o número de micro-organismos presentes nos artigos sujos, de forma a torná-los seguros 
para manuseá-los, isto é, ofereçam menor risco ocupacional. O uso de agentes químicos 
desinfetantes como glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sódio e outros no processo de 
descontaminação, prática largamente utilizada, não tem fundamentação. O agente químico é 
impedido de penetrar nos micro-organismos, pois há tendência das soluções químicas ligarem-se 
com as moléculas de proteínas presentes na matéria orgânica, não ficando livres para ligarem-se aos 
micro-organismos nas proporções necessárias dando uma “falsa segurança” no manuseio do 
material como descontaminado. Além disso o uso desses agentes na prática da descontaminação 
causa uma aderência de precipitado de matéria orgânica no artigo, prejudicando sobremaneira a 
posterior limpeza. 
Desinfecção 
O termo desinfecção deverá ser entendido como um processo de eliminação ou destruição 
de todos os microrganismos na forma vegetativa, independente de serem patogênicos ou não, 
presentes nos artigos e objetos inanimados. A destruição de algumas bactérias na forma esporulada 
também pode ocorrer, mas não se tem o controle e a garantia desse resultado. 
No seu espectro de ação, a desinfecção de alto nível deve incluir a eliminação de alguns 
esporos, o bacilo da tuberculose, todas as bactérias vegetativas, fungos e todos os vírus. A 
desinfecção de alto nível é indicada para itens semi-críticos como lâminas de laringoscópios, 
equipamento de terapia respiratória, anestesia e endoscópio de fibra ótica flexível. O agente mais 
comumente utilizado para desinfecção de alto nível é o glutaraldeído. Na desinfecção de nível 
intermediário não é esperada ação sobre os esporos bacterianos e ação média sobre vírus não 
lipídicos, mas que seja tuberculicida, elimine a maioria dos fungos e atue sobre todas as células 
vegetativas bacterianas. Cloro, iodóforos, fenólicos e alcoóis pertencem a este grupo. Os 
desinfetantes desta classificação, juntamente com os de baixo nível, são tipicamente usados para 
artigos que entrarão em contato somente com a pele íntegra ou para desinfecção de superfícies. Na 
desinfecção de baixo nível não há ação sobre os esporos ou bacilo da tuberculose, podendo ter ou 
não ação sobre vírus não lipídicos e com atividade relativa sobre fungos, mas capaz de eliminar a 
maioria das bactérias em forma vegetativa. Compostos com quaternário de amônia são exemplos 
de desinfetantes de baixo nível. 
Esterilização 
É o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de micro-
organismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de 
segurança. O processo de esterilização pode ser físico, químico, físico- químico. 
Entretanto, considerando o comportamento dos micro-organismos num meio de cultura e 
sob ação de um agente esterilizante (morte em curva logarítmica), o processo de esterilização 
assume um entendimento mais complexo. Sendo assim, esterilização é o processo pelo qual os 
18 
micro-organismos são mortos a tal ponto que não seja mais possível detectá-los no meio de cultura 
padrão no qual previamente haviam proliferado. 
Os métodos de esterilização podem ser físicos e químicos. Dentre os físicos há o calor, sob 
a forma úmida e seca, a radiação e a filtração. Dentre os métodos químicos, há os agentes químicos 
sob a forma líquida e gasosa. Nas instituições de saúde, os métodos de esterilização disponíveis 
rotineiramente são o calor, sob a forma úmida e seca, e os agentes químicos. 
Vapor Saturado Sob Pressão 
O calor úmido na forma de vapor saturado sob pressão é o processo de esterilização mais 
seguro, eficiente, rápido e econômico disponível. O mecanismo de esterilização pelo vapor saturado 
sob pressão está relacionado com o calor latente e o contato direto com o vapor, promovendo a 
coagulação das proteínas. 
Calor latente: é o calor que um corpo “recebe” sem variação de temperatura e sim de estado 
físico. É o calor necessário para converter uma umidade de água em vapor. O vapor sob pressão, ao 
entrar em contato com a superfície fria dos materiais colocados na autoclave, se condensa liberando 
o calor latente, que é o responsável pela desnaturação dos microrganismos. A esterilização está 
fundamentada nessa troca de calor entre o meio e o objeto a ser esterilizado. 
É necessário o estabelecimento de padrões no preparo e no acondicionamento dos artigos a 
serem esterilizados, além do perfeito funcionamento do equipamento. O acondicionamento dos 
artigos deve ser feito com embalagens permeáveis ao vapor, além de resistentes a condições úmidas 
e secas, flexíveis e que não permitam a penetração do micro-organismo após o processo de 
autoclavação. Não devem conter na sua composição produtos tóxicos, corantes ou liberar resíduos. 
Devem favorecer o fechamento ou selagem e apresentarem facilidade na abertura sem ocasionar 
risco de contaminação do seu conteúdo. 
Para que ocorra o contato do vapor com o material, há necessidade da remoção do ar 
presente na câmara, pois sendo o ar um bom isolante térmico, impedirá a penetração do vapor nos 
materiais, reduzindo a eficácia ou impossibilitando o processo de esterilização. A remoção do ar da 
autoclave pode ser prejudicada pelo tamanho e posição dos pacotes, das embalagens muito 
apertadas e pela carga excessiva. 
 
