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Apostila Design Thinking

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Prévia do material em texto

Professor autor/conteudista:
Profº. Me. Raul Fonseca Silva
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer 
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos 
ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em 
locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação 
pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
 
SUMÁRIO
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2. Inovação e cultura corporativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1. Inovação e competitividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
3. Design thinking na arena dos negócios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1. Design thinking e inovação corporativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
3.2. Design thinking e relações com o cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4. Importância estratégica do design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5. Evolução da metodologia do design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.1. Implantação da metodologia do design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6 . Design thinking como método para pensar e agir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6.1. Desafios para a implantação da metodologia de design thinking . . . . . . . . . . . . . 43
6.2. Design thinking em ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
7. Criatividade em design thinking: matriz morfológica e pensamento lateral. . . . . . 49
7.1. Matriz morfológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52
7.2. Pensamento lateral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
7.3. Incentivando o pensamento criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
8. Mapas mentais em design thinking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
8.1. Algumas orientações para construção do mapa mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
9. Técnicas de brainstorming para design thinking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
9.1. Por que usar o brainstorming?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
9.2. Como aplicar o método da tempestade cerebral (brainstorming) . . . . . . . . . . . . . 69
10. Variações do brainstorming para design thinking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
10.1 Brainstorming reverso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
10.2. Brainstorming virtual (brainstorming online) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
10.3. Brainstorming alternado (técnica da escada). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
10.4. Brainstorming de texto (escrevendo as ideias cerebrais) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
10.5. Brainstorming estrela (estrela explosiva) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
11. Orientações para aplicação do design thinking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
 
1. INTRODUÇÃO
Figura 1 – Inovações nas organizações
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock
As organizações que se caracterizam pelo foco inovador, tanto do ponto de vista da sua filosofia 
empresarial quanto pela adoção de estratégias inusitadas concentradas nas oportunidades de atender 
satisfatoriamente às necessidades de seus clientes, tornam-se cada vez mais competentes para 
alcançar e manter operações rentáveis. Essas organizações estão constantemente à procura de 
maneiras de se reinventar, buscando introduzir continuamente novas variedades e novas gerações 
de produtos e serviços.
 
A melhoria nos negócios exige concentração e esforços da organização na busca por novas 
formas e métodos para desenvolver uma visão global de inovação. Isso é necessário para implantar 
a inovação dentro da cultura organizacional e para ajudar a organização no desenvolvimento das 
estratégias orientadas para o mercado, diga-se, para os interesses de seus clientes-alvo. Uma visão 
empresarial compartilhada internamente ajudará a orientar a organização para inovar, criando uma 
nova motivação para incentivar toda a equipe de colaboradores a considerar a inovação como um 
processo de negócios replicável e sustentável, que envolve todo o ambiente profissional, no lugar 
de um projeto empresarial discreto, apoiado apenas na repetição de soluções já existentes.
Figura 2 – Inovação
Fonte: Pure Solution/Shutterstock
A inovação exige uma nova postura organizacional e a implementação de novos métodos no 
desenvolvimento dos projetos empresariais. A metodologia de projeto sempre foi um elemento 
catalisador para processos de inovação no desenvolvimento de produtos e de serviços. Mas, no 
percurso dos últimos anos, a partir aproximadamente da década de 2010, uma série de publicações 
foi introduzindo uma nova proposta metodológica para o desenvolvimento de projetos e soluções 
de problemas - o conceito de design thinking. O termo ganhou popularidade na mídia de negócios e 
nas redes sociais de relacionamento profissional, como o LinkedIn, colaborando para a consciência 
de que qualquer tipo de negócio ou organização pode se beneficiar pela aplicação do modo de 
pensar e trabalhar dos designers.
 
Figura 3 – LinkedIn
Fonte: Happy Zoe/Shutterstock
Um consulta rápida à literatura especializada em design permite-nos revelar uma série de 
orientações interpretativas que expressam diferentes formas de conceber o papel e os objetivos 
dessa atividade. Em seu âmago, o industrial design é uma atividade de projeto que tem como 
finalidade a concepção de objetos para uso social, reproduzidos pela máquina nas indústrias. O 
designer é provido de conhecimentos técnicos e sensibilidade artística e visual que lhe permitem 
determinar desde os materiais mais adequados ao artefato à constituição estética (beleza) dos 
produtos destinados à fabricação em série.
Entretanto, a metodologia de design revela uma maneira especial de agir, uma ação que se 
desenvolve em etapas distintas que favorecem o pensamento criativo, e que, dessa forma, podem 
ser aplicadas para resolução de desafios em diversas áreas, inclusive como processo eficaz de 
resolução de problemas e sugestões criativas na área de negócios.
 
E o que é design thinking? É uma metodologia que se baseia na lógica e no raciocínio sistêmico, 
e, ao mesmo tempo, na imaginação e na intuição para explorar as possibilidades do que poderá vir 
a ser um objeto, um conceito, uma solução e para criar os resultados desejados para beneficiar o 
usuário final (o cliente).
Design thinking pode se traduzido como a maneira de pensar dos designers, uma forma de 
raciocinar orientada pelo procedimento de uma sequência de ações que resultam na melhor concepção 
de um produto ou serviço ou na solução de um problema. Trata-se de uma metodologia que envolve 
tanto a análise técnica e racional quanto a imaginação criativa, com aplicação de métodos eficientes 
que permitem antecipar a configuração de um artefatoque vai se tornar realidade no futuro. Essa 
metodologia, adaptada à rotina das organizações, permite aplicações eficazes para a solução de 
problemas complexos, tanto na área da produção industrial quanto nas operações de negócios.
O conceito de design thinking transformou-se na atualidade em uma ferramenta potente para a 
inovação das organizações, que propicia uma transformação significativa na forma de solucionar 
problemas e desenvolver novas propostas para o mercado. Tanto na área acadêmica quanto na 
área industrial e de negócios, essa nova possibilidade de raciocínio vem sendo introduzida como 
um protocolo eficaz para promover diferenciação e maior valor agregado.
Como disciplina, vem sendo introduzido nos currículos escolares dos cursos de design e nas 
áreas de marketing e de gestão de negócios. Como procedimento corporativo, já foi implantado 
como método eficaz para a concepção de soluções inovadoras na oferta de mercadorias e artefatos 
especialmente focados no usuário dessas novas concepções. As empresas utilizam-se desse 
modelo para as atividades de desenvolvimento de projetos, gestão de negócios, planejamento das 
estratégias de marketing e criação de novos produtos e serviços.
 
Figura 4 – Nova forma de pensar
Fonte: Bakhtiar Zein/Shutterstock
Para a comunidade de design, entretanto, esse novo conceito vem se consolidado como uma 
nova oportunidade em suas atividades de projeto, já que, em vez de aplicar os seus conhecimentos 
meramente para a criação de novos produtos e serviços, os designers agora podem desenvolver 
novas ferramentas que ajudam as organizações a se mover com maior criatividade e eficiência 
nos processos de inovação. Design thinking é uma proposta de raciocínio que engloba métodos 
analíticos e imaginação criativa, que pode ser adotado para solução de problemas das mais variadas 
origens, tanto por profissionais e acadêmicos quanto pela pessoa comum que se interessa pela sua 
utilização. É um método que permite desenvolver concepções inovadoras que podem ser testadas, 
reformuladas e finalmente realizadas com enormes possibilidades de êxito.
Para os profissionais envolvidos em atividades relacionadas com o pensamento criativo e 
inovador, o design thinking oferece um kit de ferramentas que ajuda a identificar novos recursos e 
novas abordagens na metodologia de projetos e a pensar e discutir novos aspectos na resolução 
de problemas e elaboração de propostas renovadoras.
O atual cenário ambiental é orientado para um mercado que apresenta mudanças a cada dia e 
se apoia na economia do conhecimento, em atividades altamente tecnológicas e competitivas de 
abrangência global, apresentando fatores que muitas vezes estão além do controle das organizações. 
Ser bem-sucedido nele exige um conjunto diferente de habilidades que antes não eram necessárias. 
Essas habilidades podem ser bastante desenvolvidas e reforçadas com a aplicação do design 
thinking, uma forma de pensar que até bem pouco tempo era exclusiva dos designers.
 
O design foi amplamente considerado atividade central e distintiva na concepção e engenharia 
de produtos, e reconhecido como processo eficaz no projeto de melhores soluções para atender às 
necessidades sociais. Como meio para a resolução de problemas, ele pode ser considerado uma 
atividade humana natural e onipresente. O reconhecimento de necessidades e insatisfações com 
o estado atual das coisas, combinado com uma determinação de que devem ser tomadas algumas 
medidas para resolver esses problemas, representa iniciar um processo de design.
Muitos profissionais dedicados a atividades de projeto ou planificação vêm atuando como 
designers ao longo das suas carreiras, embora, muitas vezes, sem reconhecer que estão executando 
um processo de design. Ao longo do tempo, essas práticas foram se tornando gradativamente mais 
sistematizadas. Com a necessidade de se tornarem mais competitivas, as empresas das áreas de 
negócios estão reconhecendo cada vez mais o caráter criativo do design na geração de soluções 
para problemas complexos e adotando a metodologia do design thinking.
 
