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AULA 2 - Formas especiais de casamento, casamento nuncupativo, casamento com molétia grave

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DIREITO CIVIL V - CCJ0225 
Semana Aula: 2 
Formas especiais de casamento. 
Tema 
Formas especiais de casamento. 
Palavras-chave 
Casamento. Procuração. Nuncupativo. Moléstia grave. Celebrado fora do país. 
Objetivos 
- Analisar as formas especiais de casamento. 
Estrutura de Conteúdo 
Unidade 1 - Introdução ao Direito de Família e Noções sobre o casamento. 
1.4. Formas especiais de casamento (procuração, nuncupativo, em caso de moléstia grave e celebrado fora 
do país perante autoridade diplomática brasileira e autoridade estrangeira). 
Casamento por procuração 
Quando, por qualquer razão, um ou ambos os noivos não possa comparecer para a convolação de 
núpcias, nosso ordenamento jurídico permite que o casamento se faça por procuração, sendo exigida a forma 
pública, poderes especiais e validade máxima de 90 (noventa) dias, como prescreve o art. 1.542, CC. 
O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento 
nuncupativo (§2°), que será explicado no tópico a seguir. 
Casamento Nuncupativo 
Trata-se de modalidade excepcional de casamento, contraída por nubente em higidez mental, mas que esteja 
moribundo, independente da presença da autoridade competente ou seu substituto, desde que na presença de, 
pelo menos, seis testemunhas, que não tenham parentesco natural, civil ou por afinidade com os noivos em 
linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. 
Casamento em caso de moléstia grave 
No casamento nuncupativo o nubente não teve sequer tempo para habilitar-se, enquanto neste o 
nubente realizou todo o processo exigido pela norma, mas quedou-se acometido por doença que o 
impossibilitou para o comparecimento à solenidade, deslocando-se a autoridade celebrante para onde quer 
que o nubente esteja e realizando-se o ato na presença de duas testemunhas. 
Casamento celebrado fora do País, perante autoridade diplomática brasileira 
O brasileiro que estiver fora do território nacional e quiser contrair núpcias, pode fazê-lo segundo as 
leis brasileiras, perante autoridade diplomática brasileira, na forma do art. 18, da LINDB - Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei n° 4.657, de 4 de setembro de 1942). 
O art. 1.544, CC determina que o registro será no prazo decadencial de 180 dias (cento e oitenta 
dias), a contar da volta (ingresso no Brasil com intuito de permanecer, retorno efetivo) de um ou de ambos 
os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1° Ofício da Capital do 
Estado em que passarem a residir. 
 O casamento é denominado como consular, no direito brasileiro, quando é realizado por 
nubentes de um mesmo país no exterior perante autoridade consular, como o objetivo de permitir-lhes neste 
casamento de seguir a legislação familiar de seu país de origem, ao invés da legislação de seu domicílio. 
 
OBS.: O casamento consular não pode ser realizado entre naturais de diferentes países . 
 
A autoridade consular tem seu poder de realizar casamentos, no âmbito internacional, exposto na 
Convenção de Viena sobre Direito Consular, aprovada pelo Decreto nº 61.078, de 26 de julho de 1967, em 
seu artigo 5º: 
"As funções consulares consistem em: 
 
f) agir na qualidade de notário e oficial de registro civil, exercer funções similares, assim como outras de 
caráter administrativo, sempre que não contrariem as leis e regulamentos do Estado receptor;" 
 
No Brasil, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) define esta função consular. 
"Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei 
nº 3.238, de 1957)". 
 
Em regra, o casamento realizado no exterior, se válido em seu país de origem, também há de ser 
válido em país estrangeiro, contanto que não contrarie regras deste. Isto se aplica no Brasil: Casamento 
devidamente regular no estrangeiro que não viola lei brasileira é válido. 
 
Casamento celebrado fora do País, perante autoridade estrangeira 
A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro trata, no art. 7°, a respeito do casamento. 
O local do domicílio do casal determinará as regras de existência e validade do casamento, logo, sendo o 
cidadão brasileiro ou estrangeiro contraindo núpcias fora do País, à lei estrangeira regerá os planos de 
existência, validade e eficácia do casamento, assim como o regime de bens, independentemente de ser ali 
domiciliado ou não, casando com outro brasileiro ou estrangeiro. (STOLZE e PAMPLONA FILHO, 2018) 
Não podemos esquecer que se o casamento for de brasileiro, deverá ser realizado o registro no Brasil, nos 
termos do art. 32, da Lei de Registros Públicos. 
 
O casamento celebrado por autoridade estrangeira é considerado válido no Brasil. Para produzir 
efeitos jurídicos no País, deverá ser registrado em Repartição Consular brasileira e, posteriormente, 
transcrito em Cartório do 1º Ofício do Registro Civil do município do seu domicílio no Brasil ou no Cartório 
do 1º Ofício do Distrito Federal. A transcrição deve ser efetuada preferencialmente na primeira oportunidade 
em que um dos cônjuges volte ao Brasil ou no prazo de 180 dias a contar da data do retorno definitivo ao 
País. O registro deverá ser efetuado no cartório do respectivo domicilio ou, em sua falta, no 1º Ofício da 
Capital do Estado em que passarem a residir, conforme disposto no art. 1.544 do CC. 
 
REGIME DE BENS DO CASAMENTO NO EXTERIOR 
 
A LINDB estabelece, no parágrafo 4º do art. 7º, que o regime de bens obedece à lei do país em que 
os nubentes tiverem domicílio e, caso tenham domicílios diferentes, obedecer-se-á a lei do país do primeiro 
domicílio do casal, assim como disposto nos acórdãos abaixo: 
"Ação declaratória. Casamento no exterior. Ausência de pacto antenupcial. Regime 
de bens. Primeiro domicílio no Brasil. 1. Apesar do casamento ter sido realizado no 
exterior, no caso concreto, o primeiro domicílio do casal foi estabelecido no Brasil, 
devendo aplicar-se a legislação brasileira quanto ao regime legal de bens, nos termos 
do art. 7º, § 4º, da LINDB, já que os cônjuges, antes do matrimônio, tinham 
domicílios diversos. 2. Recurso especial conhecido e provido, por maioria. 
 
Para o registro de casamento, faz-se necessária a presença no Consulado do cônjuge brasileiro, o qual 
será o declarante e assinará o termo a ser lavrado no Livro de Registros. Se ambos forem brasileiros, 
qualquer dos dois poderá ser o declarante. 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109214/decreto-61078-67
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11683869/artigo-5-do-decreto-n-61078-de-26-de-julho-de-1967
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111018/lei-3238-57
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10628479/artigo-1544-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11367487/artigo-7-do-decreto-lei-n-4657-de-04-de-setembro-de-1942
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11367358/par%C3%A1grafo-4-artigo-7-do-decreto-lei-n-4657-de-04-de-setembro-de-1942
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42

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