3.2 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
As infecções relacionadasà assistência à saúde constituem um problema grave e um grande 
desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. As infecções 
nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos 
e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações 
judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada. 
A meta de redução da infecção no hospital depende do ato simples de lavagem das mãos, 
da motivação e orientação dos profissionais da equipe de Saúde. As mãos são consideradas 
ferramentas principais dos profissionais que atuam nos serviços de saúde, pois são as executoras 
das atividades realizadas. Assim, a segurança do paciente nesses serviços depende da higienização 
19 
cuidadosa e frequente das mãos destes profissionais 
Potter e Perry (2004) definem lavagem das mãos como atrito, breve, de todas as superfícies 
das mãos com o auxílio de sabão, seguidas pelo enxágue sob um jato de água. 
Potter e Perry 2004, diz ainda que a finalidade da lavagens das mãos é remover toda a 
sujidade e os micro-organismos transitórios das mãos, bem como reduzir as contagens microbianas 
totais com o passar do tempo. 
A higienização das mãos é responsabilidade de todos os profissionais que trabalham em 
serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na 
manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado. 
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas 
utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico. A utilização de um determinado 
produto depende das indicações descritas abaixo: 
Uso de Água e Sabão 
Indicação 
• Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros 
fluidos corporais. 
• Ao iniciar o turno de trabalho. 
• Após ir ao banheiro. 
• Antes e depois das refeições. 
• Antes de preparo de alimentos. 
• Antes de preparo e manipulação de medicamentos. 
• Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. 
Uso de Preparação Alcoólica 
Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente 
sujas, em todas as situações descritas a seguir: 
Antes de contato com o paciente 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das 
mãos do profissional de saúde. 
Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura 
corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos 
de cortesia e conforto. 
20 
 
Após contato com o paciente 
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao 
paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. 
Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos. 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das 
mãos do profissional de saúde. 
Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias 
oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com 
dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal). 
Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram 
preparo cirúrgico 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das 
mãos do profissional de saúde. 
Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos. 
Após risco de exposição a fluidos corporais 
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao 
paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. 
Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado 
ao paciente. 
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma 
determinada área para outras áreas de seu corpo. 
Exemplo: troca de fraldas e subsequente manipulação de cateter intravascular. 
 
Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao 
paciente. Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos 
ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou 
pacientes. 
Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, 
ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa. 
Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com frequência na rotina profissional. Devem-se 
planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na sequencia: sítio menos contaminado 
para o mais contaminado. 
21 
 
Antes e após remoção de luvas 
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao 
paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. 
As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir 
a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem 
que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos. 
Uso de Antissépticos 
Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização 
antisséptica das mãos e degermação da pele. 
Indicação: 
• Higienização antisséptica das mãos; 
• Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de 
microrganismos multirresistentes; 
• Nos casos de surtos. 
Degermação da Pele 
• No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda 
equipe cirúrgica). 
• Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter, 
intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, 
pequenas suturas, endoscopias e outros. 
• Insumos necessários 
 Água 
A água utilizada em serviços de saúde deve ser livre de contaminantes químicos e biológicos, 
obedecendo aos dispositivos da Portaria n. 518/GM, de 25 de março de 2004, que estabelece os 
procedimentos relativos ao controle e à vigilância da qualidade deste insumo. Os reservatórios 
devem ser limpos e desinfetados, com realização de controle microbiológico semestral. 
Sabão 
Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco 
de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de 
23 de setembro de 1999. Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância 
leve e não resseque a pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar ressecamentos 
e dermatites. 
22 
A compra do sabão padronizado pela instituição deve ser realizada segundo os parâmetros 
técnicos definidos para o produto e com a aprovação da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) 
e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Para confirmar a legalidade do produto, 
pode-se solicitar ao vendedor a comprovação de registro na Anvisa/MS. 
Agentes Antissépticos 
São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota 
transitória e residente. Entre os principais antissépticos utilizados para a higienização das mãos, 
destacam- se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. 
Papel-Toalha 
O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente 
aceitável e não liberar partículas. Na utilização do papel-toalha, deve-se dar preferência aos papéis 
em bloco, que possibilitam o uso individual, folha a folha. 
As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se 
destinam. Podem ser divididas em: 
• Higienização simples das mãos. 
• Higienização antisséptica das mãos. 
• Fricção de antisséptico nas mãos. 
• Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos 
Técnica deLavagem das Mãos 
Fonte: Manual de Higienização das mãos - Anvisa. 
 
