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PROJETO DE INTERVENÇÃO - CAPS Quixeramobim (EMILY)

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CISNE FACULDADE DE QUIXADÁ
CISNE FACULDADE TECNOLÓGICA DE QUIXADÁ
SERVIÇO SOCIAL / PROJETO DE INTERVENÇÃO
Benefícios Previdenciários e Assistenciais Para os Pacientes do CAPS Geral II de Quixeramobim
Emily Crys Barros de Oliveira 
QUIXERAMOBIM - CEARÁ 
2020
1. Identificação da Instituição 
A criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de várias localidades se deu graças ao intenso movimento social, que buscavam a melhoria da assistência no Brasil e denunciavam principalmente a situação precária dos hospitais psiquiátricos - manicômios - que antigamente era o único tratamento destinado aos portadores de transtornos mentais.
Os CAPS e outros serviços substitutivos que têm surgido no país, são atualmente regulamentados pela Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002 fazendo parte do Sistema Único de Saúde, o SUS. Essa portaria ampliou o funcionamento dos CAPS, com a missão de atender às pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e duradouros, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial, evitando assim as internações e possibilitando a inclusão social dos usuários e o exercício da sua cidadania.
O Centro de Atenção Psicossocial de Quixeramobim foi criado em março de 2002, tendo uma equipe multiprofissional formada por psicólogos, pedagogo, psiquiatras, terapeuta ocupacional, enfermeira, técnica de enfermagem, assistente social e demais colaboradores do setor administrativo.
O CAPS de Quixeramobim contabiliza mais de 5 mil prontuários de pacientes com atendimentos contínuos. Existem modelos específicos de unidades do CAPS, que é diferenciado pelo total populacional de cada município, onde cada um conta com uma equipe específica e especializada para a demanda municipal, nesse caso a unidade de Quixeramobim é o “CAPS II” visto que está localizado em uma cidade com a população de 70 mil a 200 mil habitantes.
Localizado na rua Dom Quintino, número 267 no bairro Centro, o CAPS II de Quixeramobim oferece diversos atendimentos não apenas médicos e terapêuticos, entre eles estão: avaliação psicológica; acolhimento; tratamento médico; atendimento psicoterápico individual ou em grupo; orientação para os pacientes e familiares nos diferentes temas que englobem o tratamento; atendimento psicopedagógico; visitas domiciliares; administração de medicamento controlado prescrito pelo médico psiquiatra; elaboração de planos projetos e programas voltados para a saúde mental; assistência aos pacientes e familiares nas suas necessidades socioassistenciais entre outras atividades.
2. Justificativa
O presente projeto se justifica com base no estágio realizado no CAPS II, localizado no município de Quixeramobim. Onde tive a oportunidade de observar o trabalho diário da Assistente Social Keila Pinheiro.
Com esse estágio pude compreender um pouco mais sobre o serviço social voltado para a saúde mental, a importância do bom funcionamento de toda a rede socioassistencial, a intersetorialidade da saúde, a legislação que regulamenta o SUS (Sistema Único de Saúde), a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) assim como também aprendi um pouco mais sobre a política previdenciária entre tantos outros pontos de aprendizado tão essenciais que só são possíveis ser adquiridos após a observação da prática profissional.
No decorrer dos dias de estágio houveram muitas demandas para o setor do Serviço Social, entre elas estavam a realização de visitas, o acompanhamento da evolução do paciente, triagem, orientações para os acompanhantes e havia também alguns casos extraordinários que demandavam a extrema atenção do serviço. Porém a demanda mais recorrente era sobre a orientação referente aos auxílios e benefícios previdenciários e assistenciais. 
Pude identificar que a principal requisição dos pacientes é para emitir declarações de acompanhamento, a maioria procura o Serviço Social após a orientação de algum advogado para poder comprovar que é um paciente acompanhado pelo CAPS.
Desta forma esse projeto foi pensado de forma a atender as dúvidas constantes que tem surgido entre os pacientes assistidos pelo CAPS sobre seus direitos a benefícios e auxílios através do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e BPC (Benefício de prestação continuada), assim como orientar qual órgão procurar e como proceder para que o perfil do pleiteante se encaixe no que preconiza a legislação.
3. Objetivos 
3.1. Objetivo Geral
· Explanar os direitos previdenciários que os pacientes do Caps Geral de Quixeramobim-Ceará possuem após o adoecimento mental.
3.2. Objetivos Específicos
· Aprofundar o conhecimento sobre a Legislação da Previdência e LOAS; 
· Conhecer o procedimento para a seleção dos beneficiários;
· Orientar às famílias e os pacientes em tratamento psicossocial sobre como conseguir o acesso ao benefício, caso estejam enquadradas.
