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AMBIENTAL - aula 2 - RESP CIVIL E ADMIN - 31mar2020

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DIREITO AMBIENTAL
CRISTINE 
BRANCO
Esclarecimentos da aula passada...
Pergunta: 
(Matéria: Código 
Florestal). 
Como é medido a 
extensão do leito do 
curso d´água para fins 
de cálculo de faixa 
marginal em APP?
Resposta:
Código Florestal. Lei nº 12.651/2012
Art. 4º Considera-se Área de Preservação 
Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para 
os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água 
natural perene e intermitente, excluídos os 
efêmeros, desde a borda da calha do leito 
regular, em largura mínima de:
[...]
Esclarecimentos da aula passada...
Resposta:
Leito regular: o leito 
regular é a calha por 
onde correm 
regularmente as 
águas do curso 
d’água durante o 
ano.
Art. 225/CF [...]
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais 
e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os 
danos causados.
Responsabilidade Ambiental
Lei Nº 6.938/1981 (PNMA)
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
[...]
IV : “poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental”.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Ambiental
PRINCÍPIO 
POLUIDOR
PAGADOR
Princípio informador 
da Responsabilidade 
Ambiental
Quem é o Poluidor?
Responsabilidade Ambiental
Sujeitos ativos:
(Quem pode poluir):
Esferas de punição
Pessoa Física Civil
Pessoa Jurídica de Direito Privado Penal
Pessoa Jurídica de Direito Público Administrativa
Responsabilidade Ambiental
Poluidor 
Direto
Poluidor
Indireto
Solidariedade
Responsabilidade Ambiental
SOLIDARIEDADE
Entre poluidor 
direto e indireto
decorre da indivisibilidade do 
dano ambiental
Responsabilidade Ambiental
Conceito de meio ambiente
Art. 3º, I, Lei nº 6.938/1981
Conceito de degradação 
ambiental
Art. 3º, II, Lei nº 6.938/1981
Conceito de poluição
Art. 3º, III, Lei nº 
6.938/1981
DANO 
AMBIENTAL
Responsabilidade Ambiental
Conceito de meio ambiente
Art. 3º, I, Lei nº 6.938/1981
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas;
Conceito de degradação ambiental
Art. 3º, II, Lei nº 6.938/1981
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração
adversa das características do meio ambiente;
Conceito de poluição
Art. 3º, III, Lei nº6.938/1981
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que direta ou indiretamente:
DANO 
AMBIENTAL
Dano ambiental: lesão ao meio ambiente
Características do Dano Ambiental:
- Pulverização de vítimas (bem difuso) 
- De difícil reparação 
- Dificuldade de valoração
O que é dano ambiental?
-> “... Dano ambiental é a lesão aos recursos ambientais, 
como consequente degradação (alteração adversa ou in 
pejus) do equilíbrio ecológico ou da qualidade de vida.” 
(Definição do Prof. Édis Milaré).
Meio ambiente: é bem de uso comum do povo, juridicamente 
protegido e composto por:
elementos naturais;
artificias; e,
culturais
Meio ambiente: é um bem coletivo indivisível cuja 
preservação é assegurada como direito de todos.
Não obstante a solidariedade entre poluidor direto e 
indireto não há litisconsórcio necessário.
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta 
ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos;
Responsabilidade Ambiental
Poluição -> é degradação ambiental decorrente de atividade humana
-> Poluição lícita – foi autorizada por um licenciamento 
ambiental
-> Poluição ilícita -> não tem respaldo legal
Degradação ambiental:
-> causas naturais
-> atividade humana → POLUIÇÃO
Responsabilidade Ambiental
Princípios Aplicados:
Princípio do Poluidor Pagador (esfera mais conservadora)
Princípio da Reparação Integral (esfera mais modernista)
No aspecto preventivo -> Princípio do Poluidor pagador
No aspecto reparatório -> Princípio da reparação integral
Responsabilidade Ambiental
Esferas de atuação da Responsabilidade Ambiental:
Civil -> natureza reparatória (indenizatória)
Administrativa -> natureza sancionatória
Criminal -> natureza sancionatória
Responsabilidade Ambiental
Art. 14, § 1º, Lei nº 6.938/1981-> Trata-se de responsabilidade civil objetiva
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal,
estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação
ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade
ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para
propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio
ambiente.
Responsabilidade Civil Ambiental
MODALIDADE DO RISCO CRIADO OU RISCO DA ATIVIDADE:
Admite excludente de responsabilidade (caso fortuito ou força 
maior) -> não é adotada no âmbito da Resp. Civil Ambiental.
MODALIDADE DO RISCO INTEGRAL:
Responsabilidade objetiva agravada, extremada, que não admite 
a existência de excludentes do nexo causal.
(Posicionamento majoritário).