A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada. 
23 
 
24 
4. CHOQUE CIRCULATÓRIO 
 
 
 
A síndrome do choque circulatório, chamada comumente apenas de choque, é a expressão 
clínica da falência circulatória aguda que resulta na oferta deficitária de oxigênio para os tecidos. O 
choque, em que pese o avanço da terapêutica, ainda apresenta altas taxas de mortalidade. Além 
disso, é uma condição bastante comum, respondendo por cerca de um terço das internações em 
unidades de terapia intensiva. 
A compreensão da fisiopatologia do choque circulatório perpassa conceitos básicos da 
fisiologia normal do sistema cardiovascular. Sem essas bases fisiológicas, como estrutura e 
funcionamento, seria impossível definir, classificar e diferenciar os diversos tipos e subtipos de 
choque. 
Para a caracterização e o diagnóstico do estado de choque circulatório, há a necessidade da 
presença de hipotensão (absoluta ou relativa) e sinais e/ou sintomas de inadequação da perfusão 
tecidual, explicitados e discutidos adiante. 
A classificação do choque circulatório obedece a uma finalidade estritamente didática, tendo 
em vista que a maioria dos quadros de choque mostra mais de um componente em sua evolução 
Hipovolêmico - caracterizado por baixo volume intravascular, relativo a sua capacitância, 
ou seja, hipovolemia relativa ou absoluta. O volume contido no compartimento intravascular é 
inadequado para a perfusão tecidual. 
Cardiogênico - existe limitação primária no desempenho cardíaco, decorrente de 
interferências sobre o biotropismo e/ou cronotropismo. A função de bomba do coração é 
insuficiente para manter o débito cardíaco em níveis compatíveis com as necessidades metabólicas. 
Obstrutivo - resulta de bloqueio mecânico ao fluxo sanguíneo na circulação pulmonar ou 
sistêmica. 
Distributivo - caracterizado por inadequação entre a demanda tecidual e a oferta de 
oxigênio por uma alteração na distribuição do fluxo sanguíneo. Dessa forma, temos tecidos com 
fluxo sanguíneo elevado em relação à necessidade e outros com fluxo sanguíneo elevado em termos 
numéricos, mas insuficiente para atender às necessidades metabólicas. A vasodilatação periférica 
que ocasiona o choque distributivo tem quatro causas distintas, as quais dão nome aos quatro 
principais subtipos de choque distributivo: o séptico, o anafilático, o neurogênico e o decorrente de 
25 
crise adrenal. 
Por questão de interesse, trataremos abaixo, especificamente, do choque anafilático, 
causado durante o uso de contrastes radiológicos 
 
4.1 CHOQUE ANAFILÁTICO POR CONTRASTES 
RADIOLÓGICOS 
Os meios de contraste são compostos utilizados para dar melhor definição de imagem nos 
distintos métodos de diagnóstico radiológicos e incluem o sulfato de bário, a fluoresceína, o 
gadolíneo e os meios de contraste iodados (MCI)1. Os MCI foram introduzidos na prática clínica 
em 1950 e desde então têm sido amplamente empregados, principalmente depois do advento da 
tomografia computadorizada. Estima-se que aproximadamente 75 milhões de doses de MCI são 
aplicadas por ano no mundo inteiro2. 
Existem quatro tipos de MCI comercialmente disponíveis. Os compostos podem ter um anel 
de benzeno tri-iodado (monômeros) ou dois anéis de benzeno ligados por um grupo funcional 
orgânico (dímeros). Além disso, a tendência iônica é determinada pela presença ou não de um grupo 
funcional carboxilato (-COO-), diferenciando-os em iônicos e não-iônicos, respectivamente. 
O choque anafilático é a forma mais grave de reação de hipersensibilidade, desencadeada 
por diversos agentes como drogas, alimentos e contrastes radiológicos. Os sinais e sintomas podem 
ter início após segundos à exposição ao agente ou até uma hora depois. O quadro típico é o de 
colapso cardiorrespiratório em poucos minutos. A avaliação e o tratamento imediatos são 
fundamentais para evitar a morte. 
As reações de hipersensibilidade são denominadas imediatas quando ocorrem em até 1h 
após a administração do contraste, e têm se tornado menos frequentes com o uso de compostos não-
iônicos. Além do tipo de contraste, a história de reação prévia é um fator de risco importante para 
recorrência destas reações. As principais manifestações clínicas são cutâneas, como urticária e/ou 
angioedema, porém quadros graves de anafilaxia também podem ocorrer. 
Se o choque anafilático ocorreu durante a infusão de uma droga ou contraste radiológico, 
estes devem ser imediatamente suspensos. 
Tratamento: 
O tratamento do choque anafilático deve ser iniciado com rapidez nos serviços de saúde de 
urgência e emergência. É importante saber que, apesar de ser uma situação de emergência, é 
controlável e reversível desde que diagnosticada e tratada a tempo. O esclarecimento e a correta 
orientação do paciente e de seus familiares, bem como a prevenção, constituem o melhor tratamento 
da anafilaxia, reduzindo sua mortalidade. 
Prevenção: 
A principal medida para prevenir a anafilaxia é bloquear o contato com os elementos que 
podem desencadear a reação alérgica, como alimentos, medicamentos, produtos químicos ou 
insetos. 
26 
As reações de hipersensibilidade são denominadas imediatas quando ocorrem em até 1h 
após a administração do contraste, e têm se tornado menos frequentes com o uso de compostos não-
iônicos. Além do tipo de contraste, a história de reação prévia é um fator de risco importante para 
recorrência destas reações. As principais manifestações clínicas são cutâneas, como urticária e/ou 
angioedema, porém quadros graves de anafilaxia também podem ocorrer. 
O diagnóstico correto, através da história e testes cutâneos, pode auxiliar na prevenção de 
novas reações. Além disso, a identificação do paciente sob risco, e a minimização deste risco através 
da utilização de outros métodos radiológicos ou do uso de contrastes alternativos, pode ser útil na 
redução da incidência destas reações. Outra medida profilática que pode ter impacto positivo é a 
utilização das pré-medicações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
5. INFECÇÕES RELACIONADAS AOS SERVIÇOS DE SAÚDE 
– IRAS 
 