2. INOVAÇÃO E CULTURA CORPORATIVA
Figura 5 – Corporativo
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock
No passado, muitas organizações foram capazes de sobreviver mesmo com quantidades muito 
limitadas de inovação. Elas concentraram-se em fornecer produtos de qualidade e simplesmente 
atualizá-los para um nível que mantinha a sua competitividade no mercado. Esse método ainda se 
aplica a alguns produtos com ciclos de vida longos e poucas oportunidades de inovação.
Recentemente, no entanto, algumas tendências que surgiram no ambiente externo das empresas 
passaram a conduzi-las para um processo necessário de inovação. Em razão de fatores como 
a globalização e a terceirização, houve um aumento da pressão para melhorar a eficiência e a 
eficácia das organizações. Agora, elas precisam muito mais do que bons produtos para sobreviver; 
 
a competitividade exige processos de gestão inovadores que permitam reduzir os custos e melhorar 
a produtividade.
As expectativas dos consumidores também conduzem a quantidade de inovação que deve ser 
apresentada ao mercado. Os clientes são atraídos por produtos que apresentam melhorias constantes 
visando tornar sua vida mais fácil. Os consumidores modernos estão mais informados e têm mais 
opções em termos do que comprar e de onde é mais conveniente comprar. Essencialmente, os 
clientes não vão mais aceitar a mediocridade, porque sabem que podem sempre encontrar ofertas 
mais atraentes e mais alinhadas com as suas expectativas.
A inovação pode ser entendida como o processo de traduzir uma ideia ou invenção em um 
bem (ou serviço) que cria valor para os clientes e pelo qual eles estarão dispostos a pagar (TRIGO, 
2012). Além de atender a uma necessidade específica, uma ideia, para efetivamente constituir-se 
em inovação, deve poder ser reproduzida a um custo economicamente viável.
Figura 6 – Clientes e suas expectativas
Fonte: Bacho/Shutterstock
 
A palavra inovação deriva do termo latino innovatio, que pode significar tanto uma ideia totalmente 
nova quanto a renovação de um conceito existente (BROWN, 2010). Para o senso comum, a palavra 
é usada apenas para descrever uma nova ideia, mas, no contexto corporativo, significa invenções 
que podem ser economicamente bem-sucedidas. Isto é, na área de negócios uma nova ideia só é 
considerada uma inovação quando permite à empresa implementá-la comercialmente. Do ponto de 
vista social, uma inovação também pode trazer benefícios que favorecem toda uma comunidade. 
Para Trigo (2012, p. 61):
A inovação — que permeia toda a organização, que se alimenta de aprendizado (ao 
longo da vida), que se desenvolve por meio de ferramentas e metodologias específicas, 
que utiliza racionalmente tecnologias, que se valida por indicadores próprios, que 
persegue novos valores e é potencializada por meio dos novos processos gerenciais 
— deve ser vista como a principal alavanca do crescimento sustentável de uma 
organização.
Por outro lado, em situações de mercado altamente competitivas, a questão que se coloca 
para as empresas é inovar ou morrer. Embora esse ponto de vista possa ser considerado extremo, 
traduz as consequências terríveis que as organizações que não conseguem inovar vão enfrentar 
para permanecer ativas.
Além disso, a importância da inovação para sobrevivência e longevidade organizacional é 
evidenciada pela capacidade de se renovar de forma rápida e consistente que as empresas bem 
posicionadas apresentam. A inovação revela-se como um valor do núcleo dessas organizações 
ou como uma filosofia integrada nas declarações de suas missões e de suas visões empresariais. 
Mesmo assim, ela ainda precisa ser consolidada como um valor efetivo dentro das organizações 
e um objetivo a ser perseguido. Ou seja, há muita conversa sobre a importância de inovação, mas 
não um conjunto significativo de medidas paragarantir que seja plenamente inserida dentro das 
práticas organizacionais.
A inovação é fundamental para possibilitar a competitividade no mercado atual e é uma das 
principais ferramentas para a empresa diferenciar seu produto em relação à concorrência. Se ela não 
pode competir em preço, certamente vai precisar de produtos e ideias inovadoras para possibilitar 
que a sua marca se destaque da multidão. Para que a inovação possa ser adotada como estratégia, é 
fundamental que a organização deixe de pensar nela como um simples chavão e passe a incorporá-
la estrategicamente em todos os níveis da organização, em todos os seus aspectos operacionais, 
 
nos processos e metodologias de projeto e de trabalho e no comportamento e na atitude de todos 
os funcionários e colaboradores.
Figura 7 – Inovação
Fonte: Ivelin Radkov/Shutterstock
Seguindo a sugestão de boas práticas defendidas por Trigo (2012, p. 62), ao colocarmos 
em ação um plano para a inovação estratégica, devemos nos preocupar com características 
fundamentais como:
a) Desafiar as ortodoxias, “rompendo” dogmas relativos à relação de causalidade singular 
entre o modus operandi e o sucesso das empresas que atuam em nosso mercado.
b) Aproveitar descontinuidades, estando atentos e procurando antecipar diversos padrões de 
mudança.
c) Perceber a empresa como um portfólio de habilidades e qualidades a ser utilizadas para 
responder a desafios e oportunidades do mercado.
d) Entender necessidades, “vestindo a pele do cliente”, e perceber quais são suas 
necessidades reais e seus desejos mais profundos.
 
2.1. Inovação e competitividade
Figura 8 – Estimular novas ideias
Fonte: Billion Photos/Shutterstock
As empresas precisam aprender a estimular o uso da inteligência por parte dos seus colaboradores, 
permitindo que eles possam expressar novas ideias e apresentar novas propostas de atuação. 
Existem várias razões pelas quais a necessidade de geração de ideias inovadoras torna-se crucial 
para o sucesso de um negócio. Embora cada organização tenha suas próprias prioridades e questões 
específicas de cada setor para atender, aquelas que não conseguem inovar correm o risco de ceder 
espaço significativo para a concorrência, podendo perder até o pessoal-chave para seu funcionamento, 
por falta de estímulo e perspectiva, ou simplesmente seguir operando de forma ineficiente.
A inovação será sempre um diferencial importante para os líderes de mercado em relação aos seus 
concorrentes. Ela contrapõe-se aos métodos tradicionais de fazer negócios e colabora decisivamente 
para a sobrevivência das organizações, permitindo que elas tenham uma vida mais longa e maior 
competitividade no mercado. Em geral, as empresas inovadoras incorporam organicamente esse 
conceito e adotam a inovação como parte das suas declarações de missão corporativa.
Assim, a inovação tende a receber permanentemente uma série de colaborações criativas 
distintivas durante todo o período de implantação e existência corporativa. Isto é, a inovação dentro 
das empresas deve ser constante e transformar-se em uma atitude para a inovação, exigindo uma 
série de medidas estruturais para garantir que ela se torne efetiva e orgânica.
Podemos identificar sete tipos de inovação que são de fundamental importância para as empresas:
a) Inovação de produto - novos e melhores produtos que a organização pode fornecer 
aos clientes.
 
b) Inovação de serviço - ofertas de novos e melhores serviços e entrega de alta qualidade dos 
serviços aos clientes.
c) Inovação de processos - melhores maneiras de fazer as coisas que economizam tempo e/
ou dinheiro.
d) Inovação do modelo de negócio – visando melhorar a forma como a organização cria, 
entrega e oferece valor para os clientes.
e) Inovação organizacional - visando melhorar a maneira como a organização gerencia e 
envolve seus funcionários e colaboradores.
f) Inovação de marca e comunicação - desenvolvendo novas e melhores maneiras de 
apresentar as mensagens públicas da organização, seus produtos, serviços e marca.
Figura 9 – Inovação
Fonte: Ivelin Radkov/Shutterstock
Na prática, a implantação de uma nova maneira de proceder industrialmente é muito difícil de 
ser implementada, porque as empresas, na maioria das vezes, não têm ideia de como começar. 
Existem várias definições e recomendações conflitantes a respeito da inovação corporativa, e o 
maior desafio das organizações e dos gestores, hoje, é justamente obter a informação relevante em 
tempo e a tempo para a tomada de decisão na adoção dos processos que permitem a renovação 
 
dos procedimentos corporativos. Para Starec (2013, p. 45), a inovação dentro das empresas deve 
se apoiar em três pontos fundamentais:
(1) renovação estrutural (para acompanhar as tendências de negócios);
(2) liderança (para agir e evitar as ameaças competitivas);
(3) foco nas pessoas (para identificar as novas oportunidades).
(1) Renovação estrutural
Diversamente do que entende o senso comum, a estrutura e o escopo da empresa não oferecem 
empecilhos para a renovação. Ao contrário, uma empresa bem estruturada estará mais apta a 
fornecer as condições de trabalho e os recursos necessários para implantar processos inovadores. 
Neste novo ambiente competitivo de mercado, tanto as organizações públicas quanto privadas 
precisam rever seus conceitos e, muitas vezes, redesenhar suas estruturas organizacionais para 
adequá-las aos novos tempos.
No mundo digital atual, as novas formas de exercer trabalho têm abalado os alicerces da 
estrutura tradicional das empresas, passando da hierarquia funcional clássica para processos mais 
dependentes do trabalho em equipe e menos hierarquizados. Esse novo modelo de trabalho está 
forçando as empresas a mudar papéis e descrições de funções; repensar carreiras e mobilidade 
interna; enfatizar habilidades e aprendizado como chaves para o desempenho; redesenhar as 
estratégias para definir metas e recompensar as pessoas; além de mudar o papel dos líderes.
Essa nova estrutura garante maior liberdade de pensamento e maior competência para adoção 
de processos inovadores, entretanto, é impossível passar de um processo tradicional imediatamente 
para outro totalmente renovador. A inovação deve ser implantada por etapas, visando sempre 
atender oportunidades identificadas no mercado, geralmente pela concepção de novos produtos 
e serviços que atendam melhor às necessidades dos clientes usuários.
Em busca desse status, o design thinking é uma ferramenta poderosa, que deve ser usada para 
ajudar a organização a implantar essas modificações estruturais. Um bom exemplo disso pode 
ser verificado, na prática, no Portal de Inovação da Unilever, onde as inovações implantadas pela 
empresa são descritas e justificadas, com os motivos que levaram a elas apresentados claramente.
 
