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1ºAula Tecnologias Educacionais na Educação Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender a terminologia de tecnologias educacionais; • interpretar as orientações dos documentos oficiais sobre as tecnologias; • entender a função do professor mediante a escolha de integrar tecnologias educacionais à sua prática pedagógica. Bem-vindos(as) a nossa primeira aula de Tecnologias Educacionais na Educação! Nesta aula, abordaremos a temática das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), para que possamos compreender os entendimentos trazidos por tecnologias para o contexto escolar, uma vez que, para muitos, pode se resumir a utilização de um computador como ferramenta para o processo de ensino e aprendizagem da Matemática. Será que é apenas isso? Para tanto, apoiaremo-nos orientações apresentadas pelos documentos oficiais, tais como: Parâmetros Curriculares Nacionais, Orientações Curriculares Nacionais para o ensino médio, pesquisas em Educação Matemática dentre outros. Elencarmos alguns pontos concernentes à prática docente apresentando as limitações e potencialidades do uso das tecnologias na educação. Vejamos, a seguir, os objetivos de aprendizagem e as seções de estudo que pretendemos desenvolver com essa aula. Bons estudos! Bons estudos! 6Tec. Dig. de Inf. e Com.no Ens. de Matemática 1. Seções de estudo Tecnologias educacionais e suas relações 2. Informática na Educação Matemática: alguns reflexos na prática docente 1 - Tecnologias educacionais e suas relações As inovações tecnológicas têm propiciado grandes conquistas para o ser humano. Algumas tarefas, mediadas pelas novas tecnologias, permitem agregar cada vez mais no cotidiano de trabalho, facilitando atividades que, num passado nem tão distante, não poderiam ser realizadas. Deve-se levar em consideração que as escolas precisam englobar novas tecnologias para ascensão de propostas que se apliquem as práticas, nesta seção discutiremos como as tecnologias educacionais são compreendidas e quais os desafios decorrentes do uso delas. Iniciando esta abordagem, surgem alguns questionamentos: O que são as Tecnologias Educacionais? E como elas podem ser aplicadas no âmbito escolar? De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, as tecnologias da informação e comunicação, “em suas diferentes formas e usos, constituem um dos principais agentes de transformação da sociedade, pelas modificações que exercem nos meios de produção e por suas consequências no cotidiano das pessoas” (BRASIL, 1998, p. 43). Há décadas, diversos autores discutem como as tecnologias podem se integrar no âmbito escolar, de forma que não seja apenas um instrumento de progresso na educação, mas, sim “um instrumento mediador entre o homem e o mundo, o homem e a educação, servindo de mecanismo pelo qual o educando se apropria de um saber, redescobrindo e reconstruindo o conhecimento” (NISKIER, 1993, p. 11). Nesse contexto em que se discorre sobre a importância das tecnologias para o âmbito escolar, muitas experiências em pesquisas (NEVES, 2015; ROCHA, 2014) têm mostrado como professores em sala de aula lidam com a possibilidade de se trabalhar com tecnologias nas aulas de Matemática. Com isso, evidenciam-se muitas limitações, como a falta de técnicos que possam auxiliar na preparação do espaço de laboratório de informática e instalação de softwares; pouco tempo de aula para execução de uma proposta de ensino; rede com baixa velocidade de internet, o que pode inviabilizar a instalação de programas e plugins necessários para o funcionamento de alguns softwares. Mesmo com essas limitações, de acordo com Ponte (2000, p. 77): As TIC proporcionam uma nova relação dos actores educativos com o saber, um novo tipo de interacção do professor com os alunos, uma nova forma de integração do professor na organização escolar e na comunidade profi ssional. Os professores vêem a sua responsabilidade aumentar. Mais do que intervir numa esfera bem defi nida de conhecimentos de natureza disciplinar, eles passam a assumir uma função educativa primordial. E têm de fazê-lo mudando profundamente a sua forma dominante de agir: de (re) transmissores de conteúdos, passam a ser co-aprendentes com os seus alunos, com os seus colegas, com outros actores educativos e com elementos da comunidade em geral. Desse modo, é possível compreender que, ao integrar as TIC na prática profissional, é