O desenvolvimento de doenças infecciosas é caracterizado pela ocorrência de uma série de 
eventos sucessivos e ordenados chamados de ciclo das relações patógeno x hospedeiro. 
Relação entre os seres vivos onde um organismo (parasito) não só vive as custas de outro 
organismo (hospedeiro), mas depende bioquimicamente deste. 
• Patógeno: É um agente com potencial agressivo ao homem. Por exemplo, uma bactéria 
ou um vírus podem ser patógenos. 
• Hospedeiro: O hospedeiro da doença é o homem. Medidas que visem a tornar o 
organismo mais resistente a agressão dos patógenos, também são exemplos de medidas profiláticas 
de doenças. 
Os micro-organismos são classificados de acordo com: 
• Grau e patogenicidade 
• Poder de invasão 
• Resistência a processos de esterilização 
• Virulência 
• Capacidade mutagênica. 
Conhecer o agente patogênico e os riscos de contagio, infecção e transmissão são 
fundamentais. 
A classificação dos micro-organismos por classe de risco é: 
Quatro grupos: 
• Baixo risco individual ou coletivo (Baccilus cerus); 
• Moderado risco individual e coletivo limitado (Schistosoma mansoni); 
28 
• Elevado risco individual e baixo coletivo (HIV; Mycobacterium 
• Elevado risco individual e coletivo (Vírus Ebola). 
 
5.1 PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR 
Infecção é a invasão e a multiplicação dos microrganismos nos tecidos do corpo, produzindo 
sinais e sintomas e também uma resposta imunológica. A reprodução desses micróbios produz 
lesões no hospedeiro, seja por competirem com o metabolismo endógeno, seja por causarem lesões 
celulares devidas às toxinas produzidas pelo microrganismo ou à multiplicação intracelular. A 
resposta imunológica do próprio hospedeiro podeagravar essa lesão tecidual, que pode ser 
localizada como um úlcera de pressão infectada) ou sistêmica. A gravidade da infecção varia 
segundo a capacidade de produzir doença e a quantidade de microrganismos invasores, segundo a 
resistência das defesas do hospedeiro e segundo vários outros fatores. 
 
 
Critérios para Confirmação 
• Análise do prontuário 
• Exames laboratoriais 
• Toda infecção apresentada após 72h da internação 
• Pacientes transferidos de outros hospitais 
• Infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas pela 
placenta entre outros. 
Formas de Infecção 
• Endógeno: Infecção da flora do próprio paciente que convertem-se em patógenos pela 
manipulação ou ato terapêutico que modifica sua estrutura. 
• Exógeno: Infecção originada da flora de outro paciente, transmitida por contato físico 
direto ou objetos contaminados. 
As internações hospitalares longas e frequentes colocam alguns pacientes em risco 
particularmente alta de adquirir infecções resistentes aos antibióticos. Os mais suscetíveis são os 
paciente muito jovens, muito idosos, portadores de enfermidade graves e indivíduos que estiverem 
usando equipamentos invasivos (como drenos e equipamentos para respiração artificial). Alguns 
desses pacientes já têm sistemas imunológicos debilitados, que o tornam mais suscetíveis. 
É aquela que pode ser adquirida após a internação do cliente/paciente em um hospital ou ainda, 
quando da sua alta, se essa infecção estiver relacionada com a sua internação. 
29 
Muitas doenças infecciosas podem ser evitadas ou tratadas com antibióticos e outras 
medidas terapêuticas eficazes. Contudo, ainda enfrentamos o problema das infecções. As infecções 
podem ser transmitidas por quatro mecanismos: contato, ar, veículo e vetor. 
Transmissão por contato 
É o mecanismo mais comum para transmissão das infecções e pode ser subdividida em: 
• Direta: A disseminação dos micro-organismos de um individuo ao outro, através do 
contato físico real. Os micróbios cujo mecanismo de transmissão é direto podem ser transferidos 
durante as atividades de assistência aos pacientes tais como: banho, troca de curativos e introdução 
de dispositivos invasivos, caso as mão dos profissionais de saúde ou suas luvas estejam 
contaminadas. Ex.: escabiose e herpes simples. 
• Indireta: Ocorre quando um indivíduo entra em contato com um objeto contaminado. 
Como por exemplo: termômetros, endoscópios, equipamentos e etc. 
Transmissão por ar 
Acontece quando as partículas microbianas ou partículas de poeira contendo germes 
permanecem suspensas no ar por um período prolongado e em seguida são disseminadas pelas 
correntes de ar e inaladas. Ex. Bacilo da tuberculose. 
Transmissão por veículo 
Veículo é uma substância que mantém a vida do microorganismo, até que seja ingerido ou 
inoculado em um hospedeiro suscetível. Ex. sangue, soro, água, alimentos. A transmissão ocorres 
comumente na comunidade. 
Transmissão por vetor 
Ocorre quando um portador intermediário (pulga, mosquito) transfere o agente patogênico 
para outro ser vivo. 
 