Figura 10 – Website da Unilever
Fonte: Gil C/Shutterstock
A organização precisa estabelecer de forma clara quais são seus objetivos de renovação e 
promover as alterações estruturais adequadas para atender às novas solicitações que surgem a partir 
disso. A renovação apresenta duas possibilidades distintas, de acordo com Startec (2012, p. 87):
Inovações de produto:
Também chamada de inovação incremental, a inovação de produto compreende 
uma inovação técnica, em que a função básica do produto – ou a criação de um 
serviço adicional – vem a ser incrementada. É um tipo de renovação que não exige 
modificações estruturais significativas.
Inovações de processos:
A renovação dos processos de produção e de atuação de mercado promove alterações 
mais profundas, muitas vezes chamadas de disruptivas, que alteram paradigmas 
 
e visam otimizar o desempenho total da organização. As inovações de processo 
ajudam as empresas a tornar suas operações mais eficazes em custo e economia 
de tempo, e oferecer produtos muito mais criativos. O objetivo das inovações de 
processo é em grande parte o aumento da produtividade. A empresapassa a produzir 
produtos de alta qualidade aos mais baixos custos de produção possíveis, e se torna 
competente para alcançar maior confiabilidade, além de reduzir custos com energia 
e/ou matérias-primas.
(2) Liderança
O conceito de liderança é encontrado em diversos tipos de disciplina. Em ciências sociais, 
refere-se à capacidade do individuo de planejar, coordenar e controlar as atividades em grupos da 
sociedade ou dentro das organizações.
A liderança empresarial pode ser definida como um comportamento que influencia direta e 
indiretamente a realização de diversos objetivos, geralmente derivados dos objetivos globais da 
organização, e relacionados com as expectativas das partes interessadas. Essa competência pode 
ser vista de duas perspectivas distintas: uma para designar as pessoas que dirigem um negócio, 
como diretores e administradores de empresa; outra destinada a nomear o processo de gerir uma 
empresa com foco na gestão institucional, funcional ou de processos, isto é, um líder competente 
para conduzir e influenciar o desempenho da organização nessas áreas.
De qualquer ponto de vista, o líder é fundamental para a condução do processo de inovação 
corporativa. Nas empresas modernas, a liderança não é fruto de uma decisão hierárquica, 
mas identificada a partir da sua capacidade de conquistar seguidores. A inovação não emerge 
espontaneamente das bases para o topo. Nasce da influência direta realizada pela relação pessoal 
entre líderes e seguidores, uma vez que a liderança geralmente engloba ações estruturais, como 
incentivos, motivação, planejamento e implantação de sistemas de desempenho, que podem exercer 
influência direta sobre o comportamento dos componentes de uma equipe de trabalho. Além disso, 
o líder geralmente tem a capacidade de identificar quando uma ideia nova representa ou não uma 
boa oportunidade comercial.
(3) Foco nas pessoas
A maioria das grandes empresas atuais defronta-se com processos de alterações profundas na 
estrutura de negócios. A modelagem tradicional baseada na hierarquia transforma-se em modelos 
 
de organizações planas e abertas, funcionando em rede e orientadas por metodologias focadas em 
suas principais competências. Dessa forma, procuram implantar projetos de inovação que buscam 
atingir metas para aumentar o seu valor de longo prazo e de forma sustentável. Isso só é possível 
quando o usuário final dos artefatos destinados ao mercado pela organização é o foco das ações 
de todo processo corporativo.
Além disso, as pessoas dentro das organizações precisam ser estimuladas para o uso da 
criatividade e o espírito da inovação, e o sucesso inovador de uma empresa é amplamente determinado 
por executivos seniores que lideraram o processo pelo exemplo. Um elemento importante dentro 
do grupo de liderança é o clima. Os líderes desempenham um papel crucial na condução de um 
clima favorável à inovação, que geralmente envolve todos os membros da equipe.
 
3. DESIGN THINKING NA ARENA DOS NEGÓCIOS
Figura 11 – iPod da Apple e Facebook
 
Fonte: Vdovichenko Denis/ Nevodka/Shutterstock
A maioria das empresas de hoje têm necessidade de inovação. Elas anseiam por encontrar e 
aplicar uma metodologia de inovação que permita virar o jogo, como o iPod da Apple, ou criar uma 
nova categoria digital revolucionária, como o Facebook. Muitas fazem esforços genuínos para ser 
inovadoras, gastam fortunas em P&D (pesquisa e desenvolvimento), geralmente aplicadas à geração 
de novos produtos, procuram por projetistas mais criativos e contratam consultores especializados 
em inovação. Mas a maioria delas obtêm resultados decepcionantes. Por quê? Martin (2010, p. 27) 
oferece uma resposta convincente e provocadora: em geral, porque se apoiam muito exclusivamente 
no pensamento analítico, que se limita a aprimorar o conhecimento adquirido, produzindo apenas 
pequenas melhorias para manter o status quo.
Para inovar e ser vencedoras, as empresas precisam pensar como designers, aplicando 
metodologias de design thinking. Essa metodologia de pensamento está enraizada na forma como 
o conhecimento avança de uma fase para outra na evolução humana: do mistério (algo que não 
podemos explicar) usado pelos povos primitivos à heurística – uma regra de ouro que nos guia 
em direção à resolução de um problema, termo traduzido como uma forma de inventar e facilitar 
o encontro de uma solução (DUAILIBI; SIMONSEN, 2009). E daí para um algoritmo (uma fórmula 
previsível para a produção de uma resposta) ou a transformação dele em código (quando a fórmula 
se torna tão previsível que passa a ser totalmente automatizada).
Assim, conforme o conhecimento avança pelos estágios de aprendizagem dos seres humanos, 
com a aplicação dos pressupostos do design thinking, os negócios progridem, a produtividade 
das empresas cresce e os custos caem, os produtos tornam-se muito mais atrativos pela criação 
 
de valor para os clientes e geram lucros maiores para as empresas. Liedtka e Ogilvie (2015, p. 3) 
afirmam que todo gestor precisa de design. Não é possível criar um negócio sem ele. Mas do que 
se trata? Afinal, o que é design thinking? Ao ser solicitado a descrevê-lo, Tim Brennan, do grupo da 
Apple’s Creative Services, rabiscou o seguinte esboço:
Figura 12 – Representação gráfica do conceito de design
Fonte: Adaptado de Liedtka e Ogilvie (2015, p. 3).
3.1. Design thinking e inovação corporativa
Roger Martin, em seu livro Design para negócios (2010), mostra como empresas líderes 
como Procter & Gamble, Cirque du Soleil, Rim, entre outras, usam o pensamento de design para 
alavancar o conhecimento por meio dos protocolos metodológicos do design thinking aplicados 
para produzir inovações e vantagens competitivas; não por acaso, essas empresas são lideres 
mundiais em seus segmentos.
A aplicação das metodologias de projeto de design no mundo corporativo oferece ferramentas 
eficazes para detectar conhecimentos profundos e novas perspectivas de negócios, que se refletem 
na oferta de renovados produtos e serviços, na maioria vezes portadores de características inéditas 
e focadas nas reais necessidades dos clientes usuários. Pensar como os designers oferece uma 
metodologia avançada que se traduz como fundamento verdadeiro de inovação bem-sucedida 
e rentável. Três parâmetros são essenciais para balizar as ações das empresas que optam pela 
implantação dos processos de pensamento de design:
1º compreender os clientes;
2º gerar ideias para teste;
3º integrar as novas ideias às estratégias da organização.
1º Compreender os clientes: pois uma inovação em produtos e serviços começa sempre com a 
identificação de uma necessidade do cliente insatisfeita. As empresas, de maneira geral, muitas vezes 
não têm ferramentas adequadas para articular as suas próprias fontes de avaliação de mercado, 
 
e as metodologias tradicionais de pesquisa padrão apenas arranham a superfície do problema. 
O design thinking oferece ferramentas diferenciadas para envolver profundamente as ofertas da 
marca com os clientes e compreendê-los de maneira nova e mais significativa.
Essa ferramenta de design chama-se empatia e é uma forma de se concentrar nas experiências 
dos usuários, especialmente nos seus entes emocionais. A empatia é um processo de inter-relação 
entre o designer e os clientes destinatários dos produtos e serviços que serão projetados. Tem a 
finalidade de possibilitar a avaliação das reações e comportamentos que eles manifestam em relação 
ao que querem e precisam. Essa avaliação oferece feedback importante para o processo de design, 
acriação das soluções necessárias e prognóstico dos resultados que poderão ser alcançados.
Figura 13 – O processo de empatia
Para Brown (2010, p. 46), empatia é o processo que leva o designer a pensar nas pessoas como 
pessoas e não como ratos de laboratório ou desvios padrão. Fonte: VLADGRIN/ Shutterstock.
A utilização do processo de empatia permite que as empresas possam avaliarmelhor e mais 
profundamente os desejos e as aspirações dos usuários de seus produtos e serviços e dimensionar 
qualitativamente as experiências do cliente nas relações de uso deles, possibilitando uma orientação 
de projeto mais adequada às necessidades do cliente e que possa representar para ele maior valor.
 