preciso que haja uma mudança na postura do professor, em relação às concepções de suas práticas pedagógicas, dos papéis que assumem em sala de aula no momento de inserção das ferramentas tecnológicas aliadas a um conteúdo específico, definindo quais são seus objetivos com o uso e os desafios que podem ser encontrados com a exploração de novas técnicas. A Matemática, ao ser abordada em sala de aula, mostra que os alunos apresentam muitas dificuldades oriundas dos meios confusos pelos quais o professor tenta estabelecer relações entre o concreto e abstrato. A memorização de fórmulas, por exemplo, é uma prática excessiva do professor, pois não possibilita uma articulação entre aquilo que lhe apresentado como concreto e o vislumbramento do que é abstrato. Desse modo, compete ao professor refletir, analisar e buscar novas alternativas no ensino da Matemática. Para fazer experiências de um mundo real, cometer “erros” rever os “erros”, tomar consciência dos “erros”, e tentar de novo. Assim, nas TIC, os softwares de geometria dinâmica (cabri- géomètre, régua e compasso, geogébra etc.), por exemplo, possibilitam ao aluno o desenvolvimento de habilidades cognitivas que abrange altos níveis de aprendizagem, como a solução de problemas permeada por estratégias, onde o professor pode desafiá-los e conduzi-los a descoberta da construção de um conhecimento geométrico. Nas pesquisas, observamos que os professores, ao serem indagados sobre a possibilidade da utilização de programas/ softwares, por exemplo, de geometria dinâmica, com seus alunos para melhor definir as propriedades, apresentam uma resistência quanto ao uso, pois não possuem capacitação para a sua utilização. Por outro lado, os que possuem justificam a insuficiência da capacitação para se fazer uso dos equipamentos da informática com seus alunos. Entretanto, reconhecem que quando o uso das tecnologias se dá de modo planejado, adaptado as finalidades educacionais, o processo de ensino e aprendizagem se torna satisfatório. Em tais circunstâncias, pode-se constatar que a maioria dos professores de Matemática relatam a utilização de ferramentas tecnológicas como softwares matemáticos com seus alunos, porém, na prática pedagógica, isso não ocorre. Brito e Purificação (2006, p. 40) destacam que “nenhuma intervenção pedagógica harmonizada com a sociedade contemporânea e com inovações será eficaz sem a colaboração consciente do professor e sua participação na busca por emancipação social”. Nesse contexto, discutir os saberes e práticas docentes é uma tarefa delicada e que requer ações concretas diante das situações impostas aos professores, pois, mesmo o professor 7 reconhecendo, que é preciso incorporar a tecnologia à sua prática, muitos se esquivam diante da “zona de risco” a quais estão sujeitos. Logo, é importante estruturar uma formação desses profissionais numa ação de reconstrução de conceitos matemáticos utilizando as TIC para propiciar mudanças significativas no ensino da Matemática. Assim, o uso das tecnologias nas aulas de Matemática rompe com obstáculos de diálogo observados em sala de aula durante o processo de aprendizagem entre professor, aluno e saber. O saber está associado ao conhecimento que é parte integrante do processo de aquisição das experiências geradas na prática pedagógica, pelo professor e aluno. Nota-se que diversas discussões são realizadas indagando como os educadores podem utilizar essas tecnologias em sala de aula, sendo que, grande parte deles não recebemnenhuma instrução por meio da escola de como utilizá-las. Muitas vezes, isso acaba impossibilitando o uso correto dessas tecnologias – ou por falta de recursos para instalação destas no âmbito escolar, ou por falta de instruções – permitindo então que os educadores optem pelo quadro e giz. Segundo Brito e Purificação (2006, p. 33), Para que as tecnologias não se constituam apenas em uma novidade e não se prestem ao disfarce dos reais problemas existentes, julgamos conveniente que os professores compreendam e aceitem que, atualmente, as mudanças nos proporcionam os instrumentos necessários para respondermos à exigência quantitativa e qualitativa de educação, que esta mesma provoca. O que precisamos saber é como reconhecer essas tecnologias e adaptá- las às nossas fi nalidades educacionais. De fato, as condições às quais o professor é submetido em sala de aula, muitas vezes, não permitem ingressar novas tecnologias em suas