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AULA 3 - Capacidade para casamento, idade núbil, autorização dos pais

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DIREITO CIVIL V - CCJ0225 
Semana Aula: 3 
Capacidade, habilitação, celebração matrimonial. 
Tema 
Capacidade, habilitação, celebração do casamento. 
Palavras-chave 
Capacidade. Habilitação. Celebração. 
Objetivos 
- Estudar os procedimentos e requisitos legais para que possa ser realizado o casamento. 
Estrutura de Conteúdo 
Unidade 2 - CAPACIDADE, HABILITAÇÃO, CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO. 
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO: idade núbil no Brasil é de 16 (dezesseis) anos, conforme dispõe 
o artigo 1.517 do Código Civil. Assim, o casamento de quem ainda não alcançou a maioridade civil, ou seja, 
menos de 18 anos de idade, esse casamento depende de autorização dos representantes legais (pais ou 
tutores). 
O Código Civil não previu as pessoas que são capazes de casar, devemos buscar na parte geral do Código a 
indicação daqueles que são considerados capazes para este ato. 
A Lei n° 13.146/2015, que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, promoveu substancial alteração 
no rol das capacidades, sendo, hoje, absolutamente incapaz apenas o menor de 16 anos, o que é considerado 
um avanço por Tartuce (2017, v. 5), para quem o referido Estatuto promoveu uma inclusão familiar plena 
das pessoas com deficiência, igualando-a para os atos existenciais, substituindo-se a premissa da dignidade-
vulnerabilidade pela dignidade-igualdade, uma vez que o próprio art. 6° daquela Lei declara que a 
capacidade não é afetada pela deficiência. 
AUTORIZAÇÃO PARA O CASAMENTO DO MENOR DE 18 ANOS 
Até a celebração do casamento os pais ou tutores podem revogar a autorização (art. 1.518, CC), podendo o 
consentimento ser suprido pelo juiz quando a denegação do consentimento for INJUSTA (art. 1.519, CC). 
REVOGAÇÃO DO ART. 1520, CC pela Lei Federal 13.811/2019 
O casamento do menor com menos de 16 anos, denominado como casamento infantil, já era vedado pelo 
ordenamento, mas haviam apenas 02 (duas) exceções previstas na redação antiga do art. 1.520 do Código 
Civil, a saber: 
1) para evitar a imposição e o cumprimento de pena criminal; 
2) em caso de gravidez. 
 
IMPORTANTE: 
 
1) para evitar a imposição e o cumprimento de pena criminal 
 
Entre as exceções de autorização judicial do casamento do menor com menos de 16 anos de idade, de início, 
a lei 11.106/2005 afastou a extinção da punibilidade nos casos do estupro presumido (art. 107, incs. VII e 
VIII, do Código Penal), ou seja, na hipótese de alguém manter relação sexual com uma criança ou 
adolescente com idade inferior a 14 anos, e depois se casar com ela. 
 
2) em caso de gravidez 
 
Mesmo após a revogação de parte do art.1.520, CC na seara Penal, o art. 1.520 do Código Civil permaneceu 
em vigor no tocante à permissão do casamento em caso de gravidez. 
 
No dia 13 de março de 2019 entrou em vigência a Lei Federal 13.811/19 que proíbe em qualquer 
circunstância o casamento do menor de 16 anos. Portento, o artigo 1.520 do Código Civil passou a vigorar 
com nova redação: 
 
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu 
a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. 
 