Avaliar corretamente as necessidades do usuário torna a empresa mais competente em suas 
ofertas e direciona seus esforços para sistemas organizacionais em que os resultados premiam 
o sucesso de novos produtos, não castrando a criatividade dos profissionais e possibilitando 
programas que encorajam a imaginação, a realização individual e a mentalidade aberta, movida 
pelo desejo de criar produtos mais honestos e mais funcionais.
As concepções de produto ou serviço apoiadas pelo processo de empatia permitem uma visão 
holística que não se apoia em um único foco de orientação para o projeto. Elas apoiam-se em 
estratégicas que frequentemente tendem a abordar holisticamente como uma decisão de negócios 
ou uma trajetória de mercado irão influenciar positivamente as experiências dos usuários em 
todas as suas dimensões. Muitas vezes, reconhecem apenas implicitamente que as ofertas bem 
desenhadas contribuem para o sucesso financeiro da organização.
3.2. Design thinking e relações com o cliente
O foco em grandes experiências não se limita a designers de produto, gestores de marketing e 
estrategistas. Ele abarca todas as funções voltadas para o cliente, inclusive financeiras. Identificar 
necessidades e oportunidades de atender melhor ao usuário possibilita lançar um novo produto 
no momento em que a empresa identifica que precisa reduzir o preço para competir com produtos 
similares. Essa necessidade é o primeiro sinal de que o produto tradicional está ficando obsoleto.
Design thinking possibilita criar grandes expectativas e eventos antecipadamente para que o 
consumidor fique encantado pelo novo produto. Versões inovadoras e extensões de linha renovadas 
não servem apenas como estratégia para tomar espaço na prateleira dos concorrentes, mas, sim, 
para atender ao mercado de maneira correta, promovendo a plena satisfação do cliente.
2º Gerar ideias para teste: O projeto de produtos e serviços orientado pela metodologia de design 
thinking visa transformar as necessidades não satisfeitas em inovação. Ideias inovadoras são 
selecionadas e remetidas à prototipagem, isto é, à criação de protótipos destinados a testes para 
avaliar a relação do usuário com o produto ou serviço e receber feedback do cliente. A prototipagem 
tem a finalidade de fazer um teste rápido para se chegar a uma solução melhor. Os designers 
dominam ferramentas e técnicas adequadas para concepção, prototipagem, testes, avaliação e 
finalização dos projetos idealizados (veja a figura 14).
 
Figura 14 – Protótipo do Apple Phone
Protótipo do Apple Phone, imaginado na década de 1980, apoiado por um conceito minimalista. 
Fonte: link.estadao.com.br/noticias/geral,iphone-ipad-e-mac-imaginados-nos-anos-80,10000031246, acesso em 20.maio.2016.
O conceito de design thinking contrapõe-se àquela variante inicial do industrial design conhecida 
como styling, que dividia claramente as características do produto entre uma estrutura interna e 
uma forma externa. Segundo essa forma, o designer era um mero e simples “fazedor de formas 
estilísticas”, que se concentrava apenas na formatação externa do artefato. Jà o pensamento 
de design envolve toda a estrutura do projeto até a forma final, que será necessariamente mais 
estética e psicologicamente mais atraente, mas que foi aplicada para resolver todos os aspectos 
intrínsecos do objeto.
Como processo criativo destinado a formular melhores soluções para problemas complexos, 
design thinking passou a ser utilizado como metodologia para solução de problemas intangíveis, que 
envolvem a experiência do cliente também na área de bens de serviço. Essas soluções abrangem 
bens intangíveis e fisicamente não mensuráveis e que, ao contrário dos produtos, não podem ser 
tocados e avaliados fisicamente.
Assim, para testar produtos físicos e ideias intangíveis, o designer recorre a protótipos dos objetos 
ou simulações de processos de serviço que permitem testar e avaliar as soluções concebidas pelo 
confronto real promovido pela utilização e experimentação dos modelos de teste de forma plena 
por parte dos clientes. Por conseguinte, o designer tende a se preocupar com todos os aspectos 
 
que envolvem um artefato: econômicos, práticos, estéticos e aqueles que refletem as necessidades 
efetivas identificadas pela empatia.
Considerando esses aspectos, a atividade de design tende a uma racionalização dos processos 
de fabricação e uma seleção da diversidade de produtos oferecidos pela organização, porque o 
papel do designer se estende também ao de planejador. A seguir, um exemplo de teste realizado 
com um protótipo de veículo automotor:
Figura 15 – Teste da C-1 da Lit Motors
C-1 da Lit Motors: motocicleta revolucionária que não tomba e oferece a segurança 
de um carro para seu proprietário. Fonte: http://otimundo.com/c-1-a-motocicleta-que-nao-
tomba-e-ira-revolucionar-o-transporte-em-duas-rodas/, acesso em 20.maio.2016.
O conceito de forma do design tradicional, inicialmente relacionado à superfície do objeto, na 
concepção do design thinking está atenuado pelo conceito de propriedade formal. Este não se refere 
exclusivamente à realidade externa do objeto, sem conteúdo, ou como uma mera casca indiferente 
a este, mas como um fator ligado à estrutura interna do produto e condicionado por ela.
Dessa forma, os protótipos podem ser inicialmente toscos, construídos de maneira simples, 
mas carregados de sentido relacionado com as avaliações e o feedback obtido nas interações com 
os usuários. Eles são apresentados como uma maneira natural de o artefato aparecer, resultante 
de um processo projetual global, não parcelado ou subdividido, mas intencionalmente pensado de 
forma holística para proporcionar uma experimentação mais abrangente por parte do usuário. A 
prototipagem permite, portanto, uma avaliação pragmática do que poderá vir a ser o artefato em 
sua forma final de apresentação e possibilita à empresa avaliar o que deve ser mantido ou alterado 
para a confecção final.
 
Esse tipo de experiência oferecido pela metodologia do design thinking passou a ser adotado cada 
vez mais pela área de negócios, porque permite uma avaliação a priori das soluções que podem ser 
aplicadas e oferece uma medida real da sua eficácia. De certa forma, essa experimentação apoia-
se em processos de tentativa e erro, mas permite a revisão antecipada de conceitos e a finalização 
certa para proposta a ser efetivamente realizada.
Ademais, é necessário enfatizar que o aspecto de organização implícito na atividade de design 
thinking envolve trabalho em grupo, que permite ampliar as possibilidades criativas, e inserção 
dessa atividade no processo de desenvolvimento dos produtos ou das soluções de negócio, desde 
seu início até a fase terminal em que as decisões importantes que se refletem na estrutura final do 
artefato precisam ser tomadas.
É preciso observar que hoje, graças à metodologia do design thinking, as empresas dispõem 
de procedimentos de valorização dos quais se valem para comprovar os ativos materiais do valor 
de uso dos objetos projetados, a qualidade tecnológica e física de seus produtos e serviços e a 
possibilidade de satisfazer materialmente e psicologicamente os clientes. Assim, atendem melhor 
às expectativas estético-culturais da sociedade.
3º Integrar as novas ideias às estratégias da organização: as novas ideias produzidas pelo 
pensamento do design tendem a não florescer se não forem apoiadas por uma estratégia corporativa 
sólida, integrada aos objetivos da organização, incluindo um conjunto claro de opções que indiquem 
como esta vai capitalizar as novas soluções e torná-las rentáveis. Dessa forma,a possibilidade 
de introduzir novas tecnologias e processos inovadores em suas atividades comerciais seduz as 
organizações pela possibilidade de atender mais amplamente às necessidades do usuário e criar 
valor superior para suas ofertas ao mercado.
Isso é legitimado pela aplicação das técnicas de design que possam ser usadas como diferenciais 
para produtos, serviços e soluções que ela vai propiciar aos seus clientes. Essa consciência torna evidente 
que a organização precisa abraçar a metodologia do design thinking como competência essencial. 
Essa mudança não é fácil. Como muitas organizações com culturas tradicionais arraigadas foram 
bem-sucedidas por muitos anos, pensar como designer pode levá-las a enfrentar vários obstáculos.
Certamente, toca-se um ponto nevrálgico quando se consideram empresas que operam 
globalmente e que precisam apresentar resultados econômicos em diversas regiões diferentes, 
geralmente apoiadas na eficiência de padrões estabelecidos e replicáveis ao longo de extensos 
períodos de atuação. Para esse tipo de organização, a inovação de processos e procedimentos 
 