Responsabilidade Civil Ambiental
Na responsabilidade civil ambiental NÃO se aplicam as 
tradicionais excludentes de responsabilidade:
- caso fortuito e força maior
- fato de terceiro
- licitude da conduta
Responsabilidade Ambiental
Segundo STJ (REsp. 650.728), para fins de apuração do nexo causal no dano 
ambiental, equiparam-se:
- quem faz;
- quem não faz quando deveria fazer;
- quem deixa fazer;
- quem não se importa que façam;
- quem financia pra que façam; e, (ex. as inst. financeiras)
- quem se beneficia quando outros fazem.
Responsabilidade Ambiental
POR ATOS COMISSIVOS:
-> OBJETIVA – TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO
Admite excludentes de nexo causal
(Art. 37, § 6º, CF/88)
-> OBJETIVA - TEORIA DO RISCO INTEGRAL -> Adotada na Resp. Civil Ambiental
Não admite excludentes de nexo causal
(Art. 14, § 1º, Lei nº 6.938/1981).
Teoria do risco integral: não se quebra o vínculo de causalidade pelo fato de
terceiro, caso fortuito ou força maior (Diversamente da Teoria do Risco Administrativo ou
a Teoria do Negócio do Direito do Consumidor).
Responsabilidade Ambiental – Responsabilidade Civil 
Ambiental do Estado
POR ATOS OMISSIVOS
-> SUBJETIVA – TEORIA DA CULPA DO SERVIÇO
-> OBJETIVA - TEORIA DO RISCO INTEGRAL
(Art. 14, § 1º, Lei nº 6.938/1981).
“... a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela
teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante
que permite que o risco se integre na unidade do ato" (REsp nº
1.374.284/MG
Responsabilidade Ambiental – Responsabilidade Civil 
Ambiental do Estado
AMBIENTAL. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL (LEI
9.985/00). OCUPAÇÃO E CONSTRUÇÃO ILEGAL POR PARTICULAR NO
PARQUE ESTADUAL DE JACUPIRANGA. TURBAÇÃO E ESBULHO DE BEM
PÚBLICO. DEVER-PODER DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DO
ESTADO. OMISSÃO. ART. 70, § 1º, DA LEI 9.605/1998. DESFORÇO
IMEDIATO. ART. 1.210, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL. ARTIGOS 2º, I E V, 3º, IV, 6º
E 14, § 1º, DA LEI 6.938/1981 (LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE). CONCEITO DE POLUIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO DE NATUREZA SOLIDÁRIA, OBJETIVA, ILIMITADA E DE EXECUÇÃO
SUBSIDIÁRIA. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO.
(Resp. Nº 1.071.741 - SP (2008/0146043-5) RELATOR : MINISTROHERMAN
BENJAMIN)
Responsabilidade Ambiental 
Responsabilidade Civil Ambiental do Estado
[...]
5. Ordinariamente, a responsabilidade civil do Estado, por omissão, é subjetiva ou por
culpa, regime comum ou geral esse que, assentado no art. 37 da Constituição Federal,
enfrenta duas exceções principais. Primeiro, quando a responsabilização objetiva do
ente público decorrer de expressa previsão legal, em microssistema especial, como na
proteção do meio ambiente (Lei 6.938/1981, art. 3º, IV, c/c o art. 14, § 1º). Segundo,
quando as circunstâncias indicarem a presença de um standard ou dever de ação
estatal mais rigoroso do que aquele que jorra, consoante a construção doutrinária e
jurisprudencial, do texto constitucional.
[...]
6. O dever-poder de controle e fiscalização ambiental (= dever-poder de
implementação), além de inerente ao exercício do poder de polícia do Estado,
provém diretamente do marco constitucional de garantia dos processos ecológicos
essenciais (em especial os arts. 225, 23, VI e VII, e 170, VI) e da legislação, sobretudo
da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981, arts. 2º, I e V, e 6º) e
da Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes e Ilícitos Administrativos contra o Meio Ambiente)
Responsabilidade Ambiental 
Responsabilidade Civil Ambiental do Estado
[...]
14. No caso de omissão de dever de controle e fiscalização, a responsabilidade
ambiental solidária da Administração é de execução subsidiária (ou com ordem de
preferência).
15. A responsabilidade solidária e de execução subsidiária significa que o Estado integra
o título executivo sob a condição de, como devedor-reserva, só ser convocado a quitar
a dívida se o degradador original, direto ou material (= devedor principal) não o fizer,
seja por total ou parcial exaurimento patrimonial ou insolvência, seja por impossibilidade
ou incapacidade, inclusive técnica, de cumprimento da prestação judicialmente imposta,
assegurado, sempre, o direito de regresso (art. 934 do Código Civil), com a
desconsideração da personalidade jurídica (art. 50 do Código Civil).
[...]