metodologias, lembrando que isso sofre influência de fatores como gestão escolar, ausência de políticas públicas na educação que discutem sobre o uso das tecnologias educacionais, desvalorização da carreira dos educadores e ausência de recursos para uma boa formação inicial dos docentes. Isso acarreta à aplicação de aulas nos quais o docente transmite conhecimento aos seus alunos, e esses conhecimentos são desconectados da realidade social, política e pessoal dos discentes. Necessita-se, urgentemente de, uma boa formação continuada dos educadores para que possam se adaptar e reformular suas metodologias utilizando dos meios tecnológicos como ferramentas de apoio para o desenvolvimento de suas práticas docentes, em conjunto com as questões interdisciplinares que são aplicáveis em sala de aula. Portanto, vincular as tecnologias educacionais no contexto nos quais os alunos estão inseridos, de acordo com as disciplinas e competências a serem discutidas em sala de aula, é, em nossa atualidade, como um grande desafio aos professores. 2 - Informática na Educação Matemática: alguns reflexos na prática docente A informática como elemento didático da educação Matemática apresenta grandes vantagens, pois, como explica Mota e Ceolim (2002), as aulas de Matemática nem sempre são atrativas aos alunos, pois a maioria dos professores utilizam apenas aulas expositivas e com poucos recursos de audiovisual, assim, diante da possibilidade de usar elementos didáticos da Informática para aprender fazer cálculos e fórmulas Matemáticas passa a entusiasmar-se mais com as aulas e consequentemente aprende com mais facilidade. De acordo com Fanti e Silva (2004), nas aulas de Matemática, o computador pode ser utilizado tanto como ferramenta de apoio para o ensino, como fonte de pesquisa e desenvolvimento de habilidades. Por meio do computador, o aluno pode construir conhecimentos a partir de jogos educativos que permitem a formulação de problemas a partir de situações desafiadoras. Na área da Matemática, muitos são os programas desenvolvidos para facilitar a aprendizagem dos alunos. Para Derkoski (2008), o trabalho do professor na educação Matemática requer habilidade e alto conhecimento das ferramentas tecnológicas. Diante disso, é importante que tenha uma formação adequada, com vasto conhecimento de uso dos softwares, bem como estar atualizando sempre seus conhecimentos e informações, pois esse é um campo que muda constantemente. Observa-se que existe forte relação entre a Matemática e a informática. Nesse sentido, “os computadores trazem novas oportunidades à Matemática, também é a Matemática que os torna incrivelmente eficazes” (PONTE; CANAVARRO, 1997, p.23). Com isso, é preciso que o professor de Matemática tenha conhecimento a respeito dos recursos tecnológicos e ferramentas produzidas, pois elas deverão ser utilizadas na resolução de situações propostas aos alunos para investigação mediada com recursos tecnológicos, pois, ao considerarmos as competências almejadas no processo de ensino e aprendizagem com uso das tecnologias, é sempre esperado do professor a articulação entre os conhecimentos do conteúdo, técnico, pedagógico e tecnológico a fim de evitar o desejo de se distanciar do uso de recursos tecnológicos nas aulas mediante relatos de situações pouco eficazes para o ensino. Assim, faremos algumas reflexões sobre as práticas vivenciadas por professores de Matemática, no que diz respeito ao uso das ferramentas tecnológicas em seu processo de ensino, dos limites e potencialidades que as TIC podem ocasionar na inserção do ambiente escolar e na aprendizagem dos alunos, serão aqui apresentados. No âmbito educacional, configura-se, entre os professores, um discurso onde o que predomina de fato são teorias de uso de recursos tecnológicos, sendo notório a partir de relatos de muitos professores, a ansiedade, a insegurança, além do desconforto frente à utilização, advindas de um medo do fracasso frente ao novo. Esse novo modelo didático emergente nas escolas orienta a criação de um vínculo com a sociedade que os circunda para inferir discussões sobre as possibilidades de atender os alunos que, uma vez egressos, irão atuar no mercado de trabalho. Tal associação deverá buscar alternativas plausíveis para um ensino promissor que possa desencadear um aprendizado 8Tec. Dig. de Inf. e Com.no Ens. de Matemática enriquecido de conhecimentos significativos na prática profissional. No