pode representar custos adicionais elevados e mudanças estruturais quase impossíveis de ser 
implantadas de imediato.
Por outro lado, a competição exige que os produtos e serviços dessas empresas sejam orientados 
para o mercado, caminhando lado a lado com as exigências dos clientes e balizados pela competência 
de oferecer soluções e procedimentos pioneiros aos usuários. Esse status só é possível de alcançar 
com a implantação de processos inovadores apoiados pelo design thinking. Recomenda-se, então, 
que essas organizações adotem inicialmente a inovações de produto e que, à medida que forem 
renovando sua cultura organizacional arraigada, passem a adotar também alterações de processos 
que permitam uma renovação mais radical e mais disruptiva.
 A seguir, há um infograma mostrando como integrar propostas comerciais de valor usando 
design thinking.
Figura 16 – Criação de valor
Criação de valor para artefatos empresariais com aplicação do método de design thinking. 
Fonte: http://www.mjv.com.br/noticias/aprenda-como-inovar-usando-design-thinking (acesso em 20/05/2026)
O design thinking integrado aos negócios ajuda a organização a explorar essas novas possibilidades 
de forma tangível, orientadas pelas melhores decisões centradas no cliente, balizadas por uma visão 
holística, colaborativa e inovadora. Orientar as soluções corporativas para o usuário permite uma 
interação maior com as expectativas e as aspirações que ele carrega e orienta a concepção de 
novos produtos e serviços muito mais afinados com essas demandas.
A adoção dessas estratégias não é fácil e exige, muitas vezes, uma mudança de atitudes 
corporativas e a implantação de uma nova filosofia que tende a reorganizar a cultura empresarial 
interna. Por outro lado, a renovação do ambiente corporativo propicia uma motivação maior dos 
 
agentes internos e melhora sensivelmente a capacidade criativa das equipes de trabalho, possibilitando 
que a organização passe a fornecer soluções mais efetivas em relação aos anseios dos clientes e 
melhora sua performance no ambiente de negócios.
4. IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO DESIGN
Design é a realização de um conceito ou ideia em uma configuração, desenho, 
modelo, molde, teste padrão, plano ou especificação (no qual a produção real ou 
comercial de um item é baseada) e que ajuda a alcançar o objetivo designado do 
item (BURDEK, 2010, p. 35).
Figura 17 – Designer de produtos e visual
 
Fonte: Wave Break Media/ Stokkete/ Shutterstock
Em geral, esse conceito é aplicado tanto para o design de produtos (industrial design) quanto 
para o design gráfico (visual communication). A ICSID – Conselho Internacional das Organizações 
de Desenho Industrial – adota como definição oficial a proposta de Tomas Maldonado (1999, p. 25):
Design é uma atividade criativa que consiste na determinação das propriedades 
formais dos objetos que escolhemos para produzir industrialmente. Por propriedades 
formais dos objetos, não devemos apenas considerar as características externas do 
objeto; mas ter em conta especialmente as relações estruturais que fazem com que 
um objeto, ou um sistema de objetos, sejam uma unidade coerente, tanto do ponto 
de vista do produto como do usuário.
O núcleo do design de produtos pode ser descrito como uma metodologia para resolver problemas 
e responder com eficiência e eficácia às necessidades dos seres humanos. Tradicionalmente, essa 
resposta tem tomado forma em produtos físicos que têm evoluído ao longo do tempo para atender 
 
cada vez melhor às necessidades de seus usuários. Nos últimos anos, no entanto, o papel do design 
industrial expandiu-se para não só responder a problemas de geração do produto,
mas também oferecer respostas por meio da concepção de serviços, estrutura das organizações, 
intervenções de gestão e processos, facilitação e diálogo. Entender as necessidades dos usuários 
por meio de pesquisa de design centrado no ser humano é a chave para gerar resultados efetivos, 
independentemente da forma que eles tomam.
O papel do profissional como designer é trabalhar junto a clientes para descobrir as necessidades 
e as oportunidades que eles podem inerentemente saber ou sentir, mas que, de maneira geral, não 
estão conscientes daquilo que exatamente precisam. Depois, sintetizar esses dados mapeando 
observações e identificando padrões e apresentar essas descobertas para os clientes de maneira 
visual e participativa que estimule o pensamento conjunto e o diálogo criativo (cocriação). Dessa 
forma, clientes e designers trabalham juntos para descobrir as oportunidades em que o design 
pode responder às necessidades dos usuários.
Equipado com o conhecimento e a compreensão adquirida pela investigação ativa, o designer pode 
usar vários métodos de design para desenvolver abordagens que tratam das questões emergentes, 
de maneira que a maioria das pessoas não costuma imaginar. Ao refinar ainda mais esses conceitos 
por meio de prototipagem e iteração, os resultados são gerados em várias formas, incluindo metas 
estratégicas, ideias acionáveis e planos abrangentes. O termo design pode ser interpretado como 
verbo ou como um substantivo, e a sua execução, como um processo.
SAIBA MAIS
Descubra mais sobre cocriação em: http://blog.konfide.com.br/o-que-e-co-criacao/, acesso em: 23.maio.2016.
Durante muito tempo, o termo design foi traduzido para a língua portuguesa como desenho 
industrial, orientando-se pela tradução do termo “industrial design”, originário da língua inglesa. 
Ele era definido como um processo que se destinava a projetar objetos para serem fabricados 
industrialmente, ou seja, produzidos em série pela intervenção da máquina. Essa definição centrava-
se mais concretamente no ato de desenhar objetos e era apoiada pelo conceito de ser o desenhista 
industrial um especialista no desenho de produtos, geralmente preocupado com o formato final do 
produto, para o qual destinava uma preocupação muito mais estética do que funcional.
Entendida dessa maneira, a prática do design era geralmente confundida com as atividades de 
engenharia ou de projetos industriais. Era geralmente desenvolvida por projetistas que dominavam 
 
apenas a linguagem do desenho técnico utilizado para fornecer as informações necessárias – 
isto é, a planificação – para os operadores de máquinas encarregados de reproduzir os objetos 
operacionalmente, em determinadas quantidades.
Com o desenvolvimento mais acentuado da atividade no Brasil por volta dos anos 1960 e com 
a criação de cursos específicos para o ensino de design, inclusive em nível superior de graduação, 
pioneiros como Alexandre Wollner (2003) implantaram a prática do design como atividade profissional 
e disseminaram uma conceituação muito mais adequada para o termo.
Design não pode ser traduzido como desenho, mas sim como desígnio, e sua prática deveser 
compreendida como a ação de designar um artefato, isto é, conceber um objeto considerando todos 
os aspectos que envolvem essa concepção. Ao projetar um objeto para uso humano, necessariamente 
se deverá centralizar as preocupações iniciais em entender como ele será utilizado, qual a sua 
necessidade, qual a sua relação com os aspectos antropométricos e anatômicos do usuário.
Um projeto de design começa com o usuário e termina no usuário. Vários outros aspectos serão 
envolvidos nele, dos mecanismos funcionais do artefato e sua estrutura lógica até o tratamento formal 
que vai determinar como será a sua aparência final. Com as novas tecnologias, é possível adequar 
melhor o design às atividades estratégicas das empresas e visualizar e controlar antecipadamente, 
com aplicação dos meios digitais, como será a forma final do artefato imaginado (figura 27).
 
Figura 18 – Veículo automotor de passeio
Visualização de um veículo automotor de passeio utilizando técnicas 
digitais de projeto. Fonte: Alex Mit/Shutterstock.
Enfim, os designers industriais concebem, desenvolvem e prepararam produtos para a fabricação 
em série. Eles estão particularmente preocupados com os aspectos dos produtos que se relacionam 
com a utilidade e o uso dos artefatos relacionados com o comportamento humano, além dos apelos 
estéticos e artísticos dos produtos.
 
5. EVOLUÇÃO DA METODOLOGIA DO DESIGN
A evolução social, política e econômica da metade do século XIX até a primeira metade do 
século XX pôs em evidência benefícios e limitações para a vida e o trabalho modernos. Avanços 
industriais e tecnológicos associados a esse período criaram complexidades sociais e econômicas 
para as pessoas e seu meio ambiente.
Figura 19 – Industrias dos séculos XIX versus XX
 