5.2 RISCOS OCUPACIONAIS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 
Para reduzir a ocorrência de lesões e acidentes evitáveis, as instituições de assistência a 
saúde tem criado programas de controle dos riscos. 
Os programas de controle de riscos tem como objetivo a manutenção e melhoria das 
instituições e dos equipamentos, assegurando um ambiente seguro aos empregados e pacientes. 
RISCO BIOLÓGICO 
• Enfermagem: principal categoria para exposição 
RISCO: Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo ou 
número de ciclos operacionais. 
30 
• Maior grupo nos serviços de saúde 
• Maior contato direto na assistência à pacientes 
• Tipo e frequência de procedimentos realizados 
Devemos ter cuidado com o material biológico e saber como a infecção ocorre pode ajudá-
lo a evitar ou controlar sua disseminação. A exposição pode se estabelecer através de: 
• Sangue, secreção vaginal e sêmen e tecidos; 
• Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido 
articular e saliva; 
• Suor, lágrima, fezes, urina, escarro; 
• Ar. 
Por meio da exposição: 
• Pérfuro-cortante; 
• Mucosa; 
• Pele íntegra; 
• Inalação de gotículas/aerossóis. 
A prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal medida 
para que não ocorra contaminação por patógenos de transmissão sanguínea nos serviços de saúde. 
Precauções básicas ou precauções padrão são normatizações que visam reduzir a exposição aos 
materiais biológicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de artigos médico- 
hospitalares e na assistência a todos os pacientes, independente do diagnóstico definido ou 
presumido de doença infecciosa. 
Segundo o Manual de Condutas em exposição ocupacional a material biológico MS,1999), 
em caso de exposição o profissional de saúde deve: 
1º passo: Cuidados locais 
2º passo: Registro 
3º passo: Avaliação da Exposição 
4º passo: Avaliação da Fonte 
5º passo: Manejo específico HIV, hepatite B e C 
6º passo: Acompanhamento clínico-sorológico 
 
31 
 
Os risco são minimizados quando o profissional: 
Age com Conhecimento/ Conscientização: 
• Conhecer os possíveis agentes etiológicos e os meios de transmissão 
• Lavagem das mãos 
• Imunizações 
• Manuseio e descarte de perfurocortantes 
• Conhecer a rotina para atendimento de acidentes com material biológico 
• Conhecer as limitações da profilaxia pós exposição 
Utiliza as Precauções Universais: 
• Evitar contato direto com fluidos ou secreções orgânicas 
• Profissional com lesão de pele, cobri-la com curativo 
• Evitar picada de agulhas e lesões que provoquem soluções de continuidade 
• Lavar sempre as mãos com água e sabão sempre que lidar com pacientes 
• Lixo hospitalar 
• Coletado em saco plástico, amarrado, colocado em novo saco plástico e incinerado 
Usa os Equipamentos de Proteção individual 
• Luvas (de procedimento, estéreis) 
• Máscaras (cirúrgicas, N95) 
• Capotes (limpos, estéreis, plástico, descartáveis), Jaleco 
• Protetor facial 
• Sapato, botas 
 
Recomenda-se o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou 
protetores faciais) quando o contato mucocutâneo com sangue ou outros materiais biológicos 
puder ser previsto. Incluem-se ainda as precauções necessárias na manipulação de agulhas ou 
outros materiais cortantes, para prevenir exposições percutâneas; e os cuidados necessários de 
desinfecção e esterilização na reutilização de instrumentos usados em procedimentos invasivos. 
32 
Precauções padrão 
Precauções com materiais biológicos devem ser usadas para TODOS pacientes 
• Precauções de barreira - previsão de contato com material biológico de QUALQUER 
paciente 
• Luvas são necessárias para tocar material biológico, mucosas ou pele não intacta de 
todo paciente e para proceder acesso venoso 
• Máscaras e protetores oculares – previsão de respingo de material biológico 
• Capotes são necessários se houver respingos generalizados 
• Lavagem das mãos é sempre necessária após contaminação com material biológico e 
imediatamente a retirada das luvas 
• Precauções dever ser tomadas para prevenir acidentes durante procedimentos, limpeza 
de instrumentais e descarte de perfurocortantes 
As precauções também são especificas para: 
Precauções Respiratórias com Gotículas 
São indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por gotículas de 
tamanho superior a 5 microns, que podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação ou 
realização de diversos procedimentos. (ex: Difteria, coqueluche e Influenza) 
• Quarto privativo 
• Máscara cirúrgica para profissional de saúde entrar no quarto 
• Máscara cirúrgica para o paciente em caso de transporte 
Precauções Respiratórias com Aerossóis 
São indicadas para pacientes com suspeita ou infecção comprovadapor microrganismos 
transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 microns) que ficam suspensos no ar e que 
podem ser dispersos a longas distâncias (ex. sarampo e varicela) 
• Quarto privativo com porta fechada 
• Máscara N95 para profissional de saúde entrar no quarto 
• Máscara cirúrgica para o paciente em caso de transporte 
Precauções de Contato 
São indicadas para pacientes com infecção ou colonização por microrganismos com 
importância epidemiológica e que são transmitidos por contato direto (pele-a-pele) ou indireto 
33 
(contato com itens ambientais ou itens de uso do paciente). 
Ex. Infecções cutâneas: herpes zoster 
• Quarto privativo 
• Capote e luva para contato com pele e mucosas do paciente 
• Estetoscópio, esfignomanômetro, termômetro de uso individual 
• Conter secreções em caso de transporte 
Quando o acidente com material biológico ocorre deve-se tomar as seguintes providencias: 
• Lavar a área atingida com água e sabão, comunicar o serviço médico da instituição 
• Emissão de CAT - geralmente sem necessidade de afastamento 
• Tentar obter a sorologia do paciente-fonte 
• Sorologia do acidentado - imediatamente após o acidente, 3 semanas, 3 e 6 meses depois 
• Quimioprofilaxia: terapia anti - retroviral (ideal 2 horas após acidente) e aplicação da 
HBIG (imunoglobulina hiperimune) seguida da vacinação (3 doses) nos casos suspeitos de 
contaminação por hepatite 
 