entanto, para que ocorra a promulgação de propostas que concernem com as necessidades das escolas, professores, alunos e sociedade, far-se-á necessário uma proposta pedagógica bem definida, pois, somente assim, se alcançará objetivos que indiciem soluções viáveis no processo de ensino, aprendizagem e prática profissional dos professores de Matemática. Sabemos que a Matemática se apresenta na humanidade circundada por objetos, elementos da natureza, nas construções, inseridas no cotidiano da sociedade. Mas quando é enfatizada na sala de aula, o aprendizado para os alunos torna-se obsoleto. Isso se evidencia, por exemplo, na passagem da geometria plana para a geometria espacial, no Ensino Médio. Desse modo, observamos que a Matemática tem se apresentado por séculos com um rigor matemático no qual as respostas são dadas frente a argumentações lógicas onde se toma como ponto de partida apenas as definições. Com isso, os professores, em suas práticas pedagógicas, adotam as propriedades que precisariam ser demonstradas a seus alunos de modo a torná-las concretas, frisando serem apenas definições importantes, instigando os alunos apenas a compreender as fórmulas, técnicas e/ou definições necessárias para a resolução de problemas matemáticos. Tal prática é questionada pelas Orientações Curriculares Nacionais quando a mesma propõe que: No uso de tecnologia para o aprendizado da Matemática, a escolha de um programa torna- se um fator que determina a qualidade do aprendizado. É com a utilização de programas que oferecem recursos para a exploração de conceitos e idéias Matemáticas que está se fazendo um interessante uso de tecnologia para o ensino da Matemática. Nessa situação, o professor deve estar preparado para interessantes surpresas: é a variedade de soluções que podem ser dadas para um mesmo problema, indicando que as formas de pensar dos alunos podem ser bem distintas; a detecção da capacidade criativa de seus alunos, ao ser o professor surpreendido com soluções que nem imaginava, quando pensou no problema proposto; o entusiástico engajamento dos alunos nos trabalhos, produzindo discussões e trocas de ideias que revelam uma intensa atividade intelectual (BRASIL, 2006, p. 89). Ao contrário do que propõe as orientações curriculares nacionais para o ensino médio, é possível observar que os professores tratam o conteúdo por meio da reprodução de modelos prontos e acabados, que estão impregnados em suas concepções como as formas ideais de se adquirir conhecimentos pelos alunos. O professoré sempre visto como um mero transmissor de conhecimentos. No ensino, é inquestionável ao “olhar” dos alunos, e estes por vez, tratam a aprendizagem como forma de reprodução dos fatos concebidos pelo professor. A inserção das TIC para o ensino da Matemática nos variados níveis de ensino surge para o professor como possibilidade de romper com a autonomia que se estabelece em sala de aula, pois é preciso ter a compreensão de que não se deve ensinar o que quiser ou a quem quiser, mas sim ter o compromisso de garantir o aprendizado de seu aluno. Desse modo, quando assume o papel de orientador, conduz os seus alunos a um conhecimento que, inacabado, pode ser construído de forma significativa, e as tecnologias nessa vertente, surgem para romper com esses paradigmas de que a geometria representa uma abstração aos alunos que tornam inativos a compreensão de um conceito. Em pesquisa, Brito, Purificação e Neves (2010), quanto à inserção das tecnologias no ambiente escolar, apontam que os professores, ora apresentam sedução quanto ao uso de novas ferramentas para a sala de aula, ora apresentam medo de criar condições que oportunizem aos alunos serem protagonistas, que os provoquem, que os levem a sentir necessidades de criar suas próprias respostas, se imponham. Assim, prejudicam o processo de busca das metas que se tem a alcançar. Colocam dentre os vários papéis que o professor tem de assumir, o de desafiar os alunos nos conceitos já aprendidos para que esses possam enriquecer seus conhecimentos prévios, a partir de uma busca do professor por formas criativas e estimuladoras de desafiar as estruturas conceituais dos alunos. Assim, sendo um agente desafiador no processo do ensino, o professor é capaz, por meio do uso da tecnologia, promover uma aprendizagem significativa, que transite em todos os campos inexploráveis em um ensino tradicional. Para ler e refl etir! Conceitos de tecnologias