Fonte: Everett Historical/ Hamik/ Shutterstock.com
Disciplinas como arquitetura, planejamento urbano, engenharia e desenvolvimento de produto 
começaram a enfrentar novos tipos de solicitações em relação aos artefatos tradicionais do passado, 
e novas demandas para a resolução de problemas tornaram-se emergentes. Mais informados, 
os consumidores exigiam soluções mais inteligentes para os produtos que adquiriam e foram 
necessárias novas abordagens metodológicas para a concepção dos artefatos industriais.
A metodologia deve ser compreendida como um sistema de princípios ou regras para aplicação 
de métodos ou procedimentos específicos, que podem ser utilizados para interpretar ou resolver 
problemas diferentes no âmbito de uma certa disciplina. Ao contrário de uma expressão da lógica 
formal, uma metodologia não é uma fórmula, mas um conjunto de práticas. Estas correspondem 
aos métodos ou protocolos que são aplicados para fornecer um procedimento claro no acesso a 
algum domínio ou fenômeno. Para Parra e Santos (2000, p. 47):
Enquanto na lógica formal é feita a abstração da matéria procurando fazer com que 
o pensamento concorde consigo mesmo, a lógica aplicada aborda o problema de pôr 
o pensamento de acordo com o objeto; para tanto, indica o processo a ser seguido, 
ou seja, o caminho a ser percorrido, tendo em vista o objetivo a ser atingido, que é 
 
a verdade. A metodologia é esse conjunto de processos, que etimologicamente tem 
o significado de caminho para se chegar a um fim.
A adoção do design como uma metodologia de projeto mais elaborada e sistematicamente 
organizada eclodiu na Escola de Ulm (Ulm School of Design), sediada na Alemanha, sucedânea da 
Bauhaus. Nela, pioneiros do ensino de design introduziram diversas disciplinas complementares, 
como a teoria da comunicação, a cibernética e a análise operacional, visando dar ao estudo da área 
um caráter mais interdisciplinar e sistêmico. Tomaz Maldonado, um dos mais ilustres participantes 
dessa escola, definiu a metodologia de design da seguinte maneira (MALDONADO, 1999, p. 25):
Design é uma metodologia de projeto que envolve uma série de prioridades 
estabelecidas a partir da identificação das necessidades de produtos com os quais 
os seres humanos entram em relação de uso direta e perceptiva. A concepção 
desses produtos surge durante a fase de análise relativa à utilização desses objetos 
e se efetiva pela oferta perceptiva do seu valor de uso, que será dimensionado pelo 
usuário em relação aos aspectos funcionais, visuais, acústicos, táteis e simbólicos 
que o objeto incorpora.
Figura 20 – Escola de Ulm (Ulm School of Design)
Fonte: http://www.hfg-archiv.ulm.de/english/the_hfg_ulm/history.html, acesso em 22.jun.2016, e https://commons.
wikimedia.org/wiki/File:1955_Foto-HansGConrad_HfGUlm_Architekt-MaxBill.jpg, acesso em 22.jun.2016.
Consequentemente, aplicando a metodologia de design, o designer, como designador de um 
artefato destinado à produção industrial, deverá se preocupar com todos os aspectos que o envolvem, 
desde a concepção até a sua disponibilização para uso. Dessa forma, design é planejamento e 
técnica, mas também envolve percepção estética e sensibilidade artística. Elas vão conferir ao 
 
objeto a funcionalidade necessária e justa em relação ao usuário e também impactar positivamente 
o senso estético.
Essa metodologia de projeto integrou-se às estratégias corporativas com a finalidade de agregar 
maior valor aos produtos e aos serviços oferecidos pelos fabricantes. A referência aos procedimentos 
industriais e à produção em série, destinada a colocar o artefato ao alcance de um determinado 
número de pessoas na sociedade, determina os limites entre o design e as artes aplicadas, que são 
mais orientadas para o artesanato.
Design pode ainda ser entendido como um verbo que expressa a competência de designar 
objetos e soluções industriais ou na área de negócios e, também, como substantivo que dá nome ao 
resultado final da concepção. Isto é, o termo design pode ser usado para nominar o objeto resultante 
da ação projetual. Uma metodologia atual de design, por exemplo, leva em consideração a origem 
sustentável da matéria-prima, processos sustentáveis ao longo da cadeia de valor, até o descarte 
reciclável do produto (ver figura a seguir).
Figura 21 – Design e cadeia produtiva
CICLO DE VIDA
DO PRODUTO
DESIGN, CRIAÇÃO
PROJETO, PRODUÇÃO EXPOSIÇÃO, CLIENTE,
COM
PRA, UTILIZAÇÃO
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Fonte: Elaborado pelo autor.
 
5.1. Implantação da metodologia do design
Figura 22 – Desafios
Fonte: Andor Bujdoso/ Shutterstock.com
Em relação à prática projetual no campo dos objetos destinados à reprodução em série, todas as 
necessidades metodológicas do design estão relativamente bem resolvidas. Isso inclui atualmente, 
preocupações que abrangem toda a cadeia produtiva, em especial aquelas relacionadas com a 
utilização de matérias-primas que não representem agressões ao meio ambiente, desde a extração 
até o descarte. Entretanto, como metodologia mais ampla direcionada para aplicações mais abertas 
e relacionadas com a solução de problemas variados no ambiente de negócios, ou mesmo como 
aplicação de métodos de trabalho em outras áreas de projeto, torna-se necessário observar algumas 
variáveis importantes para condução do pensamento de design, concentradas em cinco pontos 
fundamentais:
a) Divergência: definir o problema a ser solucionado com exatidão, para que os métodos 
de design possam ser aplicados sem conflitos com a realidade das necessidades 
identificadas junto aos usuários ou destinatários das soluções que serão encaminhadas. 
 
Para essa etapa, pesquisas quantitativas e qualitativas devem ser aplicadas para definir 
melhor aquilo que se busca resolver.
b) Transformação: etapa que se apoia nos dados e nas informações relevantes aferidos 
durante as pesquisas realizadas e que servirão de apoio para a proposta de soluções. 
Geralmente, essa fase é mais bem conduzida por uma equipe de trabalho multidisciplinar, 
que pode incluir conhecimentosde arquitetura, design gráfico, teoria da informação, 
gestão de projetos, empatia e interação.
c) Convergência: etapa em que se constroem protótipos e modelos de teste ou cenários de 
simulação, para verificar e comparar até que ponto as soluções propostas respondem aos 
problemas identificados.
d) Sustentabilidade: os protótipos servem de parâmetros de avaliação e podem ser 
modificados para que as soluções sejam novamente confrontadas com as necessidades 
do usuário, visando às aproximações necessárias com a solução definitiva. Atualmente, 
emergiu o conceito de design sustentável, que procura reduzir os impactos negativos 
sobre o meio ambiente, a saúde e o conforto dos usuários, melhorando assim o 
desempenho de produtos, serviços, ambientes e situações. Os objetivos básicos da 
sustentabilidade são reduzir o consumo de recursos não renováveis, minimizar o 
desperdício e criar ambientes saudáveis e produtivos. De maneira geral, os princípios de 
design sustentável incluem a capacidade de:
• otimizar o potencial local de fornecimento de matérias-primas;
• minimizar o consumo de energia não renovável;
• desenvolver produtos ambientalmente preferíveis e não agressivos ao meio ambiente;
• proteger e conservar a água;
• melhorar a qualidade do ambiente interior; e
• otimizar as práticas operacionais e de manutenção.
Utilizar uma filosofia de design sustentável incentiva decisões em cada fase do processo 
de projeto visando reduzir os impactos negativos sobre o meio ambiente e a saúde 
dos usuários de produtos e serviços, sem comprometer a linha de fundo dos projetos 
destinados à industrialização. É uma abordagem integrada, holística, que incentiva 
compromissos e compensações. Ela impacta positivamente todas as fases do ciclo de 
vida de um produto, incluindo concepção, produção, utilização e descarte.
e) Articulação – abrange a relação visual entre as partes e o todo e a relação entre a 
forma do artefato e a sua funcionalidade. Geralmente, a articulação procura se apoiar 
no envolvimento do usuário e nas suas necessidades para desenvolver em conjunto 
com o designer uma solução. Antes do projeto de design, os requisitos de usabilidade e 
 
conforto e as futuras relações do usuário com o objeto são identificados por entrevistas, 
que orientam o desenvolvimento de soluções e o gerenciamento das informações que 
enfatizam um consenso na solução a ser concebida.
A metodologia não é um conjunto fixo de métodos invariáveis, mas uma relação de processos que 
podem ir evoluindo à medida que vão sendo aplicados. Os insights fornecidos pelo relacionamento 
com o usuário vão sendo incorporados ao processo de solução de problemas. O processo de 
design evolve também a manifestação de comportamentos intuitivos que podem variar de designer 
para designer, já que não existe uma maneira única de aplicar a metodologia. De qualquer forma, 
algumas orientações básicas precisam ser observadas nas decisões que visam apresentar soluções 
inovadoras e significativas para quem vai usar os artefatos projetados:
• Todas as soluções e propostas devem ser orientadas para o usuário.
• As propostas devem se apoiar em dados relevantes de pesquisas qualitativas ou quantitativas 
para identificar melhor as necessidades do usuário.
• A criatividade deve ser estimulada na busca por soluções mais inovadoras, com a aplicação de 
métodos de desbloqueio e estímulo de ideias como brainstorming, mapas mentais, pensamento 
divergente etc.
• Todo o processo metodológico deve ser apoiado nas possibilidades de incorporação de vários 
conhecimentos subsidiários, reforçando o caráter da multidisciplinaridade, da interdisciplinaridade 
e da transdisciplinaridade, conduzidas por uma visão sistêmica e holística do design.
Essa orientação também impedirá que o design se comporte como uma disciplina derivada de 
um corpo compartilhado de conhecimentos superados. Assim, evita o risco de ele se tornar uma 
atividade instável devido às noções ultrapassadas de racionalidade técnica, oriundas da origem 
de seus procedimentos profissionais ligados ao artesanato. Portanto, a incorporação de novos 
conhecimentos e novos métodos de concepção ajuda o design a romper com uma herança técnica 
estática e sem imaginação e colabora para a integração da multidisciplinaridade, do pensamento 
intuitivo e da inteligência emocional em suas atividades.
Dessa forma, os métodos de concepção influenciaram a prática e o ensino do design, e este se 
estendeu, como metodologia, a várias outras áreas do conhecimento, da indústria e dos negócios. 
Métodos de concepção de design são hoje um termo amplamente utilizado nas mais diversas atividades 
profissionais que se apoiam nas práticas dele para resolver problemas e criar novas soluções.
 