Legislação 
A NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE é 
uma Norma Regulamentadora (NR) tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a 
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
 
o Regulamenta as atividades relacionadas à saúde e segurança do trabalhador da área da 
saúde 
o Propostas que visam a melhoria da qualidade de vida do trabalhador da área da saúde, 
entre elas a prevenção dos riscos biológicos 
 
Além dos riscos biológicos, podem encontrar outros tipos de risco dentro dos serviços, 
como: 
 
34 
Riscos Físicos 
Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar 
expostos os trabalhadores, tais como 
• Ruído excessivo 
• PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído) 
• Efeitos extra-auditivos: carga mental, stress, hipertensão arterial, alterações de sono, 
alterações hormonais e humorais. 
Riscos Químicos 
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam 
penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, 
neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter 
contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
• Gases anestésicos 
• Óxido de etileno 
• Formaldeído 
• Drogas antineoplásicas 
• Drogas e medicamentos em geral 
• Mercúrio 
Riscos Ergonômicos 
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, 
causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento 
de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, 
etc. 
• Posturas estáticas e/ou prolongadas 
• Manipulação e transporte de pacientes 
• Demandas físicas ou cognitivas excessivas com baixo grau de autonomia 
• Trabalho em turnos* 
• Violência explícita, disfarçada ou ameaças 
 
35 
O item trabalho em turnos merece atenção especial visto que é nossa forma de trabalho e a 
sobrecarga pode nos expor ainda mais aos riscos. Quando trabalhamos em turnos, apresentamos: 
• Distúrbios do sono 
• Distúrbios digestivos 
• Irritabilidade 
• Fadiga física e mental 
Sendo assim, devemos ter cuidado na quantidade de trabalho que acumulamos, pois é 
melhor qualidade do que quantidade. 
 A Essência da Prevenção 
Como profissional de saúde, podemos ajudar a virar a luta contra as infecções aprendendo 
tudo que puder sobre infecção e aperfeiçoando suas práticas durante a assistência aos pacientes. A 
cada dia que passa, acumulam-se evidencias que mostram que os profissionais de saúde tem mais 
tendência a transmitir infecções aos pacientes meio das mãos. Assim, a ação isolada mais importante 
que você pode fazer para evitar que os pacientes adquiram infecções é lavar as mãos 
cuidadosamente e em intervalos regulares. 
A educação é outra estratégia fundamental. Sempre que surgir a oportunidade, lembre-se de 
orientar os pacientes quanto às medidas que eles podem tomar para evitar infecções e melhorar suas 
defesas naturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
6. DRENOS, SONDAS E CATETERES 
 