Texto anterior Texto atual 
"Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o 
casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil 
(art. 1.517), para evitar imposição ou cumprimento de 
pena criminal ou em caso de gravidez". 
"Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, 
o casamento de quem não atingiu a idade núbil, 
observado o disposto no art. 1.517 deste Código". 
2.2. Procedimentos para a habilitação e a celebração do ato matrimonial. 
Até a celebração do casamento os pais ou tutores podem revogar a autorização (art. 1.518, CC), podendo o 
consentimento ser suprido pelo juiz quando a denegação do consentimento for injusta (art. 1.519). 
Assim, fundado na inesgotabilidade de situações capazes de gerar a denegação do consentimento, Gonçalves 
(2017), compilando possíveis motivos apresentados pelos autores Lafayette, Washington de Barros 
Monteiro e Arnaldo Rizzardo, afirma serem fundados motivos como impedimento legal, grave risco à saúde 
do menor, embriaguez habitual, paixão imoderada pelo jogo, falta de recursos para prover o sustento da 
família, recusa ou incapacidade para o trabalho, antecedentes criminais. 
Devemos lembrar que, segundo o art. 5°, parágrafo único, II, CC, o casamento faz cessar a incapacidade 
para os menores, sendo o casamento, portanto, causa de emancipação legal, pois os cônjuges antecipam a 
capacidade plena. 
Processo de habilitação para o casamento 
A habilitação para o casamento é um procedimento administrativo que encontra regulamentação no Código 
Civil e na Lei de Registros Públicos, cabendo ao Oficial do Registro Civil a aferição dos pressupostos de 
existência e validade do ato matrimonial para, então, expedir a habilitação para a concretização do enlace 
(STOLZE e PAMPLONA FILHO, 2018). 
PROCEDIMENTO DE HABILITAÇÃO. 
 
Tem por objetivo, verificar se os noivos possuem algum impedimento para contrair o matrimônio. Assim, 
através desse processo junto ao Cartório de Registros Civis, torna-se possível a averiguação de impedimento 
(art. 1.521, CC). 
 
1ª fase – Documentação; 
2ª fase – proclamas (edital); 
3ª fase – Certidão 
4ª fase – Registro 
A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério 
Público (art. 1.526, caput, CC). Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a 
habilitação será submetida ao juiz (art. 1.526, parágrafo único, CC). 
Eventuais impedimentos e causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com 
as provas do fato alegado ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas (art. 1.529, CC). O oficial do 
registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e 
o nome de quem a ofereceu, podendo os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária dos 
fatos alegados e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé (art. 1.530, caput e 
parágrafo único, CC). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1517
Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527, CC, e verificada a inexistência de fato obstativo, o 
oficial do registro extrairá o certificado de habilitação (art. 1.531, CC). 
A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraída a certidão de habilitação 
(art. 1.532, CC). 
O oficial do registro deve esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do 
casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens (art. 1.528, CC). 
A despeito disto, é importante lembrar que o casamento é civil e a sua celebração é gratuita, sendo isentos de 
selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei, a habilitação 
para o casamento, o registro e a primeira certidão (art. 1.512, CC). 
Devemos destacar que a Resolução n° 175/2013, do CNJ, em seu art. 1°, veda às autoridades competentes a 
recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre 
pessoas de mesmo sexo. 
CASAMENTO RELIGIOSO 
 
Assim, o casamento religioso pode ser equiparado ao civil, gerando todos os seus efeitos. Sua habilitação 
pode ocorrer em dois momentos: 
 
1- Habilitação prévia: os nubentes apresentam-se ao oficial do Registro Civil e realizam todo o 
procedimento de habilitação no cartório. O certificado de habilitação deverá ser apresentado ao ministro 
religioso que o arquivará. O registro do casamento religioso deve ocorrer até noventa dias após a sua 
celebração (prazo decadencial) e pode ser realizado por qualquer interessado. 
 
2- Habilitação posterior: a cerimônia religiosa é realizada antes da habilitação. O registro pode ser 
requerido apenas pelos cônjuges a qualquer tempo. Em qualquer das hipóteses o registro do casamento 
gerará efeitos ex tunc a partir da data de sua celebração religiosa. Deve-se ressaltar, por fim, que seantes do 
registro do casamento religioso um dos contraentes realizar casamento civil com outra pessoa, o religioso 
não poderá ser registrado. 
Celebração do casamento 
O casamento será celebrado no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de 
presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531 
(art. 1.533, CC). 
A solenidade será realizada na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo 
menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade 
celebrante, em outro edifício público ou particular. Ocorrendo a solenidade em edifício particular, este ficará 
de portas abertas durante o ato e se dará na presença de quatro testemunhas se algum dos contraentes não 
souber ou não puder escrever (art. 1.534, CC). 
Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial 
do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e 
espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: De acordo com a vontade que ambos 
acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro 
casados. (art. 1.535, CC). 
O ato estará completo quando a autoridade competente que presidir o ato exarar a declaração solene, como 
bem estabelece o art. 1.514, CC, que preceitua: O casamento se realiza no momento em que duas pessoas 
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.

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