SAIBA MAIS
Um dos conceitos mais inovadores utilizados nas aplicações de design thinking é o de “cocriação”. 
A proposta é que o próprio ciente, ou ainda profissionais localizados ao longo da cadeia produtiva, 
tais como fornecedores e revendedores de varejo, participem de projetos e sessões de criatividade 
para lançamento de novos produtos ou reformulação dos existentes, junto com os profissionais 
da empresa, colaborando para agregar maior valor ao produto. Essas pessoas podem ser 
recompensadas recebendo produtos customizados e exclusivos ou pela difusão da inovação que 
ajudaram a criar com os devidos créditos de coautoria. Apenas como referência, o maior projeto de 
cocriação do mundo é o site colaborativo Wikipédia.
A aplicação da metodologia de design evoluiu ao longo do tempo. Embora permita uma variada 
possibilidade de interpretações, em razão do seu caráter exploratório, que alterna um protocolo 
rigoroso como organização de projeto com procedimentos especulativos e mais intuitivos direcionados 
à antevisão do que poderá vir a ser um artefato no futuro, acabou por transformar-se em um 
poderoso sistema para resolução de problemas que permite ser aplicado em diversos setores das 
organizações e dos empreendimentos humanos, especialmente naqueles setores que requerem 
soluções mais criativas e inovadoras.
A criatividade é considerada a mola propulsora da inovação e, por isso mesmo, é cada vez mais 
requisitada nos ambientes corporativos como um componente essencial para a atuação profissional. 
O pensamento de design favorece o desenvolvimento criativo. Assim, sua aplicação passou a ser 
valorizada não só pelos insights que podem ser obtidos para geração de novas ideias, mas também 
como processo que favorece a materialização e a implantação delas, que podem ser transformadas 
em valor para a organização.
A criatividade incorporada ao perfil profissional do indivíduo representa para a organização maior 
potencial inovador, embora nada impeça que uma pessoa pouco criativa, ou avessa ao risco, não 
possa ser produtiva e solucionar seus problemas. Entretanto, como processo de aprendizagem, a 
metodologia de design favorece a incorporação de procedimentos que auxiliam o processo inovador 
e a concepção de novas ideias. Por isso, as empresas passaram a adotar o pensamento de design 
para estimular seus profissionais e desenvolver melhor seus potenciais criativos, que são inerentes 
a todos os seres humanos, mas precisam ser estimulados.
As organizações estão conscientes de que a inovação passou a ser uma necessidade competitiva 
e que as empresas que não inovarem poderão até deixar de existir. Nesse sentido, a metodologia 
de design colabora para a inovação corporativa e permite maior compreensão das demandas de 
 
mercado, uma vez que os processos de design exigem um relacionamento mais profundo com os 
usuários dos bens e serviços que a empresa apresenta.
Figura 23 – Design dentro das corporações
Fonte: Rawpixel.com/ Shutterstock.com
O design, tanto como processo inovador incorporado organicamente ou mesmo como uma 
atividade de consultoria ad hoc, passou a fazer parte do mundo dos negócios e das atividades de 
projeto das organizações.Estas passaram a reconhecer que as atividades criativas não dependem 
apenas de uma mente brilhante isoladamente, mas, sim, de uma gama de fatores inter-relacionados, 
que podem ser mais bem explorados com a aplicação dos métodos de design.
A metodologia do design tem servido para articular valor para os negócios e para a carreira 
dos executivos. Além disso, os designers hoje se apoiam em processos criativos e metodologia de 
produção de ideias e desbloqueio da criatividade para melhorar consideravelmente a concepção 
de artefatos inovadores e revolucionários para a indústria e para o conforto dos usuários.
 
ABA ACONTECEU
Design e valor de marca
Conceito de marca da Umbro nasceu de pesquisa em sete países
A renovação de imagem de marca da Umbro, desenvolvida por uma empresa de design na Inglaterra, 
que levou ao lançamento do conceito “Bring it on”, nasceu de uma pesquisa de percepção e 
entendimento da marca junto a um total de 5 mil entrevistas em sete países e 16 maiores cidades do 
mundo. Segundo o levantamento, 59% dos consumidores identificam a Umbro como uma autêntica 
marca ligada ao futebol e percebida como superior em termos de qualidade e tradição em relação 
à concorrência. Detectou-se ainda que 77% dos entrevistados identificam corretamente o logo da 
marca e 72% a percebem como uma marca britânica, sendo que 97% deste total consideram tal 
procedência como algo positivo.
Outra conclusão obtida é a de que o universo de compradores usuais da marca é variado e movido 
por diferentes razões. Por isso, uma das diretrizes da Umbro em suas campanhas é assegurar que 
cada tipo de consumidor ou segmento mantenha apego à marca ao longo do tempo. Mas sem perder 
de vista quatro valores básicos para todos eles: confiança, paixão, espírito de união e o orgulho de ser 
uma marca originada no mesmo país onde nasceu o futebol. A Umbro resume a essência da marca 
com a expressão “estilo vencedor”, defendida pela empresa como um “mantra interno” em torno do 
qual toda sua rede global deve se unir para garantir a consistência de comunicação em todos os 
mercados.
A Umbro foi fundada em Wilmslow Chesliire, na Grã-Bretanha, em 1920, na mesma época em que o 
futebol dava seus primeiros passos naquele país rumo à consagração como o esporte com mais fás 
em todo o mundo. Inicialmente denominada Humphrey Brothers Clothing, em 1924, a empresa criou a 
marca pela qual é conhecida hoje em dia a partir da contração das sílabas “Um” e “Bro” de seu nome. 
Depois de se firmar como uma das maiores marcas mundiais de produtos esportivos para futebol, 
especialmente uniformes e calçados, a Umbro foi comprada em 2007 pela Nike.
Artigo publicado na revista GAD – Design to Branding Magazine, ano XV, n. 9, jan.2013. O artigo 
também pode ser lido no site da revista: http://gad.com.br/PT/artigos-e-materias/detalhe-artigo/24, acesso em: 
13.jul.2016.
 
6. DESIGN THINKING COMO MÉTODO PARA PENSAR E AGIR
O que pensamos quando consideramos o desenvolvimento do design de um produto ou de 
um artefato?
Figura 24 – Pensar e agir
Fonte: G-stockstudio/ Shutterstock.com
No princípio da sua aplicação, o design era visto como um processo direcionado a determinar as 
propriedades formais dos objetos para torná-los mais atrativos quando submetidos aos processos 
de venda ao consumidor. Entretanto, essa visão estava direcionada apenas aos aspectos estéticos 
e desconsiderava a estrutura e as funções que o artefato deveria incorporar em seu uso. Com a 
evolução da metodologia do pensamento de design, o usuário passou a ser a parte essencial do 
processo, e as relações funcionais e de uso passaram a orientar e fundamentar todos os procedimentos 
e decisões de inovação e criação de novos artefatos industriais, que também são apoiados em 
consideração sobre fatores tecnológicos, funcionais, culturais e econômicos.
 
A implementação da metodologia de design, porém, não é tão simples e inicialmente pode gerar 
conflito com as metodologias tradicionais das organizações, especialmente as de grande porte, 
mais lentas para adoção de modificações significativas. Para Liedtka e Olgilvie (2015, p. 11), isso 
se deve ao fato de que “os designers criam modelos e protótipos que conferem realidade às ideias, 
em vez de planilhas e descrições de missão arvoradas em abstrações”. Os autores apresentam um 
quadro que demonstra as diferenças entre o pensamento tradicional de negócios e o pensamento 
inovador do design (LIEDTKA & OLGILVIE, 2015: 12):
Quadro 1 - Diferenças entre pensamento de negócios e pensamento de design
NEGÓCIOS DESIGN
Premissas Básicas Racionalidade, objetividade 
Realidade fixa e quantificável.
Experiência subjetiva; 
Realidade como construção social.
Método Análise voltada para provar “a 
melhor” resposta.
Experimentação voltada para a repetição 
em busca de uma resposta “melhor”.
Processo Planejamento. Execução.
Motores Decisórios Lógica; 
Modelos numéricos.
Insight emocional. 
Modelos experimentais.
Valores Busca controle e estabilidade; 
Desconforto com a incerteza.
Busca a originalidade; 
Aversão ao status quo.
Níveis de Foco Abstrato ou particular. Movimento repetitivo entre abstrato e 
particular.
Fonte: Liedtka e Olgilvie (2015, p. 12).
As organizações, portanto, devem buscar uma coexistência pacífica entre as duas visões 
empresariais. Mas isso não significa que algumas restrições possam ser evitadas, uma vez que 
as empresas podem focar mais seus processos em tecnologia, outras, em custos e recursos de 
produção, ou, ainda, nas demais condições operacionais e estratégicas ligadas à filosofia empresarial. 
Brown (2010:, p. 19) observa:
Diferentes tipos de organizações podem se concentrar em um ou outro aspecto. E 
também não se trata de um simples processo linear. Equipes de design repensarão 
todos esses três fatores ao longo da vida de um projeto, mas a ênfase nas necessidades 
humanas fundamentais — em oposição a desejos efêmeros ou artificialmente 
manipulados — é o que orienta o design thinking a se distanciar do status quo.
 