4. Revisão de Literatura 
4.1 O trabalho do Assistente Social no CAPS
Em meados do ano de 1990 o CAPS se configura como um espaço sócio-ocupacional na área da saúde mental para os assistentes sociais devido a substituição dos serviços manicomiais. 
É a partir desse momento que fica visível a articulação com toda a rede de serviços e profissionais da área biopsicossocial para que possa existir a resolução das diversas situações que envolvem o processo de adoecimento dos usuários, para que possa ir além do tratamento medicamentoso, repercutindo assim na melhoria das condições de vida dos mesmos.
É evidente que o tratamento para os pacientes da saúde mental não pode envolver apenas o tratamento clínico, visto que em sua maioria o adoecimento mental decorre das relações sociais trabalhistas impostas pelo capital, o que acaba por englobar os serviços de outras políticas públicas como: educação, alimentação, a rede de assistência para os casos que se encontram em situação de vulnerabilidade social, capacitação profissional, a geração de renda e benefícios previdenciários etc.
Assim seguindo esta perspectiva, o Serviço Social tem um lugar nessa área que, em articulação com as demais, permite obter uma visão completa do sujeito que adoece, facilitando a compreensão das implicações socioeconômicas e culturais da saúde. Que se tornou um fator relevante para a humanização e qualificação do atendimento aos seus usuários, conforme preconizado nas diretrizes do SUS.
Nos CAPS, os assistentes sociais realizam ações específicas com os pacientes do serviço - possuindo uma visão diferenciada do todo graças a formação profissional - no que se refere à interpretação das mazelas sociais. Nesse ponto umas das principais atividades do Serviço Social na saúde mental é: a articulação com a rede de serviços (CRAS, CREAS, NASF, Conselho Tutelar etc.) para a garantia dos direitos sociais; visitas domiciliares para casos de busca ativa ou para conhecer melhor a realidade do paciente; elaboração de parecer social; Intervenções em relacionamentos familiares com vínculos fragilizados ou rompidos; Orientações sobre benefícios assistenciais, BPC e benefícios previdenciários. 
E é claro que também existem as dificuldades existentes na execução do trabalho no CAPS, entre elas estão: preconceito com o portador de transtorno mental, o exercício dos direitos de cidadania, o conhecimento aprofundado da realidade das famílias, a rotatividade dos profissionais o que dificulta o aprofundamento e acompanhamento dos casos – visto que a maioria dos usuários demandam atendimentos contínuos, por isso os prontuários, para que fique registrado todas as ações e atendimentos de vários profissionais - e diversas expressões da questão social que impossibilitam a continuidade do tratamento da saúde mental dos usuários.
Concluímos assim de acordo com Amarante (2007), que a Saúde Mental se apresenta como um dos poucos campos de conhecimento e atuação tão vigorosamente complexos, plurais, intersetoriais, com tanta transversalidade de saberes. Exigindo de nós profissionais conhecimento, ética, respeito, ação, pesquisa e criticidade para que possamos nos articular e garantir a efetivação do acesso de todos aos serviços de saúdemental e a rede de serviços e direitos sociais.
4.2 Benefícios Assistenciais
Os benefícios assistenciais fazem parte da política de Assistência Social e é um direito do cidadão e consequentemente dever do Estado. Esses benefícios se dividem em duas modalidades: o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e os Benefícios Eventuais.
Os Benefícios Eventuais se caracterizam como suplementares e temporários, sendo prestados aos cidadãos e às famílias, são exemplos claros de benefícios eventuais o auxílio natalidade, funeral, alimentação, suporte para enfrentamento de situações de calamidade pública, acesso a documentação entre outros. Eles têm sido instrumentos de vários municípios no enfrentamento da questão social, pois diversas famílias se encontram em situação de vulnerabilidade o que as coloca em risco social.
Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC) - que é o mais procurado pelos pacientes do CAPS - garante o valor mensal de um salário mínimo à pessoa idosa com 65 anos ou mais e à pessoa com deficiência de qualquer idade. Nos dois casos, o cidadão que pleiteia o benefício deve comprovar não possuir meios de se sustentar ou de ser sustentado por sua família.
O BPC está previsto na Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Sendo na Lei de Nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 no capítulo IV sobre os Benefícios, Serviços, Programas e Projetos de Assistência Social, localizado na primeira seção que aborda especificamente o BPC. Que de forma resumida define o perfil e os critérios para o solicitante ser pleiteado com o benefício, assim como estabelece a renda mínima per capita, que a avaliação médica e a avaliação social precisam ser realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, que é preciso estar inscrito no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal e reforça a avaliação do beneficiário a cada dois anos, entre outros artigos e incisos.