 
A origem da palavra drenar vem do inglês drain – esgoto, escoar. 
Os objetivos dos Drenos são: 
• evitar o acúmulo de líquidos em sítios onde se deseja o fechamento de espaços 
vazios; 
• promover saída de líquidos ou ar que se acumulam (seromas, hematomas, pus, 
secreções digestivas); 
• controle hídrico, como por exemplo, o cateter vesical. 
Principais Complicações dos Drenos 
Hemorragia, Inflamação, Migração ascendente de microorganismos, Saída acidental, 
Dor, Perda de fluidos, proteínas e eletrólitos. 
Classificação dos Drenos 
Estrutura (laminar, tubular), Material, Forma de ação e Tipos de sistema de drenagem. 
1. Quanto à estrutura: 
Laminares – em forma de duas lâminas finas e flexíveis unidas entre si, tipo dedo de luva, 
ex.: Penrose. 
Tubular – tubo, com comprimento e diâmetro variável, amplamente utilizado, exemplo: 
dreno de tórax, cateter foley (sonda), tubo de Malecot. 
2. Quanto ao material: 
Borracha – são macios e maleáveis, porém é mais propenso a colonização bacteriana. 
Cloreto de polivinil (PVC) – rígido, tende a endurecer com o tempo de uso, pode 
37 
ocasionar traumas mecânicos, irritação e necrose, seu uso como cateter venoso não está indicado, 
devido risco de trombose e flebite; para drenagem gástrica, descompressão, lavagem deverá ser 
usado por curto período de tempo. Ex.; sonda Levin. 
Polietileno – material plástico (polímero) pouco irritante, extremidade multi-fenestrados, 
geralmente radiopacos. Ex.: pericardiocentese (“pig tail”), marca-passo (ponta em J) e Malecot. 
Politetrafluoretileno (teflon) – utilizado em alguns tipos de cateter venoso, superfície lisa 
e hidrofóbica, baixa adesividade e resistente a enzimas, porém não indicado para uso prolongado, 
pois sua rigidez pode levar a lesão da íntima e formação de trombose. 
Poliuretano e silicone – flexíveis, biocompatíveis, radiopacos, menos rígidos do que o 
polietileno e menos relacionado a contaminação bacteriana em relação ao látex. Muito utilizado 
em cateter venoso de longa permanência (silicone e poliuretano-Vialon), cateter enteral e de 
gastrostomia (ambos) foley e malecot (silicone). 
3. Forma de Ação: 
Capilaridade – saída da secreção através da superfície adjacente ao dreno. ex.: Penrose. 
Gravitacional – é posicionado o frasco coletor a baixo do nível a que se deseja evacuar, 
o líquido tende para o ponto mais baixo pela força de gravitação. Ex.: drenagem do cateter levin, 
torácica, biliar; 
Aspiração – drenagem através de pressão negativa por sucção ou dreno com sistema de 
vácuo, importante que o dreno tenha múltiplas fenestrações ou suspiro. Ex.: sonda Salem Sump, 
dreno tórax com pressão negativa, sistema de drenagem Portovac. 
Algumas literaturas referem ao sistema de drenagem como ativo (presença de sucção) e 
passivo (ausência de sucção). 
4. Sistemas de drenagem: 
Aberto - é aquele que possui interação com o meio, ou seja, necessário entrada de ar para 
bom funcionamento do sistema, risco aumentado de infecção dependendo da cavidade a que se 
destina drenar. 
Fechado – é aquele na qual não há interação com o meio, ou seja, não requer elementos 
externos adicionais para seu perfeito funcionamento, como porexemplo, o ar, evitando infecções 
por microorganismos, utiliza-se um sistema vedado, estéril conectado a extremidade do dreno, 
pode ser um frasco ou uma bolsa. Ex.: sistema coletor para cateter vesical, dreno de Kehr, dreno 
de tórax. 
 
38 
 
 
 
Tubular – tubo de diversos tamanhos e comprimentos é a forma da maioria dos drenos e 
cateteres, siliconizado ou não, muito utilizado em associação com o Penrose. Funcionam por 
capilaridade se forem mantidos com folga na cavidade. Ex.: drenos de tórax, cateter foley ou outro 
material tubular. 
 
 
 
 
 
Cateter Foley (sonda) - material é borracha siliconizada ou silicone, geralmente utilizado 
para cirurgias urológicas, cateterismo vesical de demora, como dreno tubular ou para gastrostomia 
e jejunostomia para drenagem ou alimentação. 
O calibre varia entre 6 a 26 Fr, pode ter 2 ( balão e drenagem)ou 3 saídas (balão, irrigação 
e drenagem), volume do balão varia 1,5 cc (pediatria) e 30 cc (adulto). 
Pode ser utilizado no caso de diarréia, atentar para lesão na mucosa pela insuflação do balão 
ou retenção de fezes pela obstrução da sonda. 
Cateter Levin – material PVC, geralmente utilizado para descompressão gástrica e 
lavagem, em cirurgias abdominais. 
 
39 
 
Cateter de Foley (borracha e silicone) 
 
 
 
Cateter de Levin 
 
Cateter nelaton (borracha vermelha) – macio e flexível e fácil manuseio durante cirurgia, 
porém induz a intensa reação tecidual. Geralmente utilizado para aspiração traqueal (calibre 10-
12 Fr), como tubo retal no caso de diarréia (calibre 32-38 Fr) e gastrostomia cirúrgica (calibre 18-
26 F), sofrem degradação com suco gástrico. 
 
40 
Dreno de Kehr – também conhecido como tubo em T, devido ao seu formato, onde a 
travessão permanece no ducto biliar comum, geralmente é utilizado no transplante de fígado e 
cirurgias de vesícula, podem ser de plástico ou de borracha, inseridos nas vias biliares para 
drenagem ou descompressão. 
 
 
 
Cateter/ sonda de Malecot – o material poderá ser borracha ou silicone, apresenta um 
bulbo em sua extremidade a ser colocada internamente a cavidade a ser drenada, que impede a 
migração do tubo para o meio externo 
 
 
Cateter/ sonda Pezzer ou cateter cogumelo– instalado através de cirurgia ou percutâneo, 
geralmente de látex, utilizado em nefrostomias, cistostomias e gastrostomias (menos comum). Sua 
extremidade interna possui um dispositivo em forma de cogumelo 
 
 
 
Dreno tubular para aspiração continua (sump tube) - tipo de dreno tubular específico 
para drenagem de ferida cirúrgica, presença de 3 sistemas: drenagem contínua, irrigação e aspiração. 
41 
 
 
 
Tipos de sondas 
Sonda de Fouchet - para lavagem na intoxicação exógena 
 
 
Freka Trelumina - sonda com dupla função, lumen distal para alimentação-jejunal e 
proximal para drenagem – gástrico, material poliuretano, custo alto 
 
42 
 
• Entérica 
 
 
 