Responsabilidade Ambiental 
Responsabilidade Civil Ambiental do Estado
FORMAS DE REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL
Reparação in natura:
- Reparação específica (ex. incêndio florestal = reflorestamento da área de 
cobertura vegetal acometida pela queimada).
- Compensação ecológica (quando a reparação específica não é possível
- Reparação em pecúnia (quando nem a reparação específica nem a 
compensação ecológica é possível).
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
-> Adota-se o princípio da reparação integral (efetiva reparação)
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.093.640 - SP (2017/0098017-0).
Resumo do Relatório.
O Ministério Público do Estado de São Paulo ajuizou ação civil pública ambiental
contra XXXXXX e outra, com o objetivo de compelir os réus na obrigação de não
fazer obras em continuidade às já existentes em imóvel situado em Área de
Preservação Permanente – APP, onde não teriam sido devidamente observadas
as regras ambientais pertinentes, bem como na obrigação de reparar os danos já
causados.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
[...] o aresto vergastado foi silente em relação a três questões suscitadas
nos aclaratórios e não enfrentadas pelo Tribunal a quo. Seriam elas: i) a
impossibilidade de se determinar compensação ambiental; ii) a obrigação
de indenizar dos danos ambientais tidos como absolutamente
irrecuperáveis e iii) a manutenção do reservatório artificial, desde que
realizado seu licenciamento.
[...]
20. A responsabilidade por danos causados ao meio ambiente enquadra-se
na teoria da responsabilidade objetiva, que privilegia a reparação do
dano independentemente da aferição da culpabilidade do agente,
consoante o disposto no art. 14, §1º, da Lei nº 6.938/81.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
[...]
A legislação de regência e os princípios jurídicos que devem nortear o raciocínio jurídico do
julgador para a solução da lide encontram-se insculpidos não no códice civilista brasileiro,
mas sim no art. 225, § 3º, da CF e na Lei 6.938/81, art. 14, § 1º, que adotou a teoria do risco
integral, impondo ao poluidor ambiental responsabilidade objetiva integral. Isso implica o
dever de reparar independentemente de a poluição causada ter-se dado em decorrência de
ato ilícito ou não, não incidindo, nessa situação, nenhuma excludente de responsabilidade.
Precedentes. (Grifo nosso)
22. Segundo a doutrina e a jurisprudência dominantes, o princípio que rege as
condenações por lesões ao meio ambiente é o da máxima reparação do dano,
traduzindo-se na ausência de limites para a recomposição do bem degradado, de
modo a assegurar o mais perfeito restabelecimento do status quo ante
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
[...]
24. Nesse diapasão, essa Corte Superior de Justiça construiu o entendimento no
sentido de que, os deveres – de restaurar e de indenizar - não se excluem, mas
pelo contrário, se somam, tendo em vista que a eventual possibilidade de a
restauração in natura não se mostre suficiente à recomposição integral do dano
causado, além do que nem todos danos ambientais são recuperáveis, existem
aqueles que são irreversíveis e consolidados.
[...]
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
PRESCRIÇÃO DO DANO AMBIENTAL
-> NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL SOBRE PRAZO DE PRESCRIÇÃO DE DANO AMBIENTAL.
DANO AMBIENTAL É IMPRESCRITÍVEL
(fundamento legal: Art. 225, caput.)
Admitir a prescrição do dano ambiental seria descumprir frontalmente aos 
preceitos constitucionais:
-> garantir o meio ambiente ecologicamente equilibrado e a sadia qualidade de vida para as 
presentes e futuras gerações; e, 
-> obrigação de recuperar e restaurar as áreas ambientais degradadas.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
PRESCRIÇÃO DO DANO AMBIENTAL
Tratando-se de direito difuso, a reparação civil assume grande amplitude, com
profundas implicações na espécie de responsabilidade do degradador que é objetiva,
fundada no simples risco ou no simples fato da atividade danosa, independentemente
da culpa do agente causador do dano.
O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade
hermenêutica, está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de
direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos,
independentemente de não estar expresso em texto legal. (Rafael Matthes)
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
PRESCRIÇÃO DO DANO AMBIENTAL
Se o bem jurídico tutelado for eminentemente privado, as regras da prescrição seguem
as regras das ações indenizatórias.
Tratando-se de bem jurídico indisponível (o meio ambiente), que é fundamental e
antecedente à todos os direitos, por tratar-se o meio ambiente sadio e ecologicamente
equilibrado de um de bem primordial à vida, à saúde, ao trabalho e ao lazer, o prazo
para sua reparação é imprescritível. (Édis Milaré).
Prescrição dos danos patrimoniais:
-> seguem a regra do Código Civil
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
Dano Moral Coletivo:
Correntes jurisprudenciais:
À favor:
Doutrina 
2ª Turma do STJ
-> Entendem que é um contra sensu jurídico reconhecer dano moral individual sem dar a
coletividade o mesmo tratamento. Presume-se a ocorrência dos danos às presentes e futuras
gerações.