Relação entre tecnologias, técnicas e equipamentos E comum ouvirmos dizer que “na atualidade, as tecnologias invadem 0 nosso cotidiano”. Alguns autores contemporâneos falam até que estamos vivendo em plena “sociedade tecnológica”. Nos fi lmes de fi cção científi ca, as chamadas civilizações tecnológicas são povoadas por robôs e outros equipamentos sofi sticados, dotados de um alto grau de inteligência, em muito superior a do “homem comum”. Na maioria das vezes, esses super-homens são criados por cientistas inescrupulosos que procuram de todas as maneiras dominar a raça humana e, para isso, contam com seus conhecimentos tecnológicos na criação de exércitos de ciborgs ou outras fi guras semelhantes. Essa visão literária e redutora do conceito de tecnologia — como algo negativo, ameaçador e perigoso — deixa afl orar um sentimento de medo. As pessoas se assustam com a possibilidade de que se tornem realidade as tramas fi ccionais sobre o domínio do homem e da Terra pelas “novas e inteligentes tecnologias”. Tecnologia, no entanto, não signifi ca exatamente isso. Ao contrário, ela está em todo lugar, já faz parte das nossas vidas. As nossas atividades cotidianas mais comuns — como dormir, comer, trabalhar, nos deslocarmos para diferentes lugares, ler, conversar e nos divertirmos — são possíveis graças às tecnologias a que temos acesso. As tecnologias estão tão próximas e presentes que nem percebemos mais que não são coisas naturais. Tecnologias que resultaram, por exemplo, em lápis, cadernos, canetas, lousas, giz e muitos outros produtos, equipamentos e processos que foram planejados e construídos para que possamos ler, escrever, ensinar e aprender. 9 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRITO, G. S.; PURIFICAÇÃO, I. Educação e novas tecnologias: um repensar. 2. Ed. Curitiba: Ibpex, 2006. BRITO, G. S.; PURIFICAÇÃO, I.; NEVES, T. G. Professores de Matemática e as Novas Tecnologias: medo e sedução. In: BELINE, Willian; COSTA, Nielce Meneguelo Lobo da. (Org.). Educação Matemática, tecnologia e formação Vale a pena ler Vale a pena Da mesma forma, para todas as demais atividades que realizamos, precisamos de produtos e equipamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções específi cas, na busca de melhores formas de viver. Ao conjunto de conhecimentos e princípios científi cos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade, chamamos de “tecnologia”. Para construir qualquer equipamento — uma caneta esferográfi ca ou um computador —, os homens precisam pesquisar, planejar e criar o produto, o serviço, o processo. Ao conjunto de tudo isso, chamamos de tecnologias. Nas atividades cotidianas, lidamos com vários tipos de tecnologias. As maneiras, jeitos ou habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologia, para executar ou fazer algo, chamamos de técnicas. Algumas técnicas são muito simples e de fácil aprendizado. São transmitidas de geração em geração e se incorporam aos costumes e hábitos sociais de um determinado grupo de pessoas. As técnicas ligadas a algumas atividades profi ssionais, por exemplo, a pesca, a produção de alimentos ou a elaboração de alguns tipos de atividades artesanais, variam muito entre os povos e identifi cam uma determinada cultura. Segundo o Dicionário de fi losofi a de Nicola Abbagnano (1982, p. 906), a tecnologia é “o estudo dos processos técnicos de um determinado ramo de produção industrial ou de mais ramos”. Já a técnica, no mesmo dicionário, “compreende todo conjunto de regras aptas a dirigir efi cazmente uma atividade qualquer. A técnica, neste sentido, não se distingue nem da arte nem da ciência nem de qualquer processo ou operação para conseguir um efeito qualquer: o seu campo estende-se tanto quanto o das atividades humanas”. O conceito de novas tecnologias é variável e contextual. Em muitos casos, confunde-se com o conceito de inovação. Com a rapidez do desenvolvimento tecnológico atual, fi cou difícil estabelecer o limite de tempo que devemos considerar para designar como “novos” os conhecimentos, instrumentos e procedimentos que vão aparecendo. O critério para a identifi cação de novas tecnologias pode ser visto pela sua natureza técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso. Nesse sentido, segundo Busato (1999, p. 135), o rádio, “mais ouvido hoje nos walkmans ou nos carros do que em casa”, é uma tecnologia rejuvenescida, mas não tão nova. Ao se falar em novas tecnologias, na