 
43 
 
 
CUIDADOS COM DRENOS 
• Importante checarmos a localização do dreno, quais os cuidados a serem ministrados pela 
equipe, se está suturado a pele ou não, tipo de dreno utilizado, como manter a permeabilidade do 
mesmo, o volume esperado de drenagem e principais complicações com o dispositivo. 
• Instalação de sistema de drenagem adequada: aberto ou fechado. 
• Fixar à parte externa do dreno a pele para evitar tração exagerada e desposicionamento. 
• Avaliar o aspecto do curativo externo. Caso necessário a troca, certificar-se com a equipe 
cirúrgica, se poderá ser realizada pela enfermagem ou requer avaliação do cirurgião 
• Sempre que tiver presente uma incisão cirúrgica, próximo de um estoma, devemos isolar 
o estoma para evitar contaminação da ferida operatória, geralmente utiliza-se bolsa de colostomia. 
• Na presença de vários drenos, convém identificar a localização através de adesivo no 
frasco coletor ou na bolsa. 
• Registrar separadamente o volume de cada dreno na folha de balanço hídrico, isto 
possibilita avaliação da redução ou aumento anormal da drenagem. 
• Registrar de forma precisa o aspecto da secreção drenada. 
• Caso uso de cateter Levin para drenagem gástrica certificar-se da ausência de obstrução, 
caso cesse a drenagem, injetando ar ou 20 ml de água pela sonda; também poderá ocorrer 
acotovelamento do sistema. Manter o sistema de drenagem abaixo do nível do abdome, não 
necessariamente no chão. 
• Caso o paciente esteja com dreno de Kehr, conectar a um coletor estéril, sistema fechado, 
atentar para a coloração e aspecto. Lembrar que o dreno muitas vezes não é suturado a pele do 
paciente, porém sua exteriorização não é comum (formato do dreno), sua drenagem é altamente 
irritante da pele; pode permanecer no local por períodos de 6 semanas ou mais. 
• Caso se utilize um dreno tubular juntamente com um Penrose, a opção mais adequada é 
a utilização de uma bolsa de colostomia. 
44 
 
7. PRIMEIROS SOCORROS 
 
7.1 AVALIANDO O LOCAL DO ACIDENTE 
Para iniciar os primeiros socorros à vítima acidentada ou em situação de urgência, o 
socorrista (aquele que prestará os primeiros socorros à vítima) deverá assumir o controle da situação 
rapidamente, obtendo todas as informações possíveis do ocorrido. 
.Para um atendimento tranquilo, o socorrista deverá seguir algumas regras: 
• Manter-se calmo; 
• Usar bom senso; 
• Pedir ajuda; 
• Chamar por ajuda: Telefones de emergência: Bombeiro, SAMU, Polícia Militar e 
outros 
• Afastar os curiosos; 
• Atender a vítima com mais uma ou duas pessoas; 
• Trabalhar com segurança; 
• Utilizar proteção (luvas), para evitar contato direto com sangue ou outras secreções. 
Quando se aproximar da vítima, tenha certeza de que tem segurança para o atendimento. É 
importante observar rapidamente se existem perigos para o acidentado e para quem estiver 
prestando o socorro nas proximidades da ocorrência. Por exemplo: Fios elétricos soltos e 
desencapados; vazamento de gás; máquinas funcionando, etc. 
 
7.2 MANOBRAS EM PRIMEIROS SOCORROS 
Suporte Básico de Vida (SBV) 
Os procedimentos de primeiros socorros, ou o Suporte Básico de Vida (SBV) podem 
determinar a diferença entre a vida e morte. É um conjunto de medidas e procedimentos técnicos 
com o objetivo de manter o suporte de vida à vítima até a chegada da equipe de emergência. 
Os procedimentos de emergência visam manter as funções vitais e evitar o agravamento de 
uma pessoa ferida, inconsciente ou em perigo de morrer, até que ela receba assistência qualificada. 
Este atendimento imediato poderá ser realizado por qualquer pessoa habilitada. 
Segundo o dicionário Aurélio, Urgência é a “qualidade do que é urgente; necessidade 
imediata; aperto”. Em termos médicos é quando há uma situação que não pode ser adiada, que deve 
45 
ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte. 
Emergência é a circunstância que necessita de intervenção imediata. Em situações de 
emergência, a avaliação da vítima e seu atendimento devem ser prontamente realizados de forma 
objetiva e eficaz. 
O suporte básico de vida inclui o reconhecimento precoce de pacientes com os primeiros 
sinais e sintomas de síndrome coronariana aguda, acidente vascular cerebral e obstrução de via 
aérea. Inclui as manobras de reanimação cardiopulmonar nas vítimas de parada e manobras de 
desobstrução de vias aéreas por corpo estranho 
ETAPAS: 
• Reconhecimento imediato da Parada cardiorrespiratória (PCR) e acionamento do 
Serviço de Emergência; 
• A reanimação cardiopulmonar precoce, com ênfase nas compressões torácicas; 
• Rápida desfibrilação com uso do desfibrilador externo automático (DEA); 
• Suporte Avançado de vida eficaz; 
• Cuidados pós-PCR. 
 
Desfibrilador Externo Automático – DEA 
O Desfibrilador Externo Automático – DEA é um equipamento eletrônico portátil que tem 
como função identificar o ritmo cardíaco. A leitura automática é realizada através de pás adesivas 
que são

Continue navegando