-> Dano moral coletivo atingiria os direitos de personalidade de um grupo massificado,
prescindindo de demonstração de que a coletividade sinta dor ou sofrimento psíquico à giza do
tratamento dado ao dano moral individual.
Contra:
1ª Turma do STJ
-> Dano moral exige dor e sofrimento psíquico, aspectos incompatíveis com o instituto.
Entende-se que dano moral não pode assumir um caráter transindividual.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
Desconsideração da personalidade jurídica:
Entidades jurídicas são distintas e separadas de seus membros. 
Regra geral do Direito Civil:
sempreque a personalidade jurídica for utilizada com fraude e abuso de direito,
desconsidera-se a personalidade jurídica da entidade.
No Direito Ambiental:
Basta a prova de impossibilidade de a pessoa jurídica honrar com o pagamento
de suas obrigações.
Para haver desconsideração, basta que a sua personalidade constitua obstáculo
ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente (art. 4º,
Lei 9.605/98).
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Civil Ambiental
Fundamentos Legais:
Art. 225, § 3º/CF -> tríplice responsabilidade em danos ambientais
Lei nº 6.938/1991 (PNMA), art. 9º, IX
Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), arts. 70 a 76
-> matéria antes disciplinada no art. 14 do PNMA
Decreto nº 6.514/2008 – Lei de Infrações Administrativas 
Ambientais
REGULAMENTA A LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Fundamentos Legais:
Decreto nº 6.514/2008 – Lei de Infrações Administrativas 
Ambientais
• Infrações e sanções administrativas ao meio ambiente
• Regulamenta o processo administrativo para apuração de infrações 
ambientais
• Prazos prescricionais para apuração destas responsabilidades
• Regulamenta a parte de infração administrativa da Lei de Crimes 
Ambientais
Aplica-se subsidiariamente nas esferas estadual e 
municipal, se os regramentos assim permitirem.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Objetivo: 
punir o comportamento “típico” e toda atividade contrária a 
quaisquer regras jurídicas de:
• uso,
• gozo, 
• promoção, 
• Proteção; e,
• recuperação do meio ambiente
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Autoria:
É pressuposto jurídico da incidência da pena.
Admite: 
Comportamento comissivo
Comportamento omissivo
-> Adota a teoria objetiva da culpa, como regra geral, 
admitindo os casos de excludente de responsabilidade; 
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Autoria:
-> Adota a teoria objetiva – teoria do risco integral - como 
regra geral, admitindo os casos de excludente de 
responsabilidade:
• Força maior
• Caso fortuito
• Fato de 3º
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Poder de Polícia: 
Prerrogativa da Administração Pública 
(previsão constitucional do Poder Executivo)
intervenção na esfera jurídica do particular 
-> visa a defesa de interesses maiores da coletividade.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Poder de Polícia: 
Competência para apurar e fiscalizar infrações ambientais:
IBAMA
ICM-Bio
Órgãos Estaduais
Órgãos Locais
Nos Estados a Polícia Militar Ambiental também ajuda na apuração
Objetivo do Poder de Polícia:
Prevenção e repressão de atividade lesiva ao meio ambiente
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Infração Administrativa Ambiental: 
(art. 70, Lei nº 9.605/1998)
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação 
ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, 
proteção e recuperação do meio ambiente.
O conceito de infração administrativa ambiental é abrangente e não caracteriza 
qualquer ilegalidade específica.
-> a violação de preceito deverá estar previsto em lei ou em normas 
regulamentares.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Auto de infração ambiental:
deverá indicar qual a regra jurídica violada, em atendimento ao 
Princípio da Legalidade.
Dotado de persecução de legitimidade
Ônus da prova é invertida, cabendo ao acusado provar sua 
inconsistência
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Auto de infração ambiental: (cont.)
Intimação do autuado: 
• pessoal ou ao representante legal
• por carta registrada com AR (regra geral)
• por edital (exceção: quando não puder ser localizado)
Auto de infração:
• Impresso próprio
• Identificação do autuado
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Auto de infração ambiental: (cont.)
Auto de infração:
• Descrição objetiva das infrações administrativas
• Indicação da fundamentação legal
• Não conter emendas ou rasuras
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Autoridade competente:
p/ apuração do fato e lavratura do auto de infração:
- Funcionários de órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, 
designados para atividades de fiscalização;
- Agentes das capitanias dos Portos do Ministério da Marinha
.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Rol não taxativo das possíveis infrações – arts. 24 a 93 – Dec. 
6514/08: 
• Infrações contra a fauna; 
• Infrações contra a flora; 
• Infrações relativas à poluição e outras infrações ambientais; 
• Infrações contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural; 
• Infrações cometidas em unidades de conservação.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
LAVRATURA AUTO DE INFRAÇÃO
20 d. -> prazo defesa/impugnação do 
infrator
30d. p/ autoridade ambiental julgar auto 
do infração, contado da lavratura – com ou 
sem defesa/impugnação.