Portanto, o foco no usuário final torna-se o ponto crucial do pensamento de design e deve ser 
a base de orientação de todo processo criativo e inovador que a metodologia permite. De certa 
forma, o processo de produção orientado para o mercado desenvolve-se em ondas que estabelecem 
ciclos de prosperidade e recessão. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, os ciclos estão 
se tornando cada vez menores. Essa alternância exige respostas imediatas e eficazes para que as 
organizações possam superar os momentos de crise e implantar ajustes que lhe permitam superar 
as dificuldades.
A inovação não é um simples modismo, mas uma questão de sobrevivência empresarial. 
Assim, a implantação dos processos de design thinking oferece as ferramentas adequadas para a 
substituição daqueles produtos e serviços que se tornam obsoletos pela dinâmica de mercado e 
que precisam ser substituídos por versões mais modernas e inovadoras.
6.1. Desafios para a implantação da metodologia de design thinking
Figura 25 – Vantagens e desafios
Fonte: Rawpixel.com/ Shutterstock.com
As mudanças na sociedade, na economia e na cultura estão se tornando cada vez mais acentuadas 
e rápidas. Isso afeta o comportamento dos consumidores usuários dos produtos e serviços que a 
organização oferece e tende a encurtar o prazo para que esses artefatos, embora tenham alcançado 
 
e mantido um relativo sucesso durante certo período de tempo, apresentem sinais que indicam a 
necessidade de ser substituídos.
Portanto, a implantação de processos de design thinking para solução de problemas de negócios 
que possam orientar soluções mais criativas e inovadoras e que respondam melhor às novas 
exigências dos clientes deve contemplar alguns princípios básicos para que se tornem eficazes 
e possam gerar valor para os destinatários dos produtos, serviços e processos e lucro para a 
organização. Três são esses princípios que devem ser observados com certo rigor:a) Pesquisa do usuário: com foco em seu comportamento e nas relações de uso que ele 
estabelece com os objetos e equipamentos que fazem parte da sua vida, sempre levando 
em consideração o contexto socioeconômico que deve orientar a atividade projetual.
b) Decisões de projeto: apoiadas no feedback e nas informações oriundas da coleta de 
dados e pesquisas junto ao usuário. Na fase de levantamento de informações, pesquisas 
quantitativas e qualitativas podem ser aplicadas para garantir a qualidade das informações 
coletadas.
c) Criação de protótipos e modelos de controle: permitem avaliar as respostas ao projeto 
em relação ao usuário e as percepções que ele manifesta em contato com as simulações 
do produto ou serviço. Nem sempre a primeira solução é aquela que prevalece. Os 
modelos de controle oferecem um meio adequado para coleta de insights que servirão de 
parâmetro para alterações e adequações necessárias ao artefato, de forma que o projeto 
final atenda a todas as demandas do usuário, tanto no sentido físico da manipulação do 
objeto quanto da satisfação psicológica que ele pode oferecer.
É preciso esclarecer e conscientizar os envolvidos - designers, projetistas, gestores e colaboradores 
- para que tenham em mente que as etapas orientadas pela metodologia do design thinking não 
são lineares; exigem uma visão apoiada pelo pensamento lateral, criatividade e espírito aberto às 
inovações. Na verdade, muitos dos processos e métodos de design thinking podem ocorrer ao 
mesmo tempo, de maneira expandida e global.
Além disso, é preciso lembrar que os participantes de um projeto que adota essa metodologia 
podem navegar entre as suas diversas etapas, muitas vezes apenas como forma de refinar suas 
ideias. A seguir, na figura, veremos as etapas ideais de um processo de design thinking e, a seguir, 
a descrição de como elas transcorrem:
 
Figura 26 – Fluxo das etapas de design thinking
EMPATIA
DEFINIÇÃO
TRANSIÇÃO
IDEALIZAÇÃO
PROTOTIPAGEM
TESTES OS
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Fonte: Adaptado pelo autor de Liedka e Ogilvie (2015, p. 80).
O fluxo sequencial das etapas indica como a orientação de um processo de design estruturado 
permite pensar sistematicamente de maneira criativa e inovadora. Esse processo, atualmente 
chamado de design thinking, facilita a geração de novas ideias com base em um total de seis etapas:
1. Empatia: corresponde à primeira fase do processo de design e destina-se a pesquisas 
e esforços para compreender o usuário e seu universo ambiental: como ele pensa, age, 
 
estabelece suas relações com o mundo e a sociedade e interage com os objetos e utensílios 
que utiliza.
2. Definição: é um passo estratégico importante e corresponde à segunda etapa do processo. 
Consiste em sintetizar as informações recolhidas e determinar qual o problema real que 
deve ser resolvido para atender às demandas detectadas na fase de empatia junto ao 
usuário pesquisado.
3. Transição: é uma fase de síntese e seleção das ideias iniciais de solução do problema 
a partir das definições adotadas na segunda etapa. As observações e as hipóteses são 
confrontadas com as informações recolhidas, e o contexto da solução é pré-estabelecido. 
Isso permite selecionar as melhores ideias e adotar um ponto de vista que servirá de base 
para a posterior fase de idealização.
4. Idealização: etapa que consiste na geração de ideias derivadas da síntese das informações 
pesquisadas e selecionadas e do ponto de vista adotado. Tem como objetivo resolver os 
problemas identificados na fase de definição. Nessa quarta fase, uma variedade de técnicas 
criativas pode ser usada para estimular a imaginação e a geração de ideias, tais como o 
brainstorming, os mapas mentais, o pensamento lateral, entre outras tantas.
5. Prototipagem: configura a quinta fase do processo, quando se promove a confecção de 
protótipos, modelos ou simulações destinadas a testes iniciais das ideias apresentadas. 
Esses protótipos podem ser representados por desenhos, apresentações, dramatizações 
ou modelos inicialmente rudimentares do objeto projetado. O objetivo da prototipagem é 
testar as ideias na prática para aquilo que inicialmente existia apenas na mente do designer.
6. Teste: última etapa da metodologia de design thinking, visa promover o confronto entre os 
protótipos das soluções imaginadas e o usuário final dos artefatos ou das ideias desenvolvidas. 
Os testes permitem a inclusão dos futuros artefatos de forma concreta e visam auferir 
insights dos utilizadores para tornar a solução final ainda mais afinada e aperfeiçoada.
6.2. Design thinking em ação
Muitas organizações têm usado o pensamento de design para incentivar a inovação. Uma 
das áreas mais bem-sucedidas envolve as indústrias de softwares e produtos tecnológicos como 
celulares, microcomputadores, tablets e notebooks. Desde a metade dos anos 1980, as empresas 
desse setor apresentam modificações, atualizações e lançamentos de novos produtos afinados 
com o comportamento dos usuários modernos e integrados à era das soluções digitais.
A Apple é um exemplo desse novo comportamento e dos resultados da aplicação dos princípios 
e das metodologias do design thinking (LIEDTKA; OGILVIE, 2015). Seus produtos são reconhecidos 
 
como exemplos de design moderno, funcional e que atendem aos usuários em suas requisições mais 
exigentes; com essa atitude, a marca tornou-se líder em diversos setores desse mercado. Embora a 
Apple continue no topo das paradas de lançamento de novos produtos originais e revolucionários, 
seus desenvolvedores concentram-se na adição de aspectos inovadores sem perder de vista os 
elementos caracterizadores de seu design original.
De maneira geral, os projetos de novos produtos da Apple dão ênfase aos aspectos de design 
que atraem os clientes não só pela precisa funcionalidade como também pela forte atração em 
nível emocional e pela força da marca. Três pilares do programa de desenvolvimento de novos 
produtos da empresa apoiam-se nas premissas do design thinking: a empatia, a geração de ideias, 
e a experimentação (LIEDTKA; OGILVIE, 2015).
Figura 27 – Produtos da Apple
Fonte: Alexey Boldin/ Shutterstock.com
 
A atitude inovadora está incorporada a cada faceta de atuação da Apple: apoio e incentivo aos 
seus designers, avaliação dos modelos a ser lançados e feedback constante como resultado das 
avaliações que os usuários fazem dos produtos da marca. Como resultado, os negócios dela têm 
crescido, e a empresa continua a desenvolver novas maneiras de alcançar os consumidores.
Anualmente, a marca lança novos produtos atualizados no mercado, com novas e surpreendentes 
inovações, geralmente mais precisos e tecnologicamente mais avançados. Isso permite aos usuários 
desfrutar melhor dos avanços das tecnologias digitais, dentro de perspectivas mais confortáveis 
e convenientes.
Pontos-chave: O usuário dos novos produtos e serviços desenvolvidos é o centro das preocupações 
que orientam as metodologias de design thinking. É para ele que as inovações são dirigidas, pensadas 
e desenvolvidas, visando à criação de valor superior que justifique a adoção dos novos artefatos 
pelo cliente. Essa metodologia envolve pensamento racional, técnico e muitas vezes científico, 
combinado com ações visionárias experimentais e intuitivas.
Esse processo que mistura pensamento racional com atividades criativas pode ser resumido 
nas seguintes etapas sequenciais:
• Pesquisar e identificar as necessidades do usuário. Traçar um perfil dele por meio de pesquisas 
quantitativas e qualitativas.
• Criar ideias e soluções para as demandas do usuário, apoiadas nas informações e nos dados 
levantados.
• Prototipar as ideias e soluções para possibilitar a avaliação delas na fase de testes.
• Testar as soluções junto

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