atualidade, estamos nos referindo, principalmente, aos processos e produtos relacionados com os conhecimentos provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações. Essas tecnologias caracterizam-se por serem evolutivas, ou seja, estão em permanente transformação. Caracterizam-se também por terem uma base imaterial, ou seja, não são tecnologias materializadas em máquinas e equipamentos. Seu principal espaço de ação é virtual e sua principal matéria-prima é a informação. Pense como seria a sua vida — e a de qualquer pessoa — se não tivéssemos as tecnologias nos ajudando a realizar as nossas atividades diárias. Eu não poderia agora, por exemplo, estar me comunicando com você, contando essa longa história de relacionamentos bem-sucedidos entre os homens e as tecnologias. Fonte: KENSKI, V. M. Novas tecnologias na educação presencial e a distância. In: BARBOSA, R. L. L. (org.) Formação de educadores: desafi os e perspectivas. São Paulo: UNESP, 2003. Retomando a aula Chegamos ao fi nal da Aula 1. Espero que tenham tido um bom aproveitamento nos estudos. Vamos recordar os principais tópicos abordados em cada seção? 1 – Tecnologias Educacionais e suas relações Constatamos que as tecnologias de informação e comunicação são ferramentas de grande importância na prática pedagógica do professor de Matemática, pois possibilitam que ele se distancie das práticas tradicionais do ensino em sala de aula promovendo nosalunos a possibilidade sede despertar o interesse e o gosto pelo estudo da Matemática. Assim, pode-se concluir que a formação continuada dos professores de Matemática é de fundamental importância, pois é na busca permanente de novos conhecimentos e acompanhamento da evolução das tecnologias de comunicação que o professor pode inovar suas práticas pedagógicas, tornando o aprendizado dos alunos mais interessante e o ensino da Matemática mais eficaz. 2 – Informática na Educação Matemática: alguns reflexos na prática docente Nessa seção, vimos que devemos desafiar, inovar e incentivar para que a Matemática perca seu mistério de disciplina árida e de difícil acesso, tornando-se suave e de fácil entendimento, é o papel do professor comprometido com o aprendizado e bom desempenho de seus alunos. Tendo o conhecimento da necessidade permanente e continua de formação para o uso correto das tecnologias da comunicação, assim, o professor terá mais recursos didáticos para realizar suas metas de ensino e aprendizagem com sucesso. 10Tec. Dig. de Inf. e Com.no Ens. de Matemática de professores: algumas reflexões. 1 ed. Campo Mourão-PR: FECILCAM, 2010, v. 1, p. 31-57. DERKOSKI, J. G. Ferramenta Informática, ensino da Matemática e a formação dos professores. Disponível em <http:// www.ajes.edu.br/arquivos/20081008094403.pdf -> Acesso em janeiro de 2019. FANTI, E. L. C. Informática e Jogos no Ensino da Matemática. Informática e Jogos no Ensino da Matemática - II Bienal da Sociedade Brasileira de Matemática – Salvador - Bahia - 25 a 29 de outubro de 2004. Disponível em <http://www. bienasbm.ufba.br/M6.pdf> Acesso em janeiro de 2019. MOTA, J. F.; CEOLIM, A. J. A informática na Matemática do ensino fundamental e médio. XI Encontro Anual de Iniciação Científica. Maringá, PR, de 1 a 4 de outubro de 2002. Disponível em: http://www.ppg.uem.br/Docs/pes/eaic/ XI_EAIC/trabalhos/arquivos/11-0475-0.pdf> Acesso em janeiro de 2019. NEVES, T. G. Possibilidades e Limites de uma Prática Reflexiva para a Integração da Tecnologia no Ensino da Matemática. 2015. 138 p. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2015. NISKIER, A. Tecnologia educacional: uma visão política. Petrópolis: Vozes, 1993. PONTE, J. P., & CANAVARRO, P. Matemática e novas tecnologias. Lisboa: Universidade Aberta. 1997. Disponível em: <http://www.matematica.pucminas.br/profs/web_ silvi/calculo2/artigos/show_file.pdf>. Acesso em janeiro de 2019. PONTE, J. P. (2000). Tecnologias de informação e comunicação na educação e na formação de professores: Que desafios? Revista Ibero-Americana de Educação, 24, 63-90. ROCHA, K. M. Integração da Tecnologia: Um estudo da mobilização e construção de conhecimentos por acadêmicos de um Curso de Pedagogia. 2014. 136 p. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2014. COSTAS, José Manuel Moran. Educação Transformadora. Disponível em: < http://www2.eca.usp.br/moran/ >. Vale a pena acessar Minhas anotações
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