20d recurso do infrator à instância superior do SISNAMA 
ou à Diretoria de Portos e Costas, M. Marinha.
05-> p/ infrator pagar multa
75d máximo p/ 
todo o processo.
Procedimento: 
(art. 71, Lei nº 9.605/1998)
I. Representação: qualquer pessoa à autoridade competente
II. Defesa/impugnação: 20d. Para infrator
III. Julgamento do auto de infração: 30d. da lavratura
IV. Recurso: junto à própria autoridade que lavrou o auto de infração
V. S/reconsideração: autos encaminhados à autoridade imediatamente 
superior para julgamento
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
RECURSO AO CONAMA: 
a) Da decisão proferida pela autoridade superior caberá recurso ao CONAMA, no prazo 
de vinte dias. 
b) O recurso será dirigido à autoridade superior que proferiu a decisão no recurso, a 
qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, e após exame prévio de 
admissibilidade, o encaminhará ao Presidente do CONAMA 
c) A autoridade julgadora junto ao CONAMA não poderá modificar a penalidade 
aplicada para agravar a situação do recorrente. 
d) O recurso interposto não terá efeito suspensivo, salvo quanto à penalidade de multa. 
e) Na hipótese de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a autoridade recorrida ou a 
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido do recorrente, dar efeito suspensivo ao 
recurso. 
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL. MULTA APLICADA ADMINISTRATIVAMENTE EM RAZÃO DE
INFRAÇÃO AMBIENTAL. EXECUÇÃO FISCAL AJUIZADA EM FACE DO ADQUIRENTE DA
PROPRIEDADE. ILEGITIMIDADE PASSIVA. MULTA COMO PENALIDADE ADMINISTRATIVA,
DIFERENTE DA OBRIGAÇÃO CIVIL DE REPARAR O DANO. (Resp. 1.251.697/PR, Rel. Ministro
mauro Campbell Marques, 2ª Turma).
1. Trata-se, na origem, de embargos à execução fiscal ajuizado pelo ora
recorrente por figurar no polo passivo de feito executivo levado a cabo pelo
Ibama para cobrar multa aplicada por infração ambiental.
2. Explica o recorrente - e faz isto desde a inicial do agravo de instrumento e
das razões de apelação que resultou no acórdão ora impugnado - que o
crédito executado diz respeito à violação dos arts. 37 do Decreto n. 3.179/99,
50 c/c 25 da Lei n. 9.605/98 e 14 da Lei n. 6.938/81, mas que o auto de
infração foi lavrado em face de seu pai, que, à época, era o dono da
propriedade.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
3. A instância ordinária, contudo, entendeu que o caráter propter rem e solidário das
obrigações ambientais seria suficiente para justificar que, mesmo a infração tendo sido
cometida e lançada em face de seu pai, o ora recorrente arcasse com seu pagamento em
execução fiscal.
[...]
5. Esta Corte Superior possui entendimento pacífico no sentido de que a
responsabilidade civil pela reparação dos danos ambientaisadere à propriedade, como
obrigação propter rem, sendo possível cobrar também do atual proprietário condutas
derivadas de danos provocados pelos proprietários antigos. Foi essa a jurisprudência
invocada pela origem para manter a decisão agravada
[...]
7. A questão, portanto,. não se cinge ao plano da responsabilidade civil, mas da
responsabilidade administrativa por dano ambiental
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
8. Pelo princípio da intranscendência das penas (art. 5º, inc. XLV, CR88), aplicável não só
ao âmbito penal, mas também a todo o Direito Sancionador, não é possível ajuizar
execução fiscal em face do recorrente para cobrar multa aplicada em face de condutas
imputáveis a seu pai.
[...]
9. Isso porque a aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica da
responsabilidade objetiva da esfera cível (para reparação dos danos causados), mas
deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser
cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e
com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano.
10. A diferença entre os dois âmbitos de punição e suas consequências fica bem
estampada da leitura do art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/81, segundo o qual "[s]em obstar a
aplicação das penalidades previstas neste artigo [entre elas, frise-se, a multa], é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar
os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade".
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
[...]
12. Em resumo: a aplicação e a execução das penas limitam-se aos transgressores; a
reparação ambiental, de cunho civil, a seu turno, pode abranger todos os poluidores, a
quem a própria legislação define como "a pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação
ambiental" (art. 3º, inc. V, do mesmo diploma normativo).
13. Note-se que nem seria necessária toda a construção doutrinária e jurisprudencial no
sentido de que a obrigação civil de reparar o dano ambiental é do tipo propter rem,
porque, na verdade, a própria lei já define como poluidor todo aquele que seja
responsável pela degradação ambiental - e aquele que, adquirindo a propriedade, não
reverte o dano ambiental, ainda que não causado por ele, já seria um responsável
indireto por degradação ambiental (poluidor, pois).