4.3 Previdência Social 
Previdência Social é um seguro social onde o trabalhador participa ativamente através de contribuições mensais, o resultado dessa contribuição é a garantia de uma renda ao trabalhador contribuinte na hora em que ele não puder mais trabalhar, ou seja, a previdência social é o sistema público que garante as aposentadorias dos trabalhadores brasileiros.
A Previdência foi instituída na Constituição de 1988 que determinou um conjunto de ações envolvendo Saúde, Assistência e Previdência Social usando o termo “Seguridade Social”. É nesse exato momento que se estabelece a previdência como é conhecida hoje, com o seu aspecto de arrecadação entre empregados e empregadores, porém deixando para o Estado o papel de organizar e distribuir os recursos de acordo com a legislação.
A Previdência descrita na constituição de 1988 é famosa por incluir pontos significativos para a garantia da proteção social, mas isso não impediu que algumas reformas mudassem detalhes do seu funcionamento até os dias atuais.
Importante ressaltar que, além da aposentadoria para o trabalhador, a Previdência tem como missão proteger os trabalhadores contra os chamados riscos econômicos: como a perda dos honorários por conta de doença, invalidez, entre outros infortúnios. Desta forma, o sistema não oferece somente aposentadorias, mas também benefícios que estão inscritos na Lei de N° 8.213, de 24 de julho de 1991, que na seção I do capítulo II estabelece as espécies de prestações, são elas: (a) aposentadoria por invalidez; (b) aposentadoria por idade; (c) aposentadoria por tempo de contribuição; (d) aposentadoria especial; (e) auxílio-doença; (f) salário-família; (g) salário-maternidade; (h) auxílio-acidente; para os dependentes é a pensão por morte e o auxílio-reclusão.
5. Metodologia 
Pretendo atingir os objetivos mencionados através de abordagem individual e coletiva com pacientes e acompanhantes em sala de espera para o atendimento médico. Realizarei uma apresentação sobre o assunto e a distribuição de uma cartilha com as principais orientações para solicitar os benefícios e auxílios, assim como algumas dicas formais sobre o tema.
As informações que vão compor a cartilha serão obtidas através do estudo das legislações que estão em vigência da previdência e do BPC através do LOAS. Após o estudo e aprofundamento do assunto a cartilha será elaborada com um resumo dessas legislações de forma a facilitar a compreensão sobre o assunto para os pacientes e seus familiares.
6. Recursos Utilizados
Alguns dos recursos que serão utilizados se houver a disponibilidade será um data show para uma apresentação rápida sobre o assunto, a impressora do setor de administração do CAPS Geral para a impressão das cartilhas, folhas A4 sem pauta e a sala de espera para a apresentação. No caso de não conseguir realizar a apresentação a tempo para todos os pacientes, será utilizada uma sala para a realização de orientações individuais após as consultas médicas.
7. Resultados Esperados
Após a intervenção espero proporcionar aos pacientes e suas famílias o conhecimento para conseguir os benefícios de forma mais rápida e prática e que eles consigam ter mais autonomia nesse processo que é tão lento, exigente e exaustivo. Assim como também tentar viabilizar o acesso a esse benefício para aqueles que realmente precisam e para que o paciente possa focar apenas no tratamento sem tantas preocupações. 
E por último, mas não menos importante, espero deixar um processo informativo que seja duradouro para todos os pacientes do CAPS independente das gestões e profissionais que mudam com as eleições. Deixando algo que pode ser continuado e/ou aprimorado por residentes, estagiários ou os próprios profissionais após o término do meu estágio.
8. Referências 
BRASIL. Assembleia Legislativa. Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Brasília.Disponívelem:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html. Acesso em: 10 dez. 2020.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei Orgânica da Assistência Social nº 8.742. Diário Oficial da União. Brasília, 07 dez. 1993.
BRASIL. Congresso Nacional. Previdência Social nº 8.213. Diário Oficial da União. Brasília, 24 jul. 1991.
BRASÍLIA. Secretária de Atenção A Saúde. Ministério da Saúde (org.). Saúde Mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. 2004. Disponível em: http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.
SILVA, Carolina Flexa da; GOMES, Vera Lúcia Batista. O trabalho do assistente social nos centros de atenção psicossocial – CAPS do município de Belém/PA: contribuições para o tratamento da saúde mental dos usuários. 2016. 25 f. Monografia (Especialização) - Curso de Serviço Social, Ufpa, Belém, 2016.

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