[...]
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
-> Decisão: 
EMBARGOS À EXECUÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS
AMBIENTAIS. SOLIDARIEDADE. IMÓVEL DOADO A TERCEIRO. A
responsabilidade civil ambiental é objetiva, solidária e propter rem,
respondendo pelos danos ao meio ambiente perpetrados antes da alienação
do imóvel tanto o alienante quanto o adquirente.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Sanções e as medidas administrativas acautelatórias:
(Art. 72 – Lei 9.605/98)
• Advertência; 
• Multa simples; 
• Multa diária; 
• Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais 
produtos e subprodutos objeto de infração, instrumentos, petrechos, 
equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; 
• Destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos e instrumentos da 
infração; 
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Sanções e as medidas administrativas acautelatórias: (cont.) 
(Art. 72 – Lei 9.605/98)
• Suspensão da venda ou fabricação de produto; 
• Embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas; 
• Demolição de obra; 
• Suspensão parcial ou total de atividades; e, 
• Restritiva de direitos. 
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Advertência
-> Infrações com multa máxima < R$1.000,00 – consideradas mais leves
- Admite cumulação com outra sanção
- Tem índole pedagógica e preventiva
- -> veda a aplicação de nova advertência no período de 03 anos
Multa simples:
-> a única modalidade de sanção que exige, expressamente, a existência de 
negligência ou dolo por parte do infrator.
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas – Sanções administrativas
Multa simples (cont...)
Art. 72, § 3º, Lei nº 9.605/1998
§ 3º. A multa simples será aplicada sempre que o agente, por
negligência ou dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de
saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.
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Infrações ambientais administrativas
-> há responsabilidade subjetiva.
Art. 72 [...]
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente
Base da multa: utiliza a base de medida pertinente ao tipo de
infração (hectare, metro cúbico, quilograma, etc.)
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida
pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.
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Infrações ambientais administrativas
Valores arrecadados:
- Fundo Nacional do Meio Ambiente;
- Fundo Naval; 
- fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o 
órgão arrecadador.
Valor da multa:
o mínimo de R$ 50,00 e o máximo de R$ 50.000.000,00 
(corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente) 
-> O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou
Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.
(Art. 76, Lei nº 9.605/1998 e Art. 17, § 3º da LC 140/2011)
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas
Reincidência (prazo de 05 anos):
- -> multa duplicada – infrator reincidente genérico
- -> multa triplicada – infrator reincidente específico
-> Suspensão da multa simples: se o infrator realizar 
medidas para fazer cessar ou efetivamente corrigir a 
degradação ambiental causada.
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Infrações ambientais administrativas
Multa diária:
será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar 
no tempo (Art. 72, § 5º, Lei nº 9.604/1998).
Hipóteses:
- Operação de atividade sem a licença ambiental competente
- O funcionamento de uma atividade sem os meios adequados para 
evitar a emissão de poluentes.
-> Suspensão da multa diária:
Se o infrator se obrigar a realizar medidas para fazer cessar ou corrigir a 
degradação do meio ambiente.
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Apreensão: 
de animais, produtos, subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, 
equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; e,
Destruição ou Inutilização:
do produto.
(Art. 72, § 6º, Lei nº 9.605/1998 c/c Art. 25 da Lei).
-> Os produtos e instrumentos serão apreendidos, lavrando-se os respectivos
autos de infração.
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Animais:
• libertados em seu habitat (prioritariamente), ou se
inviável/n recomendável,
• Entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades
assemelhadas.
Produtos perecíveis ou madeiras:
• serão avaliados e doados a instituições científicas,
hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Produtos não perecíveis:
• destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou
educacionais.
Instrumentos utilizados na prática da infração:
• vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da
reciclagem.
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Suspensão de venda e fabricação do produto:
Tem o escopo de coibir a colocação no mercado de produtos
e/ou subprodutos oriundos de infração administrativa ambiental.-> acredita-se que não havendo “mercado lícito” para o produto, tende-
se à romper com a cadeia do uso continuo de matéria-prima e
subprodutos de origem ilegal. (Art. 109, Decreto nº 6.514/2008).
+
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Embargo de Obra ou Atividade:
Impede o prosseguimento da obra ou a suspensão da atividade.
Incide nas hipóteses de edificação sem a devida licença ou em desacordo com a
mesma.
Demolição de obra:
Objeto de incidência: obras embargadas ou construções já finalizadas
(concluídas).
Requisito essencial: irregularidade insanável ou que resulte em iminente perigo
à saúde pública ou possa gerar grave dano ambiental.
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Demolição de obra: (cont.)
Não incidência: às edificações residenciais (art. 111, § 3º, Decreto nº 6.514/2008)
Suspensão parcial ou total de atividades:
Requisito essencial: perigo iminente à saúde pública ou grave risco ambiental
Objeto de incidência: máquinas ou equipamentos que geradores/causadores de
poluição.
-> não requer ou resulta necessariamente no fechamento do estabelecimento
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Restritivas de Direitos:
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três
anos.
Trata-se de sanção acessória à pena principal.
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Restritivas de Direitos: (cont.)
Critérios para a aplicação:
• A gravidade do fato, considerando:
os motivos da infração
As consequências para a saúde pública e para o meio ambiente
• Os antecedentes do infrator:
Quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental
A situação econômica do infrator, quando de multa pecuniária
• Cometimento de mais de uma infração ambiental simultaneamente:
Possibilidade da cumular as sanções
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Prescrição da pretensão punitiva por infração ambiental:
Lei nº 9.873/199:
Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e
indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor,
contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia
em que tiver cessado.
STJ - Súmula nº 467:
Execução de multa por infração ambiental
Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da
Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.
(Súmula 467, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/10/2010, DJe 25/10/2010).
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas - Sanções
Prescrição: (cont.)
Regra geral: 05 anos contados do término do processo administrativo
Exceção:
Prescrição intercorrente: processo administrativo inerte por mais de 3 anos -
sem despacho ou sem julgamento. (Art. 1º, § 1º, Lei nº 9.873/1999).
Quando a conduta também for crime: segue o prazo prescricional previsto para
o crime. (Art. 1º, § 2º, Lei nº 9.873/1999).
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Infrações ambientais administrativas - Sanções
Responsabilidade Ambiental
Infrações ambientais administrativas - Sanções
5 anos
3 anos
5 
anos
Dano Ambiental
Apuração da 
Infração Ambiental 
Administrativa
Prescrição intercorrente –
Processo não pode ficar inerte 
e sem Decisão Administrativa
Execução Fiscal
Lei nº 6.830/1980
Prevê a execução de 
Créditos tributários e 
não tributários
Dec. Nº 6.514/2008)
Sum. 467/STJ
Constituição do 
Crédito à favor da 
Adm. Pública
Princípio da subsidiariedade:
O Direito Penal só intervêm em abstrato quando os demais ramos do
ordenamento jurídico se mostrarem ineficazes na tutela do bem
jurídico.
Se outras formas de sanção ou outros meios de controle social
revelarem-se suficientes para a tutela desse bem, a sua
criminalização é inadequada e não recomendável.
Se para o restabelecimento da ordem jurídica violada forem
suficientes medidas civis ou administrativas, são estas que devem ser
empregadas e não as penais.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
Princípio da Fragmentariedade:
O direito penal protege tão-somente valores imprescindíveis para a
sociedade. Não se pode utilizar o Direito Penal como instrumento de
tutela de todos os bens jurídicos.
O Direito Penal limita-se a sancionar as ações mais graves praticadas
contra os bens jurídicos mais importantes, decorrendo daí o seu
caráter fragmentário, uma vez que se ocupa somente de uma parte
dos bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
Princípio 
Norteador da 
Responsabilidade Penal 
Ambiental
Princípio da 
intervenção mínima
Princípio da Intervenção Mínima:
Quando no caso concreto as demais esferas de
responsabilização forem suficientes para atingir
integralmente os objetivos a prevenção e da reparação
tempestiva e integral, a verdade é que não há mais razão
para incidência o Direito Penal.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
(...) Parece certo, por outro lado, que essa proteção pela via do Direito Penal
justifica-se apenas em face de danos efetivos ou potenciais ao valor fundamental
do meio ambiente; ou seja, a conduta somente pode ser tida como criminosa
quando degrade ou no mínimo traga algum risco de degradação do equilíbrio
ecológico das espécies e dos ecossistemas. Fora dessas hipóteses, o fato não
deixa de ser relevante para o Direito. Porém, a responsabilização da conduta será
objeto do Direito Administrativo ou do Direito Civil. O Direito Penal atua,
especialmente no âmbito da proteção do meio ambiente, como ultima ratio,
tendo caráter subsidiário em relação à responsabilização civil e administrativa de
condutas ilegais. (...). (Fernando Capez).
(...) Esse é o sentido de um Direito Penal mínimo, que se preocupa apenas com os
fatos que representam graves e reais lesões a bens e valores fundamentais da
comunidade. (Maria Stela Prado Garcia)
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
BEM JURÍDICO TUTELADO:
Nos crimes ambientais o bem jurídico protegido é o meio ambiente (qualidade
ambiental) em sua dimensão global – para as gerações presentes e futuras (visão
antropocêntrica – “todos” são destinatários da norma constitucional do art. 225);
Não só o patrimônio natural, como também, o artificial e o cultural.
O bem jurídico protegido (o meio ambiente na sua dimensão global) deverá ser
avaliado sob uma perspectiva intergeracional (para as presentes e futuras
gerações).
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
TIPICIDADE:
A discrição da conduta típica, o tipo penal em matéria ambiental, é amplo e até mesmo
indeterminado, caracterizando o tipo aberto
Na grande maioria, as infrações penais em matéria ambiental (o fato ilícito) decorre da:
- falta de autorização legal ou licença competente; ou,
- Por agir em desacordo com o autorizado na licença.
- Nestes casos, o agente não é punido por ter praticado o fato ou exercido tal
ou qual atividade considerada danosa ao meio ambiente, mas sim, por não
ter obtido a autorização para tanto.
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Responsabilidade Penal Ambiental
Adoção do princípio da prevenção:
-> perspectiva preventiva para o risco/dano Ambiental
Ex:
Lei nº 9.605/1998
Da Poluição e outros Crimes Ambientais
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem
ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
Materialização do dano
O Direito Ambiental não trás a ocorrência do dano como
elemento necessário para a caracterização do crime,
bastando apenas a probabilidade de dano.
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
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Responsabilidade Penal Ambiental
ELEMENTO SUBJETIVO:
A regra é a punibilidade a título de dolo e a exceção é a punibilidade a título de
culpa.
Antes da edição da Lei 9.605/98 só eram punidos os crimes
ambientais dolosos, não se punindo, portanto, fatos gravosos -
culposos, como derramamento de óleo no mar.
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Responsabilidade Penal Ambiental
SUJEITO ATIVO:
- Pessoa física
- Pessoa jurídica
- -> Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei,
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade. (Lei nº 9.605/1998).
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Responsabilidade Penal Ambiental
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática
dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de
pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir
para evitá-la. (Lei nº 9.605/1998).
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Responsabilidade Penal Ambiental
Condicionantes para responsabilização da pessoa jurídica:
a) que a infração tenha sido cometida em seu interesse ou benefício;
b) por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado (art. 3º).
“Desse modo, se o ato praticado, mesmo através de pessoa jurídica, apenas
visou a satisfazer os interesses do dirigente, sem qualquer vantagem ou
benefício para a pessoa jurídica, essa deixa de ser o agente do tipo penal e
passa ser o meio utilizado” (José Carlos R. da Silva).
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Responsabilidade Penal Ambiental
RESPONSABILIDADE CRIMINAL DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PRIVADO:
Pessoa jurídica somente pode ser responsabilizada por crimes dolosos.
-> não haverá responsabilidade criminal de Pessoa Jurídica por crimes
ambientais culposos.
RESPONSABLIDADE CRIMINAL DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO:
-> não respondem criminalmente, somente o agente público que
poderá responder pela responsabilidade civil e criminal.
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Responsabilidade Penal Ambiental
SUJEITO PASSIVO:
Será sempre a coletividade, bem ou o interesse tutelado de uso comum do povo,
nos termos do artigo 225, CF.
-> o objeto jurídico é sempre o meio ambiente.
Sujeito passivo secundário (indireto):
pode ser um indivíduo que foi lesado ou ameaçado por conta dos aspectos
particulares do dano.
-> o objeto material pode ser público ou privado.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
SANÇÕES:
Pessoas físicas:
- Pena privativa de liberdade:
- reclusão e detenção para crimes; e,
- prisão simples para contravenções.
- Penas restritivas de direitos
- prestação de serviços à comunidade;
- interdição temporária de direitos;
- suspensão parcial ou total de atividades;
- prestação pecuniária; e,
- recolhimento domiciliar.
- Pena de multa
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
SANÇÕES:
Pessoas jurídicas:
- Penas restritivas de direitos:
- prestação de serviços à comunidade;
- interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade;
- suspensão parcial ou total de atividades;
- proibição de contratar com o Poder Público.
- Pena de multa
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
SANÇÕES:
Lei nº 9.605/1998
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea
reparação do dano, ou limitação significativa da degradação
ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de
degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do
controle ambiental.
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
SANÇÕES:
Lei nº 9.605/1998
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio 
ambiente;
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Responsabilidade Penal Ambiental
SANÇÕES:
Lei nº 9.605/1998
Art. 15. (cont.)
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a 
regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
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SANÇÕES:
Lei nº 9.605/1998
Art. 15. (cont.)
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou 
beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades 
competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
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DOS CRIMES:
• Crimes contra a flora – (arts. 38 a 53);
• Crimes de poluição – (art. 54);
• Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural – (art. 62 a 65);
• Crimes contra a administração ambiental (arts. 66 a 69-A);
• Crimes com tratamento diferenciado – (arts. 55, 56, 60 e 61).
Responsabilidade Ambiental
Responsabilidade Penal Ambiental
Muito obrigada à todos.
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